Guiné-Bissau

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Lancero

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« Responder #150 em: Abril 01, 2009, 03:03:27 pm »
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Defesa: Portugal desconhece "oficialmente" preparação de força para a Guiné - ministro


O ministro português da Defesa Nacional disse hoje, em Tancos, não ter ainda conhecimento "oficial" da proposta, revelada segunda-feira pelo primeiro-ministro de Cabo Verde, de um contingente militar ou policial destinado à Guiné-Bissau.

 

    Nuno Severiano Teixeira, que hoje visitou a Brigada de Reacção Rápida, em Tancos, no âmbito do périplo que está a efectuar pelos três ramos das Forças Armadas, afirmou que uma eventual participação militar de Portugal numa força internacional, envolvendo os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e da Comunidade Económica dos Estados da "frica Ocidental, terá de ser "ponderada no quadro dos vários intervenientes", considerando, contudo, "muito prematuro" fazer qualquer comentário neste momento.  
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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Jorge Pereira

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« Responder #151 em: Abril 10, 2009, 05:00:15 pm »
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Lancero

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« Responder #152 em: Abril 10, 2009, 08:16:54 pm »
Posso estar a ser injénuo, e até a parecer maluco por criticar e ao mesmo tempo estar a mostrar, mas as imagens da autópsia ao corpo do Nino Vieira saltaram cá para fora com uma velocidade  :arrow: MUITO GRÁFICO
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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André

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« Responder #153 em: Abril 15, 2009, 05:44:56 pm »
Faltam meios para combater narcotráfico


O chefe Forças Armadas interino da Guiné-Bissau, Zamora Induta, disse hoje que são precisos meios, coordenação e vontade nacional para combater o narcotráfico, sublinhando que os militares já estão a vigiar aparelhos suspeitos em todo o país.

"Nós precisamos de meios. Não se consegue combater esse fenómeno sem que haja meios", afirmou o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) em entrevista à agência Lusa.

"Mexer com o tráfico é um fenómeno que envolve muito dinheiro, por isso é preciso que haja uma vontade nacional", disse Zamora Induta, acrescentando ser ainda necessária a "interligação de todas as instituições nesse sentido".

"Nas ilhas nós podemos deter, mas não temos competência de julgar e fazer mais", exemplificou Zamora Induta.

"Nesse caso, teremos de remeter a aeronave para as autoridades competentes para o efeito. É preciso que haja uma coordenação e um interesse nacional em combater esse flagelo", salientou o CEMGFA interino guineense.

Zamora Induta revelou também que pelo menos três ilhas do arquipélago dos Bijagós estão a ser utilizadas por aviões suspeitos, nomeadamente Bubaque, Orango e João Vieira.

"Isto tudo acontece por falta de autoridade de Estado nessas ilhas", afirmou.

"Tive uma reunião com autoridades locais das ilhas e todos foram unânimes a afirmar que de facto há um problema grave", disse.

"Até aqui não houve reacção das autoridades competentes para pôr cobro a essa situação", sublinhou Zamora Induta.

Sobre as medidas que tomou para reforçar o controlo nas ilhas, o CEMGFA guinnense disse que na "ilha de Orango está um grupo com um bote e em coordenação com as autoridades locais vão controlar e saber a proveniência dos aviões".

"Na ilha de João Vieira também temos uma unidade militar a vigiar com as autoridades locais", referiu.

"Em Bubaque, continua uma unidade que lá tínhamos, mas que era direccionada para a fiscalização de pesca e agora vai fiscalizar também a aterragem de aeronaves", salientou.

Segundo Zamora Induta, todos os militares têm ordem para apreender aeronaves suspeitas.

"Apreenderem, não há mais conversa. Apreender até estar clara a situação", disse.

Em relação aos operadores turísticos da zona, Zamora Induta pediu para informarem as autoridades sobre os voos provenientes com turistas.

Sobre outros pontos da Guiné-Bissau, Zamora Induta disse que foi tomado "o mesmo procedimento que foi tomado em relação às ilhas".

Disse ainda haver fortes suspeitas em relação a uma pista situada em Boé, no leste do país.

"Alguém a mando de não sei quem mandou limpar a pista. Ainda estamos a investigar e não posso avançar mais informações sobre isso, mas provavelmente era para a aterragem de aviões de narcotraficantes", esclareceu.

