Iraque a ferro e fogo

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europatriota

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« Responder #150 em: Junho 16, 2004, 02:37:28 pm »
emarques:

A diferença de números em relação ao desembarque de Anzio pode ter a ver com o desembarque em si mesmo (no dia D), e os reforços que chegaram nos meses seguintes. Também na Normandia desembarcaram no Dia D cerca de 150.000 soldados e nos meses seguintes quase dois milhões... E é claro que a mini-ofensiva de Anzio estava ligada à ofensiva a sul de Roma em Monte Cassino, onde havia mais efectivos. Il n'empêche (para chatear anti-franceses), essas forças eram ridículas em relação às que lutavam na frente leste.

Quanto à Operação Barbarossa, remeto-o para o Beaver "Estalinegrado", onde este fala de 4.050.000 soldados invasores no dia 21 de Junho de 41 (nos meses seguintes utrapassaram os 6 milhões), dos quais três quartos eram alemães. Agora se as divisões alemãs só tinham 15.000 homens e não 20.000... se só tinham 15.000 então eram mais divisões... mas já vi várias vezes o número de 180. E a frente ia da Lapónia finlandesa às margens do Mar Negro... 3.000 km...

Quanto á qualidade, em 41/42 não havia decerto no mundo melhores divisões que as alemãs, especialmente as Panzer e as SS. Os russos é que sabem o que passaram... Quanto às divisões americanas, não me parece que tivessem poder de fogo superior... a não ser se fala de cobertura aérea, que era de facto era muito superior, mas isso é exterior à própria divisão. Em tanques e artilharia não havia no mundo em 44/45 forças mais poderosas do que as russas. A maior barragem de artilharia da história foi a que precedeu a batalha de Berlim. Julgo que eram 110.000 bocas de fogo que transformaram a noite em dia, com particular destaque para as katiuchas (o mais belo instrumento de guerra quando em acção) e o seu silvo estridente... E não era só quantidade. O T-34 por exemplo foi considerado o melhor tanque médio da guerra e o que melhor se adaptava ao teatro de guerra do leste, onde se deram as maiores batalhas de blindados da história.

Quanto aos russos siberianos (uma minoria), deixe lá isso. Também a maior parte das forças britânicas eram australianos, neo-zelandeses, indianos, etc. A táctica russa das vagas humanas só foi utilizada massivamente na primeira parte da guerra, em desespero de causa para deter forças muito superiores em poder de fogo. Quando passaram a ter mais blindados, tanques, artilharia e aviões que os nazis, bem os utilizavam antes de atacar... A principal causa das baixas russas não foi essa, mas sim que lutaram sós durante 4 anos contra 70% das melhores forças nazis e aliadas... Os americanos chicken-hawks que consideram uma catástrofe sem precedentes os 2.800 mortos do 9/11, entrariam em colapso, logo que tivessem o primeiro milhão de vítimas militares e civis. Os russos tiveram 20 milhões e estavam prontos a sacrificarem 2 ou 3 vezes mais. Essa é a diferença que ditou a vitória...

E repito, se os americanos quisessem verdadeiramente ser heróis da luta anti-nazi e ser os grandes libertadores da Europa, os russos ficariam radiantes e arranjavam-lhes de certeza bons lugares na sua frente de 3.000 km contra os nazis... Agora contra a falta de tomates dos americanos é que não tinham remédio... E exigir direitos de passagem a países neutros como nós, não era problema. Não exigiram eles as Lajes em 43 ? Ou as cediamos ou eles as ocupavam... Mainada !

Até posso reconhecer que essa táctica dos EEUU (baldarem-se o mais possível e só aparecerem na Europa no fim, quando a Alemanha já estava moribunda para colher os louros) podia ser a que melhor servia os interesses dos EEUU. O que não posso aceitar é que eles, tendo-se assim acobardado e remetido a um papel menor no esforço de guerra, se queiram agora vangloriar de "libertadores da Europa" ! Mistificações históricas, não ! E honra aos milhões de europeus que cairam no campo de honra ! E, claro, Bibauropa !
A Grande Europa, respeitadora do direito internacional, da dignidade dos povos e da paz mundial deve unir-se, rearmar-se e liderar o mundo rumo à Paz Perpétua kantiana
 

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Rui Elias

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« Responder #151 em: Junho 16, 2004, 02:47:31 pm »
Ò Europatriota:

Você está muito à frente...

