Rússia a ferro e fogo

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Lynx

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Rússia a ferro e fogo
« em: Setembro 01, 2004, 07:57:45 pm »
Portugal diário:

O Kremlin pediu esta quarta-feira uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para que se pronuncie sobre a onda de ataques terroristas que fustigou a Rússia nos últimos dias, noticiou a agência oficial Itar-Tass.

O pedido foi formulado pelo representante russo na ONU, Andrei Denisov. Segundo Denisov, esta reunião urgente do Conselho - de que a Rússia é um dos membros permanentes - poderá realizar-se ainda esta quarta-feira.

A 24 de Agosto, dois aviões de passageiros Tupolev explodiram em pleno voo quase em simultâneo, num duplo atentado que custou a vida a cerca de 90 pessoas.

Terça-feira, uma bombista suicida detonou uma carga explosiva junto à entrada de uma estação de Metro de Moscovo, causando, pelo menos, 11 mortos e 51 feridos, segundo o último balanço.

Estes dois ataques foram reivindicados pelas «Brigadas de Islambuli» («Brigadas islâmicas», e não Brigadas de Istambuli, ou Istambul, como anteriormente noticiado), uma organização fundamentalista islâmica presumivelmente vinculada à rede terrorista internacional Al-Qaeda.

Hoje de manhã, um comando terrorista ocupou uma escola na cidade de Beslan, na Ossétia do Norte e, como condição para libertar os reféns - entre 150 e 400 -, exige a retirada das tropas russas da Tchétchénia e o termo da guerra nesta república do norte do Cáucaso.
 

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JNSA

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« Responder #1 em: Setembro 02, 2004, 01:09:15 am »
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"Foi declarada a guerra" a Moscovo
 
Ministro da Defesa russo sobre assalto terrorista a uma escola
 
 
 
   
O ministro da Defesa russo, Serguei Ivanov, afirmou, hoje, ter sido "declarada a guerra" à Rússia, ao referir-se ao assalto a uma escola na cidade de Beslan. O incidente, na Ossétia do Norte, república federada do Cáucaso Norte, é considerado um dos actos mais graves dos separatistas tchetchenos.
 
Lusa
 
 
 
 
Pela primeira vez desde a eleição do presidente Vladimir Putin, em 2000, um responsável do seu governo utilizou a palavra "guerra" para qualificar as acções dos separatistas. "Foi declarada guerra a Moscovo", disse o ministro da Defesa russo, Serguei Ivanov.

O comando militar russo enviou entretanto aviões com unidades anti-terroristas para Beslan. O chefe da Força Aérea russa, Vladimir Mikhailov, prometeu que "especialistas necessários em quantidades suficientes" serão disponibilizados para a operação de resgate.

Os sequestradores prometem matar 20 reféns por cada rebelde ferido e 50 por cada elemento do grupo que for morto durante uma eventual operação de libertação dos reféns.

Observadores militares chamaram a atenção para o alto grau de preparação dos rebeldes, cujo comportamento demonstra que a operação foi bem planeada.

Negociações difíceis e falta de alimentos

O canal NTV russo informou, ao final da tarde, que o contacto com terroristas foi estabelecido. As negociações "decorrem com muita dificuldade", disse o correspondente da NTV, sem mais pormenores.

O responsável do Serviço Federal da Segurança da Rússia (FSB) para a Ossétia do Norte, Valeri Andreev, assinalou aos jornalistas em Beslan que os "reféns estão a ser tratados de forma mais ou menos satisfatória", mas "há carência de produtos alimentares" dentro da escola assaltada.

Suspeita recaem sobre "Jamata Inguche"

Quanto às exigências do comando assaltante, observou que elas "serão conhecidas no decorrer das negociações". Os sequestradores, que, segundo algumas informações, terão exigido a retirada das tropas russas da Tchetchénia, poderão ser membros de um grupo denominado "Jamata Inguche".

