Combate a fogos pela F.A.P.

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Charlie Jaguar

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #645 em: Outubro 24, 2017, 11:55:42 am »
Directa e indirectamente relacionado com este tópico, mas a novela do novo helicóptero ligeiro dá vontade de rir como é costume. Vê-se países como a Roménia a comprar AH-1Z Viper, Eslováquia UH-60M, agora a República Checa também vai adquirir o UH-1Z Venom, e nós aqui 5 míseros helis monomotores e de pequeno porte para substituir um cinquentão que teve quase 150 exemplares ao serviço da FAP. ::)

Esta mudança de atitude do Governo deixando a Força Aérea a cargo da gestão e operação dos meios aéreos é obviamente positivo, mas boa parte do ramo fala à boca grande que se for para manter tudo como está, sem quaisquer alterações, isso não passará senão de um presente envenenado.
« Última modificação: Outubro 24, 2017, 12:01:03 pm por Charlie Jaguar »
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #646 em: Outubro 24, 2017, 12:25:45 pm »
Directa e indirectamente relacionado com este tópico, mas a novela do novo helicóptero ligeiro dá vontade de rir como é costume. Vê-se países como a Roménia a comprar AH-1Z Viper, Eslováquia UH-60M, agora a República Checa também vai adquirir o UH-1Z Venom, e nós aqui 5 míseros helis monomotores e de pequeno porte para substituir um cinquentão que teve quase 150 exemplares ao serviço da FAP. ::)

Esta mudança de atitude do Governo deixando a Força Aérea a cargo da gestão e operação dos meios aéreos é obviamente positivo, mas boa parte do ramo fala à boca grande que se for para manter tudo como está, sem quaisquer alterações, isso não passará senão de um presente envenenado.

Desculpe a intromissão, mas acho que a FAP deve aceitar logo a proposta e ver como extremamente positivo (se colocar reservas logo de início, será muito mal visto pela população) e depois de aceitar, então sim nessa altura relembram ao Ministro que não têem meios nem recursos humanos para tal e até podem sugerir que uma parte substancial das verbas cedidas à ANPC para o aluguer de viaturas, pode ser canalizado para a FAP, para comprar equipamento adequado! Era o que eu faria! Não tenho dúvidas que a FAP deve aproveitar a oportunidade!

A GNR tem feito o mesmo e é dessa forma que vão tendo novos equipamentos/viaturas, ora através do GIPS, Escola Segura, etc.....
 

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #647 em: Outubro 24, 2017, 12:27:38 pm »
Esta mudança de atitude do Governo deixando a Força Aérea a cargo da gestão e operação dos meios aéreos é obviamente positivo, mas boa parte do ramo fala à boca grande que se for para manter tudo como está, sem quaisquer alterações, isso não passará senão de um presente envenenado.

Também tenho essa opinião, se a FAP não se acautelar vai ficar com uma bela bosta nas mãos, pois vão ficar com meios que não tem grande integração no resto da estrutura da FAP, vão ver os custos aumentados com a manutenção dos mesmos, vão receber certamente promessas de condições disto e daquilo mas muitas delas não vão ser cumpridas e daqui a uns anos (2/3) quando já a coisa estiver passado vão começar a cortar no dinheiro que vão receber agora. Entretanto o ciclo de fogos volta a aumentar (sim os fogos tem um ciclo, pois o que ardeu este ano e o ano passado não voltará a arder nos próximos anos, e como ardeu quase tudo nos próximos anos vai existir menos coisas para arder) e a FAP é que vai ficar manchada por nessa altura não haver meios em condições.
 

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #648 em: Outubro 24, 2017, 12:36:13 pm »
Esta mudança de atitude do Governo deixando a Força Aérea a cargo da gestão e operação dos meios aéreos é obviamente positivo, mas boa parte do ramo fala à boca grande que se for para manter tudo como está, sem quaisquer alterações, isso não passará senão de um presente envenenado.

Também tenho essa opinião, se a FAP não se acautelar vai ficar com uma bela bosta nas mãos, pois vão ficar com meios que não tem grande integração no resto da estrutura da FAP, vão ver os custos aumentados com a manutenção dos mesmos, vão receber certamente promessas de condições disto e daquilo mas muitas delas não vão ser cumpridas e daqui a uns anos (2/3) quando já a coisa estiver passado vão começar a cortar no dinheiro que vão receber agora. Entretanto o ciclo de fogos volta a aumentar (sim os fogos tem um ciclo, pois o que ardeu este ano e o ano passado não voltará a arder nos próximos anos, e como ardeu quase tudo nos próximos anos vai existir menos coisas para arder) e a FAP é que vai ficar manchada por nessa altura não haver meios em condições.