"Mandámos encerrar o aeroporto e neste momento está controlado", acrescentou.

A Guiné-Bissau tem sido referenciada como "placa giratória" da entrada de cocaína na Europa proveniente da América Latina.

As autoridades guineenses têm alegado falta de meios para combater o narcotráfico, tendo desde 2006 apenas apreendido pouco mais de uma tonelada de cocaína.

Segundo a ONU, o desenvolvimento da Guiné-Bissau tem sido comprometido devido à instabilidade política desde a guerra civil de 1998 e pela utilização do território para fazer entrar droga na Europa pelos cartéis latino-americanas.

As Nações Unidas consideram igualmente que as dificuldades sócio-económicas do país, o narcotráfico e outros crimes organizados fragilizam a capacidade de manter a paz e estabilidade no país.

Lusa

 

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André

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« Responder #154 em: Abril 21, 2009, 04:00:16 pm »
Prioridade é combater o narcotráfico, não o envio de um contingente militar diz Cravinho


O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português defende que a prioridade na Guiné-Bissau é a repressão do narcotráfico e não o envio de um contingente militar porque «não se impõe a estabilidade à força».

Em declarações à Agência Lusa, o governante português afirmou que a prioridade para garantir a estabilidade na Guiné-Bissau é criar, «a médio-prazo, durante os próximos doze meses, as condições para reforçar muito substancialmente a cooperação internacional para a repressão do narcotráfico».

Questionado sobre o envio de um contingente militar, hipótese avançada pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) no final de Março, com o apoio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), João Gomes Cravinho considerou agora que «não é necessário» neste momento.

«Aquilo que se disse na reunião da CPLP foi que (a organização) apoiaria caso houvesse um pedido das autoridades (guineenses). Esse pedido não existe actualmente. Pode haver um momento em que se chegue à conclusão na Guiné-Bissau e internacionalmente de que é preciso, mas não estou a ver que isso seja necessário neste momento», referiu.

«Não se impõe a estabilidade à força em país nenhum», disse o secretário de Estado.

Na semana passada, o primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, afirmou que o envio de tropas para o país «não é necessário» porque as autoridades preferem a via do diálogo e acrescentou que essa hipótese nunca foi discutida pelo Governo guineense «com ninguém».

Segundo Gomes Cravinho, o apoio internacional deve ser centrado no combate ao tráfico e alargado à África Ocidental, dado que muitos outros países da região são afectados pelo mesmo problema.

Neste sentido, Cravinho defende a criação de um tribunal internacional para o narcotráfico da África Ocidental porque «não há na região nenhum país que tenha capacidade judicial para lidar com o problema».

No entanto, ressalvou que isso «deve ser feito com as autoridades dos diversos países envolvidos» e «não contra eles».

De acordo com Gomes Cravinho, o apoio da comunidade internacional à Guiné-Bissau deve ainda centrar-se na reforma do sector de Defesa e Segurança.

«A principal fonte de instabilidade na Guiné-Bissau nesta última década e meia foram as Forças Armadas (…) e isto significa que só com uma reforma do sector de segurança como um todo, incluindo também as forças da polícia e o sistema judicial, (…) se pode devolver à Guiné-Bissau a estabilidade de que o país precisa e que o povo reclama», defendeu.

Segundo Gomes Cravinho, é preciso criar «condições para a passagem à reserva de militares que passaram muitos anos nas Forças Armadas e que devem ter condições de vida condignas na reforma» e pelo «recrutamento de jovens que tenham depois a formação necessária para que as Forças Armadas sejam a instituição republicana de que o país precisa».

A reforma do sector de Segurança e Defesa foi discutida segunda-feira numa reunião técnica em que participaram vários parceiros da Guiné-Bissau, que se comprometeram a concentrar esforços para reunir os cerca de 180 milhões de dólares necessários, ficando agendada para Julho próximo, em Bissau, uma mesa redonda de doadores.

A instabilidade na Guiné-Bissau agravou-se no início de Março na sequência do assassínio do Presidente «Nino» Vieira, horas depois do atentado à bomba que matou o chefe das Forças Armadas guineenses, general Tagmé Na Waié.