Este grupo está relacionado com os rebeldes do comandante tchetcheno Chamil Bassayev, segundo uma fonte do ministério do Interior da Ingúchia. Os assaltantes são comandados por Doku Umarov, que dirigiu o ataque à Ingúchia em Junho passado, disse a mesma fonte.

Dois mortos e onze feridos é o primeiro balanço do assalto à escola, segundo as autoridades locais.Segundo outras versões, sete pessoas foram mortas e nove ficaram feridas.

Onze horas depois do sequestro, desconhece-se o número exacto de sequestradores e de reféns. Os primeiros serão entre 15 e 30 pessoas - entre as quais várias mulheres com bombas amarradas à cintura. Os reféns, entre quais pelo menos 132 são crianças, serão entre 150 e 400 pessoas.

Onda de terrorismo

Vladimir Putin, que, durante todo o dia, se não pronunciou sobre o ataque, chegou a Moscovo, interrompendo as férias no Mar Negro, para uma reunião de emergência. O assalto à escola de Beslan é o terceiro acto do género com esta envergadura a abalar o país, fora do território tchetcheno, nos últimos dez dias.

A 24 de Agosto último, dois aviões de carreira despenharam-se quase simultaneamente, em resultado de atentados perpetrados por duas mulheres suicidas tchetchenas. Morreram pelo menos 86 pessoas.

Na noite de terça-feira, mais uma mulher suicida, provavelmente tchetchena, fez explodir uma bomba numa praça próxima da estação de metro Rijskaia, em Moscovo, matando 11 pessoas e ferindo 51.

Segundo os analistas, a actual onda de terror é a resposta dos extremistas islamitas às tentativas do Kremlin de impor "um homem de Moscovo" como presidente da Tchetchénia.

As eleições presidenciais antecipadas realizadas naquela república separatista, no passado domingo, foram ganhas pelo general da polícia Alu Alkhanov, escolhido por Moscovo.

O anterior líder pró-moscovita da Tchetchénia, Akhmad Kadirov, foi morto num atentado bombista em Maio passado, apenas oito meses depois de ser eleito numa campanha sem alternativas reais também organizada por Moscovo.
 
 

fonte:http://sic.sapo.pt/index.php?article=6567&visual=3&area_id=2
 

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JNSA

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« Responder #2 em: Setembro 02, 2004, 01:13:33 am »
Esta situação de reféns, tendo em conta quer a presença de um número muito elevado de crianças, quer as lições que os tchetchenos aprenderam com operações anteriores, terá que ser conduzida com especial cuidado.

Acham que o Presidente Putin vai desencadear uma operação de resgate, como no caso do teatro de Moscovo, ou desta vez vai tentar o caminho da negociação?

Espero que tudo acabe depressa e com o mínimo possível de baixas, visto que infelizmente já não se podem pedir baixas zero... :(
 

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Spectral

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« Responder #3 em: Setembro 02, 2004, 01:27:19 pm »
Estou pessimista e acho que vai acabar tudo em (mais um) banho de sangue.  :oops:

Aliás, já se ouvem explosões na zona há 1 hora, segundo as televisões.
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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komet

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« Responder #4 em: Setembro 02, 2004, 01:29:53 pm »
Mesmo que não sejam rebentadas as bombas, imagino que tomem o edifício de assalto e acabe tudo num massacre estilo a barricada do teatro...
"History is always written by who wins the war..."
 

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Lynx

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« Responder #5 em: Setembro 02, 2004, 02:35:37 pm »
Também concordo com vocês vão morrer muitos reféns.

Não percebo estes terroristas se querem ganhar apoiantes para a sua causa não é a fazer de crianças refens que os vão conseguir. Mas para os tipos de ataques que fizeram a esquadras da policia tambem é porque tem o apoio daa população.