Faz muito mal se vir apenas como um fardo! Deve ver como uma oportunidade de pedir mais meios humanos e materiais! Não tenha a menor dúvida de que a população vai ver com maus olhos. Devem fazer como o primeiro Presidente americano, George Washington, primeiro aceitou o cargo para liderar o exército sem salário, apenas teriam de pagas as despesas dele, depois apresentou a conta milionária no fim :)

A FAP deve aproveitar esta oportunidade, sem dúvida nenhuma!
 

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #649 em: Outubro 24, 2017, 12:54:47 pm »
Esta mudança de atitude do Governo deixando a Força Aérea a cargo da gestão e operação dos meios aéreos é obviamente positivo, mas boa parte do ramo fala à boca grande que se for para manter tudo como está, sem quaisquer alterações, isso não passará senão de um presente envenenado.

Também tenho essa opinião, se a FAP não se acautelar vai ficar com uma bela bosta nas mãos, pois vão ficar com meios que não tem grande integração no resto da estrutura da FAP, vão ver os custos aumentados com a manutenção dos mesmos, vão receber certamente promessas de condições disto e daquilo mas muitas delas não vão ser cumpridas e daqui a uns anos (2/3) quando já a coisa estiver passado vão começar a cortar no dinheiro que vão receber agora. Entretanto o ciclo de fogos volta a aumentar (sim os fogos tem um ciclo, pois o que ardeu este ano e o ano passado não voltará a arder nos próximos anos, e como ardeu quase tudo nos próximos anos vai existir menos coisas para arder) e a FAP é que vai ficar manchada por nessa altura não haver meios em condições.

Faz muito mal se vir apenas como um fardo! Deve ver como uma oportunidade de pedir mais meios humanos e materiais! Não tenha a menor dúvida de que a população vai ver com maus olhos. Devem fazer como o primeiro Presidente americano, George Washington, primeiro aceitou o cargo para liderar o exército sem salário, apenas teriam de pagas as despesas dele, depois apresentou a conta milionária no fim :)

A FAP deve aproveitar esta oportunidade, sem dúvida nenhuma!

É claro que a FAP vai aceitar, se é que não aceitou já. Além disso, sendo uma decisão governamental, cabe obviamente à Força Aérea acatar e obedecer.

O que eu me quis referir, e que anda a ser falado em muitos sectores dentro da FAP, é aquilo que por exemplo foi dito ontem pela AOFA: que se as coisas somente se resumirem à passagem da gestão e operação de meios aéreos, literalmente atirar a batata quente para as mãos da FAP quanto à responsabilidade pelas aeronaves de combate a incêndios, sem acautelar tudo o que isso implica e que é sobejamente conhecido (mais verbas, mais efectivos, mais treino, mais aeronaves, etc), então sim, tratar-se-á de um presente envenenado.

Mas como ontem ainda referi, a decisão do Governo, embora acertada, foi apressada e ainda pouco clara, e portanto nos próximos tempos saberemos mais quanto à verdadeira dimensão da actuação da Força Aérea no combate aos fogos florestais a partir de 2018.
Saudações Aeronáuticas,
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #650 em: Outubro 24, 2017, 01:22:01 pm »
Interessante. http://www.passarodeferro.com/2017/10/canadair-existem-e-estao-para-durar.html
Citar
Acerca dos meios aéreos de combate aos incêndios (e da sua falta) muito se tem escrito e falado nos últimos anos. Mais ainda nos últimos meses, pelas catástrofes que assolaram Portugal e que colocaram a nu as carências de organização e meios existentes no nosso país.

Entre os argumentos para não adquirir aviões anfíbios pesados tipo "Canadair"por parte do Estado, para operação pela Força Aérea Portuguesa, acabaram por difundir-se vários mitos, que por entre toda a contra-informação e falta de informação credível, são repetidos tanto de boca em boca, como nas redes sociais e até meios de comunicação social, como sendo verdades absolutas.  Um deles, tem a ver com a disponibilidade de aviões de anfíbios de combate a incêndios  "Canadair" para aquisição, "porque já não se fabricam".