Lusa

 

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comanche

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« Responder #155 em: Maio 09, 2009, 10:03:11 pm »
Guiné-Bissau: Guiné-Bissau quer aumentar plataforma continental


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Bissau - A Guiné-Bissau vai apresentar no próximo dia 13 às Nações Unidas, as informações preliminares indicativas dos limites exteriores da sua plataforma continental, para os poder definir para além das 200 milhas náuticas.
 
O documento para apresentar às Nações Unidas foi preparado com o apoio do Reino da Noruega e vai ser submetido ao Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, na próxima semana, através da Comissão de Limites de Plataforma Continental das Nações Unidas, para efeitos de aplicação da decisão da 18ª Reunião dos Estados Partes da Convenção.

A iniciativa vem na sequência da Convenção das Nações Unidas, ratificada pelo Estado guineense, em Agosto de 1986 e que entrou em vigor no dia 6 de Novembro de 1995. O referido documento determina que os países da zona costeira que pretendam fixar os limites exteriores da sua plataforma continental, além das 200 milhas náuticas, a partir da qual são medidas as extensões do mar territorial, devem submeter à Comissão de Limites de Plataforma Continental das Nações Unidas, as características dos referidos limites com os dados técnicos e científicos num prazo máximo de 10 anos, a contar da data da entrada em vigor da convenção em cada país. Depois de apresentados os documentos, caberá às Nações Unidas decidir sobre os limites da Guiné-Bissau.

Sumba Nansil
 

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legionario

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« Responder #156 em: Junho 05, 2009, 01:17:58 pm »
As FA's guineenses impediram mais uma tentativa de golpe de estado na Guiné-Bissau ...
A CPLP deveria considerar uma intervençao direta neste pais antes que esta onda de retaliaçoes entre as diversas façoes conduza a uma situaçao de catastrofe humanitaria e de guerra civil.
O envio de uma força de estabilizaçao para a Guiné parece-me agora inevitavel. Gostaria que fossem Portugal e os Palop's a resolver este problema.
 

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nelson38899

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« Responder #157 em: Junho 05, 2009, 01:42:24 pm »
Citação de: "legionario"
As FA's guineenses impediram mais uma tentativa de golpe de estado na Guiné-Bissau ...
A CPLP deveria considerar uma intervençao direta neste pais antes que esta onda de retaliaçoes entre as diversas façoes conduza a uma situaçao de catastrofe humanitaria e de guerra civil.
O envio de uma força de estabilizaçao para a Guiné parece-me agora inevitavel. Gostaria que fossem Portugal e os Palop's a resolver este problema.


Eles devem é pedir aos cabo-verdianos. Pois se foram eles os responsáveis pela independência da Guiné Bissau agora também tem a responsabilidade de ajudar.
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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« Responder #158 em: Junho 05, 2009, 05:31:43 pm »
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«Secreta» afirma ter provas materiais
Guiné-Bissau: Os bastidores de um Golpe de Estado abortado

2009-06-05 17:47:24

Bissau Cerca de 12 horas após o assassinato de Baciro Dabó, candidato as eleições presidenciais antecipadas, e Helder Proença ex-Ministro da Defesa, no Governo de Aristides Gomes, novos dados vão clarificando os bastidores do Golpe de Estado abortado pelos militares.
Segundo a «secreta» guineense, vários elementos do PAIGC e militares, na reserva e no activo, conspiravam com objectivo de «afastar» o Chefe de Estado Maior General da Forças Armadas, CEMGFA, José Zamora Induta, Carlos Gomes Júnior, Primeiro-ministro e Raimundo Pereira, Presidente interino, excluindo consequentemente a realização das eleições presidenciais antecipadas no próximo 28 de Junho, um efeito do assassinato do Presidente da república Nino Vieira, ocorrido poucas horas após da eliminação do Chefe de Estado-maior, Tagme Na Way.

De acordo com o comunicado da «secreta» guineense, esta dispõe de provas materiais (filmes e gravações) que justificaria a detenção dos elementos citados no documento que acrescenta que o «Alto Comando das Forças Republicanas para Restauração da Ordem Constitucional e Democrática» (ACFROCD), liderado por Helder Proença, garantiria, se o Golpe tivesse sido bem-sucedido, a governação do país.