É muito jogo :wink:

Mas de qualquer modo, e apesar dos seus argumento correctos, não se pode escamotear o papel que os EUA tiveram, nomeadamete ao nível de ajuda financeira e logística à URSS durante a guerra.

Claro que depois, através do Plano Marshall acabaram por ajudar a Europa na reconstrução, mas como condição a de esta comprar quase tudo aos EUA, pelo que o encaixe acabou por compensar as despesas da guerra.
 

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Spectral

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« Responder #152 em: Junho 16, 2004, 02:51:37 pm »
Citar
Quanto á qualidade, em 41/42 não havia decerto no mundo melhores divisões que as alemãs, especialmente as Panzer e as SS. Os russos é que sabem o que passaram... Quanto às divisões americanas, não me parece que tivessem poder de fogo superior... a não ser se fala de cobertura aérea, que era de facto era muito superior, mas isso é exterior à própria divisão. Em tanques e artilharia não havia no mundo em 44/45 forças mais poderosas do que as russas. A maior barragem de artilharia da história foi a que precedeu a batalha de Berlim. Julgo que eram 110.000 bocas de fogo que transformaram a noite em dia, com particular destaque para as katiuchas (o mais belo instrumento de guerra quando em acção) e o seu silvo estridente... E não era só quantidade. O T-34 por exemplo foi considerado o melhor tanque médio da guerra e o que melhor se adaptava ao teatro de guerra do leste, onde se deram as maiores batalhas de blindados da história.

As divisões americanas da 2ªGM eram as únicas efectivamente *modernas*, porque eram as mais motorizadas ( em termos de transportes, camiõe, jipes, etc) de todas. Apenas os ingleses no teatro europeu lhes chegavam perto.

Nº de divisões alemãs: não tenho aqui os números mas os alemães em apenas 1 ano duplicaram o número de divisões Panzer. Como ? Dividiram o numero de tanques e blindados em cada uma por dois ( O Hitler queria sempre mais)  :wink:

Citar
Quanto aos russos siberianos (uma minoria), deixe lá isso. Também a maior parte das forças britânicas eram australianos, neo-zelandeses, indianos, etc. A táctica russa das vagas humanas só foi utilizada massivamente na primeira parte da guerra, em desespero de causa para deter forças muito superiores em poder de fogo. Quando passaram a ter mais blindados, tanques, artilharia e aviões que os nazis, bem os utilizavam antes de atacar... A principal causa das baixas russas não foi essa, mas sim que lutaram sós durante 4 anos contra 70% das melhores forças nazis e aliadas... Os americanos chicken-hawks que consideram uma catástrofe sem precedentes os 2.800 mortos do 9/11, entrariam em colapso, logo que tivessem o primeiro milhão de vítimas militares e civis. Os russos tiveram 20 milhões e estavam prontos a sacrificarem 2 ou 3 vezes mais. Essa é a diferença que ditou a vitória...


Berlim também foi um massacre completo, devido à pressa soviética em entrar na cidade. E não foi propriamente o início da guerra.
O 11 de Setembro não tem nada a ver com estas situações. foi um acto terrorista cometido em tempo de paz, e não podes ser comparado com baixas na 2ªGM ( eu pensava que não era preciso dizer isto, mas...)


E europatriota, ainda não explicou como é que a URSS consegui manter todo essa máquina de guerra em funcionamento. Só um pequeno exemplo, que certamente já foi referido por aqui. Veja se consegue encontrar  o número total de camiões e locomotivas ao serviço do Exército Vermelho. E depois encontre a proveniência deles ( é mais fácil do que a 1ª pergunta). Olhe que não dizem "made in Moscow"...
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

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Ricardo Nunes

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« Responder #153 em: Junho 16, 2004, 03:02:18 pm »
europatriota, prometo-lhe que é o último comentário que faço sobre este assunto. Pode estar descansado que o vou deixar em paz!  :lol:  :wink:
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« Responder #154 em: Junho 16, 2004, 03:20:32 pm »
Citação de: "http://www.historylearningsite.co.uk/operation_barbarossa.htm"
The attack started at 03.00, Sunday morning June 22nd 1941. In total the Germans and her allies used 3 million soldiers,  3580 tanks, 7184 artillery guns, 1830 planes  and
750,000 horses.

