Nem as missões TASMO são as mais importantes ou muito menos as únicas para a FAP. Aliás, se virmos num cenário até daqui a 20 anos são muito mais prováveis missões de ataque ao solo/ apoio aéreo numa intervenção internacional do que a defesa pela FAP das nossas costas contra uma frota inimiga. Um pouco de realismo sff...
Considero que as aeronaves da marinha deveriam ter duas funções:
1 - Controlo do espaço aéreo do continente
2 - Controlo do espaço aéreo nas regiões autónomas
3 - Controlo do espaço aéreo no triangulo estratégico.
As restantes missões, devem passar para o exército.
Para o efeito o exército seria provido de:
-Aeronaves de ataque (de asa fixa ou rotativa)
-Aeronaves de transporte e ligação
-Aeronaves de treino
Aliás, se colcarmos as unidades de ataque ao solo de asa rotativa e os helicopteros e aviões de transporte no Exército, o que é que resta?
Deveriamos ter uma Força Aérea por causa dos 20 F-16?
A Força Aérea Portuguesa foi criada para uma realidade que já não existe, quando Portugal operava quase quatrocentas aeronaves. Mesmo durante a guerra em África, operávamos uma grande quantidade de aeronaves, embora se tratasse praticamente de uma Força Aérea de avionetas, mas hoje nada disso existe.
E o que tem isto tudo a ver com a realidade actual ? Apenas que a operação de aviões sofisticados de uma maneira eficaz exige uma estrutura tal que implica uma Força Aérea autónoma. Não é preciso estarmos sempre a reinventar a pólvora.
A Marinha sempre foi o ramo mais avançado das Forças Armadas. Logo, se há necessidades do ponto de vista tecnológico, então é na Marinha que deveriam estar as armas mais sofisticadas.
A razão de existência da Força Aérea como ramo independente deve-se às suas missões diferentes, não a ter o nº x ou y de aparelhos para operar.
A unica função da Força Aérea que não tem nada a ver com o exército é a garantia de superioridade aérea. E essa é dada por uma esquadra de 20 aeronaves. O resto, pode perfeitamente ser de responsabilidade da Força Aérea do Exército, como aliás ocorría antes da criação da Força Aérea Portuguesa.
Outro problema é adorarmos sempre atitudes ou personagens messiânicas/sebastianicas que num golpe de magia com uma grande mudança resolvem todos os nossos problemas.
Isso é verdade, mas não vejo o que é que isso tem a ver com as poupanças que teriamos com a extinção da Força Aérea
Se tudo tivesse corrido como se esperava, o GALE, que na altura tinha outro nome que não me recordo, estaria operacional no inicio dos anos noventa (tal como a Esquadrilha de Helicópteros da Marinha). De certeza que hoje ninguem estaria aqui a pôr em causa a sua existência.
Se tudo tivesse corrido como se esperava, nós tinhamos já neste momento GALE, duas esquadras de F-16, A-400 operacionais, seis fragatas modernas na marinha, o Navpol prestes a ser entregue à marinha e por aí fora.
O problema é exactamente esse p_shadow: Nada correu como se esperava.
E é por isso que a situação é a que é. E é por isso que há que há que tomar medidas corajosas. Acabar com a Força Aérea, daría ao país uma ideia do ponto a que as coisas chegaram.
A maioria das pessoas está-se lixando para as questões de Defesa Nacional. E vai continuar assim, se nada for feito.
===========
A possibilidade de extinguir a Força Aérea, é para mim, mais uma questão académica, resultante de achar que é possível manter todos os meios aéreos sob uma mesma estrutura e coordena-los de forma a que operem em conjunto.
Cumprimentos