Ataque Final a Falluja?

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Rui Elias

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« Responder #15 em: Abril 30, 2004, 10:45:22 am »
Caro Ricardo Nunes

Só afimei que era perito, porque por baixo do seu nome aparece uma estrela, e diz lá que é perito.

Quanto ao Iraque, e segundo as informações  desta madrugada, os americanos retiram de Faludja.

O que é estranho, porque de acordo com o que julgávamos saber eles não estavam em Faludja mas sim a cercá-la.

Ou levantaram o cerco e meteram a viola no saco, ou a situação está de facto má para eles, e o pedido recente para que o nº de blindados americanos no Iraque fosse reforçado relecte a crise militar em que o ocupante está.

Por exemplo, ainda ontem mais 10 ocupantes americanos foram embalados em bodyg-bags.

A invasão e ocupação do Iarque, para além de injusta, não está a ser nenhum passeio, e ao contrário do que os visionários Wofowitz, Pearle e Kagan, da Casa Branca previam, os iraquianos sunitas e xiitas não receberam, os "libertadores" com flores e música.

A bem da verdade, quando me refiro a resistência iraquiana é só para simplificar, porque lá há muitos tipos de resistência.

Sunita pró-Saddam ou do partido Baas, sunitas que não são partidátrios do Baas, Xiitas radicais e islamistas sunitas ligados de um modo ou de outro aos ideários da al qaidda.

Uma confusão.

O pior para os ocupantes, é que se essas resistências não são aliadas entre si, pelo menos convergem nas suas actuações.

E dizem os manuais que nenhuma guerrilha sobrevive sem apoio estrangeiro, e/ou popular.

Cumprimentos.
 

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Rui Elias

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« Responder #16 em: Abril 30, 2004, 10:49:51 am »
Normando

Sinceramente você acredita nas boas condições em que essa sondagem se iniciou?

Acha que os inquiridores andavam de aldeia em aldeia a perguntar aos aldeãos o que achavam, se não tivessem um Humvvie com  a peça apontada para a sua casa por detrás?

A menos que a sondagem ocorresse no perímetro da zona verde de Bagdad.

Você até pode ser um defensor da intervenção americana e inglesa no iraque, mas não acredite que os iraquianos sejam palermas.

Cumprimentos.

P.S.

Se não gosta que Bremmer seja chamado de Gauleiter, podemos chamar-lhe pro-consul, ou então o Pilatos do século XXI.
 

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Rui Elias

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« Responder #17 em: Abril 30, 2004, 12:28:04 pm »
Um relatório do Departamento de Estado norte-americano divulgado ontem afirma que, desde a queda de Saddam Hussein, o Iraque se tornou «uma frente central» da guerra contra o terrorismo, mas a maioria dos ataques perpetrados em 2003 neste país não são «terroristas».
 
"O Iraque pós-Saddam continua a figurar na lista negra norte-americana dos Estados que apoiam o terrorismo, apesar do levantamento das sanções contra este país e da sua ocupação pelas tropas norte-americanas, desde há um ano.
 
De acordo com o Departamento de Estado, o Iraque não pode ser riscado da lista enquanto não estiver instalado um governo soberano que anunciará oficialmente que renuncia a qualquer forma de actividade terrorista.
 
Apesar da escalada da violência contra as forças da coligação no Iraque, o Departamento de Estado, no seu relatório anual sobre «As evoluções do terrorismo no mundo», considera que os ataques perpetrados neste território não podem ser assimilados ao terrorismo porque são dirigidos contra militares em exercício."

In EXPRESSO on-line de 30 de Abril de 2004

Para quem confunde actos de resistência legítima contra o ocupante, com terrorismo, aí está a resposta, e de onde menos se esperava.

Há em Portugal, pessoas que pelo seu americanismo acrítico acabam por ser mais papistas que o Papa.

O que dirá disto o nosso amigo Luís Delgado, esse excelso comentador cuja maior dor de cabeça é não ser cidadão americano para assim poder votar em Bush em Novembro,  e desse modo contribuir para evitar a sua derrota eleitoral?
 

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Rui Elias

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« Responder #18 em: Abril 30, 2004, 12:47:45 pm »
à atenção do Ricardo Nunes:

"Os americanos retiraram de Fallujah e entregaram a segurança da cidade a um general (pasme-se...) da Guarda Republicana de Saddam Hussein !

Vejam no yahoo. Até lá está a fotografia do general. Por falar em generais, há um general americano responsável por uma prisão no Iraque que é acusado de abusar de prisioneiros iraquianos."

Parece que aquela de escovarem a farda do Saddam já esteve mais longe de acontecer, não acha?
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #19 em: Abril 30, 2004, 02:58:45 pm »
Citação de: "Rui Elias"
à atenção do Ricardo Nunes:

"Os americanos retiraram de Fallujah e entregaram a segurança da cidade a um general (pasme-se...) da Guarda Republicana de Saddam Hussein !

Vejam no yahoo. Até lá está a fotografia do general. Por falar em generais, há um general americano responsável por uma prisão no Iraque que é acusado de abusar de prisioneiros iraquianos."

Parece que aquela de escovarem a farda do Saddam já esteve mais longe de acontecer, não acha?


Oh Rui, mas isso é o que tenho vindo a dizer. Penso que foi uma medida muito acertada.

Aquilo que sempre critiquei na Administração Bush e nos seus planos para o pós-iraque foi terem enviado para casa 240 000 homens do antigo exército e forças de segurança iraquiana sem trabalho e dinheiro ao fim do mês.

Continuo a achar que não é uma guerra de libertação, mas você bate sempre na mesma tecla. Quanto à sondagem se tiver lido o artigo completo que publiquei deveria ter reparado que estão lá explicítas as propriedades da sondagem.
Mas não, você deve pensar todos os iraquianos ( entenda-se 100% da população ) quer as tropas da coligação de lá para fora. Que visão radical não acha?

Penso que já disse tudo o que tinha a dizer sobre isto.

Uma nota: Não precisa de em vários topics comentar a "retirada" americana de Fallujah. Basta fazê-lo num topic. Os membros do FD felizmente não deixam escapar nada.  :wink:
Ricardo Nunes
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Normando

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« Responder #20 em: Maio 01, 2004, 01:11:11 am »
Caro Rui Elias,

Em primeiro lugar, não sou defensor da invasão do Iraque e muito menos do arrastamento da ocupação, só que você exagera bastante nas expressões e nas comparações quando dá a sua opinião. Por exemplo, avança logo com a hipótese de, na tal sondagem, os iraquianos se terem pronunciado sob coacção americana, mas não lhe passa pela cabeça que, se calhar, em Faluja, muitos civis sejam postos em perigo pelos resistentes quando estes se abrigam em zonas urbanas e mesquitas?

Em segundo lugar, distingo perfeitamente os vários tipos de oposição armada que se opõe legitimamente à coligação (e que você mencionou e bem) seja através de emboscadas, seja através de bombas na estrada, dos grupos de terroristas que já mataram civis em massa (em Najaf o ano passado, em Kerbala durante as festas religiosas, nos atentados contra as sedes dos partidos curdos, contra a ONU e a Cruz Vermelha). Não me vai dizer que quem manda carros-bomba contra esquadras em zonas lotadas de civis também é um resistente, pois não?

Em terceiro lugar, a opção de reabilitar o antigo exército de Saddam e os oficiais do antigo regime é muito válida e só peca por tardia, porque a transição de poder também passa por aí.

Em quarto lugar, não penso que o povo iraquiano seja estúpido e ignorante, mas penso que a grande maioria, não querendo obviamente ser ocupado e administrado pelos EUA, prefere que tropas estrangeiras permaneçam um pouco mais no Iraque, e que a resistência e os grupos terroristas não comprometam a reconstrução do país.