E sim, os americanos tinham muito mais bocas de fogo por divisão que os soviéticos ou alemães. Mesmo no fim da guerra. E mais de 60% das baixas de uma guerra são causadas pela artilharia. Além disso, uma divisão de infantaria americana tinha mais tanques que uma divisão blindada alemã... Os americanos puseram "apenas" 100 divisões no terreno porque não tinham capacidade de produção de material e munições para ter mais que isso e manter os níveis de ajuda material aos outros aliados.

Citar
Não exigiram eles as Lajes em 43 ? Ou as cediamos ou eles as ocupavam... Mainada !


Por acaso acho que foram os ingleses que fizeram mais planos para invadir os Açores (e a Madeira, e Cabo Verde. E as Canárias. Uma alegria), e foram os Holandeses e Australianos que invadiram Timor primeiro.

E o Estaline não queria mais tropas na frente russa, o que ele queria era outra frente. Foi o que ele pediu sempre. Mas queria uma frente na França, embora o Churchill quisesse continuar pela Itália e tomar os Balcãs. O que o "tio Josef" queria era continuar pela Alemanha dentro e "libertar os povos oprimidos do jugo capitalista", e se andassem "porcos capitalistas" alegremente combatendo na gloriosa pátria russa podia ser que se lembrassem de contestar o direito de conquista da URSS sobre todas essas repúblicas que eles "libertaram".

Os americanos consideram uma catástrofe sem precedentes o ataque ao WTC porque foi o maior ataque terrorista da história. Não porque tenha sido um número incrível de baixas, mas pelas circunstâncias que rodearam essa perda de vida. Afinal, eles perderam muito mais soldados em qualquer uma das guerras em que intervieram desde que existem. A capital deles já foi incendiada por invasores estrangeiros. Mas um ataque como aquele dói. Como também doeu o 11 de Março em Espanha, embora o número de pessoas seja "apenas" um quinto das vidas perdidas para o terrorismo em Espanha.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
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« Responder #155 em: Junho 16, 2004, 05:30:48 pm »
Efectivos da Barbarossa: os numeros andam todos à volta de 3 milhões de alemães e cerca de um milhão de aliados (romenos, húngaros, eslovacos, italianos, finlandeses, etc.). Por exemplo este site alemão, fala em mais de 3.600.000 homens no dia 22/6/41:

Citar
Der Wehrmacht standen für den ”Kreuzzug Europas gegen den Bolschewismus” 153 Divisionen mit knapp über drei Millionen Soldaten, 3.600 Panzern und 600.000 Motorfahrzeugen zur Verfügung. Hinzu kamen 600.000 Soldaten aus den verbündeten Staaten Rumänien, Ungarn, Finnland, Slowakei und Italien. Die sowjetische Rote Armee umfaßte 4,7 Millionen Soldaten. Nur knapp die Hälfte von ihnen war allerdings bei Beginn des Angriffs im Westen stationiert.


Mas o fundamental na guerra (como no futebol) é o espírito, o moral, a resistência o espírito de corpo e nisso os russos de 41/45 bateram todos os recordes.

Lajes, claro que falava de anglo-americanos. Foram os ingleses os primeiros a falar, mas não houve negociações, propriamente ditas. Houve apenas um "Como é ? Vocês dão a base voluntariamente ou nós ocupamo-la ?" e Salazar respondeu "Não, ora essa, a gente dá".... Mainada !

Claro que Estaline insistia sobretudo sobre a abertura de uma frente ocidental (que durou 3 anos a aparecer... porque os valentes americanos estavam a tomar lanço...), mas decerto que não recusaria um lugar de camarote à camonada na extensa frente leste, se estes gostassem mesmo de guerra a sério, versão hard core (para homens de barba rija) e não apenas de escaramuças na peluda que era então a "frente" ocidental. Eles recusaram... Pois...

Mas havia tropas não russas lutando ao lado destes. Polacos, checos, etc. e mesmo franceses (Esquadrilha Niemen).

Quanto ao maior ataque terrorista da história foi seguramente um destes três: Hiroxima, Nagasaqui ou Dresden. Mas mesmo ataques a civis mais pequenos como Hamburgo, Darmstadt ou Pforzeim provocaram cada um mais de dez vezes as vítimas do 9/11... Ninguém vai tirar esse título aos camones. São eles os maiores terroristas da história !

