Estão os americanos a cercar o Brasil ?

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papatango

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Estão os americanos a cercar o Brasil ?
« em: Fevereiro 14, 2004, 12:32:05 am »


Sempre foi tradição norte-americana cercar os seus potênciais adversários. Aconteceu com a antiga URSS e acontece hoje com o Irão.

Aqui há uns tempor falou-se da possibilidade de os americanos aumentarem a sua cooperação com a Colombia, podendo essa cooperação chegar á instalação de uma base naquele país para apoiar os Colombianos na sua luta contra o terrorismo.

Mais recentemente, houve alguns contactos entre os Estados Unidos e o Paraguai.

Em vários circulos, nomeadamente os mais atentos ao pensamento dos neo-republicanos nos estados unidos, tornou-se evidente que o golfo da guiné se transformou numa zona vital para os interesses norte-americanos (quer dizer: interesses petroliferos).

De aí que nalguns circulos militares não se descarta a possíbilidade de colocar uma base norte-americana em S. Tomé.

Desde S.Tomé, dada a localização estratégica do arquipelago, pode-se controlar todo o golfo da Guiné e garantir o transporte do petroleo para os Estados Unidos.

Observando o mapa resultante, de aqui se pode concluir, que estará em curso um processo de "cerco" idêntico.

Será apenas impressão ?

Cumprimentos
« Última modificação: Fevereiro 16, 2004, 12:31:12 am por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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komet

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« Responder #1 em: Fevereiro 14, 2004, 01:18:43 am »
O ´"império" que eu tanto falava ;D

Não me parece paranóia de modo algum.
"History is always written by who wins the war..."
 

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me163

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« Responder #2 em: Fevereiro 16, 2004, 10:29:19 am »
Claro caro komet,

os mais atentos mantêm-se sempre de olhos abertos a certos movimentos.

Mas a confirmação suprema do cerco ao Brasil vai chegar quando os USA começarem a fornecer aviões e armas avançadas para os países vízinhos.

Não tardará muito e veremos muito F-16 Block 50/52 e se calhar até 60, armados com AIM-120, nas forças aéreas vizinhas. Independentemente de o Brasil escolher os Mirage ou os Sukhoi como aeronave principal da sua FA.


Um abraço,
Si vis pacem parabellum
 

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Rui Elias

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« Responder #3 em: Abril 07, 2004, 01:13:12 pm »
Papatngo

Infelizmente o Brasil, tal como Portugal tem tido classes dirigentes que preferem sentar-se à sombra da bananeira e deixar pingar fundos estruturuais, e pouco mais.

Não têm visão geo-estratégica.

Por isso Portugal (e o Brasil) estão a perder diáriamente a oportunidade de marcarem presença no Atlântico sul.

Por isso escrevi noutro forum um artigo em que advogo a necessidade de se pensar em instalar uma presença militar permanente portuguesa em S. Tomé.

Os EUA sempre desprezaram estratégicamente África, e só agora parecem ter acordado para as potencialidades de uma presença nese continente.

Ora Portugal, pela sua história não pode ficar atrás dos ingleses e francese que já lá detêm influências, e à medida das suas possibilidades deveria competir e não se deixar ficar para trás.

As lições da Guiné em 98 serviram para mostrar que Portugal ainda hoje tem uma palavra a dizer nesta zona do globo.

Se for em articulação com o Brasil, tanto melhor.

Seria mesmo um modo de dar corpo à CPLP
 

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J.Ricardo

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« Responder #4 em: Setembro 21, 2004, 01:06:09 am »
Para quem quiser mais informações (embora um pouco desactualizada) visite o site: www.defesanet.com.br/zh/25mar01/

infelizmente, no Brasil a elite política que comanda o governo foi perseguida durante o regime militar, então descarregam sua mágoa com recursos financeiros insignificantes para a manutenção das forças militares.
 

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J.Ricardo

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« Responder #5 em: Setembro 21, 2004, 12:29:42 pm »
:(
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #6 em: Setembro 21, 2004, 12:41:23 pm »
Caro João, pode corrigir os seus erros utilizando a função "editar" no topo superior direito da sua mensagem.

