Arsenal do Alfeite

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cromwell

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« Responder #15 em: Julho 23, 2009, 09:06:57 pm »
Citação de: "SSK"
Citação de: "cromwell"
Citação de: "SSK"
Ao que parece após um plenário realizado ontem no AA foi decidido entrarem em greve a partir de amanhã com data de término indefinida.

Isto está mesmo a pôr-se bonito...

Então como é que iremos baptizar o primeiro NPO? :conf: não percebi a relação...


Esqueça. :roll:
"A Patria não caiu, a Pátria não cairá!"- Cromwell, membro do ForumDefesa
 

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zawevo

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Re: Arsenal do Alfeite
« Responder #16 em: Janeiro 17, 2021, 01:33:39 pm »
Hoje no Facebook. Gostava que esta notícia seja "fake". O desmantelamento da Marinha entrou numa fase em que já nem disfarçam.

Zé Lambaça
15 de janeiro às 22:02  ·
A Administração da Arsenal do Alfeite SA, tomou a decisão de encerrar  o Gabinete de Estudos e Projectos, mais conhecido por Sala da Desenho, colocando os desenhadores em outras funções num recém criado serviço de Apoio Logístico Integrado.
Mais um passo em direcção a destruição do estaleiro, ficando sem o apoio de um dos seus serviços mais importantes.
Que estaleiro digno desse nome pode prescindir do sector de projecto e de desenho.
Que conhecimento têm estes dirigentes políticos para darem orientações desta natureza?
A decisão é fechar todos os serviços que a curto prazo não são rentáveis?
Nesse caso podiam começar por fechar o Conselho de Administração!
Estas eram as capacidades do Gabinete de Estudos e Projectos:
Projecto de Navios (aço, alumínio, compósito)
Projecto conceptual
Projecto básico
Desenvolvimento de projecto
Projecto da Modernização, Conversão e Modificação de Navios
Acompanhamento e Gestão de Contratos de Construção
Consultoria nas Áreas de Engenharia Naval, Mecânica e Electricidade
Apoio à Produção
Projecto de novas infra-estruturas ou alteração das existentes
E esta era a opinião do Governo:

https://www.facebook.com/groups/171295294376/
 
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Re: Arsenal do Alfeite
« Responder #17 em: Janeiro 18, 2021, 10:52:51 am »
Como a música é Portugal ser um País de turismo. Dai terem destruído grande parte de capacidade de produzir algo estratégico neste País.
E considere-se estratégico, tudo aquilo que nos torne menos dependente do exterior.
Fica então o turismo, onde abundam os amigos de alguns políticos com nome na Praça e posições governativa ou de forte implementação politica em diversos quadrantes.
Seremos então o terceiro mundo da Europa, onde ricos passam férias e os criados estão cá para os servirem, Tudo a bem de um sistema de compensações mutuas entre os ...denominadores comuns.

Então a metalomecânica, a construção naval, outras tantas industrias que Portugal tem perdido, seja em capacidade de fazer, como em conhecimentos. Os nossos engenheiros vão para gestores de compras ou algo do género.

Capacidade de fazer navios até 900 toneladas diz-se. Mas são umas belas toneladas para serem feitos navios que fazem falta, como os patrulhas costeiras  e, até para esta versão da GNR aquática. 

Talvez falte é capacidade de gerir ou de seriedade suficiente para o fazer.

Olhamos outros Países e o que vemos é os que pouco tinham, crescerem as suas capacidades, enquanto quem as tinha, deixam perder. Espírito de Soberania e orgulho nacional, que possuem, ao contrário de espírito de ...encher bolsos a conta.

Comprem aos chineses, fazem barato, ou a troco de mais umas cedências. Por exemplo a troco da exploração marinha da ZEE como já fazem nos Açores. depois vamos nós fazer em Cabo Verde ao abrigo da "pensão de alimentos do divórcio".

Tal é a situação da Soberania, que neste momento estão lojas fechadas que não fornecem produtos essenciais, excepto as lojas chinesas que não tem essa restrição, nem podem ser fiscalizadas.

Lá em cima é assim que jogam



« Última modificação: Janeiro 18, 2021, 10:54:32 am por Pescador »
 
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Re: Arsenal do Alfeite
« Responder #18 em: Janeiro 18, 2021, 06:01:33 pm »
https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/demitiu-se-presidente-do-conselho-de-administracao-do-arsenal-do-alfeite
Demitiu-se presidente do conselho de administração do Arsenal do Alfeite

Citar
O presidente do conselho de administração do Arsenal do Alfeite, José Miguel Antunes Fernandes, demitiu-se por “motivos pessoais” e vai ser substituído por José Luís Serra Rodrigues, foi hoje anunciado.

Em comunicado divulgado, a IdD – Plataforma das Indústrias de Defesa Nacionais dá conta de que Antunes Fernandes “renunciou hoje ao seu mandato, por motivos pessoais”.

“Dentro da atual equipa de gestão, o vogal José Luís Serra Rodrigues assume de imediato as funções de presidente, decisão a confirmar em assembleia geral, quando se proceder ao completar da equipa”, acrescenta a nota.

Esta informação foi comunicada às tutelas, o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, e o secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, assim como à respetiva comissão de trabalhadores.

A demissão de Antunes Fernandes não coloca em causa a “estratégia de reestruturação e revitalização da empresa”, nem o “compromisso com a Marinha Portuguesa”, prossegue o comunicado.

No início de dezembro de 2020, a comissão de trabalhadores do Arsenal do Alfeite mostrou-se receosa, durante uma audição no parlamento, em relação ao pagamento dos salários desse mês, por causa da situação financeira grave da empresa.

Uns dias mais tarde, o José Miguel Antunes Fernandes, disse, também no parlamento, que estava “esperançoso, mas não mais do que isso” quanto ao pagamento dos subsídios de Natal em atraso. Na altura os partidos insistiram na urgência de disponibilização de verbas por parte do Estado.
Notificações
Porque as noticias não escolhem hora e o seu tempo é precioso.

Na altura, o então gestor admitiu que “mais do que preocupado com o pagamento do subsídio de Natal”, tem as atenções voltadas para os pagamentos dos salários de “janeiro, fevereiro ou março”.

“Dadas as práticas vigentes a que nós assistimos na contratualização entre a Marinha e o Arsenal, não antevejo como minimamente possível a liquidação dos vencimentos, sem uma dotação financeira que aguardamos a todo o momento que ocorra”, acrescentou na altura Antunes Fernandes.

José Miguel Fernandes adiantou que tem sido feita alguma pressão junto “da estrutura acionista” e das tutelas relativamente aos subsídios de Natal, garantindo que “estão todos a tentar resolver” o problema.

Em novembro, a nova administração do Arsenal comunicou aos trabalhadores que a empresa vive uma situação “crítica” e que falta a verba para o subsídio de Natal, normalmente pago com o salário de novembro, garantindo que vai obter liquidez para o pagamento do subsídio até à data limite legal, dia 15 de dezembro.

No dia 20 de novembro, o ministro da Defesa Nacional remeteu para a administração dos estaleiros navais do Arsenal do Alfeite a resolução da falta de verbas para pagar os subsídios de Natal aos mais de 400 trabalhadores, apontando que a empresa tem um problema financeiro estrutural grave “há cerca de 10 anos”.

Os órgãos representativos dos trabalhadores já enviaram um ofício a Gomes Cravinho pedindo a “intervenção urgente da tutela para que, em articulação com a administração, seja encontrada uma solução célere e duradoura para o financiamento desta entidade no curto e médio prazo”.
 