Baciro Dabó, foi executado num quarto da sua residência na presença da sua mulher, Suncari Dabó. Oficialmente, o ex-Ministro do Interior e candidato a presidência terá resistido à detenção sendo abatido com três tiros no abdómen e um tiro na cabeça. Porém os militares aproveitaram a ocasião para roubar vários objectos valiosos na casa de Baciro, confirmou fonte próxima da família. Duas horas antes de ser executado, Baciro Dabó convivia descontraidamente com amigos em frente a sua casa.

Helder Proença, que chagara de Dacar esta quinta-feira, foi morto no seu veículo quando estava acompanhado de um condutor e um segurança. Segundo testemunhas o veículo de Helder Proença tentou fugir a uma barragem de militares os quais dispararam vitimando os três ocupantes. Todavia um soldado que participara na operação foi ferido e evacuado para Mansôa, demonstrando assim que houve uma troca de tiros entre os militares e o carro onde seguia o ex ministro da defesa.

Fontes da PNN indicam que Helder Proença, juntamente com um cúmplice, terá incitado um oficial próximo do CEMGFA a participar no Golpe de Estado previsto. O oficial, que participou numa reunião preparatória do Golpe, terá gravado e filmado o encontro e posteriormente apresentado ao CEMGFA que imediatamente pôs em curso a captura de todos os citados na reunião.

Entretanto a situação em Bissau permanece calma como se «nada tivesse acontecido» afirmou um residente, semelhante à «calma» da capital guineense após o assassinato de Nino Veira e Tagme Na Way, disse.

Lassana Cassamá e Rui Neumann
(c) PNN Portuguese News Network


http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=18520
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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André

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« Responder #159 em: Junho 05, 2009, 09:29:34 pm »
Portugal pronto a apoiar envio de força regional


Portugal está pronto a apoiar o envio de uma força regional para a Guiné-Bissau, disse hoje, em Washington, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Luís Amado.

Falando à saída de uma reunião com a Secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton, Amado disse que Portugal vê «com muita preocupação» a situação na Guiné-Bissau.

Em conjunto com os outros países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), o governo português «tomará posições brevemente».

Até lá, disse, "esperamos que a situação se mantenha sob controlo e que não haja mais desenvolvimentos de confrontações militares" já que isso poderia colocar a Guiné-Bissau "numa situação gravíssima".

Interrogado sobre se Portugal apoiaria o envio de uma força da CPLP para a Guiné-Bissau, Amado afirmou que "não há acordo sobre uma força de interposição da CPLP".

"Há do meu ponto de vista condições para, no âmbito do que foi decidido pela CEDAO (Comunidade de Desenvolvimento Económico da Africa Ocidental) e da União Africana, haver uma força das Nações Unidas ou da União Africana," disse o chefe da diplomacia portuguesa.

Portugal "poderia apoiar essa forças", mas não vê como "oportuna" a participação de "uma força específica da CPLP".

"São as organizações regionais que têm responsabilidades directas em relação à situação de conflito na Guiné-Bissau," disse o ministro.

Lusa

 

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« Responder #160 em: Junho 06, 2009, 03:44:12 pm »
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Guiné-Bissau: Francisco Fadul pede força multinacional
O presidente do Tribunal de Contas da Guiné-Bissau , Francisco Fadul, defendeu hoje a intervenção de uma força multinacional no país e afirmou não acreditar na "teoria da tentativa de golpe de Estado".

"É necessária a intervenção de uma força multinacional militar, policial e administrativa na Guiné-Bissau para a manutenção da ordem, a pacificação social e a vigilância sobre o funcionamento dos órgãos do Estado", disse à agência Lusa este responsável, que está actualmente em Portugal.
Clique para aceder ao índice do DOSSIÊ CRISE NA GUINÉ-BISSAU

Na sexta-feira reacendeu-se a violência na Guiné-Bissau, onde as forças de segurança mataram os ex-ministros Hélder Proença e Baciro Dabó, este último candidato à Presidência, por alegado envolvimento numa tentativa de golpe de Estado.

Para Francisco Fadul, "mais uma vez foi reconfirmado que o Estado se tornou um fiasco, falhou, não existe na prática porque não é capaz de zelar pelos interesses dos cidadãos, pela preservação da ordem mínima".