Em rigor, os Canadair já não se fabricam como tal desde 1986, quando a empresa Canadair foi adquirida pela Bombardier. No entanto, esta última além de fabricar o modelo CL-215 até 1990 e manter depois disso o apoio logístico aos modelos mais antigos, introduziu novos modelos (CL-415 e sub-variantes), que fabricou até 2015.
Em 2016, o programa de aviões anfíbios da Bombardier (incluindo CL-415 e os seus antecessores CL-215, todos vulgarmente designados Canadair), foi adquirido pela Viking Air empresa que detém actualmente os direitos de fabrico e prestação de serviços dos modelos, conforme se pode ler no seu sítio na internet.
A produção de qualquer dos modelos está actualmente interrompida, existindo contudo unidades em segunda mão disponíveis no mercado.

Foi difundida mais recentemente ainda a notícia de que a produção só seria reiniciada, com uma encomenda substancial de 25 a 30 aviões.
Para esclarecer este e outros assuntos acerca do tema, transcrevemos a entrevista de Christian Bergeron, Director de Vendas da Viking Air, a 19 de Outubro de 2017 na Conferencia de meios de Busca e Lavamento em Nimes, França:

"Estamos a falar com os nossos clientes, para ver as perspectivas a médio e longo prazo para os aviões [CL-415/215]. Sabemos que existe uma necessidade a curto e médio prazo e interesse a longo prazo.
Perguntaram-nos se vamos reiniciar a produção. Contudo, devido ao tempo normal que demora o início de produção, algumas das necessidades a curto prazo não puderam ser colmatadas. Além disso, está para sair alguma regulamentação de navegação e alguns componentes antigos que terão que ser substituídos nas frotas actuais. Por essa razão anunciámos recentemente aos nossos clientes o novo modelo CL-415EAF (Enhanced Aerial Firefighting).

"O 415AEF servirá dois objectivos estratégicos: primeiro suprimir a necessidade a curto prazo de actuais e novos clientes, quer queiram expandir a frota ou como novos clientes. Em segundo lugar, refazer os aviónicos, com  que iremos fornecer aviões novos, se decidirmos reiniciar a produção do 415, ao qual chamaremos CL-515. Ainda não foi tomada uma decisão, mas estamos a realizar um estudo de negócio e uma decisão será tomada em meados de 2018.

"O CL-415AEF é um programa oficial. Estamos a propô-lo a todos os nossos clientes. Adquirirmos onze células CL-215 da série 5 [últimos fabricados nos anos 80] e revimos cuidadosamente o historial de cada uma delas. Até ao momento temos reservas em relação a três delas. Temos uma base forte constituída, dado que já há 25 CL-215T [CL-215 remotorizados com motores turbo-hélice) em operação. Estamos a apontar as entregas para 2020 a 2023 e antecipamos que seja aproximadamente o mesmo horizonte temporal para a entrega do CL-515, se formos avante com ele. O CL415EAF manterá o sistema de portas duplas e capacidade de água do 215T.

"Iremos fazer duas coisas: Primeiro converter os 215 existentes em 215T- remotorizá-los, realizar reforços [estruturais], no sistema de distribuição eléctrica e sistema electrónico de combustível. Depois, será modernizado com um novo sistema de aviónicos já existente. Ainda não foi tomada uma decisão, mas iremos contemplar  as novas regulamentações de navegação preparadas para 2020, além de permitir evolução para funcionalidades futuras."

Em resumo: irá avançar imediatamente a modernização dos CL-215 do mercado de usados - denominada CL-415EAF - que servirá de base ao novo modelo CL-515 construído de raiz, caso haja mercado suficiente para iniciar a produção.

Citar
Anfíbio pesado de combate a incêndios Bombardier CL-415 vulgo "Canadair"

Saudações
 
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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Charlie Jaguar

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #651 em: Outubro 24, 2017, 04:28:48 pm »
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Força Aérea vai ajudar a combater os fogos, mas ninguém sabe como
23/10/2017, 20:59
Pedro Rainho - prainho@observador.pt

A mudança foi anunciada no último sábado pelo primeiro-ministro mas a Defesa diz que modelo ainda está a ser "estudado". No governo, admite-se que novas competências obriguem a reforçar meios.

