Não posso concordar com esta sua opinião camarada Get_It, e duvido que possua factos que substanciem o que escreveu. A FAP prestou o apoio que o Exército quis e precisou e, sobretudo, que ficou acordado entre ambos. O insucesso do GALE/UALE nada tem a ver com a Força Aérea, pelo contrário, sem ela nem sequer operações aéreas havia em Tancos, por ex...
Não quis dizer que a Força Aérea é que é responsável ou contribuiu de qualquer forma para o insucesso do GALE/UALE. Estou é a criticar o Exército por não ter aproveitado uma melhor colaboração com a FAP como a Marinha fez. Especialmente quando se tratou dos helicópteros ligeiros num número tão pequeno.
Também por essa altura, o MDN pediu para os ramos estudarem a possibilidade de uma compra conjunta de helicópteros de modo a também substituir os Alouette III. Se bem me lembro, as aeronaves que a FAP definiu como necessidade (9) seriam uma opção no contrato de aquisição das nove para o Exército.
O MDN não devia ter pedido, devia era ter mandado. Se tivéssemos adquirido o mesmo helicóptero ligeiro para os dois ramos teria sido mais fácil para a FAP integrar o mesmo na sua estrutura/organização já existente e por consequente seria mais fácil para o Exército criar as suas próprias capacidades. Não teria existido esta necessidade de ter pessoal a não fazer nada enquanto se esperava pelos meios aéreos.
Mas podemos e devemos questionar, sem fazer juízos. Por ex, não teria o Exército o UALE a voar hoje se tivesse abdicado da capacidade AC nos helicópteros ligeiros na altura?
Exacto! Como o NVF escreveu:
*Segundo o que foi anteriormente dito e pelo que me recordo da altura, a única capacidade que faltava desenvolver era precisamente a integração do armamento, tudo o resto estava pronto. Ou seja, um atraso de uma capacidade não fundamental (o heli podia voar em segurança e não íamos entrar em guerra tão cedo) e que, possivelmente, se resolveria numa questão de meses, levou ao cancelamento de um programa inteiro e passados 12 ou 13 anos ainda não há um substituto.
Ora então, tinha-se recebido os helicópteros, quer inicialmente para a FAP ou Exército, e tinha-se logo começado a fazer a instrução e o treino das tripulações e só depois é que se tinha acrescentado a capacidade anti-carro. O Exército estava mesmo à espera de ir logo "mandar uns tirinhos" mal os helicópteros chegassem? Não ia fazer os testes e trabalhos iniciais da recepção dos aparelhos e terminar de formar o pessoal? Não me parece que a instrução do pessoal na FAP e em Espanha fosse suficiente para começar logo a fazer esse tipo de missões.
Quanto às nossas constantes denúncias de contratos militares é, quanto a mim, uma grande palhaçada que só serve para poupar uns trocos no curto prazo. Primeiro, opta-se por equipamentos que ainda estão em desenvolvimento (A400M e NH90), que nunca foram adquiridos por nenhum outro operador (EC635 e Pandur II), ou que foi recentemente adoptado por outros países (Merlin) e espera-se que tudo corra sem problemas. Ao mínimo atraso, ou soluço, por parte do fabricante, longo vem o arrependimento e, rapidamente, se cancela o programa, porque dá direito a tempo de antena, passa-se a ideia que são muito rigorosos e de que se está a poupar uns trocos. A questão que fica por responder é: será que as luvas foram devolvidas por que o negocio não foi para a frente?
Não me recordo de alguma vez se falar de os NH-90 TTH para Portugal terem a capacidade de dobrar pás e cauda (similar aos TTH que a Marinha Holandesa e Italiana devem ter), acho que os nossos seriam TTH puros.
Por mais incrível que pareça todos os NH-90 vêm de fábrica com o sistema para dobrar a cauda e as pás do rotor principal. A diferença é que num TTH o sistema é manual (
TTH Missions Packages - NHIndustries), enquanto na variante NFH tem um sistema já automático (
NFH Automatic Folding - NHIndustries). Mesmo os NH-90 para o Omã têm essa capacidade.
Percebo mais ou menos o que quer dizer, já que o NH-90 seria o principal helicoptero táctico das Forças Armadas, porque não além de executar operações de apoio ao Exército, também executar operações de apoio aos Fuzileiros?
Sim, porque se afinal os helicópteros também têm capacidade para operações anfíbias, então obviamente que poderiam ser empenhados para apoiar os fuzileiros. Especialmente no caso de uma situação como a Guiné, quer num cenário que não teríamos EH-101 CSAR (seja porque motivo fosse) ou como forma de complementar os EH-101.
Tenho algumas hipoteses, o programa de substituição do Puma já ser mais avançado do que a compra do NH-90, as caracteristicas de helicoptero para operações anfíbias ser mais parecido com as caracteristicas de helicoptero CSAR da Força Aérea do que TTH do Exército, etc.
Sim. Eu reconheço as características superiores do EH-101 CSAR face ao NH-90, mas acho que foi um erro enorme para um país como o nosso (tamanho, situação financeira, etc.) não ter existido uma maior colaboração nesse aspecto.
É fácil, a FAP ficam com os lynx velhos da Marinha para instrução e a Marinha recebe novos...
E pronto, so ficamos com 2 tipos de helis em que um é transporte puro e o outro é um polivalente...
Os sistemas do Lynx já não serão suficientemente avançados para estar a dar formação aos pilotos da FAP, Marinha e Exército para depois estes transitarem para helicópteros mais modernos como os EH-101, Wildcat, EC-635 e NH-90. Nesse caso mais valeria comprar um helicóptero mais baratucho, tanto em custos de aquisição, como em custos operacionais.
Cumprimentos,