REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS

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Miguel Silva Machado

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REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« em: Novembro 27, 2011, 01:01:03 pm »
Em 23 de Novembro de 2011 o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, tornou público pela primeira vez o que pensa sobre as Forças Armadas Portuguesas: o que fizeram, o que fazem e para onde devem caminhar. Segundo Passos Coelho urge reformar e modernizar as Forças Armadas.
Como todos os que se interessam e vivem estas temáticas bem sabem, mesmo havendo sempre uma boa explicação para a adopção destas designações (reestruturação; reorganização; transformação; reforma), isso importa bem menos do que a realidade que depois se nos depara no terreno.

http://www.operacional.pt/reformar-e-mo ... s-armadas/
Miguel Silva Machado
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nelson38899

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #1 em: Maio 08, 2012, 09:39:56 pm »
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O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) defendeu hoje uma reestruturação do Estado-Maior General (EMGFA), que deverá passar pela redução de efetivos e fusão de serviços e obriga a uma revisão da lei orgânica.

"Está identificado que no EMGFA se pode fazer melhor e se pode fazer melhor emagrecendo", afirmou o general Luís Araújo, que falava num encontro com jornalistas.
O comandante operacional das Forças Armadas disse, por exemplo, querer transferir as competências do Comando Operacional dos Açores e da Madeira para o Comandante Operacional Conjunto ou reduzir o número de generais na estrutura diretiva do Instituto de Estudos Superiores Militares.
"Não querendo estar a fulanizar dou-vos um exemplo: a Direção-Geral de Política de Defesa (na dependência do Ministério) tem muita coisa que é redundante com a Divisão de Planeamento Estratégico Militar (do EMGFA). Onde começa uma e acaba a outra, isso tem de ser muito bem definido, mas há coisas que podem aí ser racionalizadas, no meu entendimento", defendeu ainda.
Também o Estado-Maior Conjunto, criado com a Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas (LOBOFA) de 2009, "é para acabar".
As mudanças apontadas pelo CEMGFA vão obrigar a alterações na LOBOFA e na lei orgânica do EMGFA.
O general adiantou que o efetivo de 660 elementos previsto na (LOBOFA), aprovada em 2009, nunca chegou a estar em funcionamento.
"O projeto de decreto regulamentar que definia os efetivos para esta LOBOFA não está em vigor, é uma proposta e ficou assim", declarou, referindo que o Ministério das Finanças nunca aprovou este documento.
Luís Araújo afirmou que a Assembleia da República "tem mais que fazer do que andar a fazer Leis de Defesa Nacional e leis orgânicas (de valor reforçado e que exigem dois terços dos deputados) todos os anos", mas que é preciso "claramente fazer ajustamentos para tornar as estruturas de comando e controlo mais ágeis, mais magras, mais assertivas quanto ao processo de decisão".
"Não sou arauto de grandes reestruturações que depois não se consubstanciam em nada, eu gosto muito das chamadas reformas gradualistas, em que nós temos uma visão e ajustamos as organizações e estruturas à nossa visão", apontou.
dn.pt

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Um general português de uma estrela vai ocupar, em permanência, o cargo de diretor de operações aéreas da NATO existente na base espanhola de Torrejón, revelou hoje o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA).

O general Luís Araújo, que recebeu um grupo de jornalistas, disse que a decisão final sobre a distribuição pelos países aliados dos cargos de oficiais generais na nova estrutura de comandos da NATO foi tomada há poucos dias e garantiu uma representação satisfatória para Portugal.
No caso do centro de operações aéreas combinadas (CAOC) de Torrejón, a atribuição permanente daquele cargo a Portugal acabou por funcionar como "um bónus", referiu o CEMGFA.
Isso resulta - ao contrário do que sucede nestes casos - de esse lugar de oficial general não implicar a correspondente colocação de mais duas dezenas de militares (pagos pelo país de origem, à razão de 100 mil euros anuais cada um) na estrutura de comandos da Aliança.
Portugal garantiu ainda três outros "postos de bandeira" na estrutura operacional aliada, embora em rotação com outros países: um general de duas estrelas como representante do supremo comandante operacional da Aliança (SACEUR) no Comité Militar (Bruxelas, em rotação com a Holanda); uma estrela para adjunto do chefe do Estado-Maior para o Planeamento em Norfolk (EUA, a rodar com o Canadá); uma estrela para comandante do Centro Conjunto de Análise e Lições Aprendidas (Lisboa, a rodar com a Roménia).
Nestes três casos, que implicam a colocação de mais "60 a 70" militares portugueses em cargos NATO, Portugal é o primeiro a assumir o posto de representante do SACEUR no Comité Militar, enquanto nos outros dois serão o Canadá e a Roménia.
Globalmente, Portugal vai ter apenas duas estrelas no conjunto dos "postos de bandeira" na estrutura militar da NATO, contra as atuais 2,5. Essa redução ocorreu também com os restantes países da Aliança e resulta da redução do número de comandos e de postos.

