Portugal Arrisca-se a ser um Estado Exíguo?

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João Vaz

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Re: Portugal, estado exíguo
« Responder #15 em: Outubro 29, 2010, 04:10:00 pm »
Netos de Noé



Mais fotos online da "molha" de hoje.


Provavelmente os mais incautos julgariam que Portugal começou com Afonso Henriques ou mesmo que foi o Conde D. Henrique o primeiro soberano de Portugal. Erraram todos. O primeiro soberano de Portugal foi Tubal, neto de Noé, conforme provou Frei Bernardo de Brito, ínclito historiador português, autor (parcialmente, pois a sua morte, em 1617, impediu-o de passar além dos 2 primeiros volumes) da ambiciosa História de Portugal intitulada Monarchia Lusytana.

O sábio monge cirterciense e Cronista-Mor do Reino dedicou todo o primeiro volume (850 páginas) à história do nosso país até ao nascimento de Jesus Cristo, e o segundo volume (publicado em 1609) até à chegada do Conde D. Henrique.


Frontispício do 1º volume da Monarchia Lusitana dedicada a Filipe II (I de Portugal), então rei de Portugal (1597)

Versão online da Monarchia Lusytana para quem tiver paciência  c34x

Entretanto, a Bíblia esclarece:
Tubal era filho de Japhet, que era filho de Noé. Como documenta o Génesis 10:
1 Estas, pois, são as gerações dos filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé, aos quais nasceram filhos depois do dilúvio.
2 Os filhos de Jafé: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras.
3 Os filhos de Gomer: Asquenaz, Rifate e Togarma.
4 Os filhos de Javã: Elisá, Társis, Quitim e Dodanim.
5 Por estes foram repartidas as ilhas das nações nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações.


É na página 7 da obra de Fr. Bernardo de Brito que Tubal se achou numa "fermosa baya, por onde se lança no grande Occeano Occidental hum Rio, mayor em proveitos de pescarias & navegações, que em quantidade de agoas". Tratava-se do estuário do Sado e Tubal estava em vias de lançar os alicerces de Setúbal.

Tubal ficou-se eventualmente pela Ibéria, nas areias de Portugal, à beira mar plantado.

Frei Bernardo de Brito, ansioso por demonstrar a prevalência e as glórias da sua pátria, então sob um soberano estrangeiro, inspirou-se em todo um acervo de informações documentais (guardadas religiosamente no Mosteiro de Alcobaça), histórias imaginárias, fábulas para escrever uma história imponente do ponto de vista literário, mas de um rigor mais que duvidoso do ponto de vista da exegese histórica.

Mas estabeleceu correctamente a raíz genética aquática do futuro país cliente frequente do FMI.
"E se os antigos portugueses, e ainda os modernos, não foram tão pouco afeiçoados à escritura como são, não se perderiam tantas antiguidades entre nós (...), nem houvera tão profundo esquecimento de muitas coisas".
Pero de Magalhães de Gândavo, História da Província Santa Cruz, 1576
 

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papatango

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Re: Portugal, estado exíguo
« Responder #16 em: Outubro 30, 2010, 12:04:06 am »
Mas o que diacho é que as teses fantasiosas típicas do século XVII têm que ver com a questão do estado exiguo e com a politica de defesa que o país deve seguir, tendo em consideração esse pressuposto ? :conf:
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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urso bêbado

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Re: Portugal, estado exíguo
« Responder #17 em: Abril 13, 2012, 06:10:21 pm »
Como sou novo no fórum e acho ter coisas para dizer, recupero "post" que já foram decaindo; peço desculpa, mas a primeira vez da que eu ouvi falar em "estados exíguos" foi relativamente à Somália e as facções em briga lá; do meu ponto de vista, um estado exíguo é aquele que não tem governo legítimo nem qualquer coisa que se lhe assemelhe, e/ou ainda tendo, não é este quem a dar jeito do governo na totalidade do território nacional (casos de Colómbia, ou até o Brasil no que faz às favelas onde só fortemente munidos podem subir os policiais). Do meu ponto de vista, em soma, o estados em falência ou exíguos são apenas os que não dão jeito da governança interna. Nada tem a ver, por minha opinião, a capacidade de resposta às eventuais agressões externas que possa padecer uma nação (a fim de conta, sempre há nações mais pequenas e outras mais grandes; países mais fortemente militarizados e outros que não têm assim tanto exército, e desse ponto de vista todos os países estão em risco de caír nas mãos de uma potência maior... mas para isso estão os tratados internacionais, o Direito Internacional, etc...

É por isso que a vulnerabilidade existe sempre para todas as nações, e cada pátria tem seus medos (Israel pode ser banida pelos iranianos, Dinamarca cair baixo os alemães, etc...), mas isso sempre é assim... apenas as super-potências fogem à ameaça mais ou menos certa.

Portugal não é um estado exíguo nem vai ser.  :G-Ok: