Tecnologia Portuguesa

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Lusitano89

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #525 em: Junho 08, 2012, 07:25:35 pm »
Vigilância nos mares europeus tem marca portuguesa


A tecnologia portuguesa GeoC2, a solução inovadora 3D para comando e controlo no âmbito da cooperação civil-militar da empresa portuguesa Inovaworks Command and Control, é hoje apresentada à Comissão Europeia, em Bruxelas.
 
Esta tecnologia será o motor da componente portuguesa do projecto europeu BlueMassMed – uma iniciativa da Comissão Europeia que inclui Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia e Malta, e que foi desenvolvido para fomentar a partilha de informação operacional entre 47 forças e entidades envolvidas no exercício da autoridade do Estado no mar, das quais 12 são portuguesas. O projecto quer monitorizar o tráfego marítimo destes países. Os objectivos passam, por exemplo, por controlar problemas como possíveis colisões, naufrágios e contrabando.
 
A solução GeoC2, construída no último ano e meio pela Inovaworks Command and Control (uma spin-off do laboratório de tecnologia Inovaworks), foi desenvolvida em estreita colaboração com a então Estrutura de Missão para Assuntos do Mar (EMAM), papel que veio posteriormente a ser assumido pela Direcção-Geral de Política do Mar (DGPM).
 
Este produto tem como principais elementos diferenciadores o uso de um núcleo de sistema de informação geográfico (SIG) puramente 3D, em que é possível criar e analisar áreas, corredores e volumes subaquáticos, marítimos ou aéreos de forma expedita, e a sua abertura a múltiplas organizações nacionais através da capacidade de integração, análise e partilha de informação baseada em standards abertos, oferecendo uma abordagem orientada para a disponibilidade de múltiplos serviços e redes federadas.
 
Hugo José Pinto, director-geral da Inovaworks Command and Control, afirma que a sua equipa ficou “entusiasmada com a utilização da solução de Comando e Controlo GeoC2 num projecto desta natureza e dimensão”. Foi “com muito orgulho que empenhámos uma equipa de excelência para colaborar com a DGPM”.
 
A solução implementada, esclarece, “permite a análise, a partilha de informação e a comunicação em tempo real sobre uma 'sala de situação' virtual em que todos os intervenientes das organizações portuguesas e dos parceiros europeus podem trabalhar em conjunto”.
 
Ciência Hoje
 

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nelson38899

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #526 em: Junho 08, 2012, 10:44:47 pm »
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Helicóptero e avião não tripulados cartografam áreas ardidas | iOnline
terça-feira, 05-06-2012
i Online



 Duas "spin-off" da Universidade do Minho (UMinho) lançaram um serviço, pioneiro em Portugal, que permite cartografar as áreas florestais ardidas através da utilização de um helicóptero e um avião não tripulados, foi hoje divulgado. O projeto "Firemap", lançado pelas GeoJustiça e Pangeo, possibilita a aquisição de imagens de elevada resolução, georreferenciada e estruturada com uma base de dados geográfica nacional, no sentido de caracterizar as zonas ardidas e, possivelmente, ajudar na prevenção de futuros incêndios. "A delimitação de terrenos percorridos por incêndios assume hoje uma especial importância, pois constitui a base do planeamento de ações de recuperação de áreas ardidas, de prevenção estrutural e de organização anual do sistema de vigilância e combate. A floresta é um recurso ambiental e económico que temos que preservar. O conhecimento rigoroso destas zonas é uma necessidade", explica Carla Freitas, fundadora da GeoJustiça. Esta "spin-off" é especializada na recolha, no tratamento e na interpretação de informação geográfica de apoio à resolução de conflitos judiciais e extrajudiciais. Para além da cartografia elaborada com base nas imagens retiradas por equipamentos de voo não tripulados, será também entregue um relatório com informação detalhada sobre o número de incêndios florestais, a área ardida, o perímetro de área florestal afetada e a caracterização da vegetação existente. Segundo os promotores, esta solução responde à crescente necessidade de diversas entidades, como os Gabinetes Técnicos Florestais, a GNR, a Autoridade Nacional de Proteção Civil, a Autoridade Florestal Nacional e o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, em mapear os terrenos percorridos por incêndios, através do levantamento e tratamento da informação geográfica. "O que acontece é que estes organismos não dispõem de meios, nem de know-how para o efeito", reforça Paulo Pereira, doutorado em Ciências pela UMinho e responsável da Pangeo, cujo objetivo é disponibilizar serviços ligados à conservação da natureza, à educação ambiental e à informação geográfica. O desenvolvimento do "Firemap" envolve ainda a colaboração das empresas GeoAtributo e "Passos no ar", direcionadas para o planeamento e ordenamento do território e a produção de imagens aéreas, respetivamente. "São quatro projetos empresariais de áreas distintas mas complementares, garantindo ao consórcio apoio técnico-científico e acesso ao mais moderno equipamento e a laboratórios de apoio", afirmou Carla Freitas.

http://umonline.uminho.pt/ModuleLeft.aspx?mdl=~/Modules/Clipping/NoticiaView.ascx&ItemID=64849&Mid=119&lang=pt-PT&pageid=74&tabid=13
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #527 em: Junho 12, 2012, 10:50:56 pm »
Cientistas inventam um frigorífico solar


Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) criaram um frigorífico solar inovador, capaz de produzir frio equivalente a cerca de 3 a 4 quilos de gelo por dia.
 
A nova invenção chama-se FRISOL e na sua base está a implementação da refrigeração por adsorção, utilizando sílica-gel, um material extremamente eficiente na retenção de moléculas de vapor, não tóxico e de baixo custo. Pode adsorver água até 40 por cento do seu próprio peso quando está fria, voltando a libertar a água ao ser aquecida.
 
A equipa da UC já construiu um protótipo com equipamento completamente autónomo, necessitando apenas de energia solar para accionar o processo de refrigeração.
 
Segundo explica José Costa, um dos coordenadores do projecto, o frigorífico solar poderá ser “muito útil em zonas remotas sem rede eléctrica, como por exemplo, em África, para a conservação não só de produtos alimentares, mas essencialmente de medicamentos. A indústria já manifestou interesse por se tratar de uma tecnologia de baixo custo”.
 
Contudo, o engenho pode ser também usado em alternativa aos frigoríficos comuns, apenas precisa de energia solar para o seu funcionamento.
 
O FRISOL consegue manter o frio durante dois ou três dias sem sol, graças ao isolamento térmico da caixa frigorífica. O princípio de funcionamento é aparentemente simples: o ‘coração’ do sistema é a sílica-gel, colocada no interior de um colector solar, completando-se o circuito com um condensador, um reservatório de condensados, um evaporador (onde é produzido o frio) e uma caixa frigorífica. O fluido refrigerante é a água, e o sistema funciona sob vácuo, sendo por isso necessário retirar todo o ar do interior do sistema.
 
Provado o conceito, o projecto vai agora entrar em fase de optimização, testes de robustez, e estudo de novas aplicações práticas.

Ciência Hoje
 

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #528 em: Julho 02, 2012, 05:45:50 pm »
Seringa a laser sem agulha é portuguesa e deve chegar ao mercado em 2013


 :arrow: http://videos.sapo.pt/nsJQWuaeP8ZTtD6COkVv

Uma seringa a laser, sem agulha, está a ser desenvolvida em Coimbra e deverá chegar ao mercado dentro de um ano, anunciou hoje Carlos Serpa, um dos investigadores envolvidos.
 
O Laserleap (seringa a laser) é um sistema em nada semelhante às tradicionais seringas com agulha, mas que, tal como estas, permite fazer chegar o medicamento ao destino pretendido, só que sem picada e recorrendo a laser.
 
O protótipo da “seringa” foi hoje apresentado na Universidade de Coimbra (UC), onde o projeto nasceu, em 2008, por um grupo de três investigadores do Departamento de Química, que inclui também Luís Arnaut e Gonçalo Sá.
 
Através do laser, é criada uma onda de pressão que, ao chegar à pele, gera uma “espécie de tremor de terra”, deixando-a "durante alguns segundos permeável”, o que facilita a aplicação do fármaco, administrado em creme ou gel, explicou Carlos Serpa.
 
O fármaco “surte efeito mais rapidamente, nomeadamente no caso dos analgésicos tópicos”, acrescentou.
 
Aplicações no tratamento do cancro da pele e de determinadas doenças dermatológicas, administração de vacinas ou aplicações em cosmética são algumas das utilizações da tecnologia Laserleap.
 
Testado em três dezenas de estudantes do Departamento de Química, o sistema “não provoca dor nem vermelhidão, de uma maneira geral - “apenas cinco por cento dos casos, mas passa rapidamente” – e é considerado “seguro para os humanos”.
 
Vencedor da primeira edição do prémio RedEmprendia (2010), no valor de 200 mil euros, o Laserleap, levou já à criação de uma empresa - LaserLeap Tecnologies, em setembro de 2011, e atualmente incubada no Instituto Pedro Nunes – e a um pedido de patente internacional, em abril de 2011.
 
Ainda recentemente, o projeto venceu o desafio internacional lançado no Photonics West 2012, um dos maiores encontros científicos do mundo na área da fotónica.
 
A RedEmprendia é uma associação criada com apoio do Grupo Santander e orientada para o empreendedorismo, que congrega 20 universidades ibero-americanas - em Portugal, as Universidades de Coimbra e do Porto.
 
Durante a apresentação do protótipo, o presidente da RedEmpreendia, Senen Barro, classificou o projeto português de “excecional”, referindo que, na “corrida” ao prémio, estiveram outros também “bastante bons”.
 
“A qualidade de vida de muitas pessoas pode mudar radicalmente” com a nova seringa, considerou.
 
O diretor da divisão do Santander Universidades para Portugal, Marcos Ribeiro, afirmou, por sua vez, que “o país precisa agora, mais do que nunca, que as universidades prossigam o motor de desenvolvimento” que representam para o “crescimento sustentável das sociedades”.
 
Depois de salientar a importância da RedEmpreende no desenvolvimento dos projetos de investigação, o reitor da UC, João Gabriel Silva, manifestou-se preocupado com a “diminuição global dos montantes disponíveis para os projetos de investigação”, através da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
 
“Se estas restrições se mantiverem, é obvio que muito do percurso positivo que Portugal tem feito nos últimos 10, 15 anos vai ser posto em causa, o que é preocupante e não é compatível com as afirmações que se fazem de que as universidades são decisivas para o desenvolvimento do país”, sustentou.

Lusa
 

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #529 em: Julho 09, 2012, 06:33:19 pm »
Portugal apresenta avião autónomo em feira da especialidade



O AR4 serve para missões de defesa e vigilância e foi mostrado numa das principais feiras da especialidade.

Portugal apresentou hoje numa das principais feiras de aviação e defesa mundiais o primeiro avião autónomo português. Chama-se AR4 Light Ray e foi desenhado para múltiplas missões de informação, vigilância, identificação de alvos e reconhecimento. Tem 180 cm de envergadura, 140 cm de cumprimento, atinge uma velocidade de 55 km/hr, consegue um alcance de 20km e uma autonomia de duas horas de voo. A responsável é a TEKEVER, uma empresa nacional de alta tecnologia.

Foi a primeira vez que uma empresa portuguesa apresentou com um produto desta natureza devidamente certificado para fins operacionais numa Feira Internacional da especialidade, a Farnborough Air Show, na Grã Bretanha. O mercado é dominado por norte-americanos e israelitas e está a crescer de forma vertiginosa.

As aeronaves de voo autónomo são não só um êxito tecnológico como comercial, registando um crescimento enorme de vendas em todo o Mundo, pela sua eficácia, custo operacional e ausência de risco pessoal em tarefas perigosas.

DN
 

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #530 em: Julho 10, 2012, 07:19:30 pm »
Bombeiro cria dispositivo que protege veículos das chamas


Um bombeiro de Gouveia está a desenvolver um dispositivo que monitoriza a temperatura exterior dos veículos de combate a incêndios florestais e acciona um mecanismo para evitar a sua destruição quando surpreendidos pelas chamas. O sistema ‘Fire Protection: autoprotecção e monitorização de veículos de bombeiros para o combate a incêndios florestais’ foi criado pelo bombeiro Sérgio Cipriano, estudante no Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e administrador do portal http://www.bombeiros.pt em colaboração com a empresa ‘Mangualdense Bruno Pessoa'.

Segundo o mentor do projeto, este surgiu após verificar que, nos últimos dez anos, morreram em Portugal «67 bombeiros em missões de socorro, 20 dos quais em combate a incêndios florestais».

Sérgio Cipriano explicou que o Ministério da Administração Interna aprovou, em 2010, um despacho que prevê que os novos veículos de combate a incêndios florestais disponham de uma estrutura tubular externa com cortina de protecção accionada, em caso de emergência, do interior da viatura.

No entanto, «se ninguém carregar no botão [para que a motobomba entre em funcionamento e lance uma cortina de água], a viatura acaba por arder», observou.

O dispositivo ‘Fire Protection’ vem, segundo este bombeiro, colmatar esta falha, permitindo proteger os homens e o veículo de forma mais eficaz.

«Com a aplicação de sensores de temperatura em redor do carro, conseguimos captar a temperatura que está exteriormente e, assim, o dispositivo, que foi aprovado em portaria, acciona automaticamente sem estar dependente da mão humana», disse Sérgio Cipriano à agência Lusa.

A tecnologia está em desenvolvimento, faltando apenas «definir qual é a temperatura ideal que se pretende monitorizar no exterior», adiantou.

Em caso de acidente, o sistema também notificará a central de telecomunicações ou o comandante das operações, fornecendo as coordenadas GPS da viatura para envio imediato de meios de auxílio.

O dispositivo será ainda suportado por um software que identifica, com precisão, um veículo num mapa cartográfico, tendo possibilidade de o imobilizar em caso de roubo e de enviar alertas para a central de telecomunicações em caso de capotamento, indicou.

O sistema "Fire Protection" terá um custo estimado de 1.600 euros, mas pode salvar vidas e evitar a destruição de veículos durante o combate às chamas, segundo o responsável.

«É um dispositivo que acaba por ter um valor (custo) residual», disse Sérgio Cipriano, assinalando que um veículo de combate a incêndios florestais «custa entre 100 a 200 mil euros».

O sistema ficou em segundo lugar no concurso regional de inovação e empreendedorismo promovido pelo IPG.

Na tarde do próximo sábado, o dispositivo será apresentado em Famalicão da Serra, Guarda, durante a sexta jornada de análise ao incêndio florestal registado em 9 de Julho de 2006, que vitimou um bombeiro e cinco sapadores chilenos.

Lusa
 

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miguelbud

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #531 em: Julho 11, 2012, 03:56:09 pm »
O novo parceiro dos agentes de segurança é um robô e é português
É um robô português que patrulha espaços, anda sozinho e detecta fumo, gás, água e pessoas. Com câmaras e sensores, o objectivo é facilitar o trabalho dos agentes de segurança, mas ainda precisa destes para uma boa supervisão.

Com cerca de 1,60 metros de altura e uma forma cónica, mais larga na base para ter estabilidade, a invenção, que ainda não tem nome, actua como vigilante e funciona como uma espécie de parceiro dos agentes de segurança humanos que a podem programar consoante as suas necessidades.

“Pode ser telecomandado ou fazer a ronda, porque ele reconhece o local”, explicou ao PÚBLICO Carlos Pinho, gestor do projecto que partiu do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC-TEC) do Porto. Para tal, basta que sejam marcados pontos num mapa e exportados para o robô.

Com recurso a sensores de fumo, humidade, monóxido de carbono, movimento, entre outros, o robô “consegue detectar ameaças de diferentes tipos de forma automática e enviar alarmes para os operadores humanos”, que configuram a sensibilidade dos sensores a partir dos quais desejam receber alertas, conta o gestor do projecto.

Deste modo, adapta-se a espaços e ambientes com características diferentes, como fábricas ou centros comerciais. “Numa fábrica, por exemplo, a temperatura definida será mais alta do que num shopping. [O operador de segurança] só é alertado quando há alarmes que ultrapassam o que foi definido”, concretiza Carlos Pinho.

Outras funcionalidades do robô são os modos de visão térmica, em alta definição ou a 360 graus, que permitem a detecção de formas humanas e são particularmente úteis quando os seguranças humanos têm de se ausentar. O autómato transmite streams de vídeo em tempo real e emite notificações de ocorrências anormais. É igualmente capaz de tirar fotografias na ausência total de luz, com recurso a um sensor de infravermelhos.

Entre as suas valências, o robô consegue reconhecer matrículas, que depois são comparadas com outras assinaladas como suspeitas em bases de dados, podendo desempenhar funções num parque de estacionamento. “E com as câmaras térmicas, através da temperatura do motor e dos pneus, consegue detectar se o automóvel chegou há pouco tempo”, acrescenta.

O gestor do projecto ressalva, no entanto, que o robô foi criado para servir de “complemento às actividades de segurança actuais”, estando sempre dependente de um humano para uma supervisão eficaz. “Não é um elemento que, perante uma ameaça, consiga tomar uma acção. Nem sequer tem braços”, explica Carlos Pinho. “Quanto muito, pode andar à volta da pessoa, mas não pode derrubá-la”, acrescenta, salientando a importância do robô em operações que possam implicar riscos para os agentes de segurança humanos.

O robô está patrulhar experimentalmente os corredores do Centro Empresarial Lionesa, em Leça do Balio. "Os operadores humanos gostaram muito de trabalhar com o robô e reconheceram-lhe utilidade”, afirmou o gestor do projecto.

No futuro, o plano para o protótipo, que é fruto de um consórcio de empresas, que contou com a investigação e desenvolvimento do INESC-TEC, passa pela exportação. Ainda em fase de certificação, há interesse para que no final do ano sejam produzidas algumas unidades, ainda não estando definido qual o modelo de comercialização a aplicar.

In Publico
 

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miguelbud

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #532 em: Julho 11, 2012, 10:37:25 pm »
Está pronta a primeira «Scooter» elétrica portuguesa
Investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica da Universidade de Coimbra (ISR/UC) desenvolveram a primeira «scooter» portuguesa totalmente elétrica que, através de tecnologia inovadora, permite configurar o sistema de propulsão ao gosto de cada utilizador.

As inovações presentes no protótipo incluem a comunicação entre o grupo propulsor, o controlador (um ‘tablet pc' com sistema operativo Android), as baterias ou o carregador através de um sistema sem fios (bluetooth).

A ‘scooter’ foi «pensada e desenvolvida num contexto de utilizador urbano. Todos os principais dispositivos comunicam entre si, permitindo fazer uma gestão inteligente do conjunto», disse à agência Lusa Ana Vaz, coordenadora do projeto.

O protótipo possui três modos de utilização - Eco, Sport e Safety - «completamente configuráveis» e dispensa a tradicional chave, utilizando um cartão sem o qual a moto não funciona e que insere no sistema de controlo do perfil de cada utilizador.

«Uma família pode ter três ou quatro cartões: os pais podem andar num modo que permita a velocidade máxima e os filhos, com a chave em modo ‘Eco', podem acelerar ao máximo que a moto não ultrapassa os 60 km/h», exemplificou Ana Vaz.

A investigadora admitiu que a equipa que lidera «não foi regrada» ao construir o protótipo em termos de custos, nem ele foi pensado, à partida, como modelo de negócio.

«Mas, como protótipo, tem um preço excecional, equivalente ao preço de entrada de gama de uma ‘maxi scooter’ de 200 ou 400 cm3 de cilindrada», com preços que «rondam os 5 mil euros», frisou.

Ana Vaz avançou ainda que o protótipo desenvolve uma potência de 13,6cv numa utilização normal, podendo atingir picos de 28cv em utilização «mais intensa».

Com a carga de bateria completa, a autonomia varia entre os 70 km «em utilização mais aguerrida, com muitas subidas e descidas e os 140 km em utilização económica», referiu a investigadora.
 

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #533 em: Julho 16, 2012, 10:55:20 pm »
Universidade de Aveiro cria sistema para monitorizar e detectar quedas de idosos


Investigadores do Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática da Universidade de Aveiro (IEETA/UA) estão a desenvolver um sistema de monitorização contínua de idosos e detecção de quedas, anunciou hoje aquela Universidade. O sistema envolve dois pequenos dispositivos embebidos em têxteis sob a forma de peças de vestuário e atinge sensibilidades acima dos 90 por cento para a detecção de postura e 80 por cento para a detecção de quedas.«Ainda estamos em fase de desenvolvimento, mas o objectivo é que venha a ser produzida uma peça de roupa que integra os módulos, para enviar a informação para um computador ou outro dispositivo de um familiar ou instituição», disse à agência Lusa Óscar Pereira, que integra a equipa responsável pelo projecto.

Segundo este investigador da Universidade de Aveiro, o sistema indica a postura de cada pessoa e, no caso de quedas, dá o alerta para um computador ou telemóvel. Simplicidade, baixo custo e eficácia são características do sistema inovador que foi já distinguido com o prémio para a melhor demonstração de «tecnologia vestível» para saúde personalizada, no âmbito de uma conferência internacional realizada no Porto, entre 26 e 28 de Junho.

O trabalho, da autoria de Óscar Pereira, de David Ribeiro, Susana Brás, sob coordenação de João Paulo Cunha, foi avaliado com base numa demonstração efectuada numa das sessões da conferência.

«Falta agora ver se há investidores interessados na sua produção e comercialização», comentou Óscar Pereira.

Desenvolvido no âmbito do projecto "Vital Responder", que surgiu na sequência do "Vital Jacket" (que monitoriza sinais vitais), o sistema tem financiamento do programa Carnegie-Mellon Portugal, sendo o IEETA o parceiro líder de projecto, que envolve a Universidade do Porto e a de Carnegie-Mellon, nos Estados Unidos da América, além da empresa Biodevices, spin-off da Universidade de Aveiro.

Lusa
 

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #534 em: Setembro 11, 2012, 12:47:23 pm »
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Português cria gel «revolucionário» para tratar feridas crónicas

Um investigador português criou um gel «inovador» com células estaminais para o tratamento de feridas crónicas, mas para a aplicação desta terapêutica é preciso encontrar células criopreservadas compatíveis com o doente e que possam ser doadas.

A empresa Crioestaminal, que financiou em cerca de 300 mil euros a investigação, apresentou publicamente, nesta segunda-feira, o que apelida como um ¿«gel revolucionário com células estaminais do cordão umbilical para o tratamento de feridas crónicas».

Segundo o cientista Lino Ferreira, o gel deverá ser especialmente aplicado em pessoas diabéticas com úlceras nos pés que já não cicatrizam.

«É um gel que contem células estaminais do sangue do cordão umbilical e células derivadas destas células estaminais [endoteliais]» que é aplicado na ferida.

No entanto, o investigador admite que este gel não promove o tratamento, ou cicatrização completa das feridas, apenas «ajuda a cicatrizar».

A fabricação do gel, quando estiver comercializado, também obedece a regras, a principal das quais é a compatibilidade entre o dador e o doente.

Lino Ferreira explicou que primeiro é preciso encontrar um dador compatível com o doente específico e que, só então, é fabricado o gel com aquelas células, para aquele doente em particular.

A compatibilidade não parece ser problema, já que nestes casos não é preciso haver «compatibilidade completa», disse o investigador, especificando que «não serão necessárias muitas amostras, nem um leque muito grande de dadores para encontrar essa correspondência».

Para procurar células estaminais do cordão umbilical compatíveis, à partida, terá de ser com recurso a células criopreservadas.

No entanto, as células criopreservadas em bancos privados de células estaminais, como é o caso da Crioestaminal, são apenas para uso do próprio dador ou da família, pelo que um diabético não poderá contar com nenhuma das centenas de células criopreservadas nestes bancos.

Questionado sobre isto, o investigador não especificou qual seria a fonte deste material genético, limitando-se a responder que a procura «seria do ponto de vista alargado, junto de banco público ou privado».

O investigador diz que antes de dez anos não será possível ter o gel comercializado e não se compromete com datas para início dos ensaios clínicos com pessoas, adiantando apenas que está à procura de um parceiro que financie os ensaios, com um custo inicial estimado em um milhão de euros.