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Re: Arsenal do Alfeite
« Responder #19 em: Janeiro 30, 2021, 09:54:12 pm »
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Alfeite. "Ano de viragem", diz a holding. "A bater no fundo", temem os trabalhadores

O PSD quis chamar ao parlamento o ex-presidente do Conselho de Administração do Arsenal do Alfeite e saber porque se demitiu passados menos de oito meses de ter tomado posse, mas PS e PCP inviabilizaram.

"Isto aqui parece uma cidade fantasma. Não se ouve nada, não se ouve trabalho". A tristeza é audível na voz de Rui Ferreirinha, membro da Comissão de Trabalhadores do Arsenal do Alfeite, de onde nos fala. O histórico estaleiro está praticamente parado e os operários vivem em angústia.

Para os trabalhadores o Arsenal "está a bater no fundo". Para o administrador da IDD -Portugal Defense, a holding pública que integra a empresa, tudo está a ser feito para que 2021 "seja o ano de virar de página do estaleiro".

Tal como os deputados do PSD, Ferreirinha também queria saber os reais motivos da demissão do último Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa, passados menos de oito meses da sua nomeação, deixando uma recordação sombria nos trabalhadores: pela primeira vez tiveram salários em atraso - o subsídio de Natal foi pago quase três semanas do previsto e a ameaça da falta de verbas para vencimentos continua a pairar.

PS e PCP chumbam audição

Esta quarta-feira, na Comissão de Defesa Nacional, os sociais-democratas foram surpreendidos com o chumbo ao seu requerimento para chamar ao parlamento José Miguel Fernandes, escolhido pelo ministro da Defesa para dirigir o Arsenal do Alfeite desde maio passado, e ouvir da sua boca as razões para ter abandonado tão rapidamente o cargo (oficialmente a justificação foi por motivos pessoais), bem como obter informações atualizadas sobre a situação crítica do estaleiro.

Mas o PS votou contra e o PCP absteve-se na votação do requerimento, esta quarta-feira, inviabilizando assim que José Miguel Fernandes se explicasse e explicasse a situação da empresa.

"Ouvimo-lo há muito pouco tempo. Queremos é ouvir quem o substituiu para saber dos salários de fevereiro. E ouvir o ministro quando estiver restabelecido", justificou ao DN António Filipe, deputado comunista. José Miguel Fernandes tinha sido de facto ouvido em novembro passado, mas nessa altura estava em funções, tendo dado informações genéricas sobre o plano para a empresa.

"Não ia abandonar o barco"

Rui Ferreirinha conta que no passado dia oito de janeiro teve uma reunião com José Miguel Fernandes, ainda PCA, por ocasião da tomada de posse da nova Comissão de Trabalhadores. "Não nos disse nada que fizesse prever que iria demitir-se passados 10 dias. Aliás garantiu que não ia abandonar o barco", o que viria a acontecer dia 18.

"O que nos faz mais confusão é perceber o que veio afinal fazer aqui esta pessoa. Recordamos que no passado tinha saído pela porta dos fundos da empresa (tinha sido vogal do Conselho de Administração da Arsenal do Alfeite, S.A., de onde saiu marcado por várias decisões polémicas, como despedimentos de técnicos especializados e em rutura com a Marinha, incluindo conflitos com o então comandante da base do Alfeite) e regressa em 2020, pela mão do Sr. Ministro da Defesa que o apresenta como como alguém de sua confiança. Era a equipa da sua confiança e o Presidente do Conselho de Administração sai passados oito meses?", questiona este membro da CT do Alfeite.

Mais intrigado ainda fica quando "esta equipa veio substituir outra que até estava a conseguir resultados positivos e nunca deixámos de ter trabalho. Então e a confiança que o Ministro disse que tinha nesta nova equipa? Durou oito meses?".

https://www.dn.pt/politica/alfeite-ano-de-viragem-diz-a-holding-a-bater-no-fundo-temem-os-trabalhadores-13289756.html
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Re: Arsenal do Alfeite
« Responder #20 em: Janeiro 30, 2021, 10:08:51 pm »
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Mais intrigado ainda fica quando "esta equipa veio substituir outra que até estava a conseguir resultados positivos e nunca deixámos de ter trabalho. Então e a confiança que o Ministro disse que tinha nesta nova equipa? Durou oito meses?".

Existe a expressão "if it ain't broke, don't fix it", ou "Em equipa vencedora, não se mexe". Em Portugal existe o terrível hábito de fazer o contrário, tentar "arranjar" o que não precisa de ser arranjado.

Deve ser mais um daqueles casos em que o objectivo era apenas colocar lá os amigos. Pena que a equipa anterior atingia resultados positivos... e isso em Portugal não pode ser!!
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Re: Arsenal do Alfeite
« Responder #21 em: Janeiro 30, 2021, 10:43:34 pm »
Existe a expressão "if it ain't broke, don't fix it", ou "Em equipa vencedora, não se mexe". Em Portugal existe o terrível hábito de fazer o contrário, tentar "arranjar" o que não precisa de ser arranjado.

Deve ser mais um daqueles casos em que o objectivo era apenas colocar lá os amigos. Pena que a equipa anterior atingia resultados positivos... e isso em Portugal não pode ser!!

Acho que, ou o ministro achava que podia lá colocar os amigos e tudo continuava bem, tipo máquina bem oleada.

Ou o objectivo pode ser mesmo mandar o estaleiro ao fundo com outro objectivo, como vender a privados..
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Re: Arsenal do Alfeite
« Responder #22 em: Janeiro 30, 2021, 10:55:36 pm »
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Mais intrigado ainda fica quando "esta equipa veio substituir outra que até estava a conseguir resultados positivos e nunca deixámos de ter trabalho. Então e a confiança que o Ministro disse que tinha nesta nova equipa? Durou oito meses?".

Existe a expressão "if it ain't broke, don't fix it", ou "Em equipa vencedora, não se mexe". Em Portugal existe o terrível hábito de fazer o contrário, tentar "arranjar" o que não precisa de ser arranjado.

Deve ser mais um daqueles casos em que o objectivo era apenas colocar lá os amigos. Pena que a equipa anterior atingia resultados positivos... e isso em Portugal não pode ser!!

Acho que nunca perdoaram a antiga administração ter vindo a publico dizer que existiam milhões cativados e por isso é que não se fazia as obras de alargamento.
 

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Re: Arsenal do Alfeite
« Responder #23 em: Janeiro 30, 2021, 10:57:55 pm »
Quem se mete com o PS leva...
 
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dc

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Re: Arsenal do Alfeite
« Responder #24 em: Janeiro 30, 2021, 11:39:28 pm »
Tudo coisa dos "bastidores" portanto. Se for preciso ainda vem alguém dizer que os problemas são por "falta de trabalho", quando vários navios da Marinha estão à espera de manutenção há anos.
 

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Re: Arsenal do Alfeite
« Responder #25 em: Fevereiro 27, 2021, 12:29:33 am »
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Arsenal do Alfeite. Cofres vazios, estratégia por aprovar e governo sem respostas

PSD, BE e PCP insistiram com João Cravinho sobre a situação do Arsenal do Alfeite, mas o Ministro ainda não tem decisões para os problemas que diz serem "complexos".

Não há nas palavras do ministro da Defesa Nacional um vislumbre concreto sobre quando o Arsenal do Alfeite, o histórico estaleiro com oito décadas, pode vir a ter o investimento de que desesperadamente necessita para garantir a sua sobrevivência.

A "curto prazo", como explicou João Gomes Cravinho na audição parlamentar desta terça-feira, está a ser aguardada luz verde do ministério das Finanças para "um empréstimo bancário" destinado a acorrer às necessidades de tesouraria "nos próximos meses".

No ano passado, pela primeira vez os trabalhadores deste histórico estaleiro receberam com atraso os subsídios de natal e o Presidente do Conselho de Administração, José Miguel Fernandes, que entretanto se demitiu, avisou sobre os cofres vazios e a dificuldade que iria haver para o pagamento de salários nos meses subsequentes.