dn.pt
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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nelson38899

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #2 em: Maio 18, 2012, 09:16:49 am »
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O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, a criação do pólo de Lisboa do Hospital das Forças Armadas (HFA), soube o DN.

A decisão, há muito esperada, vai permitir que o ministro da Defesa dê posse à comissão instaladora do HFA, que vai ser presidida pelo major-general Silva Graça (Exército), conforme o DN noticiou em janeiro, e depois ao restante pacote da reforma da Saúde Militar, disse fonte oficial.
Segundo as fontes do DN, essa comissão - que funcionará como a primeira direção do HFA - vai integrar também o major-general Eduardo Santana (Força Aérea), o capitão-de-mar-e-guerra Jesus Silva (Marinha) e o tenente-coronel José Vieira (em representação do Estado-Maior General das Forças Armadas), além de um representante do ministério ainda por indicar.
A sua posse ocorrerá depois de o ministro José Pedro Aguiar-Branco regressar das visitas aos EUA (onde participa este fim-de-semana na cimeira da NATO) e ao Brasil (logo a seguir).
O HFA, a instalar no espaço agora ocupado pelo hospital da Força Aérea no Lumiar, decorre da fusão entre os hospitais dos três ramos das Forças Armadas e já tinha sido aprovado pelo Governo anterior - a qual estará concluída 18 meses após a entrada em vigor do diploma agora aprovado.
O atual Executivo aprovou a instalação do HFA no Lumiar, tendo como missão prestar cuidados de saúde diferenciados aos militares das Forças Armadas e à família militar, assim como aos deficientes militares.

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miguelbud

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3 em: Fevereiro 12, 2013, 11:05:45 am »
Há falta de melhor tópico, coloco aqui este link do programa Olhos nos Olhos de ontem á noite com o Dr. Medina Carreira e o General Loureiro dos Santos onde se abordou este tema.

http://www.tvi.iol.pt/videos/13804357
 

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jurista

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #4 em: Fevereiro 12, 2013, 12:49:17 pm »
Uma excelente troca de opiniões, que na minha opinião mostra a leviandade com que são tratadas as forças armadas. Deve-se cortar onde seja possível? Sim, quanto mais não seja por uma questão simbólica. Agora, um corte cego, não estudado e completamente a direito, que pode comprometer ainda mais a capacidade das FA's e ainda para mais não ter impacto nenhum que se veja a nível de redução de custos nacional é, o mínimo, irresponsável!
 

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Camuflage

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #5 em: Fevereiro 12, 2013, 01:21:23 pm »
Então com 190 Generais em Portugal, aparece sempre o mesmo tipo nos media? Quem é ele afinal? Porque não chamam antes o Ramalho Eanes?
Vi por 10 min o excerto aqui deixado e fiquei a saber o mesmo sobre as forças armadas... o homem fala fala e não explica rigorosamente nada, é só retórica. Até o Nuno Rogeiro é faria melhor.
 

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jurista

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #6 em: Fevereiro 12, 2013, 02:32:43 pm »
Citação de: "Camuflage"
Então com 190 Generais em Portugal, aparece sempre o mesmo tipo nos media? Quem é ele afinal? Porque não chamam antes o Ramalho Eanes?
Vi por 10 min o excerto aqui deixado e fiquei a saber o mesmo sobre as forças armadas... o homem fala fala e não explica rigorosamente nada, é só retórica. Até o Nuno Rogeiro é faria melhor.