"Nem sequer tem eficácia para conter os usurpadores do poder ou os bandos armados que estão a actuar no país", disse Francisco Fadul, acrescentando que estes grupos são "autênticos esquadrões a soldo de chefes militares".

"Não se trata de bandos indefinidos, desconhecidos", reiterou, frisando não acreditar "na teoria da tentativa de golpe de Estado".

"É a falta de cultura histórica e política que os faz falar assim e tentar convencer as pessoas, pensando que os outros são um grupo de patetas. É clássico o que eles fizeram, em todos os totalitarismos aparecem sempre denúncias de golpe de Estado para permitir o abuso da autoridade, o excesso de poder em relação aos adversários políticos", declarou.

"Apresentam, como é tradicional, uma lista de suspeitos, de supostos implicados, e uma lista de objectivos a atingir pelos alegados golpistas", referiu, considerando que tudo não passa de "balelas, de armação política para justificar uma acção destruidora, completamente totalitária sobre os adversários políticos".

"O Estado não pode transformar-se em criminoso, se assim procede é porque está nas mãos de criminosos", afirmou.

Segundo Francisco Fadul, "como sempre acontece em África, quando acontecem estas barbaridades os possíveis responsáveis morais nunca estão no país".

"Como se o facto de estarem ausentes os ilibasse de responsabilidades", lamentou.

O primeiro-ministro guineense encontra-se em viagem privada a Portugal há cerca de duas semanas, enquanto o ministro da Defesa e o Presidente da República interino se encontram em França.

Ausentes da Guiné-Bissau estão também o ministro da Função Pública, Fernando Gomes, e o ministro da Comunicação Social e porta-voz do governo, Fernando Mendonça.

Dos principais candidatos às presidenciais de 28 de Junho, o único ausente é Malam Bacai Sanhá, candidato do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que se encontra em Dacar, no Senegal.

O início da campanha eleitoral para as presidenciais estva marcado para hoje, mas foi adiado depois dos acontecimentos de sexta-feira.


http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stori ... ies/519438
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
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André

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« Responder #161 em: Junho 24, 2009, 06:10:45 pm »
FARC envolvidas no narcotráfico na Guiné-Bissau


A guerrilha colombiana está envolvida no narcotráfico na Guiné-Bissau, denunciaram terça-feira em Washington responsáveis norte-americanos, durante uma audiência na Comissão de Negócios Estrangeiros do Senado dos Estados Unidos.

Durante a audiência diversos peritos afirmaram haver a necessidade dos países europeus darem uma maior contribuição ao combate a esse tráfico.

Michael Braun, que até recentemente foi director de operações da Agência de Combate à Droga (DEA), disse que a Europa "está à beira de uma catástrofe de abuso e tráfico de drogas semelhante àquela que os Estados Unidos sofreram há 30 anos atrás".

Braun e outros peritos que compareceram perante a Comissão disseram que a situação se deverá deteriorar.

Os riscos de traficar cocaína para Europa são agora menores do que para os Estados Unidos, os lucros maiores e a procura futura deverá aumentar, acrescentaram.

"A Europa tem que assumir as suas responsabilidades e fazer muito mais", disse Braun.

O actual chefe de operações da DEA, Thomas Harrigan, disse que "traficantes colombianos e venezuelanos" estão "enraizados" na África ocidental" e cultivaram relações de longo prazo com redes criminosas africanas para facilitar as suas actividades na região.

"O aumento significativo do tráfico de cocaína da América do Sul para a Europa, através de rotas estabelecidas em África, representa uma ameaça não apenas para a Europa mas também para os Estados Unidos", considerou Harrigan.

Este operacional da luta contra a droga disse estarem actualmente em curso diversas operações conjuntas com entidades policiais europeias mas recusou-se a dar pormenores em público.

Tanto Harrigan como Braun e ainda Douglas Farah, um especialista do Centro de Avaliação e Estratégia, referiram a crescente presença de elementos das Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia, FARC, em países africanos, incluindo a Guiné-Bissau para "facilitar" o tráfico de drogas.

No que diz respeito a países africanos que têm demonstrado vontade em combater o tráfico de drogas, Harrigan mencionou Cabo Verde como exemplo de um país africano que colocou meios em acção para combater o tráfico de drogas e onde, acima de tudo, há "vontade política" em combater esse tráfico.

