A Febre do Ouro

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chaimites

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A Febre do Ouro
« em: Setembro 08, 2011, 03:05:53 am »
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"É a febre do ouro"
 Diz um responsável do sector mineiro a propósito dos pedidos de prospecção e concessão mineiras feitos para Portugal. Esta corrida aos metais preciosos é fruto da crise; as pessoas desconfiam do sistema financeiro e do euro e refugiam-se no ouro, aumentando dramaticamente o seu preço.

A razão de tanta procura está à vista nas cotações do metal dourado, que batem recordes quase diariamente. Nos anos 80 e 90, a viabilidade de uma mina de ouro na África do Sul, o maior produtor, estava garantida com a cotação a 400 dólares por onça. Hoje os preços ultrapassam os 1500 dólares por onça e os projectos para novas explorações partem do pressuposto de que o ouro não vai descer o patamar dos 1200 dólares por onça. Esta premissa torna muito mais atraente e exploração de ouro, e a febre não atinge só Portugal.

Desde 2010 deram entrada 18 pedidos de concessão de exploração de minérios metálicos que incluem o ouro. O número de pedidos de prospecção entregues à Direcção-Geral de Energia e Geologia (Ministério da Economia) ultrapassa os 20. Este processo antecede a passagem à exploração, que só avança se forem encontrados indícios de que há minério com valor comercial.

A maioria dos pedidos é feita por empresas de capital canadiano, que são das principais operadoras mundiais na área da pesquisa. Mas há também um projecto nacional da empresa pública EDM para retomar a exploração de ouro em Jales. A maioria dos pedidos inclui outros minérios: prata, cobre, zinco, chumbo e volfrâmio, mas é o ouro que atrai mais os investidores.

Em Março deste ano, na maior feira mundial de prospecção, no Canadá, cerca de 70% dos mais de 5 mil expositores estavam vocacionados para este metal. O Canadá é também a origem da maioria dos grupos que investem na prospecção e na pesquisa em Portugal, como a Colt Resources e a Avrupa Minerals, os principais operadores activos em Portugal, em conjunto com a australiana Iberian Resources. Contudo, a Empresa de De- senvolvimento Mineiro (EDM) está também a olhar para esta "mina".

Mais vocacionada nos últimos anos para a requalificação ambiental de minas sem actividade, a Empresa de Desenvolvimento Mineiro apresentou um pedido para a concessão da exploração de euro, prata, cobre e outros metais em Gralheira/Jales, no concelho de Vila Pouca de Aguiar (distrito de Vila Real).

O objectivo destes processo é elaborar um projecto de viabilidade económica para avançar com a exploração em Jales, precisamente onde fica a última mina de ouro a operar em Portugal, e que fechou na década de 90. O período de consulta terminou ontem e terá havido manifestações de interesse de concorrentes, o que pode levar a um concurso público. A EDM não quis, para já, comentar a matéria.

Investimento de 500 milhões O investimento na fase de prospecção e pesquisa é relativamente residual, de poucos milhões de euros, mas se avançar para a exploração o investimento pode variar entre os 30 e os 50 milhões de euros. Se todos os pedidos de concessão evoluíssem para a operação, o investimento total poderia ultrapassar os 500 milhões de euros. E a maioria dos projectos está concentrada no Interior, precisamente a área que mais precisa de investimento e criação de emprego.

Esse é precisamente o aspecto valorizado pela vereadora da Câmara de Montemor-o-Novo, concelho para o qual está previsto um projecto de exploração do grupo Colt Resources que aguarda licença do Ministério da Economia em Setembro. A expectativa, diz Hortênsia Menino, é que a concessão crie 100 postos de trabalho e haja reservas para um período de exploração de dez anos. Pode por isso ter um impacto económico relevante para um concelho do Interior, sublinha