Os fuzileiros têm uma longa existência, é uma velha Senhora que merece todo o nosso respeito.
Ao longo de esse tempo teve os seus momentos altos e outros menos bons.
Não acredito no desaparecimento dos Fuzileiros.
Na minha opinião a alteração do metodo de recrutamento veio mudar profundamente as Força Armadas e essas mudanças também se refletem neste Corpo.
Com a falta de espirito e sentido de servir, que graça na mentalidade actual, atrair voluntários é um grande desafio.
É necessário atrair a juventude que está habituada a ter o seu próprio quarto, lidar com a última geração de computadores e telemóveis, a vestir o que lhe apetece e a sair quando quer.
É um modo de vida que neste momento não encaixa muito com a vida militar, principalmente a nivel dos praças.
Quanto a alojamentos temos casernas, é necessário cumprir horários, vestir o que lhe mandam, obedecer a ordens e sobre o equipamento, sem comentários.....
É bem mais fácil a aposta no meio civil do que no meio castrense.
O resultado é a falta genérica de voluntários, sendo grande ao nível dos praças.
Penso que não é só nos Fuzileiros, há uns meses foi feito e colocado um video no youtube sobre o CTComandos, era o desfile das forças comandos na sua unidade num dia festivo.
Vinha o Estandarte e o comando das forças, segue-se um grupo de 10 graduados, depois uma companhia a dois grupos com +- 30homens cada e por fim outra companhia com três grupos com +- 20homens.
No video só vi +- 150Comandos, é verdade que estava uma companhia de +-120homens no Afeganistão mas tudo somado não chega a 300 Comandos num Batalhão de três companhias.
Sobre a participação de forças Fuzileiros nas missões internacionais é só uma questão de vontade e oportunidade.
Este corpo participou em missões na Bosnia e em Timor porque o Exército não tinha voluntários (praças) suficientes para garantir a presença em vários teatros de operações em simultaneo, não esquecer que uma companhia no terreno representa a necessidade de três companhias.
Uma que está no terreno, outra que acabou de chegar e ainda uma terceira que se está a preparar para substituir a actual.
Na prática uma força de 500homens em forças destacadas representa a necessidade de +-1500homens disponiveis.
A realidade é que neste momento o Exército tem os voluntários necessários para as missões que existem, logo não precisa do Corpo da Armada.
Infelizmente o relacionamento entre o Exército e a Armada nunca foi famoso.
Nunca percebi muito bem porque é que quando foram definidos os Grupos de batalha da União Europeia, Portugal decidiu participar no grupo anfibio.
E o Exército que é o maior ramo que tem contribuido com milhares de efectivos em várias missões pelo mundo fora?
O Exército deve ter ficado :twisted: ... mal disposto no minimo.
A uniformização que está a chegar com as Pandur, os equipamentos rádio e com as novas espingardas automáticas permitirão estabelecer pontes para uma maior coordenação entre os ramos.
O melhoramento de esta ligação permitirá ultrapassar as dificuldades que não têm permitido a participação dos Fuzileiros.
Mas não devemos esquecer uma facto muito importante, as operações maritimas são da Armada, as terrestres do Exército e as aéreas da Força Aérea.
Cada um no seu lugar mas a remar unidos para o mesmo lado.