Falam em proteccionismo encapotado, como fazem os espanhóis. Pois muito bem. Aqui também se faz mas de uma maneira muito, muito descoordenada. Aliás, a Somague conseguiu contractos por ser portuguesa e por ter apoios do Estado. E depois foi o que se viu.
Cada vez vejo mais paralelos com os primeiros anos da República, com a indústria a ficar cada vez mais nas mãos dos estrangeiros.
Quanto ao facto de haver gente que preferia ser espanhola: existem e não são poucos. E não têm pudor nenhum em o afirmar.
Já agora, e para vos dar um enquadramento mais geral da minha visão:
Eu tenho que trabalhar com os diplomas legais que constantemente são elaborados para o ordenamento do território, ambiente, desenvolvimento industrial e urbano. Vocês não fazem ideia da bandalheira em que se encontra o País e como funcionam as instituições.
- As leis são feitas por senhores bem falantes ou por garotos sem experiência profissional que fazem mestrados logo após as licenciaturas. E como estão ligados às jotas e a associações de estudantes chegam a
ministros ou secretários de estado;
- Essa gente julga que só com palavras sonantes é que se muda a realidade e não com actos. Exemplo: fazem uma lei (que até pode ser correcta). Não a fazem cumprir na prática, porque para isso vão criar inimigos. Depois alteram a lei para branquear os problemas que a anterior lei visava resolver.
- Essa gente só "sobe" graças ao sistema que valoriza o bajulador e não o competente e o trabalhador. Portanto, um tipo que passa a vida a "socializar-se não tem tempo nem a vontade de quere saber fazer nem fazer. Mas sobe porque percorreu os caminhos todos (esta situação já foi descrita por David Hackworth acerca do Exército dos Estados Unidos sobre os gravíssimos problemas daquela instituição quanto à capacidade de comando. Leiam "About Face" e façam a analogia à classe política portuguesa: está lá tudo explicado;
- Gente que governa tem que ter experíência profissional. Quantos são os que nos governam- directa ou indirectamente que têm experiência profissional reconhecida? Quantos ao longo da sua vida se atreveram a arriscar? E a enfrentar o erro?
- Os que nos governam preferem o imobilismo porque o acto de criar implica também destruir. E destruir cria inimigos. Portanto, é preferível sugerir "amanhãs que cantam" para manter as espectactivas dos eleitores ou não dar argumentos para ser substituido.
É como vos digo: quem trabalha erra.
Quem trabalha pouco erra pouco.
Quem não trabalha é promovido.
E assim quem não trabalha é quem nos governa.
Aliás como explicar que uma pessoa que do seu período de trabalho dedica 90% desse tempo acções de formação? Nada produz. E atrasa o trabalho. E impede a criação de postos de trabalho. E chega a Director Geral porque "tirou" um curso de formação de Gestão Superior. Sem nunca ter produzido nada?
Muitos de vocês estão a par de problemas específicos do País. E aposto que se surpreendem com a infantilidade dos comentários e tomadas de posição dos nossos políticos. Porque são só imagem.
E esta gente é o nosso maior inimigo e não os espanhóis. Mas como é que podemos boicotar estes? É que as eleições não nos dão alternativas.
É preciso que as pessoas se apercebam disso com urgência.
Leiam "About face". E os problema da governação nacional estão lá todos. Também aqui estará a globalização? Ou a moderna efemininação?
http://www.amazon.com/exec/obidos/tg/de ... ce&s=bookse visitem
http://www.hackworth.com