Aínda estou é para descobrir o numero total de refens, primeiro eram 400 depois 200 a seguir 150 hoje no telejornal diziam que eram 1000  :shock:

Até a esta hora já libertaram 26 pessoas vamos lá ver se libertam pelo menos as crianças.
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #6 em: Setembro 02, 2004, 02:54:00 pm »
A ilação que penso ser a mais importante a reter de todas estas recentes situações é o facto de a guerrilha tetchena não ter reinvindicado os ataques e, no caso da escola, assumir que não possui qualquer responsabilidade.

Das duas umas, ou é contra-informação ou então os grupos islâmicos, independentes da guerrilha, presentes na Tetchénia começaram a actuar de uma forma independente com uma "agenda própria".
Isto é bastante perigoso.
Nota-se uma clara diferença entre as situações do teatro moscovita - onde existiu um claro contacto directo dos terroristas com os meios de comunicação social -  e desta escola onde nem sequer água e alimentos são permitidos pelos sequestradores.

Este é um ataque repugnante e, tal como todos, espero que acabe da melhor maneira. O mesmo é dizer, espero que acabe o menos mal possível.
Ricardo Nunes
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Paisano

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« Responder #7 em: Setembro 03, 2004, 01:41:39 pm »
Forças russas controlam grande parte de escola em Beslan

da France Presse, em Beslan
da Folha Online

As forças especiais russas controlam quase toda a escola na cidade de Beslan, na Ossétia do Norte, onde um grupo armado manteve como reféns centenas de pessoas desde a quarta-feira (1), anunciou o comitê de crise citado pela agência de notícias Interfax.

As forças especiais tiveram de entrar em ação no momento em que um primeiro grupo de cerca de 40 mulheres e crianças conseguiu fugir e alguns terroristas começaram a disparar contra eles, explicou o comitê.

Imagens da televisão mostraram mulheres e crianças, algumas feridas, que eram levadas em ambulâncias, enquanto os helicópteros das forças russas sobrevoavam a escola. Habitantes de Beslan teriam abrigado alguns dos reféns que fugiam.

Alguns membros do comando também conseguiram escapar, disparando contra a multidão, e outros se refugiaram em uma casa particular, próxima da escola, enquanto o tiroteio continuava.

A agência de notícias Interfax afirma, citando um oficial do comitê de crise, que duas das mulheres que mantinham os reféns dentro da escola também conseguiram fugir. Elas vestiam roupas brancas.

Houve tiroteio e explosões. Segundo a Interfax, parte do teto da escola desabou. Informações não confirmadas dão conta que cinco terroristas teriam morrido no confronto. Segundo Lev Dzugayev, assessor do presidente Vladimir Putin, mais de 200 pessoas ficaram feridas.

Número de reféns

A imprensa de Moscou revela nesta sexta-feira que vários reféns libertados informaram que havia pelo menos mil pessoas dentro da escola ocupada em Beslan.

"São 1.020 reféns" na escola, informa "A Gazeta", citando uma mulher libertada. "A televisão fala em 350 reféns, mas não está certo. Há pelo menos 1.500 pessoas na escola", revela uma professora libertada com sua filha ao diário "Zvestia".

A disparidade sobre o número de reféns começou na própria quarta-feira. As agências de notícias informaram que havia cerca de 400 pessoas dentro da escola. Pouco depois, informaram que os reféns eram entre 120 e 150. Ontem, o serviço secreto russo (FSB) elevou novamente o número afirmando haver cerca de 350 pessoas sendo mantidas como reféns. Até o momento, o número continua incerto.

Vladimir Putin

Em suas primeiras declarações desde a invasão da escola na quarta-feira (1), logo após o final da cerimônia de volta às aulas, Putin afirmou ontem: "Nossa principal tarefa é, claro, salvar a vida e a saúde daqueles que se tornaram reféns".

"Entendemos que estes atos não são apenas contra pessoas em particular, mas contra a Rússia como um todo (...) O que está acontecendo na Ossétia do Norte é horrível", afirmou.

As declarações de Putin pareciam uma tentativa de evitar repetir uma tragédia como a de outubro de 2002, quando 129 reféns morreram em um teatro em Moscou, também tomado por terroristas tchetchenos. Ele adiou uma viagem à Turquia para acompanhar as negociações.

