A Vertigem da MediocridadeO facto é que a "mama" acabou. O cenário mais provável é a vinda do FMI. Mesmo com Orçamento aprovado. Mesmo que aprovado, pois as suspeitas estão todas voltadas (correctamente) contra quem nos (ainda) governa. São um insulto para o resto da população deste pequeno país.
O diminuto saldo de credibilidade esgotou-se. Graças essencialmente aos governantes que temos tido nestas últimas duas décadas. Os "mercados" voláteis e insaciáveis que o pobre Sócrates tentou distrair com mais um PEC medíocre não dão tréguas. Não há confiança, pois não se vislumbra liderança.
Este OE é o trabalho de casa de um aluno preguiçoso e malandro. E com medo do que já deixou fazer em anos anteriores. É um Orçamento cobarde pois teme o excesso de cortes necessários, sabendo que isso lhe custará eleições. Como se isso fosse importante para o futuro do país. É recessivo, abusivo, fruto da mais apurada incompetência e irresponsabilidade governativa. Todo um negrume previsível apelando à capacidade de sofrimento...nosso, não dos seus autores.
Basicamente, somos fiadores compulsivos de um Estado falido e desgovernado por um bando de abutres.
Só não merecem o epíteto de Génios do Mal porque não têm aptidão para tal. São apenas uma mescla intragável de caloteiros com vendedores de enciclopédias.
Condenaram um país inteiro a depender do dinheiro sacado da massa salarial, do furto tributário e de... dinheiro emprestado! E agora vêem-se a braços com um trabalhozeco de Orçamento limitado a tapar o fosso crescente da dívida crónica. O endividamento actual de 110% do PIB tornou expedientes extraordinários e violentos para manter os cobradores à distância. Por agora. Porque isto não tem fim, nem há perspectiva de quebrar este ciclo vicioso e viciado.
De arrastão em arrastão, mentindo com todos os dentes, entalados até à medula. Ninguém lhes cobiça sequer o lugar, tal o amontoado de falsidade, dívida e desvios. O fedor sente-se a milhares de quilómetros, apesar das manobras ridículas de diversão.
A essas criaturas fantasmagóricas dos "mercados internacionais", baixam as calças num instante. Em relação às reais necessidades dos país e direitos dos seus habitantes/contribuintes, a sensibilidade congela. A reforma estrutural do Estado continua tão distante e etérea como os "mercados", que nunca se irão satisfazer completamente. Ou seja, mais uma espiral descendente. A cada ponto retirado na avaliação e a cada subida das taxa de juro, aumenta a penhora sobre os portugueses. Isto não tem fundo, e os culpados vão preparando a sua saída de cena.
Ainda assim, poderíamos pensar que temos os melhores políticos do planeta pois nenhum serve tempo na cadeia, onde muitos já estariam fruto dos sucessivos processos de que foram alvo e são convenientemente abafados e arquivados. Face a esta calamidade nacional, os porta-vozes de gravação automática afirmam com soberbo descaramento que este OE protege o país dos "mercados internacionais". Debates sérios, espírito de serviço? nem vê-los... Anedotas lamentáveis, tristes espectáculos que não enganam ninguém. Mais parece que tentam convencer-se a si mesmos, nas suas mentes pequenas e mal formatadas.
Retrato miserável este, de uma reles minoria com ar napoleónico, inepta e pateta, orgulhosa da porcaria que evacuou, desafiando o mais elementar sentido de honestidade e bom senso.
O país está todo mobilizado para correr com esta corja mafiosa para o alto-mar. Tal como se fez com alguns navios da Marinha no final do século XIX, promova-se uma subscrição pública para financiar uma jangada aos batanetes politiqueiros.
Temos até uma tipologia de embarcação adequada:
"Jangada de Cristo" de Baião até ao Porto pelo Douro
Uma cadeira, 69 bolas de voleibol forradas por uma rede de aço, um motor de dois cavalos e uma boa dose de imaginação, foi quanto bastou para o padre Almiro Mendes se lançar ao Rio Douro, a fim de percorrer a extensão da Diocese do Porto".SIC.
Com uma espécie de epitáfio:
PORTUGALFUNDADO EM 1139
REMENDADO EM 1640, 1835, 1910, 1974
AFUNDADO EM 2010