DN: Comando NATO de Oeiras tutela forças de reacção

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PereiraMarques

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DN: Comando NATO de Oeiras tutela forças de reacção
« em: Novembro 14, 2006, 11:38:41 am »
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Comando NATO de Oeiras tutela forças de reacção

Manuel Carlos Freire    
 
O comandante militar da NATO na Europa (SACEUR), general James Jones, já aprovou a colocação das forças de reacção da Aliança (NRF) sob comando permanente do Quartel-General Conjunto (JHQ) de Lisboa, disseram ontem ao DN fontes políticas da organização.

Embora as fontes tenham adiantado que a posição escrita do SACEUR não é vinculativa e carece da aprovação política dos países aliados, a verdade é que surge como mais um sinal da crescente importância militar do comando da NATO que se localiza em Oeiras - e que o ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, visita na próxima quinta-feira.

O facto de o general Jones insistir numa mudança - fazendo com que as NRF deixem de estar também sob o comando, rotativo, dos comandos operacionais de Nápoles (Itália) e Brunssum (Holanda) - em que já foi derrotado a nível político no passado mostra que o SACEUR "terá agora novas condições" para o fazer, sublinhou uma das fontes.

Recorde-se que o comando conjunto da NATO em Oeiras esteve para desaparecer em 2002, ficando a organização só com os dois comandos de forças em Itália e na Holanda. E só se manteve basicamente por razões políticas, apesar dos argumentos operacionais apresentados por Lisboa. A verdade é que os acontecimentos dos últimos anos acabaram por justificar a existência do JHQ, apesar das múltiplas resistências de países como o Reino Unido, Dinamarca, Noruega ou Holanda.

Agora, segundo as fontes, o JHQ deverá assumir "um maior nível de responsabilidades" a partir de 2007, as quais passarão pela tutela em permanência das NRF a partir de 2008. Um indicador de que a posição do SACEUR pode vingar agora está na instalação em Oeiras, em Julho passado, de um organismo independente - o Directorado para a Preparação de Operações (OPD) - com a missão específica de certificar e avaliar as forças de reacção.

A construção de novas infra-estruturas no JHQ - para encerrar o bunker e aumentar o quadro de efectivos, dos actuais 330 para cerca de 400 - é outro exemplo apontado pelas fontes de que Oeiras vai aumentar a sua importância operacional no seio da NATO. Por saber, nesta altura, está o grau e tipo de apoio que o Governo português dará para concretizar esse objectivo, adiantaram as fontes, algumas delas militares.

No plano político, e como foi defendido por Lisboa antes de concluída a reforma de 2002, África surge como um dos argumentos de peso para fundamentar o reforço dos poderes do JHQ. A viragem das atenções da NATO para aquele continente, depois da atenção dada ao Leste europeu nos anos 1990 e início desta década, já se sente no terreno, em especial com o apoio dado às forças militares da União Africana que estão a operar no Sudão, observaram as fontes.

Outro exemplo dado, e que reforça a ideia (hipotética) de criar um comando específico para África ou direccionar o JHQ para essa área de operações, é o do previsto périplo da força naval permanente da NATO em torno do continente africano, em 2007.


Fonte: http://dn.sapo.pt/2006/11/14/nacional/c ... as_re.html