Ameaças e exigências

Logo após a captura dos reféns, o grupo armado ameaçou matar 50 crianças para cada combatente morto e 20 para cada combatente ferido. O Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia disse que o grupo era formado por 17 pessoas (homens e mulheres) e que algumas delas estariam usando cintos com explosivos.

O grupo exigia, além da libertação de presos envolvidos em atividades terroristas na Inguchétia, que as tropas russas fossem retiradas da Tchetchênia e o fim das ações militares nesta república, segundo informou Aslanbek Aslakhanov, assessor do presidente Putin, citado pela Interfax.

De acordo com o jornal "The New York Times", um correspondente chegou a falar com os ocupantes da escola por telefone, e disse que o homem que se apresentou como porta-voz deles falava russo com sotaque tchetcheno.

Aslakhanov também confirmou que os terroristas queriam negociações com os presidentes da Inguchétia e da Ossétia do Norte e com o pediatra Leonid Roshal.

Terror na Rússia

Esta é a terceira ação terrorista ocorrida na rússia em pouco menos que duas semanas. Na terça-feira (31), dez pessoas morreram e 51 ficaram feridas em um ataque perto de uma estação de metrô no centro de Moscou.

O grupo islâmico Brigadas Islambouli [supostamente ligado à Al Qaeda] assumiu a responsabilidade pelo atentado, segundo um comunicado divulgado em um site na internet. A explosão ocorreu uma semana após dois aviões caírem no sul de Moscou, matando todas as 89 pessoas que estavam a bordo, o que foi classificado como "ato terrorista".

As autoridades russas disseram ter achado o mesmo explosivo nos escombros dos aviões e duas mulheres tchetchenas foram consideradas suspeitas. O mesmo grupo, Brigadas Islambouli, reivindicou o "seqüestro" dos aviões.

Fonte: Folha de São Paulo (03/09/2004 - 08h18)
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« Responder #8 em: Setembro 03, 2004, 01:44:41 pm »
Cena é de caos e pânico em frente à escola de Beslan

da BBC Brasil

A cena é de caos em frente à escola, em Beslan, no sul da Rússia, onde centenas de pessoas são mantidas reféns por rebeldes separatistas chechenos.

Os enviados especiais da BBC ao local afirmam que os parentes dos seqüestrados estavam gritando e chorando do lado de fora da escola, onde estão desde a quarta-feira.

Às 13h (horário local), foram ouvidas duas grandes explosões na escola.

Alguns dos reféns que conseguiram escapar disseram aos repórteres da BBC que uma das explosões ocorreu dentro do prédio. Uma parede e, possivelmente, o teto teriam desabado.

Invasão

"Nós vimos uma dúzia ou mais de mortos sendo trazidos do local, crianças cobertas em sangue, pessoas sendo carregadas por soldados, amigos e parentes", contou a jornalista da BBC Sarah Rainsford.

Os feridos estão sendo tratados em um hospital militar perto da escola.

Esses seriam, no entanto, apenas uma pequena parte dos reféns que estão presos no prédio.

"Fomos informados que até mil pessoas, sendo 150 crianças, poderiam estar dentro do prédio", afirmou Sarah.

Tiroteios também foram ouvidos e helicópteros estavam sobrevoando o local.

O repórter da BBC Artyom Liss disse que a população local temia que ocorresse uma invasão na escola.

Fonte: Folha de São Paulo (03/09/2004 - 08h52)
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« Responder #9 em: Setembro 03, 2004, 01:54:52 pm »
Criança é socorrida após escapar da escola russa

Fonte: O Estado de São Paulo
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« Responder #10 em: Setembro 03, 2004, 04:13:11 pm »
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«Não houve acção militar planeada»

As autoridades russas asseguraram que não tinham planeada qualquer acção militar para acabar com a crise de reféns em Beslan. Estas autoridades também já reconheceram que existem cadáveres no ginásio da escola.
 