O primeiro-ministro fez o anúncio. A seguir, instalaram-se as dúvidas. Com o ministro da Defesa ao lado, António Costa disse este sábado que a Força Aérea “ficará com a gestão e operação dos meios aéreos de combate aos incêndios florestais”, que vai gerir os “meios do próprio Estado” e que ainda fará a “gestão dos contratos de meios aéreos de combate aos incêndios”. Mas, na prática, como é que a Força Aérea — ainda sem meios próprios para o combate a incêndios florestais — se vai integrar na estrutura da Proteção Civil de combate aos fogos? “Estamos a definir quais as formas de implementação dessas decisões”, diz fonte da Defesa ao Observador. As respostas do lado da Força Aérea não são diferentes. “Tudo tem de ser estudado e pensado”, admite fonte do ramo.

Do lado do ministério da Defesa e da Força Aérea admitem-se contactos prévios que possibilitaram o anúncio do último fim-de-semana. Mas esses contactos ainda não passaram da fase exploratória. O ministro da Defesa vem defendendo, desde que assumiu funções, que as Forças Armadas devem ter maior intervenção no combate aos fogos florestais. Do lado da Força Aérea, há disponibilidade, mas faltam recursos humanos e materiais.

A Proteção Civil tem atualmente uma dezena de meios aéreos ao seu dispor, dos quais três são helicópteros pesados Kamov e os restantes helicópteros ligeiros. Admitindo que esses meios passam para a mão da Força Aérea, surge de imediato o problema da preparação técnica. “Não há pessoal para operar e manter” estes aparelhos, se estiveram no raio de gestão da Força Aérea, diz fonte do ramo. Para que isso se torne possível, “é preciso tempo”.

Depois, há a questão dos meios, levantada por António Costa no final da reunião de Conselho de Ministros. Uma novidade nesta área devem ser o concurso para a compra de cinco novos helicópteros ligeiros, mas também a possibilidade de compra de até meia dúzia de aviões KC-390 — para substituir os aviões de transporte Hércules C-130. Este novos equipamentos devem dotar a Força Aérea de mais meios de combate aos incêndios. E o reforço de meios poderá não ficar por aí. O Observador apurou que há disponibilidade política para avançar com a compra de “novos meios” de combate a incêndios, isto é, admite-se no Governo que o número de aeronaves a adquirir pelo Estado português possa subir, em função das decisões tomadas durante as 11 horas de reunião do Concelho de Ministros extraordinário deste sábado. “Novas missões implicam mais meios”, sublinha fonte da Força Aérea ao Observador.

Agora falta definir tudo o resto. A mesma fonte do ramo admite que já houve “contactos” entre a chefia e a tutela. Mas ainda não se sabe “como as medidas anunciadas vão ser operacionalizadas”. Certo, para já, é que a Força Aérea está a operar no limite e que não há militares suficientes (nem preparados) nas fileiras para absorver a operação dos Kamov — se é que é esse o plano que resulta das palavras do primeiro-ministro, quando referiu que a Força Aérea vai gerir os “meios do próprio Estado”.

Ao Observador, o presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas, tenente-coronel António Mota, questiona-se sobre o sentido de colocar essa responsabilidade nos ombros de militares. “Se o conceito de gestão do primeiro-ministro é que a Força Aérea receba os meios e que esses meios continuem a ser operados por pilotos de fora, isso é completamente disparatado”, diz o responsável. Por outro lado, se a ideia de atribuir passa por Força Aérea a gestão dos contratos com privados, passando a “batata quente” do ministério para aquele ramo, António Mota mostra-se cético: “Não vejo os militares vocacionados para gerir contratos privados”, diz.

Uma das soluções admitidas no ramo, apenas como hipótese de discussão, é que aconteça no combate a incêndios aquilo que Portugal já faz na NATO, enquanto membro da aliança atlântica: uma transfer of authority (transferência de autoridade), em que os meios existentes são transferidos para o comando tático (a cargo da Proteção Civil) e que emanem da estrutura de comando daquele organismo as ordens que os pilotos da Força Aérea vão executar.

