Considerava-se que os russos poderiam atingir Lisboa, mas nos cenários discutidos na década de 1950.
Depois disso ninguém falou mais na defesa da peninsula iberica, porque alemães e franceses nem queriam pensar nessa possibilidade, já que era a mesma coisa que admitir que era possível a França e a Alemanha cairem.
Para os europeus, os russos teriam que ser detidos na Alemanha e quando muito na França, e pronto.
É por isso que especialmente a França investe no seu armamento atómico, porque os franceses acham que os americanos prefeririam deixar os russos avançar para depois lançarem um contra-ataque.
Já quanto à China, na década de 1970 estava ainda em coma por causa da revolução cultural. Milhões de chineses passavam fome e centenas de milhar ainda sofriam pesadamente.
Quanto aos russos na década de 1970 tinham os mesmos problemas de sempre.
O russo é ineficiente no detalhe preciso e metódico. A sua única tática é o avanço em massa, mas a Russia não podia organizar avanços metódicos e combinados pela Europa fora.
À medida que as forças russas penetrassem na Europa Ocidental, as suas linhas de abastecimento tornavam-se impossíveis de gerir.
A Blitzkrieg é uma referência muito engraçada, mas nos dias de hoje já está mais que estudado e provado que não funcionou.
O que funcionou foi a desorganização dos atacados, perante a pressão dos atacantes.
Uma defesa bem pensada contra as famosas pinças blindadas da guerra relampago, pode desgastar um ataque.
Foi o que se viu na famosa batalha de Kursk.
E em Kursk, esperavam-se avanços na casa de uma ou duas centenas de quilometros.
Se os russos atravessassem a Alemanha Ocidental, estariam já tão desorganizados, que a sua eficiência estaria reduzida ao mínimo.
Os ocidentais contavam acima de tudo com este fator e esperavam aumentar esse problema.
A adopção de um calibre de 5.56 em substituição do 7.62 é um dos exemplos das alterações que foram levadas a cabo. Pretendia-se ferir muitos russos em vez de mata-los, para assim complicar ainda mais a estrutura logística russa.
As táticas americanas favoreciam os contra-golpes, que se esperavam pudessem ser devastadores para os russos.
Ou seja:
Os americanos defendiam que em caso de ataque russo, os ocidentais deveriam evitar defender uma frente continua, mas em vez disso avançar contra os russos onde eles fossem mais fracos, para depois cortar as suas linhas de abastecimento. A juntar a tudos isto evidentemente havia o problema nuclear.
Os russos tinham que acreditar que os países ocidentais utilizariam armas atómicas contra a Russia como resposta a um ataque nuclear.
Por isso a propaganda comunista da década de 1970 e 1980 dizia sempre que os russos nunca seriam os primeiros a atacar com armas atómicas.
Já os americanos sempre avisaram, que seriam os primeiros a utiliza-las se achassem que os russos se estavam a preparar para atacar.
Além disso, os franceses também foram sempre muito claros.
Mesmo que a América recuasse e tivesse receio de utilizar armas atómicas, no dia em que Paris caisse nas mãos dos russos, Moscovo virava vidro, com os cumprimentos da França. Posteriormente, os britânicos garantiram aos russos o mesmo tipo de tratamento e gastaram milhões para colocar mísseis em submarinos para garantir que acontecesse o que acontecesse, quer a França quer a Grã Bretanha poderiam matar mais de metade da população russa, mesmo que os americanos não movessem um palha para ajudar a Europa.