O 9/11 ? Eu considerá-lo-ia antes uma acção de guerra, de retaliação pelas centenmas de milhares de mortos infligidos aos iraquianos pelos bombardeamentos constantes durante 12 anos e pelo embargo (só a Unicef fala em meio milhão de crianças mortas de fome, de falta de medicamentos ou de cancros e outras doenças provocadas pelo urânio empobrecido utilizado na Guerra do Golfo).

Para não falar dos cerca de 100.000 soldados iraquianos mortos selvaticamente em violação das Convenções de Genebra já depois de terem iniciado a retirada do Iraque (autoestrada da morte em Bassorá, além da divisão inteira soterrada no deserto quando os tanques americanos passaram deliberadamente sobre as saídas dos abrigos profundos em que se acoitavam... também já depois da rendição).

Crimes de guerra miseráveis que, na  ausência de uma força aérea ou mísseis árabes capazes, foram vingados, com uma extraordinária organização militar e heroísmo, por alguns patriotas árabes. Os EEUU devem aprender que quando matam milhares de iraquianos ou deixam os SSharonescos fazerem o mesmo aos palestinianos, também poderão morrer... é a lição a tirar...

Se a nação árabe retaliasse aos bombardeamentos  americanos com uma ataque de bombardeiros estratégicos (se os tivesse) sobre Nova Iorque, já não seria terrorismo, mas guerra legítima ? Não vejo em que é que a diversidade dos meios seja relevante. RETALIAR A AGRESSÕES ILEGAIS É SEMPRE LEGAL, INDEPENDENTEMENTE DOS MEIOS UTILIZADOS.

Morrem inocentes ? Pois morrem, como em todas as guerras, ou o que foi Hiroxima ? E quem não tem cão caça com gato ! Defender o contrário significaria que os que têm inferioridade militar (ou não têm de todo exército, como os palestinianos) nunca poderiam retaliar e só tinham de comer e calar ! Isso é que era bom ! Quem tem honra (e os árabes têm-na) tem a obrigação moral de vingar as afrontas recebidas por si, pela família, pela tribo ou pela Nação, incluindo a Nação árabe ! Por isso, os palestinianos preferem morrer, levando consigo alguns ladrões de terras sionistas, do que continuar humilhados. A morte é então uma libertação para a glória eterna, o martírio, o Panteão dos Heróis ! E por isso os americanos serão escorraçados do solo iraquiano ! Vão aprender a respeitar os outros povos...
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europatriota

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« Responder #156 em: Junho 16, 2004, 05:39:15 pm »
O heroísmo russo: um testemunho alemão de Estalinegrado:

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At Stalingrad, the Wehrmarcht had met its match. The soldiers had an uneasy feeling they were fighting men of nearly superhuman strength and resilience. The wounded Russian rarely cried out. Hoffman, a German officer, confided to his diary that Russian's displayed an "insane stubbornness." He said they are, "fanatics...wild beasts...not men, but some kind of cast iron creatures; they never get tired and are not afraid of fire."


Quem estuda verdadeiramente a história da II Guerra mundial chega à mesma conclusão...
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Spectral

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« Responder #157 em: Junho 16, 2004, 06:17:13 pm »
Citar
Para não falar dos cerca de 100.000 soldados iraquianos mortos selvaticamente em violação das Convenções de Genebra já depois de terem iniciado a retirada do Iraque (autoestrada da morte em Bassorá, além da divisão inteira soterrada no deserto quando os tanques americanos passaram deliberadamente sobre as saídas dos abrigos profundos em que se acoitavam... também já depois da rendição).


Estou a ver que nem se dá ao trabalho de pesquisar para saber o que diz.
100000 ( ou mais ) é o número apontada para o total de mortos iraquianos durante as seis semanas da guerra.
O episódio da estrada de Bassorá durou apenas uma noite, em que a aviação da coligação atacou o exército iraquiano que retirava para Bassorá. Embora se possa questionar a necessidade deste ataque, nada nele indicia uma violação das Convenções de Genebra.
Ocorreram incidentes de tanques a passarem sobre a entrada de abrigos, mas foi aquando do assalto às trincheiras perto do Kuwait.