Em quinto lugar, não vejo as tropas da coligação, especialmente as dos EUA que são as maiores protagonistas (pelo seu nº no terreno), como ocupante repressor e opressor. É óbvio que o exército americano não sabem fazer a paz como sabe fazer a guerra; não serve como força policial ou de manutenção da paz; actua infelizmente com força desproporcionada; o pós-guerra foi incrivelmente mal delineado pelos americanos; a conquista do apoio popular e a guerra pelos corações e mentes dos iraquianos é algo que teima em escapar aos americanos. Pode ser que a pressão dos aliados e da ONU ajude a inverter isto.

Uma última referência ao triste episódio de humilhação e tortura física e psicológica infligida por meia-dúzia de guardas prisionais americanos aos detidos iraquianos: espero que sejam punidos em tribunal marcial; as imagens que correm o mundo vão fazer um mal terrível aos esforços para estabilizar o Iraque; não é por causa disto que agora todos os soldados americanos são torturadores e brutos (embora seja essa a mensagem que o mundo árabe fixe).

Se calhar, o Rui e eu até temos opiniões convergentes em muitos assuntos, contudo, o seu discurso é sempre de um tom tal que eu vejo-me forçado a intervir como advogado do diabo (neste caso das tropas da coligação liderada pelos EUA). Você parece que delira com o agravamento da situação e depois lá vem com a repetida verborreia anti-americana. Ó homem, eu só quero que aquilo no Iraque se resolva rapidamente, que os líderes norte-americanos aprendam algumas lições para o futuro e que, em Novembro, John Kerry ganhe as eleições.

Cumprimentos.
"If you don't have losses, you're not doing enough" - Rear Admiral Richard K. Turner
 

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Rui Elias

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« Responder #21 em: Maio 03, 2004, 02:44:39 pm »
Oxalá que sim...

A pandilha que tomou conta da Casa Branca é que está a levar os EUA e o mundo para o abismo.

E o que é mau para o mundo, ocidental ou muçulmano, é necessáriamente mau para os EUA.

Os EUA não estão noutro planeta.

A Terra é partilhada por todos.
 

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europatriota

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O dilema de Fallujah
« Responder #22 em: Maio 06, 2004, 02:52:12 pm »
Dado que a resistência nunca se renderia, nem que sofresse milhares de baixas (sofreu mais de cem, além de 600 civis), restavam apenas duas possibilidades: 1) arrasar a cidade do ar (estilo Dresden de 1945: 140.000 baixas civis) ou 2) retirar e entregar a cidade a forças credívelmente iraquianas (ou seja: tropas não fantoches).

Como a primeira hipótese, a preferida pelos chicken-hawks do Pentágono, não é hoje mediaticamente possível, restava a última: Chamar um general do antigo exército iraquiano para comandar uma brigada formada quase exclusivamente pelos membros da resistência da cidade (que assim serão desarmados e.... rearmados).

Conclusão: era previsível tal desfecho, pelo que as bocas acoboiadas de desinfestar cidade de "ratazanas" tornaram-se num embaraço... Num habia nexexidade...

Ficaram no entanto dois campos de futebol cheios de campas de civis massacrados indiscriminadamente pelos helis e gunships americanos. E o TPI poderá um dia vir a ocupar-se deste Oradour iraquiano...
A Grande Europa, respeitadora do direito internacional, da dignidade dos povos e da paz mundial deve unir-se, rearmar-se e liderar o mundo rumo à Paz Perpétua kantiana
 

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Rui Elias

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« Responder #23 em: Maio 06, 2004, 03:02:39 pm »
Europatriota:

Não há dúvida de que você adoptou un nick muito discreto :oops:
 

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palms

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« Responder #24 em: Maio 06, 2004, 03:30:27 pm »
Pronto, começam-se a juntar todos! :G-bigun:
 

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Rui Elias

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« Responder #25 em: Maio 07, 2004, 11:22:50 am »
Grande Palms:

Essa metrelhadora é em homenagem aos resistentes de Faludja e de Najaf?

É que se fosse em homenagem aos ocupantes, penso que o melhor seria pôr um Apache ou um Abrahms acabado de ser atingido por um RPG :lol:  :lol:
 

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palms

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« Responder #26 em: Maio 07, 2004, 04:23:16 pm »
Não é apenas para demonstrar o que deve ser feito aos terroristas palestinianos!