Já a médio e longo prazo, os investimentos que o Arsenal necessita, como o da construção de uma nova doca para receber mais navios para reparação, o governante assumiu que "a bola" está do seu lado e do seu colega das Finanças, João Leão, que estão "a analisar a proposta estratégica" que lhes foi apresentada pela empresa.

O deputado do PSD Carlos Eduardo Reis lembrou que, quanto ao desígnio estratégico, essa já tinha sido a informação dada pelo Ministro na audição de Agosto e que "agora, passados seis meses, estava tudo na mesma". "Os problemas não se resolvem no imediato, sem investimentos estruturais, este impasse só agudiza a situação", reiterou.

O deputado da Comissão de Defesa Nacional lembrou a "falência da estratégia que o ministro da Defesa colocou em cima da mesa há cerca de um ano, quando antecipou a saída do Conselho de Administração presidido pelo contra-almirante Belo (José Garcia Belo liderou o Alfeite entre 2018 e 2020) para reorientar a estratégia".

Carlos Eduardo Reis lembrou a "grande trapalhada" que foi o desempenho da nova administração, liderada por José Miguel Fernandes, que tinha sido vogal do CA da Arsenal do Alfeite, S.A., em 2013, de onde saiu marcado por várias decisões polémicas, como despedimentos de técnicos especializados e em rutura com a Marinha, incluindo conflitos com o então comandante da base do Alfeite. "Quando o Estado não consegue salários, alguém tem de assumir responsabilidades", asseverou.

Contas corrigidas?

Garantindo que "o Alfeite tem um lugar especial nas indústrias de Defesa Nacional", o Ministro assumiu que também "tem problemas complexos", atirando a responsabilidade para o contra-almirante Belo.

"A culpa não pode ser atribuída a um só indivíduo, mas o legado que deixou não é fácil para a nova administração", afirmou o João Gomes Cravinho, surpreendendo os deputados ao contestar as contas que têm sido noticiadas - e nunca desmentidas - da anterior administração, segundo as quais a equipa de Belo conseguira aumentar em 48% o volume de negócios e reduzir num ano o prejuízo de estaleiro de 4,5 para 1,9 milhões de euros.

"Essas contas foram retificadas, não são corretas, houve uma revisão e os resultados foram alterados", anunciou o Ministro, sem entrar em pormenores.

"Não esperem de mim respostas fáceis. O que posso garantir à Comissão de Defesa Nacional e à Comissão de Trabalhadores da Empresa Arsenal do Alfeite é que as Finanças e a Defesa estão a trabalhar para encontrar financiamento, tanto a curto prazo, como a longo", afiançou Cravinho, assegurando que "a vida do estaleiro não para, continua a haver trabalho e estão a ser angariados novos mercados, como é o caso do acordo que está a ser tratado com Marrocos para a reparação de um navio".

Conforme o DN noticiou em janeiro, depois do PSD ter visto chumbado um seu requerimento para ouvir José Miguel Fernandes, o administrador da IDD -Portugal Defense, a holding pública que integra a empresa Arsenal do Alfeite, afirmava que tudo está a ser feito para que 2021 "seja o ano de virar de página do estaleiro".

Numa narrativa que Cravinho também usou nesta audição, Marco Capitão Ferreira sublinhava que "a Arsenal, a IdD - Portugal Defense e as tutelas (Defesa e Finanças) têm vindo a trabalhar em soluções para que 2021 seja o ano de virar de página do estaleiro, designadamente soluções a curto prazo em termos de tesouraria e a médio longo prazo com um plano de investimentos".

Este responsável alegava haver "concertação na necessidade de virar a página da Arsenal para um estaleiro que cria valor, um estaleiro de excelência e do século XXI, mas orgulhoso do seu legado histórico e que valoriza a sua experiência única, sempre em parceira próxima com a Marinha, com quem existe harmonia de diagnóstico e construção conjunta de soluções".