Ninguém sabe ainda se o caminho pode ser esse. Mas, a ser, a solução não levanta objeções a António Mota. “A coordenação no terreno há de ser feita por bombeiros ou pela Proteção Civil, e a Força Aérea operará os meios que tiver que operar debaixo das orientações de quem está no terreno”, diz o dirigente da AOFA. Na melhor das hipóteses, as várias partes com interesse na matéria — ministério da Defesa, ministério da Administração Interna e Força Aérea — têm um ano para tomar decisões, aplicá-las e colher resultados. A esse respeito, António Mota lembra que um piloto precisa de cinco anos para concluir a sua formação básica. A formação específica, contudo, é mais rápida: em quatro, cinco meses um piloto poderá estar preparado para operar um helicóptero ligeiro como aqueles que vão reforçar a frota da Força Aérea. “Temos um ano ou, pelo menos, até maio, junho do próximo ano” para apresentar resultados, antevê o dirigente associativo.

http://observador.pt/2017/10/23/forca-aerea-vai-ajudar-a-combater-os-fogos-mas-ninguem-sabe-como/
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #652 em: Outubro 24, 2017, 08:05:39 pm »
Deem-lhe os meios existentes e a verba de 1 ano de aluguer de meios aéreos.
Este ano ficou em quanto?
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

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« Última modificação: Outubro 25, 2017, 07:19:58 am por tenente »
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #654 em: Outubro 25, 2017, 07:26:53 am »
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #655 em: Outubro 25, 2017, 12:12:02 pm »
Convêm ler !!!

http://www.operacional.pt/meios-aereos-no-combate-a-incendios-florestais/

Excelente peça, pena que se calhar o inquilino de São Bento não a leia.


A coluna de opinião de hoje de Viriato Soromenho Marques no DN coloca o dedo na ferida, e por ser também bastante esclarecedora, decidi partilhar aqui também.

Citar
Um país perdido na guerra do fogo
25 DE OUTUBRO DE 2017 00:00
Viriato Soromenho Marques

Até à data, os registos apontam para 520 000 ha ardidos em 2017. Mais do que no terrível ano de 2003. Mais de metade de toda área ardida na UE ocorreu em Portugal. Ou de outro modo: Portugal deixou arder quase 6% do seu território total (incluindo os arquipélagos atlânticos). Miguel de Unamuno chamava-nos, há um século, um país de suicidas. Hoje aparentamos ser um país de pirómanos. Uma nação que se deixa devorar pelo fogo florestal, que consente ao inferno penetrar dentro da casa de cidadãos indefesos, que permite 110 mortos e muitas centenas de milhões de euros de prejuízo, é um país que perdeu a capacidade de exercer a soberania no seu próprio solo. Escutei muitas vozes a exigirem ao governo um pedido de desculpas, mas um primeiro-ministro com dimensão de estadista começaria por confessar e assumir o peso da vergonha coletiva que cai hoje sobre Portugal. Estamos na triste situação de todos terem pena de nós. No rating da honra, o país, incapaz de se autogovernar, caiu no lixo mais profundo.

No início do mês, o governo cumpriu o calendário, como se não tivesse havido Pedrógão, como se o IPMA não nos tivesse alertado para o outubro ardente que aí vinha, como se os megaincêndios de 5.ª geração, causados pelas alterações climáticas, fossem uma ficção de académicos. Encerrou 236 postos de vigia e dispensou 30 dos 48 meios aéreos. Por isso, em 15 de outubro houve um governo ruidoso, mas faltou um Estado protetor enquanto populações abandonadas defendiam desesperadamente vidas e bens. O governo não aprendeu nada em junho. Mas a oposição também não parece recordar-se de que a transformação do território rural numa ameaça mortal para quem lá habita tem sido o resultado da perversa e longa convergência entre os três principais partidos e respetivos governos.

As recentes medidas anunciadas pelo executivo são positivas, mas só entusiasmam quem esqueceu que, praticamente, as mesmas propostas foram recusadas em 2005 por um governo em que António Costa era MAI. Uma política florestal séria e integrada não se inventa num fim de semana. Tem de projetar-se numa estratégia de pelo menos dez anos, legitimada e controlada no e pelo Parlamento, jurada pelos partidos, para fazer recuar mais de 40 anos que transformaram as florestas num paiol de monoculturas desordenadas, onde o despovoamento provoca desertificação ecológica, e esta acentua o despovoamento. Para vencer a guerra do fogo, Portugal teria de nacionalizar a sua política florestal, tanto no ordenamento como no combate. Teria de asfixiar, e não remendar, os negócios do fogo, que levaram a ruinosas parcerias público-privadas como o SIRESP, ou a recrutar meios aéreos em empresas que a justiça de Madrid está a julgar por fraude. Teria de reconstruir o Estado que se demitiu da floresta, humilhando e aniquilando as competências instaladas, como se provou na destruição do Pinhal de Leiria. Teria de envolver operacionalmente as Forças Armadas, com meios próprios, como o fez a Espanha. Se quisermos vencer a guerra do fogo, teremos de decretar por tempo indeterminado um estado de emergência florestal - vencendo a chantagem de um cadastro sempre adiado - que permita reordenar e proteger a floresta no quadro de uma economia rural revitalizada, com o envolvimento da população e das empresas residentes, 365 dias por ano. Teria de financiar uma floresta de uso múltiplo, curada da neoplasia do eucalipto. A guerra do fogo será lenta e dolorosa, pois é uma guerra civil entre o melhor e o pior de nós próprios. Estamos apenas no princípio.

