Temo que o que estou a propor não é bem isso até porque não me estava a referir apenas ao mar mas sim à Nação. Existe realmente ali muita fantasia e verbo encher e sempre vai dando para encaixar mais uns Boys.
Fair enough. Mas não creio que seja justo classificar a EMAM como armazém de boys, se é isso que está a dizer.
Meu caro, não tente desfocar o que eu disse entando em floreados exagerados. Não se trata de ter um Nimitz ou uma comboio deles. Trata-se de ter uma capacidade minima de projectar força nessas águas. Uma capacidade minima de vigilancia e cobertura. É disso que se trata. Já reparou nos efectivos e qualidade das Marinha Norueguesa, por exemplo. Claro que as nossas águas estão completamente ao alcance das nossas fragatas e submarinos mas quantos temos para realmente preencher adequadamente esse espaço? Quais a reais necessidades? Perante a vastidão da nossa área é claramente insuficiente.
Ok - quais são as reais necessidades? Temos necessidade de "preencher", nas suas palavras, o Mar Nacional + a Plataforma Continental com fragatas e submarinos? Porquê? São meios um bocado caros para vigiar, não?
Projectar força é diferente de vigiar (digo eu, que em assuntos militares sou menos que amador) e faz-se em relação a um alvo/objectivo especifico. Ora o nosso espaço marítimo, superfície e submerso, grande como é, não faz fronteira com muitos outros - Espanha a Norte e Sul + Canárias, e Marrocos. No 1º caso a projecção de força no mar é secundária, no 2º é, tanto quanto sei da Marinha Marroquina, mais que suficiente.
Resta a projecção contra... pesca ilegal? Vá lá, por absurdo, prospecção de petróleo/gás/minérios contra a vontade da Republica? Nada que 5 fragatas e 2 submarinos não resolvam. Ou um NPO e a sua arma de brincar for that matter.
Hepa, claro que a quantidade tem a sua própria qualidade, mas na actual situação estratégica, não é por falta de meios de guerra naval que Portugal deixa de aproveitar o Mar. O que ajudava era mais uns meios científicos, mas mesmo nisso não estamos exactamente na penúria.
Quanto à forças que se opõe a Portugal, penso que são bem conhecidas por aqui. Quem tentou até à ultima que não comprassemos submarinos? Quem tem tentado junto dos americanos, que o triangulo estratégico português lhe seja atribuido por manifesta falta de vontade para o controlar de Portugal, além de tentar recorrentemente retirar estruturas de comando NATO do nosso território? Quem tem estado a construir umas FA totalmente desproporcionadas em relação ao nivel de ameaças que enfrenta e dispondo de muito menos mar tem investido de forma brutal na sua Armada?
Mesmo dando por provada a pérfida Espanhola - que o mais das vezes me parece mais paranóia Lusa que outra coisa - o que pode Espanha fazer para impedir Portugal de explorar o seu Mar, que seja ao mesmo tempo passível de resposta armada Portuguesa e não passível de invasão terrestre? Sinceramente não vejo nenhuma situação que cumpra estes requisitos, mesmo no mundo fantasioso em que não existem NATO, UE, e um Palácio de São Bento e uma Moncloa que passam a vida aos beijinhos.
O meu point no meio disto tudo - nos assuntos do mar pelo menos, não há razões para pessimismo estilo Somália. O Mar e a Plataforma são nossas e como tal reconhecidas por toda a gente, temos marinha e temos engenheiros/geólogos/biólogos/etc. Até temos alguma paz e concórdia entre os principais partidos.
Agora, não se pode é ficar à espera que o Estado e as suas empresas minadas de boys (da GALP aos ENVC) façam tudo. E quando vierem empresas estrangeiras que queiram investir e explorar, não ter medo do estrangeiro.