SE se tivesse dado ao trabalho de procurar, então teria encontrado informações sobre o ataque (melhor dizendo masssacre) que a 24ª Divisão Americana efectuou sobre uma unidade iraquiana em retirada, depois de ter sido proclamado o cessar-fogo.  :roll:

http://www.library.cornell.edu/colldev/mideast/irqrep.htm

Quanto ao resto, estou a ver que, como outros, já tem a cassete gravada e limita-se a repeti-la.
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NVF

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« Responder #158 em: Junho 16, 2004, 06:26:28 pm »
Independentemente do número de baixas que cada país teve e dos sacrifícios dos povos europeus — os nºs são inquestionáveis —, nada obrigou os americanos a intervir no TO europeu. E mesmo que só tivessem perdido um soldado devíamos continuar a estar-lhes agradecidos.
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komet

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« Responder #159 em: Junho 16, 2004, 06:47:57 pm »
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Citação:
At Stalingrad, the Wehrmarcht had met its match. The soldiers had an uneasy feeling they were fighting men of nearly superhuman strength and resilience. The wounded Russian rarely cried out. Hoffman, a German officer, confided to his diary that Russian's displayed an "insane stubbornness." He said they are, "fanatics...wild beasts...not men, but some kind of cast iron creatures; they never get tired and are not afraid of fire."


Quem estuda verdadeiramente a história da II Guerra mundial chega à mesma conclusão...


Certamente com o oficial soviético a ameaçar com o revólver mosin nagant do outro lado da linha, qualquer um teria "tomates".

Os açores nao foram dados de mao beijada, houve de facto negociações, apesar de Salazar não estar sequer em posição de exigir fosse o que fosse, Churchill invocou a antiga aliança Portugal - Inglaterra, talvez com a intenção de arrefecer os animos  :P
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europatriota

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« Responder #160 em: Junho 16, 2004, 08:08:28 pm »
Spectral:
Você confirma o que eu disse, à parte alguns pormenores. De facto 100.000 mortos é o número total de baixas iraquianas (contra 150 americanos mortos) . O que denota desde logo uso desproporcionado da força e tratamento como subhomens dos iraquianos. Não houve combates. Apenas um MASSACRE aéreo que durou um mês. No deserto e sem cobertura aérea... Mas depois do cessar-fogo e retirada do Koweit houve crimes de guerra impunidos. O massacre da estrada da morte durou cinco horas de tiro aos patos sobre centenas de veículos e blindados encurralados no deserto. Os aviadores americanos imobilizaram primeiro a longa coluna pulverizando as duas extremidades. Entre 10.000 a 20.000 soldados e suas famílias e outros refugiados morreram esturricados. As fotografias andam pela Internet...

Ao contrário do que você diz, segundo a Convenção de Genebra, matar soldados que já manifestaram inequivocamente a intenção de suspender hostilidades (eles retiravam da frente...) é mesmo crime de guerra. Não tenho presente o artigo, mas é verdade...

Aliás, tal proibição corresponde a uma lei da natureza. Já viu nos animais machos um atacar outro depois deste manifestar a sua submissão (numa luta por território ou por fêmeas) e afastar-se ? Pois é...

Quanto à divisão iraquiana (10.000 soldados) soterrada deliberadamente pelos tanques que passaram sobre as entradas dos abrigos, depois da rendição, temos outro crime de guerra. Não me venha dizer que foi durante a luta, porque não houve. Quando depois de um bombardeamento terrível de 35 dias os tanques avançaram os sobreviventes sairam dos abrigos e renderam-se em massa. Só que uns não tiveram tempo. FORAM SOTERRADOS VIVOS !  Percebe agora melhor o 9/11 ?
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Ricardo Nunes

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« Responder #161 em: Junho 16, 2004, 09:51:56 pm »
Retirado do Fórum Militar Conjunto, post de José Eduardo:

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Os interesses
Hermínio Santos - DD

Os dois países europeus que mais se têm afirmado como campeões da soluções pacíficas para resolver os problemas do mundo por oposição ao belicismo norte-americano, preparam-se para assinar um acordo com Israel sobre venda de material militar. Se pensarmos que esses dois países – a França e a Alemanha – são os que mais têm criticado a forma como o governo de Sharon tem lidado com a questão palestiniana e a carta branca dada por Bush ao primeiro-ministro israelita em questões como os raides mortíferos contra líderes do Hamas, o intercâmbio militar torna-se verdadeiramente surpreendente.
Segundo o jornal israelita Ha’aretz o contrato com a França está avaliado entre os 150 e os 200 milhões de dólares e é o maior negócio militar entre os dois países desde 1967, ano em que os franceses impuseram um embargo de armas por causa da Guerra dos Seis Dias. Com a Alemanha, os israelitas assinaram um acordo para comprarem 100 veículos blindados de transporte de tropas, um negócio avaliado em 50 milhões de dólares. Parte do dinheiro será obtido através de fundos que os EUA disponibilizam para ajudar militarmente Israel. Por isso é que os veículos serão montados em território norte-americano.