Mas do lado dos trabalhadores o desalento invadiu o estaleiro há meses. "Isto aqui parece uma cidade fantasma. Não se ouve nada, não se ouve trabalho", dizia ao DN Rui Ferreirinha, membro da Comissão de Trabalhadores do Arsenal do Alfeite, de onde nos falava.

Rui Ferreirinha teme que o estaleiro esteja "a bater no fundo" e lamentava não haver "sequer condições para cumprir compromissos assumidos, como o da reparação da fragata Vasco da Gama, "que já devia estar em manutenção", ou a construção da segunda lancha salva-vidas contratada para o Instituto de Socorros a Náufragos - a primeira ficou concluída no final de 2020 já com um atraso substancial em relação ao previsto. "Estamos de mãos atadas" e "as pessoas vivem angustiadas com o seu futuro", assinalava.

Questionado pelo BE sobre se estava previsto o recrutamento de trabalhadores, João Gomes Cravinho referiu que "o Plano Estratégico (aquele que ainda está a ser discutido com entre o Ministro e João Leão) prevê a contratação de mais 103 trabalhadores, 69 para substituir os que saíram e 34 novos, estando em curso um procedimento para recrutar 20 técnicos especialistas".

Antes de 2009, quando o Arsenal se tornou uma sociedade anónima, havia mais de 1200 trabalhadores, entre quadros técnicos e operários. Neste momento, regista a Comissão de Trabalhadores, os recursos humanos estão reduzidos a 447 .


https://www.dn.pt/politica/arsenal-do-alfeite-cofres-vazios-estrategia-por-aprovar-e-governo-sem-respostas-13384777.html
 
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Re: Arsenal do Alfeite
« Responder #26 em: Fevereiro 27, 2021, 10:00:40 am »
Os partidos de esquerda cada vez mais estão longe da realidade!

Então não é que querem contratar gente para uma empresa falida!
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Re: Arsenal do Alfeite
« Responder #27 em: Fevereiro 27, 2021, 08:50:51 pm »
Eles querem lá saber da empresa.

Interessa é manter os sindicatos a mamar e garantir os votos para as próximas eleições legislativas.
« Última modificação: Março 01, 2021, 10:46:56 pm por HSMW »
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Re: Arsenal do Alfeite
« Responder #28 em: Março 17, 2021, 02:14:56 pm »
Arsenal quer actualização dos preços aplicados nos orçamentos de venda à Marinha, sem alteração há 12 anos.

Citar
Arsenal do Alfeite quer atualização de preços na venda à Marinha
O presidente da Arsenal do Alfeite, S.A., apontou hoje a atualização dos preços de venda dos serviços da empresa à Marinha e a formação profissional como soluções para os problemas estruturais do estaleiro, apelando ainda à intervenção do Estado.

16/03/21 18:48

"Enquanto a questão do preço a praticar em sede orçamental com efeito em contrato com a Marinha não for atualizado está em causa a sustentabilidade da empresa", declarou hoje o novo presidente do conselho de administração do Arsenal do Alfeite, S.A., José Luís Serra Rodrigues, ouvido na comissão de Defesa Nacional, no parlamento. O atual presidente, que assumiu funções em janeiro, mas já fazia parte da administração anterior desde junho de 2020 como vogal, adiantou que foi identificado e quantificado "um desequilíbrio estrutural de exploração, com origem no preço aplicado nos orçamentos de venda à Marinha, sem atualização desde 2009, portanto, início da Arsenal do Alfeite como S.A. [Sociedade Anónima]" que é "completamente desajustado face à estrutura de exploração da empresa".