Não tem que pedir desculpas, todos cometemos erros de vez em quando! ;)

Abraços,
Ricardo Nunes
www.forum9gs.net
 

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Paisano

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« Responder #7 em: Janeiro 03, 2005, 01:30:14 am »
Estudo do Exército detecta "cinturão" militar dos EUA

Fonte: www.defesanet.com.br

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Brasil perde capacidade de projetar poder na região, diz relatório

RUBENS VALENTE
ENVIADO ESPECIAL AO RIO


Relatórios do CIE (Centro de Inteligência do Exército), em Brasília, revelam que o Exército brasileiro mapeou a presença militar dos Estados Unidos na América do Sul. Os três estudos, feitos em 2002, indicam que pelo menos 6.300 militares norte-americanos estavam baseados ou realizaram operações no continente entre 2001 e 2002.

Os militares americanos construíram pistas de pouso em cidades próximas do Brasil, no Paraguai e na Bolívia, instalaram radares e bases aéreas em nove localidades do Peru, montaram destacamentos e inscreveram dezenas de soldados em cursos preparatórios para combate em selva e contra o narcotráfico em diversos países sul-americanos.

Trechos e dados desses relatórios de inteligência do CIE -um deles intitulado "Presença dos Estados Unidos na América do Sul"- são a base do trabalho do coronel de infantaria José Alberto da Costa Abreu apresentado em novembro de 2002 na Eceme (Escola de Comando e Estado Maior do Exército), no Rio, para a conclusão do seu curso de especialização em Política Estratégia e Alta Administração Militar.

"Os principais reflexos para o Brasil da expressiva presença norte-americana nos países da América do Sul são: diminuição da capacidade brasileira de projetar poder em âmbito regional e a existência de um "cinturão" de instalações norte-americanas próximas às fronteiras brasileiras, principalmente na região amazônica", conclui o estudo do coronel.

Um coronel de engenharia do CIE foi o orientador do trabalho.

O CIE é o principal órgão de inteligência do Exército. É um órgão de assessoramento do comandante, no mesmo nível do Gabinete do Comandante e da Consultoria Jurídica.

No regime militar, então chamado de Centro de Informações, ficou conhecido por planejar o combate à guerrilha do Araguaia, no início dos anos 70.

Mestrado

A Eceme é a mais alta escola de formação dos oficiais do Exército, correspondendo ao mestrado no ensino civil.

Os relatórios do CIE utilizados pelo coronel apontam que, em número de militares, a presença americana mais expressiva ocorria, em 2002, na Bolívia. Pelo menos 5.000 homens dos Estados Unidos atuavam no país, que mantinha também a maior embaixada do continente, com 900 funcionários.

Além disso, soldados das forças especiais dos EUA "procuram levantar possíveis focos de grupos armados que possam, resistir às ações contra o narcotráfico" principalmente nas regiões cocaleiras de Chapare e Yungas, onde o governo boliviano colocou em prática, na década de 90, um plano de destruição das áreas de cultivo da coca, o "Plano Dignidade".

Desde 1999, a população indígena da região, que reivindica o direito ao cultivo tradicional da planta, tem reagido contra o plano de ocupação militar da região. O líder da oposição no país, Evo Morales, é da região.

Vôos clandestinos

"Existem, na Bolívia, diversas instalações de radar e de comunicações inseridas no sistema de comando e controle (C2) do Comando Sul dos EUA, destinadas a rastrear vôos clandestinos e a coordenar as atividades de combate ao narcotráfico. A operação e a manutenção desses equipamentos são feitas por técnicos norte-americanos", diz o estudo.

O Comando Sul, ligado ao Departamento de Defesa e com sede em Miami, estabelece e executa a política militar americana para a América do Sul.