Várias coisas: talvez por apenas teres visto os primeiro dez é que achaste isso, porque de resto ele foi claro a explicar. Também é fácil perceber porque não chamam o Ramalho Eanes: 1) por muito valor que tenha (e tem e teve) chegou a general e CEME do exército por graduação, pois era tenente-coronel. 2) foi Presidente da República e portanto em muita coisa adquiriu uma visão não-militar ou política sobre a situação, e a ideia aqui era ter uma visão estritamente militar, penso eu
 

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miguelbud

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #7 em: Fevereiro 12, 2013, 04:09:12 pm »
Citação de: "Camuflage"
Então com 190 Generais em Portugal, aparece sempre o mesmo tipo nos media? Quem é ele afinal? Porque não chamam antes o Ramalho Eanes?
Vi por 10 min o excerto aqui deixado e fiquei a saber o mesmo sobre as forças armadas... o homem fala fala e não explica rigorosamente nada, é só retórica. Até o Nuno Rogeiro é faria melhor.

Nao sao 10 minutos, passados 10 minutos dá publicidade, mas depois continua até ao minuto 56. Até aos 10 minutos a jornalista está constantemente a interrompe-lo, mas depois acalma-se.
 

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Camuflage

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #8 em: Fevereiro 12, 2013, 08:39:59 pm »
Citação de: "jurista"
Várias coisas: talvez por apenas teres visto os primeiro dez é que achaste isso, porque de resto ele foi claro a explicar. Também é fácil perceber porque não chamam o Ramalho Eanes: 1) por muito valor que tenha (e tem e teve) chegou a general e CEME do exército por graduação, pois era tenente-coronel. 2) foi Presidente da República e portanto em muita coisa adquiriu uma visão não-militar ou política sobre a situação, e a ideia aqui era ter uma visão estritamente militar, penso eu

Ainda mais motivos para ser o Ramalho Eanes o convidado, ao menos tem as duas visões. E se virmos o currículo de ambos, o Loureiro dos Santos é um "académico" e nada mais que isso.

Para que servem as forças armadas? Não foi respondido sequer. O homem falou nas primaveras árabes, na guerra do Mali, da Nato, mas não responde ao essencial, não consegue sintetizar e a resposta é sempre "soberania" como se o país estivesse rodeado de maluquinhos bombistas e precisasse de andar sempre assegurar-se se tem o fecho das calças fechado ou não. Não evidencia qualquer ameaça iminente ou prioritária limita-se atirar coisas para o ar. Critica fortemente o governo por cortar, não é capaz de auto-critica ou seja de criticar quintais, luxos e excessos. Tem sonhos molhados com as missões externas e aquisição de equipamentos, não menciona uma única vez a possibilidade e o uso que ocorre das forças armadas no auxilio da população. E volta a trazer a velha história dos helis para o exército "é o único país cujo exército não tem helicópteros", e corvetas, o exército também não quererá?

Sinceramente deve haver alguém bem melhor que esta pessoa para falar sobre a causa militar, porque no fundo é o que ele vai defender, está-se cagando para os contribuintes e para os portugueses não-militares. Falou falou e bem esprimido não disse quase nada, não culpem a jornalista, ela estava a tentar fazer com que ele fosse objectivo e não se desviasse do assunto como o fez.

Não sei onde ele foi buscar os números de gastos do PIB de 2011, mas os que vi são diferentes e há países na UE a gastar "menos":

País - PIB
Portugal - 2.0%
Dinamarca - 1.5%
Finlândia - 1.5%
Áustria - 0.9%
Bélgica - 1.1%
Bulgária - 1.1%

fonte: http://data.worldbank.org/indicator/MS.MIL.XPND.GD.ZS

A questão é que a % do PIB é relativa, se eu tenho 100€ e o General tem 1000€, 10% dos meu valor significa 10€, já no caso do general significa 100€... portanto falar em valores percentuais do PIB é no mínimo tentar atirar areia para os olhos das pessoas!
 

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miguelbud

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #9 em: Fevereiro 12, 2013, 10:15:03 pm »
Caro Camuflage,

Nao querendo colocar a sua opiniao em questao, até porque terá muito mais conhecimento sobre a matéria do que eu, parece-me que nao está a ter em conta  um ponto muito importante que é o facto de este ser um programa para leigos.
Confesso que gostei do programa e tendo em conta o conhecimento que a populaçao portuguesa tem das FA, acho que o sr. general focou pontos importantes:
-   A situaçao política do Mali como potencial ameaça á Europa, tendo em conta que se poderá tornar num santuário para terroristas;
-   O prestígio que as nossas FA tem no Afganistao;
-   A situaçao dos deficientes das FA;
-   A forma como os cortes nos orçamento devem ser feitos;
-   O regresso do SMO
-   O facto do investimento/ modernizaçao em equipamentos nas FA permitir serem amortizados ao longo dos anos através da reduçao de pessoal para os operar.
Enfim houve várias coisas que foram ditas , que a populaçao em geral nao sabe e devia saber (para mim muito pouco de novo porque frequento o Forum Defesa  :D ).