https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/viriato-soromenho-marques/interior/um-pais-perdido-na-guerra-do-fogo-8869689.html



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« Responder #656 em: Outubro 25, 2017, 12:48:52 pm »
Deem-lhe os meios existentes e a verba de 1 ano de aluguer de meios aéreos.
Este ano ficou em quanto?

Pelo orçamento de 2017 da ANPC, refere um valor de 43 milhões de euros para o aluguer de meios aéreos. Mas já há notícias de contratos prolongados logo a seguir aos incêndios de 15 e 16 de Outubro, pelo que o valor vai ser mais elevado, de certeza. Com o aumento do orçamento da ANPC de 137 (2017) para 150 milhões de euros (2018), este valor deverá rondar os 50 milhões de euros (aluguer de meios aéreos)!!!!

http://www.prociv.pt/pt-pt/PROTECAOCIVIL/INSTRGESCONTR/PLANOSRELATORIOS/Paginas/default.aspx
 
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #657 em: Outubro 25, 2017, 01:07:55 pm »
Convêm ler !!!

http://www.operacional.pt/meios-aereos-no-combate-a-incendios-florestais/

Excelente peça, pena que se calhar o inquilino de São Bento não a leia.


A coluna de opinião de hoje de Viriato Soromenho Marques no DN coloca o dedo na ferida, e por ser também bastante esclarecedora, decidi partilhar aqui também.

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Um país perdido na guerra do fogo
25 DE OUTUBRO DE 2017 00:00
Viriato Soromenho Marques

Até à data, os registos apontam para 520 000 ha ardidos em 2017. Mais do que no terrível ano de 2003. Mais de metade de toda área ardida na UE ocorreu em Portugal. Ou de outro modo: Portugal deixou arder quase 6% do seu território total (incluindo os arquipélagos atlânticos). Miguel de Unamuno chamava-nos, há um século, um país de suicidas. Hoje aparentamos ser um país de pirómanos. Uma nação que se deixa devorar pelo fogo florestal, que consente ao inferno penetrar dentro da casa de cidadãos indefesos, que permite 110 mortos e muitas centenas de milhões de euros de prejuízo, é um país que perdeu a capacidade de exercer a soberania no seu próprio solo. Escutei muitas vozes a exigirem ao governo um pedido de desculpas, mas um primeiro-ministro com dimensão de estadista começaria por confessar e assumir o peso da vergonha coletiva que cai hoje sobre Portugal. Estamos na triste situação de todos terem pena de nós. No rating da honra, o país, incapaz de se autogovernar, caiu no lixo mais profundo.

No início do mês, o governo cumpriu o calendário, como se não tivesse havido Pedrógão, como se o IPMA não nos tivesse alertado para o outubro ardente que aí vinha, como se os megaincêndios de 5.ª geração, causados pelas alterações climáticas, fossem uma ficção de académicos. Encerrou 236 postos de vigia e dispensou 30 dos 48 meios aéreos. Por isso, em 15 de outubro houve um governo ruidoso, mas faltou um Estado protetor enquanto populações abandonadas defendiam desesperadamente vidas e bens. O governo não aprendeu nada em junho. Mas a oposição também não parece recordar-se de que a transformação do território rural numa ameaça mortal para quem lá habita tem sido o resultado da perversa e longa convergência entre os três principais partidos e respetivos governos.