A Colômbia, com atividade de pelo menos 500 militares norte-americanos, de acordo com o estudo, autoriza que militares do 7º Grupo das Forças Especiais dos Estados Unidos conduzam treinamentos em três batalhões colombianos antinarcóticos. O país tem recebido "mais assistência militar e policial dos EUA em treinamento, equipamento e armamento do que toda a América Latina e Caribe juntos". O Congresso americano autorizou recentemente o emprego de 800 militares na Colômbia.

Em 2001, 400 americanos teriam participado de um exercício na Argentina, e 465, em dois exercícios no Paraguai.

Assistência social

As atividades no Paraguai se estenderam por três meses (de abril a junho), na forma das chamadas Aciso (Ações Cívico-Sociais), cujo objetivo formal é prestar assistência social às famílias pobres.

Entre 1996 e 1997, segundo o estudo do coronel, foram construídas pistas de pouso nas cidades fronteiriças com o Brasil Pedro Juan Caballero, Salto del Guairá e Coronel Oviedo.

No Equador, funciona a única Localidade de Operações Avançadas (FOL, em inglês) dos norte-americanos no continente. Por um acordo de cooperação de novembro de 1999, o governo equatoriano autorizou o uso americano da Base de Manta, na província de Manabi, que emprega quatro aviões grandes e quatro aviões médios. Um deles, o P-3 Orion, "é dotado de equipamentos óticos, acústicos e infravermelhos e os dados obtidos devem ser compartilhados com a inteligência da Força Naval equatoriana".

Região amazônica tem operações

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Operações militares na região amazônica, exercícios para missões de paz e intercâmbio com oficiais americanos são os principais investimentos do governo dos Estados Unidos no Exército e em órgãos de segurança do Brasil.

Entre 1996 e 2002, de acordo com base de dados do Banco Central fornecida à CPI do Banestado, pelo menos R$ 11 milhões foram remetidos pelo governo norte-americano para contas bancárias de delegados da Polícia Federal brasileira. Parte do dinheiro foi destinada a financiar a Operação Cobra, realizada pela Polícia Federal na fronteira com a Colômbia para combate ao narcotráfico.

O Exército, em seu site na internet, divulga que o Exercício Forças de Paz, realizado anualmente, é "patrocinado pelo Comando Sul do Exército dos Estados Unidos". O de 2003, realizado em Buenos Aires, na Argentina, reuniu militares da Bolívia, do Brasil, do Chile, da Colômbia, do Equador, do Paraguai, do Peru, do Uruguai e da Venezuela.

Outra tese apresentada na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, sediada no Rio, permite conhecer uma visão americana sobre o assunto.

No estudo intitulado "A história das relações internacionais dos Estados Unidos e a luta contra as drogas", o major de infantaria do Exército americano Frederick Stephen Barrett, aceito como aluno da instituição como parte do intercâmbio entre os dois países, afirma que o Brasil é mais reticente aos americanos do que outros países do continente.

"Embora alguns países realmente tenham recebido com bom grado o envolvimento de tropas americanas na guerra contra as drogas, o Brasil considera qualquer envolvimento direto de tropas americanas como uma ameaça à soberania nacional. Portanto, o assunto nem mesmo é discutido", escreve o major.

"Os brasileiros são inflexíveis em relação a não extraditar cidadãos brasileiros para os Estados Unidos por causa de transgressões relativas a drogas", descreveu Barrett.
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
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Volta Redonda
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Sgt Guerra

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« Responder #8 em: Maio 23, 2005, 05:31:54 pm »
Citação de: "J.Ricardo"
Para quem quiser mais informações (embora um pouco desactualizada) visite o site: www.defesanet.com.br/zh/25mar01/

infelizmente, no Brasil a elite política que comanda o governo foi perseguida durante o regime militar, então descarregam sua mágoa com recursos financeiros insignificantes para a manutenção das forças militares.


     Mágoa!? Será que é só isso? Seria especulação dizer que estão forçando os militares, em especial os graduados, a formarem sindicatos ( tipo a APEB) para terem massa de manobra mais adiante quando levarem um pé na bunda nas urnas?
    :roll: