Projectos - Total de 1,63 mil milhões
Anunciada chuva de milhões
A Volkswagen anunciou ontem que a AutoEuropa vai produzir um novo modelo de automóvel a partir da segunda metade de 2008. O novo carro ainda não é conhecido, sendo que existe a expectativa de que seja o Volkswagen Sirocco.
Pedro Catarino
Anúncio de investimentos é um sinal de confiança, diz Sócrates
Este investimento representa uma segurança para a unidade industrial mais importante do País, uma vez que com o actual monovolume e o novo Eos não garantiam a actual dimensão de emprego na fábrica de Palmela, que é de 6200 pessoas, sendo cerca de metade de postos de trabalho directos.
O presidente da VW, Wolfgang Bernhard, afirmou que a “decisão de construir um novo modelo na AutoEuropa em Portugal é baseada na competitividade do preço de construção da fábrica e nas condições favoráveis criadas pelo Governo português e pelos representantes sindicais”.
Recorde-se que quinta-feira trabalhadores da AutoEuropa aprovaram o acordo de empresa.
José Sócrates, que somou esta boa notícia aos sucessivos anúncios de vultuosos investimentos nesta semana, que sem o novo modelo da AutoEuropa totalizam cerca de 1,63 mil milhões de euros, disse estar satisfeito com a decisão da Volkswagen de produzir um novo modelo automóvel na fábrica de Palmela e considerou que a decisão reflecte confiança na economia portuguesa.
O ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, disse aos jornalistas que esta novidade da Volkswagen é “uma excelente notícia” e foi fruto de um trabalho que começou no início de Setembro, que contou a “grande maturidade e responsabilidade” dos trabalhadores.
Questionado sobre as concessões e benefícios que o Governo português concedeu à Volkswagen para esta produzir um novo modelo na AutoEuropa, Manuel Pinho admitiu apenas que “foram negociados incentivos”.
Sócrates foi mais além e reconheceu que “não há hoje nenhuma proposta de nenhuma fábrica que não tenha de ser negociada com o Governo português para poder baixar os custos de produção”.
Dois projectos de investimento no litoral alentejano, uma nova fábrica da Ikea em Ponte de Lima, um novo investimento petroquímico em Sines, diversos projectos de energias renováveis e uma fábrica de pilhas em Montemor-o-Velho constituem o lote de grandes investimentos anunciados pelo Governo de José Sócrates esta semana, que geram no seu conjunto cerca de três mil postos de trabalho.
TURCOS INVESTEM EM SINES
A multinacional petroquímica de origem turca Advansa anunciou ontem que tem em projecto um investimento de 350 milhões de euros numa unidade de fabrico de PTA no complexo de Sines.
Em comunicado, a Advansa adianta que assinou com a Agência Portuguesa para o Investimento (API) um memorando de entendimento para “conduzir um estudo de viabilidade” de implantação da referida unidade, com uma capacidade anual de perto de 700 mil toneladas de PTA.
“Este é uma de várias localizações que estão a ser consideradas para o projecto MegaPTA da Advansa”, adianta.
“Este investimento vai criar perto de 150 postos de trabalho directos e 450 indirectos no local escolhido, bem como aumentar significativamente as exportações da economia”, refere a multinacional.
Fonte ligada ao processo adiantou que a unidade tem uma facturação prevista de 700 milhões de euros, dos quais 85 por cento para exportação.
Este é mais um grande investimento na cidade alentejana. Além da Advansa, este ano já foram anunciados uma nova refinaria e a Repsol YPF também vai investir 51 milhões de euros na modernização e melhoria das condições ambientais e de segurança do seu complexo petroquímico.
NOTAS
SINES
Recorde-se que a região de Sines vai já beneficiar de uma nova refinaria, promovida por Patrick Monteiro de Barros, e de uma nova ligação ferroviária para mercadorias, que irá ligar Sines a Elvas. O primeiro troço adjudicado diz respeito à ligação Évora/Casa Branca.
PALMELA
A construção de um novo veículo na AutoEuropa é fundamental para a manutenção do volume de emprego na fábrica de Palmela.
LITORAL ALENTEJANO
Entre os novos projectos de investimento, os que geram mais emprego são os empreendimentos turísticos no Alentejo, com um total de 1300 postos de trabalho.
Armando Esteves Pereira com Lusa