O sub-secretário de Estado para África Johnnie Carson descreveu Cabo Verde como tendo um "vasto potencial" para se tornar num "parceiro transatlântico em actividades regionais de interdição, numa plataforma para colheita de informação e como mediador de diálogo com a Guiné-Bissau".

Carson elogiou ainda Cabo Verde pela sua "democracia estável" e pelo "sucesso" em reduzir o tráfico de drogas da América Latina.

"Aumentar os nossos conhecimentos e capacidade de seguir o contrabando transatlântico e desenvolver uma capacidade regional através de parceiros de confiança como Cabo Verde e o seu governo poderá ser um dos esforços mais produtivos e de menor custo de um plano integrado (de combate ao tráfico de drogas)", concluiu Carson.

DN

 

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André

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« Responder #162 em: Junho 26, 2009, 08:00:36 pm »
Traficantes tentaram subornar chefe das Forças Armadas


Os narcotraficantes presentes na Guiné-Bissau tentaram aliciar o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) interino, o capitão-de-mar-e-guerra Zamora Induta, para um negócio com 10 milhões de euros, denunciou hoje o próprio à agência Lusa.

"Na altura quando me fizeram essa proposta apanharam-me de surpresa. Eu não esperava que os narcotraficantes tivessem coragem demasiada de vir propor-me esse negócio", afirmou Zamora Induta, explicando que isso aconteceu logo após ter sido nomeado.

Zamora Induta explicou que depois, pensando nas condições de segurança para combater o narcotráfico, decidiu adiar a audiência para outro dia.

"Eu tive de adiar a audiência para outro dia para voltar a falar sobre esse assunto. Mas acho que eles não voltaram porque ouviram as minhas declarações e acabaram por desistir", disse.

"Eu contei a história a um amigo que até me perguntou se eu tinha noção do que é que são 10 milhões euros", afirmou Zamora Induta, sublinhando que o explicou ao amigo que os seus objectivos não são esses.

Questionado sobre as afirmações do governo norte-americano de que as guerrilhas colombianas podem estar envolvidas no narcotráfico na Guiné-Bissau, Zamora Induta afirmou que não "considera a questão nesse âmbito".

"Com guerrilha, sem guerrilha, é tráfico de droga e é preciso ser combatido", sublinhou.

"Eu disse à embaixadora dos EUA que estou disponível, dentro da missão das Forças Armadas, para combater o narcotráfico", disse.

"Ela disse-me que não tem confiança nas forças armadas, porque há sinais de que há militares envolvidos no tráfico", sublinhou.

"E eu fui claro em dizer-lhe que eu recebi narcotraficantes aqui, logo após a nomeação, pensando que as coisas não tinham mudado", referiu, salientando que se está a pedir meios para combater os narcotraficantes é porque está determinado.

Sobre se continua a haver militares envolvidos no negócio da droga, o CEMGFA guineense disse que não diz se "há militares ou não há militares".

"O que eu sei é que enquanto eu for CEMGFA não haverá nenhum militares envolvidos no tráfico de droga", precisou.

DN

 

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André

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« Responder #163 em: Julho 13, 2009, 09:17:11 pm »
PAIGC refuta acusação de financiamento pela Al-Qaeda


O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo (PAIGC) considerou hoje uma "grande mentira" e um "acto de racismo" a acusação de financiamento pela Al-Qaeda, dirigida pelo director da candidatura de Kumba Ialá às presidenciais guineenses.

"Conotar o PAIGC e o seu carismático candidato com a organização Al-Qaeda, para além de constituir em si uma grande mentira, é também, na interpretação que o nosso grande partido faz, um acto de racismo e uma grande e clara manifestação xenófoba e de anti-muçulmanismo", refere o partido em comunicado enviado à agência Lusa.

O director da campanha de Kumba Ialá, candidato do Partido da Renovação Social (PRS) acusou hoje Malam Bacai Sanhá, candidato apoiado pelo PAIGC, de ter recebido dinheiro de países árabes e da Al-Qaeda.

"Soubemos de fonte segura que, para fazer campanha, o candidato do PAIGC, Malam Bacai Sanhá, recebeu grandes somas em dinheiro de países árabes e da própria Al-Qaeda e, como contrapartida, terá prometido uma ilha no arquipélago dos Bijagós", afirmou o director de campanha de Kumba Ialá, Baltazar Cardoso.