Em relaçao a criticar os quintais, isso devia ter sido a jornalista a puxar o assunto e espreme-lo, é para isso que é jornalista. Mas esta senhora nao tem perfil para conduzir um programa como estes, pois está sempre a interromper os convidados interrompendo-lhes o raciocínio.  Sou seguidor do programa e essas interrupçoes sao constantes.

Por último, em relaçao á % do PIB que é alocado ás FA. Apesar de ser relativo, pois 1% do PIB holandes em termos absolutos é mais do dobro do que 2% do PIB portugues, é o  melhor indicador possível e nao há maneira mais honesta de o fazer.

Cumpts
 

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PereiraMarques

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #10 em: Fevereiro 12, 2013, 10:25:19 pm »
A % do PIB português gasto na Defesa, incluí items tais como: Polícia Marítima, Busca e Salvamento, vencimentos dos militares a exercerem actividades fora das Forças Armadas e das estruturas da Defesa Nacional, entre outros. Items que em alguns países não estão incluídos na rubrica da Defesa Nacional, mas sim noutras rubricas ou apenas parcialmente na Defesa Nacional. No "bolo total" poderão significar apenas 0,1% ou 0,2% mas sempre representam qualquer coisa.
 

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mafets

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #11 em: Fevereiro 12, 2013, 10:42:10 pm »
Pessoalmente sou da opinião que o Loureiro dos Santos está coberto de razão. Em outras temáticas faltou-lhe objectividade mas no geral agora disse o que tinha a dizer, enquadrando em situações actuais, futuras e principalmente a propósito de um governo que quer cortar para poupar mas só a titulo de exemplo aumentou em 126 milhões o orçamento do Parlamento para 2013 e reduziu nos 330 milhões de euros anuais para as fundações uns miseráveis 80 milhões. Corte-se primeiro nas "gorduras do estado"  e nos politicos que só em deputados temos mais que por exemplo a Austrália. Mostrem resultados concretos da politica de austeridade, que resultem num crescimento económico, num nivel de desemprego aceitavel (e não nos 16,5% actuais) na melhoria de vida da população e não apenas na descida do deficit (o qual desceu é certo mas subiu o valor da divida externa e do valor total dos juros)  e depois aí, sim senhor falemos do resto.

Aliás foi o proprio Ramalho Eanes que disse e muito bem (possivelmente depois de ver as fotografias da miséria grega fomentada pelos seus politicos e pela troika) " A mim podem-me cortar mais mas mostrem-me resultados".  

No jornalismo português conto pelo menos umas 3 vezes em uma decada uma noticia deste genero "caiu um helicóptero super cobra morreram 14 tripulantes". Cobras e Apaches levam 2 tripulantes, Black Hawks e Huyes é que levam tripulação mais soldados. Portanto só por aqui está tudo dito... :mrgreen:  

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
 por PereiraMarques » Terça 12 Fev, 2013 10:25 pm

A % do PIB português gasto na Defesa, incluí items tais como: Polícia Marítima, Busca e Salvamento, vencimentos dos militares a exercerem actividades fora das Forças Armadas e das estruturas da Defesa Nacional, entre outros. Items que em alguns países não estão incluídos na rubrica da Defesa Nacional, mas sim noutras rubricas ou apenas parcialmente na Defesa Nacional. No "bolo total" poderão significar apenas 0,1% ou 0,2% mas sempre representam qualquer coisa.


E ainda acrescento. Na Italia, a classe de LPD San. Giorgio composta por 3 navios tem o San Marcos totalmente pago pelo Minsistério do Interior e portanto é da protecção civil. Apesar de ser operado pela Marinha Italiana tem maiores instalações médicas e hospitalares para apoio à população em caso de catástrofes. POr cá reduz-se efectivos, meios, mas aumenta-se a responsabilidade das FA.  