( 14:54 / 03 de Setembro 04 )

 
 
 
Os Serviços de Segurança russos confirmaram que a acção que levou ao fim do sequestro de um número ainda indeterminado de pessoas na escola de Beslan, na Ossétia do Norte, não foi provocada.

«Quero fazer notar que não houve qualquer acção militar planeada. Queríamos continuar as conversações», afirmou o chefe do FSB da Ossétia do Norte.

As autoridades russas admitiram que são verdadeiras as informações que indicam que existem pessoas mortas no ginásio da escola de Beslan, sem que tenham para já apontado algum número de vítimas.

Esta informação foi avançada inicialmente por um jornalista da cadeia inglesa de televisão ITV que indicou que, pelo menos, os cadáveres de cem pessoas estariam amontoados no ginásio da escola e que os raptores terão activado cargas explosivas.

Existem ainda informações de que, no decurso da operação militar, houve um incêndio no local, já depois de todos os reféns estarem fora da escola.

Entretanto, uma equipa de especialistas está já a proceder à desactivação das diversas minas que se encontram no local, um trabalho que vai ser «muito demorado», porque o «edifício está 'recheado' de explosivos».

 


fonte: http://www.tsf.pt/online/internacional/interior.asp?id_artigo=TSF153767
 

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« Responder #11 em: Setembro 03, 2004, 04:14:17 pm »
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Dez cadáveres retirados após operação russa
Pelo menos dez cadáveres foram retirados após a operação de militares russos que pôs fim ao sequestro numa escola da Ossétia do Norte. Contudo, há já alguns relatos que falam de cerca de 150 mortos, na sequência de uma acção que não terá sido programada.
 
( 13:22 / 03 de Setembro 04 )

 
 
 
Pelo menos dez cadáveres, de crianças e adultos, foram retirados em macas, logo após o assalto feito pelas forças russas que pôs fim ao sequestro de um número ainda indeterminado de crianças numa escola em Beslan, na Ossétia do Norte.

A informação foi dada por um jornalista da France Press no local, muito embora os últimos relatos falem em pelo menos 150 pessoas mortas, uma vez que apenas terão saído da escola cerca de cem pessoas.

Até agora as autoridades da Ossétia do Norte confirmaram apenas sete mortos. As mesmas autoridades asseguram que 200 pessoas estarão no hospital de Beslan, enquanto que outras 110 já estarão em Vladikavkaz, capital da república.

Na sequência da operação, 13 elementos do comando de raptores fugiu do complexo escolar e estão agora refugiados em vários pontos da cidade, nomeadamente numa casa que foi cercada por militares russos.

Entretanto, já foi confirmado que todos os reféns que estavam no interior da escola já foram retirados no ginásio, onde estiveram durante três dias, uma confirmação dada pelo ministério do Interior da Ossétia do Norte.

Por seu lado, o ministério da Defesa, em declarações à Interfax, revelou que foram encontrados no ginásio «muitas minas e armadilhas».

Operação não deverá ter sido preparada

Um incidente ainda não explicado poderá ter estado na origem na operação russa de libertação dos reféns, uma operação que não terá sido preparada.

O correspondente da TSF em Moscovo lembrou que o facto de haver civis a transportarem feridos para o hospital é uma prova de que as autoridades russas de facto não pretendiam levar a cabo nenhuma acção.

«Reagiram sim a acontecimentos dramáticos dentro da escola», afirmou José Milhazes, que recordou uma primeira versão dos acontecimentos, onde aquando da retirada dos cadáveres antes dos tiros, terá havido uma explosão que terá assinado alguns agentes.