"Se é certo que Malam Bacai Sanhá é muçulmano e nunca o escondeu (...) não será pela via da Al-Qaeda que tentará intrujar o povo guineense para se tornar o próximo presidente da República (...) com a agravante de oferecer uma ilha para esta organização terrorista treinar os seus homens", refere o PAIGC.

No comunicado, o PAIGC desmente igualmente as acusações de que se prepara para expulsar das fileiras das Forças Armadas todos os oficiais de origem balanta.

"Uma vez mais, o PAIGC é obrigado a informar a opinião pública nacional e internacional e a Directoria de Campanha do PRS que não distingue os oficiais, sargentos ou praças das nossas gloriosas Forças Armadas por condição étnica ou tribal, mas sim, pelas suas aptidões, competência, dedicação e patriotismo", adianta o documento.

"Para o PAIGC, só há uma interpretação correcta para este tipo de acusações, que se pode resumir como sendo de incitação a um golpe de Estado ou de levantamento tribal", sublinha o partido no poder.

O PAIGC refere também que não conota as afirmações com o PRS, mas apenas com a Directoria de Campanha "sem rumo, sem perspectivas e na iminência de uma pesada, anunciada e catastrófica derrota" na segunda volta das presidenciais, a 26 de Julho.

No documento, o PAIGC reafirma o seu empenho para a manutenção sustentável de um clima de paz no país e apela aos observadores internacionais e representações diplomáticas para "analisarem atentamente as diferentes directorias de campanha para garantirem o normal desenrolar da fase final das eleições".

Lusa

 

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Lusitano89

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Re: Guiné-Bissau
« Responder #164 em: Novembro 22, 2009, 08:15:37 pm »
FBI vão ajudar Guiné-Bissau a investigar mortes de Nino Vieira e Tagmé Na Waié

Os EUA estão preocupados com  o crime organizado e querem dar uma  ajuda na investigação das mortes de Nino Vieira e Tagmé Na Waié.

O FBI vai enviar à Guiné-Bissau um investigador judicial para ajudar as autoridades guineenses no inquérito aos assassínios do presidente Nino Vieira e do ex-chefe das Forças Armadas Tagmé Na Waié, anunciou a Procuradoria-Geral da República guineense. A disponibilidade da polícia federal americana foi manifestada na quarta-feira pelo chefe da delegação do FBI para a África Ocidental, Thomas Relford.

O responsável do FBI encontrou-se em Bissau com o novo procurador guineense para fazer um ponto da situação em relação ao crime organizado, o narcotráfico e o branqueamento de capitais na África ocidental. Na reunião entre Amine Saad e Thomas Relford estiveram presentes elementos do Comando Americano para África (AFRICOM).

Nino Vieira e Tagmé Na Waié foram ambos mortos nos dias 1 e 2 de Março, respectivamente, em circunstâncias ainda por esclarecer.

Falando sobre as dificuldades de lutar contra o crime organizado, o Procurador-Geral da Guiné-Bissau disse que as novas autoridades políticas do país, designadamente o Presidente Malam Bacai Sanhá, "estão empenhadas em inverter a situação, restituindo a dignidade ao país".

Em relação aos assassínios de Nino Vieira e de Tagmé Na Waié, o novo procurador guineense garantiu aos responsáveis americanos a sua determinação em descobrir a verdade. No plano da ajuda externa à Guiné-Bissau, os representantes da União Africana, União Europeia e ONU no país reuniram-se na quarta-feira com o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, a quem transmitiram a disponibilidade de ajudar, mas pedindo que se acelerem as reformas.

À saída de um encontro com o primeiro-ministro guineense, os representantes das Nações Unidas, Joseph Mutaboba, e da União Europeia, Franco Nulli, explicaram que foram transmitir a Carlos Gomes Júnior a preocupação da comunidade internacional em relação aos atrasos do governo na aplicação de medidas para a reforma do sector da Defesa.

"A comunidade internacional está pronta [para avançar com os apoios] mas aguarda que todo o trabalho que já foi feito possa ser rapidamente discutido em conselho de ministros e aprovado", disse Franco Nulli.

DN