Destruam os Portugueses

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Luso

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Destruam os Portugueses
« em: Fevereiro 14, 2010, 10:03:01 pm »
Para contribuir para a consciência histórica de que todas, repito TODAS as formas de internacionalismos apresentam efeitos nefastos nas nações. No caso da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) haveria muito a dizer na tarefa muitas vezes destruidora da tarefa cristianizadora de Portugal, desde a Etiópia até à Ásia. Nunca confundir a ICAR com Cristianismo. Erro crasso.

http://combustoes.blogspot.com/2010/02/ ... amses.html

14 Fevereiro 2010
"Destruam os portugueses"
 
Os padres franceses detinham as bulas do Vaticano e invocavam ordens expressas pontifícias que determinavam que os cristãos luso-siameses se deviam submeter aos vicários apostólicos gauleses. O povo cristão queria padres portugueses, queria o catecismo e as homilias em português, não confiava nos missionários enviados de Paris. A guerra durou mais de um século. Começou em Ayutthaya, capital do Sião conquistada e destruída pelos birmaneses em 1767, propagou-se para Thonburi, nova e efémera capital do Sião entre 1768 e 1782 e continuou em Banguecoque. Foi uma luta tremenda, com os bons padres franceses a administrarem punições, impedirem o acesso dos "cismáticos" aos lugares de culto, recusando todos os sacramentos e, até, sepultura cristã para os desobedientes.

O povo cristão recorreu à ocupação das igrejas, chamou um padre português e declarou guerra aos representantes das Missions Étrangères, numa tal sucessão de altercações que o governo siamês foi obrigado a intervir na contenda, tomando partido dos protuguet. Em Abril de 1789, o conflito atingiu o auge. Os protuguet recusaram-se ir à missa, deixando os padres franceses sós celebrando a liturgia, não obstante todas as tentativas de apaziguamento do sacerdote português em encontrar um modus vivendi. Cinco anos passaram e a Missão do Sião era, de facto e de novo, uma missão portuguesa: de um lado a comunidade, do outro padres sem rebanho. O bispo francês, Monsenhor Coudé, já dera provas suficientes de inabilidade em Kedah e em Pukhet. Queria impor, queria limpar a igreja católica siamesa de todas as "impurezas" de "desbragamento" e "idolatria"; em suma, queria católicos segundo o cânone tridentino. Em 1784 dissera, ufano, que "je me suis appliqué à détruire leurs idées, leurs manières et leur langue portugaise".

Assim se fez no Sião, como no Tonkin, no Camboja e na Birmânia: a Igreja Católica declarando guerra aos católicos, matando o esforço de séculos de missionação e tratando os luso-descendentes - os únicos católicos, pois que os budistas jamais se convertiam - como inimigos. Foi um etnocídio. Matar a língua, insultar as crenças e destruir a cultura acaba por matar um povo e é, por vezes, mais eficaz que um massacre.

Publicada por Combustões em 14.2.10
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...