Mas como acima referi, estas linhas são apenas uma opinião pessoal. Nada mais do que isso.

Cumprimentos
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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Camuflage

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #12 em: Fevereiro 12, 2013, 10:54:30 pm »
Citação de: "miguelbud"
Caro Camuflage,

Nao querendo colocar a sua opiniao em questao, até porque terá muito mais conhecimento sobre a matéria do que eu, parece-me que nao está a ter em conta  um ponto muito importante que é o facto de este ser um programa para leigos.
Confesso que gostei do programa e tendo em conta o conhecimento que a populaçao portuguesa tem das FA, acho que o sr. general focou pontos importantes:
-   A situaçao política do Mali como potencial ameaça á Europa, tendo em conta que se poderá tornar num santuário para terroristas;
-   O prestígio que as nossas FA tem no Afganistao;
-   A situaçao dos deficientes das FA;
-   A forma como os cortes nos orçamento devem ser feitos;
-   O regresso do SMO
-   O facto do investimento/ modernizaçao em equipamentos nas FA permitir serem amortizados ao longo dos anos através da reduçao de pessoal para os operar.
Enfim houve várias coisas que foram ditas , que a populaçao em geral nao sabe e devia saber (para mim muito pouco de novo porque frequento o Forum Defesa  :D ).

Em relaçao a criticar os quintais, isso devia ter sido a jornalista a puxar o assunto e espreme-lo, é para isso que é jornalista. Mas esta senhora nao tem perfil para conduzir um programa como estes, pois está sempre a interromper os convidados interrompendo-lhes o raciocínio.  Sou seguidor do programa e essas interrupçoes sao constantes.

Por último, em relaçao á % do PIB que é alocado ás FA. Apesar de ser relativo, pois 1% do PIB holandes em termos absolutos é mais do dobro do que 2% do PIB portugues, é o  melhor indicador possível e nao há maneira mais honesta de o fazer.

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A questão é mesmo essa, era um programa para leigos! Portanto devia procurar vender o seu peixe de forma adequada e não andar ali dispersado por questões alheias ao melhor interesse do povo. Sejamos francos a lenga lenga do "defender a soberania" é igual a 0, o país mesmo sem forças armadas tem a sua soberania garantida nos dias de hoje. Falar no Mali, Al qaeda, terrorismo e conflitos alheios a Portugal ou externos, são indiferentes à população portuguesa, por muita importância que possam ter do ponto de vista militar. O Medina disse algo importante e passou ao lado pelos vistos: "se houvesse um referendo sobre as forças armadas não tenho dúvidas que a população votaria contra, pois para ela a policia é bem mais importante" e isto representa a realidade e o peso que as forças armadas têm junto da população. Salvo unidades da FAP (busca e salvamento) e da Marinha, o resto é paisagem, não há marketing, não procuram ser mais interventivos e só se ouve falar nas suas excelências através destes comentaristas ou quando as coisas correm mal (roubo das armas, a rapariga que morreu no dia de defesa nacional etc). E suas excelências por sua vez ficam sentinhos a fazer birra e a chorar "a culpa é dos políticos", e nunca dão a cara por nada. Se nem o povo conseguem convencer sobre a sua importância, usando uma linguagem adequada aos interesses do povo, como esperam que não haja descrença e desconfiança sobre a elite militar portuguesa?

Os militares têm que aprender a dar mais valor ao contribuinte, compreender e ajustar-se às necessidades de quem os paga e não achar que o $ deve ser usado a seu belo prazo para manter uma estrutura arcaica e desadequada aos tempos modernos e à economia do país.

Cortar nas gorduras? 190 Generais não serão gorduras? Como anda o quadro de oficiais? Não terá gente a mais? E não haverá serviços que podiam ser alvo de fusão? Os oficiais não recebem salário a mais na nossa realidade? E cortar nas regalias dos oficiais de topo? São mesmo precisos tantos chefes de estado?
Pois é o problema é mesmo esse, olha-se demasiado para o quintal do vizinho... quando o sr general for capaz de apontar onde se pode cortar nas forças armadas, mas com coragem, sem medo de magoar egos dos seus amigos, então estarei de ouvidos e olhos bem abertos.
 

