Boa tarde!
Como eu disse, não pretendo que interprete mal a minha observação, pois considero que cada um tem direito à sua opinião.
No entanto, posso-lhe dizer de fonte bastante segura, a admissão para os SI portugueses é a que se encontra plasmada na legislação. Isto, para qualquer categoria e tanto no SIS como no SIED.
Não falo na DIMIL, que é outra história. Nos primeiros falamos em intelligence estratégica e no último é intelligence puramente táctica.
Também posso adiantar que, segundo sei, o processo de selecção é bastante demorado (chega a durar 18 meses) e passa pelo crivo de vários júris (constituídos por elementos de áreas diferentes). Este processo funciona para todas as categorias, volto a referir.
Já no que respeita o tipo de selecção que indicou, esta é uma outra história. Estamos a falar do recrutamento de elementos para operações esporádicas ou missões mais demoradas. Alguns SI referem-se-lhes como fontes, outros utilizam-nos activamente e integram-nos parcialmente, dando-lhes uma sensação de pertencerem.
No entanto, as diferenças entre as situações que descrevi nos parágrafos anteriores diferem em: vínculo efectivo, grau de credenciação e o tipo de acompanhamento dado. No primeiro caso estamos a falar de funionários dos SI e no segundo caso, de "instrumentos de missão". Em Portugal, a legislação não prevê o segundo caso, à semelhança do que se refere à utilização de "escutas" ou a permissão para a execução de missões como: "extracção", "infiltração" ou "eliminação". Somos os tais "parentes pobres" de que se fala tanto...
Se me perguntar se concordo como é feita a selecção para os SI portugueses, concordo. É feita desta forma por várias razões de peso, que me dispenso a enumerar aqui.
Se me perguntar se os SI portugueses deveriam ter possibilidade de executar o tipo de missões a que me referi anteriormente, tenho de dizer que sim. Contudo, penso que estas apenas se deveriam processar em solo estrangeiro, nunca em TN. Os nossos SI não devem ser utilizados como um Centro de Estudos Estratégicos pois a defesa dos nossos Interesses Nacionais (pessoas e bens) exige a capacidade máxima de resposta e de possibilidade de prevenção.
Posso ainda dizer-lhe que conheço elementos que tentam entrar para os SI há 5/10 anos e não conseguiram. Têm enviado CV todos os anos. Alguns são excelentes académicos e há de tudo: Licenciados, Mestrados, Doutorados... Outros tentaram e conseguiram à primeira...
Portugal já não é o que era, em algumas coisas. E hoje, precisam-se excelentes profissionais, não primos e tias... Sempre se disse e é verdade: "Quem quer bolota, trepa!". É preciso é trepar de forma legítima e com base em capacidades reais...
Um abraço.
pn