As recentes medidas anunciadas pelo executivo são positivas, mas só entusiasmam quem esqueceu que, praticamente, as mesmas propostas foram recusadas em 2005 por um governo em que António Costa era MAI. Uma política florestal séria e integrada não se inventa num fim de semana. Tem de projetar-se numa estratégia de pelo menos dez anos, legitimada e controlada no e pelo Parlamento, jurada pelos partidos, para fazer recuar mais de 40 anos que transformaram as florestas num paiol de monoculturas desordenadas, onde o despovoamento provoca desertificação ecológica, e esta acentua o despovoamento. Para vencer a guerra do fogo, Portugal teria de nacionalizar a sua política florestal, tanto no ordenamento como no combate. Teria de asfixiar, e não remendar, os negócios do fogo, que levaram a ruinosas parcerias público-privadas como o SIRESP, ou a recrutar meios aéreos em empresas que a justiça de Madrid está a julgar por fraude. Teria de reconstruir o Estado que se demitiu da floresta, humilhando e aniquilando as competências instaladas, como se provou na destruição do Pinhal de Leiria. Teria de envolver operacionalmente as Forças Armadas, com meios próprios, como o fez a Espanha. Se quisermos vencer a guerra do fogo, teremos de decretar por tempo indeterminado um estado de emergência florestal - vencendo a chantagem de um cadastro sempre adiado - que permita reordenar e proteger a floresta no quadro de uma economia rural revitalizada, com o envolvimento da população e das empresas residentes, 365 dias por ano. Teria de financiar uma floresta de uso múltiplo, curada da neoplasia do eucalipto. A guerra do fogo será lenta e dolorosa, pois é uma guerra civil entre o melhor e o pior de nós próprios. Estamos apenas no princípio.

https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/viriato-soromenho-marques/interior/um-pais-perdido-na-guerra-do-fogo-8869689.html

Como na Aviação se diz " Na Fonia, és curto e grosso " sem delongas, sem desvios, quem não deve não teme, muito incisivo e directo aos cornos do Touro !!!

Muito obrigado por divulgares CJ !!

Estadista escreve o autor, Onde está o estadista pergunto eu ????
Escondido no meio dos erros e argoladas das decisões tomadas que originaram tantos Portugueses Mortos, Feridos, e que tudo perderam !!!!!
Gentinha que nada vale e não aprende com os erros cometidos, e está a tomar decisões, e inventar medidas de pacotilha, em passo acelerado, sem serem devidamente pensadas e avaliadas por quem sabe, esteve e está no terreno !!
Houve humildade na procura das decisões tomadas ????
Não !!!!
A Arrogãncia de quem tudo sabe uma vez mais ao de cima, como se podem tomar decisões a quente sem terem sido avaliados todas as acções que conduziram a esta desgraça Nacional ??
Não se deve decidir nada a quente sr 1º Ministro, antes de decidir deve-se falar com quem sabe, ouvir os operadores que actuam nos TO's, tirar conclusões e então, depois de bem ponderadas as medidas que pensa tomar,  anuncia-las.....
A pressa é inimiga da perfeição sr Costa, e as possiveis futuras consequências de algumas decisões podem ser, uma vez mais, nefastas Sr 1º Ministro !!!
Para pior já basta assim, 110 mortos em menos de meio ano, convenhamos, nem na guerra Colonial tinhamos estatisticas destas !!!

Abraços
« Última modificação: Outubro 25, 2017, 01:42:06 pm por tenente »
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tenente

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #658 em: Outubro 25, 2017, 01:43:10 pm »
Deem-lhe os meios existentes e a verba de 1 ano de aluguer de meios aéreos.
Este ano ficou em quanto?

Pelo orçamento de 2017 da ANPC, refere um valor de 43 milhões de euros para o aluguer de meios aéreos. Mas já há notícias de contratos prolongados logo a seguir aos incêndios de 15 e 16 de Outubro, pelo que o valor vai ser mais elevado, de certeza. Com o aumento do orçamento da ANPC de 137 (2017) para 150 milhões de euros (2018), este valor deverá rondar os 50 milhões de euros (aluguer de meios aéreos)!!!!

http://www.prociv.pt/pt-pt/PROTECAOCIVIL/INSTRGESCONTR/PLANOSRELATORIOS/Paginas/default.aspx

Quase dez por cento do Orçamento da FAP, muito bom mesmo !!!!
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Viajante

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #659 em: Outubro 25, 2017, 02:24:24 pm »
Encontrei mais 25 milhões de euros gastos em contratos de manutenção e assistência técnica, mas não refere onde é gasto. Não há desdobramento da conta. Como são trocos, não vale a pena saber em que foi gasto!