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LuisC

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #13 em: Fevereiro 12, 2013, 11:09:15 pm »
Citação de: "Camuflage"

Não sei onde ele foi buscar os números de gastos do PIB de 2011, mas os que vi são diferentes e há países na UE a gastar "menos":

País - PIB
Portugal - 2.0%
Dinamarca - 1.5%
Finlândia - 1.5%
Áustria - 0.9%
Bélgica - 1.1%
Bulgária - 1.1%

fonte: http://data.worldbank.org/indicator/MS.MIL.XPND.GD.ZS


Parece-me que para 2013 a percentagem do PIB ficará nos 1.33%.



Quanto ao General Loureiro dos Santos, concordo, o homem não diz rigorosamente nada e parece-me a mim que por manifesta falta de conhecimentos…basta reparar na atrapalhação relativa ao número de efetivos das Forças Armadas (Min. 5.40).

Ainda não me esqueci da posição assumida pelo dito general aquando da compra dos submarinos e da formação da segunda esquadra de F-16s…tudo o que não fossem compras para o Exército o homem era contra.

Continua-se a dizer que o Exército Português é o único exército da NATO que não opera helicópteros, o que não é verdade…exércitos como os da Dinamarca, Holanda ou Noruega também não operam helicópteros, entre outros…  

Quanto mim tinham por exemplo um convidado muito melhor preparado para este programa…o ex-CEME General Pinto Ramalho.
 

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mafets

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #14 em: Fevereiro 13, 2013, 12:23:00 am »
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Cortar nas gorduras? 190 Generais não serão gorduras? Como anda o quadro de oficiais? Não terá gente a mais? E não haverá serviços que podiam ser alvo de fusão? Os oficiais não recebem salário a mais na nossa realidade? E cortar nas regalias dos oficiais de topo? São mesmo precisos tantos chefes de estado?
Pois é o problema é mesmo esse, olha-se demasiado para o quintal do vizinho... quando o sr general for capaz de apontar onde se pode cortar nas forças armadas, mas com coragem, sem medo de magoar egos dos seus amigos, então estarei de ouvidos e olhos bem abertos.

Bem,

Em 1999 num trabalho "academico" sobre a temática, a piramide estava de facto invertida. Havia mais oficiais que sargentos e praças. Outra realidade que se verificava era que larga percentagem da população inquerida desconhecia a maioria das missões de utilidade pública e humanitárias que as F.A. faziam, embora reconhecesse por maioria que as Forças Armadas deviam continuar (a percentagem quase duplicava quando conheciam as missões de utilidade publica das F.A.). Agora, isto eram dados de 1998 e sinceramente não sei como está a situação actual pois à mais de uma decada que não olho estatisticamante para esta temática ( e entretanto ainda houve pelo meio o fim do SMO). O Instituto de Defesa Nacional e as FA não publicaram na altura o trabalho, paciência. Duvido também que alguem tenha actualizado os dados pois por norma os trabalhos nesta area são mais dirigidos do que propriamente objectivos  

Desconheço as funções de 190 generais da mesma forma que desconheço o que fazem 190 parlamentares. Agora se falamos de gastos 190 generais gastam menos que 190 deputados.Tendencialmente olha-se para os ordenados mas ajudas de custo são o verdadeiro problema. Quantos institutos, observatórios, fundações, passiveis de fusões e restruturações existem?  Para que tantos politicos, acessores, conselheiros?  Cortamos primeiro nas regalias dos politicos, depois vamos ao resto. Se é preciso cortar 4 mil milhões começa-se a cortar onde se gasta mais e não onde é mais facil nomeadamente aos militares que pouco mais podem fazer que "embirrarem" e aos contribuintes que são obrigados a "amocharem".

Portugal sempre teve um problema de quintais.  E é verdade que ainda o tem. Agora, se é por esta razão que o General Loureiro dos Santos não diz preto no branco o que cortar nas F.A, se é por desconhecimento ou impreparação, desconheço. Sejam as calinadas do passado a "turvar" a opinião do Sr. General e portanto a semear a descordia sobre os pontos de vista que defende, ou os compadrios e panelinhas , não sei. Mas neste caso comparo-o ao do Relvas sobre a RTP; Independente do politico que é e do "curso" que tirou concordo que à que acabar com a balburdia e gastos do tal "serviço publico" que eu não tenho de pagar.

Portanto é tudo uma questão de opinião. Na minha cortava-se primeiro nos politicos e depois no resto. Mas vivemos em democracia e como tal respeito quem tem opinião contrária.  

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