André Gomes, fundador e administrador da Crioestaminal, avança contudo que os ensaios serão lançados até ao final do ano, para estarem já a ser feitos a partir do próximo ano, com um grupo de 20 a 30 pacientes, por um período de dois a três anos.

Quanto ao financiamento, André Gomes garantiu que a Crioestaminal será o principal financiador do projeto e que está agora em negociações para arranjar um parceiro.
 

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #535 em: Setembro 28, 2012, 06:11:22 pm »
Investigador de Aveiro desenvolve nanofluído «super» refrigerante


Bruno Silva tem uma visão. Uma nave levanta voo a caminho de Marte. Pela primeira vez o Homem vai pisar o planeta vermelho. As altas temperaturas na descolagem e as enormes oscilações térmicas que o vaivém sofrerá durante os meses de viagem até ao distante objectivo não são problema já que o sistema de refrigeração da nave funciona na perfeição. O segredo que baixa e sobe as violentas temperaturas, e as mantém ao gosto das máquinas e dos astronautas, é um nanofluído desenvolvido pelo Bruno no Centro de Tecnologia Mecânica e Automação da Universidade de Aveiro (UA).

A visão futurista do investigador pode não estar muito longe da realidade. O fluído que está a desenvolver já ganhou o adjectivo de inovador pois, em relação a outros líquidos que alimentam os actuais sistemas de refrigeração, permite melhorias enormes na performance dos equipamentos.
 
«Já provámos que o fluído consegue sobreviver e manter-se estável ao longo da descolagem do vaivém», desvenda o investigador, antigo aluno de mestrado no Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) da UA, local onde agora arregaça as mangas num doutoramento em Sistemas Energéticos e Alterações Climáticas. Muitos testes vão ser ainda precisos para que a contagem decrescente possa, um dia, contar com a resistência e eficácia do nanofluído desenvolvido pelo Bruno. Mas já faltou mais.
 
Afinal que fluído é esse? «Nós não inventámos a pólvora, simplesmente estamos a melhorá-la», diz o investigador membro da equipa de cientistas do DEM que, nos últimos anos, sob coordenação da investigadora Mónica Correia, se tem dedicado ao desenvolvimento do prometedor sistema.
 
Com pormenores irreveláveis ainda fechados no segredo do laboratório, Bruno Silva explica que o fluído tem um material base constituído por água e etilenoglicol, usados em qualquer sistema de refrigeração. A essa mistura são adicionadas nanopartículas, constituídas por nanotubos de carbono.
 
O aspecto final da mistura tem como resultado, pelo menos o visível a olho nu, um líquido escuro ao qual, carinhosamente, a equipa de investigadores chama «a nossa tinta preta».
 
E que inovação tem «a nossa tinta preta»? «A elevada condutividade térmica e a estabilidade ao longo do tempo», responde Bruno Silva. O cientista garante que as características do nanofluído permitem, quando comparado com os líquidos usados nos actuais sistemas de refrigeração, melhorar em mais de 20 por cento a sua eficácia. Assim, se se pensar, não só nos sistemas de refrigeração convencionais, seja o normal ar condicionado ou o que garante que o nosso computador pessoal não expluda, mas também nos que regulam as temperaturas dos super computadores e servidores, das enormes máquinas de diagnóstico da medicina nuclear, das centrais nucleares ou das naves espaciais, uma poupança energética em 20 por cento assume proporções multimilionárias.
 
Testes em laboratório garantem que a equipa do Bruno está no caminho certo. «Sabemos que o nanofluído funciona, só não sabemos o quão bem funciona», explica. Saber a quantidade certa de nanopartículas a utilizar para que «a nossa tinta preta» obtenha ainda melhores resultados e perceber exactamente que reacções químicas e físicas estão na base dos resultados «fabulosos» que a equipa tem alcançado são as prioridades da equipa de investigadores do DEM. É que com as duas respostas obtidas, a visão inicial do Bruno pode, perfeitamente, ser uma previsão absolutamente certeira.

Lusa
 

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #536 em: Outubro 05, 2012, 06:15:14 pm »
Investigadores de Aveiro constroem o "fórmula 1" da monotorização topográfica


Realizar levantamentos topográficos a pé, metro a metro, hora a hora, a passo de caracol e com elevados custos é um método do passado.
 
Uma equipa de investigadores do Instituto de Telecomunicações e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro acaba de desenvolver um sistema de caracterização topográfica muito mais rápido, barato e eficaz quando comparado com a prática tradicional.
 
Chama-se «sistema integrado de alta resolução para monotorização topográfica» e mantém a elevada precisão do rigoroso método realizado a pé. Instalado num todo o terreno, que pode ser uma vulgar moto 4, o aparelho transforma-se num "fórmula 1" e consegue caracterizar uma média de 30 a 40 hectares por hora.
 
Está equipado com receptores GPS e um distanciómetro laser. Este último equipamento permite calcular a distância entre as posições obtidas pelos recetores GPS e a superfície do terreno. O sistema, preparado essencialmente a pensar em grandes extensões de terreno, permite ainda que todos os dados sejam recebidos numa unidade de sincronização da informação a partir da qual os dados são processados, podendo este sistema funcionar em qualquer parte do globo por quem tem de decidir.
 
A equipa de investigadores quer que, por exemplo, gestores das orlas costeiras ou responsáveis por obras que exijam grandes e precisos estudos de terreno tenham ao dispor informações precisas sobre o terreno onde querem agir.
 
“Este tipo de sistema de levantamento topográfico permite, a partir dos modelos digitais de terrenos, extrair inúmeros dados que podem ser usados de forma imediata pelos gestores de litoral”, garante Paulo Baganha Baptista, coordenador do projecto e especialista em Ecossistemas Marinhos e Modelação.
 
Face ao grave cenário de erosão costeira que assola diversas zonas do litoral português, o investigador aponta que “conhecer exactamente as variações morfológicas dos terrenos costeiros ao longo do tempo é fundamental para que se tomem decisões acertadas” na defesa, principalmente, das zonas que têm frentes urbanas expostas ao avanço do mar.
 
O mercado africano, nomeadamente o dos países de língua oficial portuguesa onde grandes obras avançam todos os dias, é outro dos horizontes que a equipa quer monitorizar.

Ciência Hoje
 

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #537 em: Outubro 08, 2012, 05:00:26 pm »
Teste criado em Coimbra permitirá reduzir ensaios da indústria cosmética com animais


Três investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveram um teste que permite avaliar o potencial alergénico cutâneo e «reduzir significativamente» as experiências com animais na indústria de cosméticos, anunciou hoje a instituição. Trata-se de «um teste inovador 'in vitro' baseado na utilização de células de pele imortalizadas», o qual, através da análise de diversos parâmetros, permite conhecer «o potencial alergénico cutâneo de químicos antes da sua introdução no mercado».

O projecto resulta de estudos realizados nos últimos seis anos pelos investigadores Teresa Cruz Rosete, Bruno Neves e Susana Rosa, do Centro de Neurociências e da Faculdade de Farmácia da UC, e esteve na origem da empresa Toxfinder, que está em incubação no Instituto Pedro Nunes (IPN).

A Toxfinder «é uma empresa de prestação de serviços no âmbito da toxicologia», disse Teresa Rosete à Lusa, indicando que a sua equipa pretende alargar a aplicação do teste à área das alergias respiratórias.

«Estamos agora a tentar financiamentos, ao nível do Quadro Nacional de Referência Estratégico Nacional (QREN), para pôr a empresa a andar», adiantou.

Denominado Sensitiser Predictor, o teste visa evitar o sacrifício de animais em laboratório e «já foi distinguido com vários prémios nacionais e internacionais», segundo uma nota da assessoria de imprensa da Reitoria da Universidade de Coimbra.

Além de cumprir a imposição legislativa da União Europeia «no sentido de abolir a utilização de animais em testes de produtos da indústria de cosmética», o Sensitiser Predictor é um método «muito mais rápido do que os que recorrem aos ensaios em ratinhos, mais económico e passível de ser usado em grande escala», assegurou Teresa Rosete.

A docente da Faculdade de Farmácia de Coimbra salientou que os seus sócios na Toxfinder têm actualmente ligações a outras instituições científicas da região: Bruno Neves é docente da Universidade de Aveiro, enquanto Susana Rosa é investigadora do Biocant, de Cantanhede.

Com uma patente internacional em fase de avaliação, o projecto, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, carece também da validação do European Centre for the Validation of Alternative Methods, para ser considerado «teste de referência» nos países da OCDE.

Apesar da pressão da União Europeia «para se acabar com os ensaios em animais, a verdade é que ainda não existem testes alternativos para diversos itens de toxicidade, nomeadamente sensibilização cutânea», refere a nota da Universidade de Coimbra.

Para Teresa Rosete, o Sensitiser Predictor poderá marcar «a mudança de paradigma na avaliação da toxicidade» de compostos químicos, quando a comunidade científica internacional «está precisamente a apostar no desenvolvimento de métodos simples e rápidos, para substituir os testes em animais».

Lusa
 

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #538 em: Outubro 16, 2012, 12:15:22 pm »
 

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Re: Tecnologia Portuguesa
« Responder #539 em: Novembro 04, 2012, 07:03:51 pm »
Metalsines tenta conquistar mercado internacional com vagão inovador
04.11.2012 - 17:03 Por Carlos Cipriano

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Novo veículo simplifica transporte de camiões em comboios e é mais funcional e mais barato do que qualquer outro usado no mundo inteiro. Já há compradores e investidores interessados, diz a empresa.


Chama-se Eco-picker, o vagão de comboios patenteado pela Metalsines destinado a transportar veículos pesados e que pode revolucionar a maneira como o transporte rodoviário se pode articular com o caminho-de-ferro.

O novo veículo é de uma simplicidade desarmante quando comparado com outras soluções existentes no mercado. É composto por três peças: uma plataforma rebaixada, na qual pousa o camião, que encaixa em dois bogies (rodados). Esse estrado metálico pode subir ou descer ao nível do solo permitindo a entrada ou saída do veículo, bastando desatrelar um dos bogies.

"Esta solução não implica nada de sistemas hidráulicos, nem de ar comprimido, nem eléctricos, nem electrónicos. É apenas mecânica, o que lhe permite uma manutenção simples e barata", diz Silva Santos, director-geral da empresa, que realça o facto de a operação de entrada ou saída dos camiões não necessitar praticamente de pessoal nas estações.

O transporte de camiões semi-reboques em comboios de mercadorias é hoje usual em todo o mundo devido às vantagens óbvias em transferir tráfego rodoviário para o caminho-de-ferro. A viagem sobre carris propriamente dita é o mais fácil, mas o que torna a intermodalidade rodoferroviária complexa são as operações de carga e descarga dos camiões no comboio.

Existem diferentes tipos de vagões para esse efeito, sendo mais comuns os sistemas francês, alemão e sueco, mas Silva Santos diz que o da Metalsines é o menos moroso de todos e até nem precisa de cais de embarque, podendo a operação decorrer em qualquer local onde haja carris embutidos (que estão ao nível do solo, normalmente incrustados em cimento ou alcatrão, em vez de assentes em travessas e brita).

"No limite, o camião até pode sair numa passagem de nível e fazer-se à estrada", diz este responsável, que referiu a vantagem deste sistema para transportar camiões para estaleiros de obras em locais afastados das estradas, como minas ou barragens. A operação pode ser realizada em 30 segundos, ao contrários dos sistemas actuais que demoram entre cinco e dez minutos.

O preço é também concorrencial. Um vagão para transportar semi-reboques ronda os 200 mil euros, enquanto o da Metalsines deverá ser comercializado por 130 a 140 mil euros.

O Eco-picker foi apresentado em Setembro em Berlim, na Innotrans, a maior feira mundial da indústria ferroviária e, segundo Silva Santos, foi um êxito. "Mostraram-se interessados operadores logísticos suíços, suecos, gregos, ingleses, franceses, sul-africanos, americanos, brasileiros", disse. Um interesse também partilhado pelos próprios operadores ferroviários de mercadorias, havendo potenciais clientes na Austrália, Argentina, Uruguai, Canadá, França, Itália e Tunísia.

O êxito deste sistema - que Silva Santos reconhece ser um autêntico ovo de Colombo - deve-se à ideia de um consultor externo, um português que trabalha em Moçambique, onde foi confrontado com a necessidade de fazer chegar camiões por comboio a sítios distantes e onde quase não há estradas.

A empresa quer começar a produzir em série, mas não enjeita parcerias com estrangeiros dadas as limitações da Metalsines para fazer uma grande fábrica em Portugal. Canadianos e polacos são possíveis candidatos a partilharem as vantagens desta patente.

O projecto do Eco-picker representou para a Metalsines um investimento de 300 mil euros. Se a sua produção em série se concretizar com o sucesso que se prevê, será necessário um investimento adicional de 2,5 milhões de euros em duas novas naves e em equipamentos. O número de postos de trabalho criados deverá ficar, segundo a empresa, entre 250 e 500.

A Metalsines nasceu nos anos 1970, sob tutela do Estado, com uma carteira de encomendas de 3030 vagões destinados à CP. Nos anos 1980, o Instituto de Participações do Estado era ainda o seu maior accionista, mas na década seguinte a empresa integra a Senete, uma holding que incluía a Mague e a ABB. Esta última, ao assumir o controlo da holding, passou a deter a Metalsines e a Sorefame, que, por sua vez, mudariam várias vezes de mãos - Daimler-Benz, ADTranz, Daimler-Chrysler - até que em 1999 a metalomecânica de Sines é vendida à Netincome SGPS, passando, três anos depois, para o grupo Castele.

Em 2004, a Metalsines esteve à beira da falência, tendo ficado sob o controlo do Banif até 2008, ano em que é adquirida pelo actual proprietário, o grupo FTM (Francisco Tavares Machado).

A empresa - que emprega 30 trabalhadores efectivos e recorre a trabalho temporário para responder a momentos de mais trabalho - terminou recentemente as últimas encomendas de vagões para a CP e para a Takargo. Silva Santos diz que o mercado nacional está agora deserto e critica a opção do Estado português por colocar a EMEF (empresa do grupo CP) a produzir vagões naquilo que considera ser concorrência desleal.

Neste momento, as prioridades têm estado na tentativa de responder a concursos para os mercados emergentes e na conclusão de um grande trabalho para um cliente italiano. O Eco-picker poderá ser agora o novo fôlego da empresa.


Porque é que o estado em vez de usar o dinheiro do FMI para enterrar nos bancos não apoia empresas como estas, que assim em vez de terem de partilhar o volume de negócios com parceiros internacionais faziam tudo em Portugal.