Alguns reféns ter-se-ão posto, então, em fuga, o que levou elementos do comando a dispararem sobre os sequestrados, o que provocou uma resposta por parte dos agentes russos.

 
fonte: http://www.tsf.pt/online/internacional/interior.asp?id_artigo=TSF153764
 

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« Responder #12 em: Setembro 03, 2004, 04:38:06 pm »
Infelizmente toda esta situação terminou de uma maneira que ninguém queria, com um número de baixas entre os reféns ainda por apurar, mas que provavelmente será bastante elevado... :roll: ), que deviam ser Spetznaz. De qualquer modo, ambos usavam uniformes militares normais, alguns com bornais, bolsos cheiíssimos e inclusive mochilas, o que não deve ajudar nada a movimentarem-se rapidamente. Nenhum tinha máscaras de gás, o que quer dizer que não terão usado qualquer tipo de gás atordoante. As armas empregues foram, tanto quanto pude ver, rudimentares (no mínimo!), para uma operação destas: AK-74 (e outras variantes da família AK, como as AKSU), sem qualquer mira óptica, ou laser, metralhadoras ligeiras e médias (para quê, num local em que supostamente se pretende abater terroristas, sem atingir os reféns?!!), e a única arma de atirador especial que vi era uma Dragunov, o que já não é propriamente tecnologia de ponta...

Como é que um país como a Rússia, numa situação destas, consegue atingir um tal nível de desorganização e falta de profissionalismo? (e não, a falta de dinheiro não explica tudo...)
 

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« Responder #13 em: Setembro 03, 2004, 05:06:06 pm »
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OSSÉTIA DO NORTE
Confusão reina junto à escola de Beslan

O cenário que se vive na escola de Beslan é ainda caótico. O número de vítimas é ainda incerto, apesar de notícias que dão conta da existência de vários cadáveres. Várias explosões ainda se ouvem no local.
 
( 16:40 / 03 de Setembro 04 )

 
 
 
Seis horas depois da entrada dos soldados russos na escola da Ossétia do Norte reina ainda a grande confusão no local.

É difícil avaliar ao certo o número de vítimas provocadas pelo fim deste sequestro e ninguém sabe, concretamente, quantas pessoas é que estavam, de facto, no interior da escola.

Um jornalista da cadeia inglesa de televisão ITV que indicou que, pelo menos, os cadáveres de cem pessoas estariam amontoados no ginásio da escola e que os raptores terão activado cargas explosivas. Uma informação já confirmada pelas forças militares russas.

Ainda não se sabe ao certo quem terá provocado estas mortes, mas a maior parte delas poderá ter acontecido na sequência da derrocada parcial do telhado da escola, logo após o assalto dos militares russos.

De acordo com um analista de segurança ouvido pela «CNN», neste momento, toda a operação de resgate é caótica.

O antigo membro das forças especiais britânicas referiu que a actuação da força de intervenção russa poderá ser considerada criminoso, pois a forma como tudo decorreu deu para perceber que nada foi planeado.

As últimas informações revelam também que alguns dos sequestradores conseguiram fugir da escola refugiando-se num edifício próximo da escola.

Segundo a agência Interfax, 3 dos treze sequestradores ainda se encontravam numa cave da escola. Entre eles poderá estar o líder do grupo.

Testemunhas dão ainda cinta da existência de tiros esporádicos, o que demonstra que as forças russas ainda não dominam completamente a situação.

Entretanto, a fronteira Ossétia-Ingúchia foi fechada para impedir a fuga do comando que sequestrou a escola de Beslan para a república vizinha da Tchetchénia

Oficialmente, a fronteira entre as duas republicas está completamente fechada, mas, na prática, foram instalados postos de controlo suplementares e a polícia fronteiriça recebeu ordens para «inspeccionar minuciosamente» todos os veículos provenientes da Ossétia do Norte.

 


fonte: http://www.tsf.pt/online/internacional/interior.asp?id_artigo=TSF153770
 

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« Responder #14 em: Setembro 03, 2004, 05:11:18 pm »
Há cada vez mais declarações de responsáveis militares que dizem que não tinham qualquer plano para assaltar a escola, visto que as autoridades políticas lhes tinham dito que esta via não seria seguida, e se apostaria na negociação! :? Se isto for verdade, é de uma incompetência a toda a prova...