Para o novo presidente, a resolução dos problemas estruturais do Arsenal terá que passar "obrigatoriamente" pela constituição de uma "comissão de auditoria de preços, de forma a ajustar o desequilíbrio estrutural ao nível da exploração, que lhe provoca naturalmente défices de tesouraria significativos"."No âmbito quer do contrato de concessão, quer do acordo tripartido, solicitámos que esta comissão de auditoria de preços fosse constituída", adiantou, acrescentando que "estará para breve". De acordo com o responsável, foi entregue à tutela da Defesa e das Finanças um "plano estratégico 2021-2030" para o estaleiro, que se encontra neste momento "a aguardar avaliação".

Entre as prioridades desse plano está "o reforço de competências e o alargamento da capacitação do estaleiro", o recrutamento de trabalhadores para "especialidades manifestamente deficitárias", a modernização e formação."Estará para breve a assinatura do protocolo para a criação da academia do Arsenal, entre a IdD [Plataforma das Indústrias de Defesa Nacionais], o Arsenal do Alfeite, o Consórcio das Escolas de Engenharia e a Associação de Indústrias Navais", adiantou o presidente, que sublinhou ao longo da comissão a importância da formação e retenção de mão-de-obra qualificada para a sustentabilidade da empresa.

Questionado pelo deputado socialista Raúl Castro sobre as dificuldades recentes no pagamento de salários, Serra Gomes admitiu que não tem sido fácil manter a empresa "a flutuar", mas apontou que os salários têm sido pagos, ressalvando que o trabalho é feito "mês a mês" devido às dificuldades de tesouraria conhecidas. Já quanto ao descongelamento de promoções ou novas contratações, o responsável apontou que, enquanto a situação financeira de tesouraria não se resolver, a administração não abre nenhum concurso "porque isso seria uma irresponsabilidade", apelando à ajuda do ministério das Finanças."A tutela financeira tem que resolver este assunto porque a administração também terá muitas dificuldades em continuar em funções neste quadro, porque chega a um ponto em que já não consegue mais", alertou.

Depois de ter sido questionado pelo PSD sobre uma possível abertura do capital da empresa ao mercado, o responsável respondeu que "questões estratégicas competem ao acionista e às tutelas", mas, na sua opinião, "o Arsenal é uma empresa de capitais 100% pública e deve continuar a ser uma empresa 100% na mão do Estado, porque desempenha uma atividade que é crucial com a Marinha portuguesa". No final da audição, o deputado Carlos Eduardo Reis (PSD) anunciou que o partido vai avançar com um pedido para ouvir na comissão de Defesa um representante do ministério das Finanças, para obter mais esclarecimentos sobre a situação da empresa, esperando a colaboração dos restantes partidos.

Há vários anos que o Arsenal do Alfeite tem passado por dificuldades financeiras graves, que já se traduziram em atrasos de salários e até do subsídio de Natal em 2020 aos mais de 400 trabalhadores que constituem esta empresa, responsável pela reparação e manutenção dos navios da Marinha portuguesa. A 20 de novembro o ministro da Defesa Nacional remeteu para a administração dos estaleiros navais a resolução da falta de verbas para pagar os subsídios de Natal aos mais de 400 trabalhadores, apontando que a empresa tem um problema financeiro estrutural grave "há cerca de 10 anos". No mesmo dia, os órgãos representativos dos trabalhadores enviaram um ofício a Gomes Cravinho pedindo a "intervenção urgente da tutela para que, em articulação com a administração, seja encontrada uma solução célere e duradoura para o financiamento desta entidade no curto e médio prazo".

https://www.noticiasaominuto.com/economia/1711365/arsenal-do-alfeite-quer-atualizacao-de-precos-na-venda-a-marinha
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 

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Re: Arsenal do Alfeite
« Responder #29 em: Março 17, 2021, 04:12:53 pm »
Já estão a inventar de c***lho. Era incorporar o Alfeite directamente na Marinha assim já não tinham que pagar nada!
Se a razão de existir deles é servir maioritariamente a marinha nacional pra que é que estão preocupados com "actualizações de preços".
Já não percebo nada.
 >:(