Ambos os negócios foram fechados durante a Eurosatory, uma exposição de armas de defesa terrestre e aérea inaugurada na segunda-feira em Paris. Estes negócios são a prova de que para lá dos discursos e das intenções e acima das preocupações com o mundo estão os interesses dos países, quer eles sejam superpotências, potências médias ou candidatas a potências, ou mesmo grupos terroristas, que actuam cada vez mais com objectivos e interesses precisos, de preferência carimbados com um banho de sangue. Interesses estratégicos, económicos e políticos que sempre foram a ambição e a perdição da Humanidade ao longo dos séculos.

A França já tinha dado um exemplo pouco credível antes da guerra no Iraque, provando que a hipocrisia continua a ser uma imagem de marca da diplomacia internacional. Os franceses também acreditavam que Saddam Hussein escondia algo aos inspectores da ONU mas não queriam ir para o conflito armado, preferiam a pressão. Só que essa pressão teria de ser feita pela máquina militar de guerra dos EUA, já instalada na zona do Golfo Pérsico. Mais uma vez – tal como aconteceu em várias situações no século passado – um país europeu queria beneficiar do chapéu de chuva norte-americano para defender os seus interesses estratégicos. É por estes episódios que a Europa não pode ser levada a sério quando pretende falar em voz alta sobre política externa e de segurança.


É esta a grande "Europa" que o torna patriota?  :wink:
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« Responder #162 em: Junho 16, 2004, 10:49:38 pm »
A resistência iraquiana continua a golpear o soldadesca ocupante !

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Tres soldados muertos y 23 heridos en el ataque a una base de EEUU
 
BAGDAD.- Tres soldados de EEUU murieron y más de 20 resultaron heridos cuando una base militar estadounidense fue atacada con cohetes en la ciudad de Balad, 90 kilómetros al norte de Bagdad. Según fuentes militares estadounidenses, el ataque se produjo a las 13.00 hora local (9.00 gmt), y no se produjeron detenciones.

Por la mañana, tres extranjeros y cinco iraquíes fueron asesinados en un atentado cometido en Ramadi, al norte del país
.
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« Responder #163 em: Junho 16, 2004, 10:58:20 pm »
Eis um relato de alguém (Melanie, comentadora no Expresso Online) que vai frequentemente ao Iraque ao serviço da Cruz Vermelha Internacional:

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IRAQUE A FERRO E FOGO
Segundo afirmaram esta manhã colegas a situação está mesmo muito má.Ataques a tudo o que se pareça estrangeiro e quanto às tropas da coligação e os que trabalham para eles nem se fala.Para os atacantes não passam de ladrões prontos a roubar-lhes e que a causa da falta de àgua luz e de medicamentos deve-se ao facto de esses mesmos estrangeiros não querem que os iraquianos tenham acesso ao minimo.Opiniões.Como não tenho visto nem lido notícias estes dias não sei se foi noticiado a morte de mais de 36 mercenários.Americanos ingleses sul africanos,canadianos italianos e 2 franceses.Os ditos seguranças que afinal não passam de mercenários são o alvo preferido juntamente com os militares.No sábado alguns colegas acordaram com um estrondo de uma explosão ao sairem descobriram um todo terreno com 5 homens a arder.Foi impossivel salvar algum.Dizem ainda eles que muitos grupos estão a preparar-se para depois do dia 30.E que não se escondem muito,O ritmo do fabrico de bombas e armas caseiras está a todo vapor.Moqtada e seus homens fazem concorrência aos outros,diga-se que são os mais insubordinados e mal preparados,mas mesmo assim e apesar das elevadas baixas continuam a provocar muitos estragos,e a aterrorizar os iraquianos em geral.Para os que aqui escreveram quando Saddan foi preso que o problema estava resolvido,e que os amigos chiitas iriam ajudá-los a dar cabo dos sunitas,mais uma vez digo que uma coisa é o que vemos na tv e lemos nos jornais e outra é a realidade do terreno,Essa nada tem a ver com as nossas simpatias politicas ou sonhos.A realidade é bem mais dura.Como diz o Mango um verdadeiro pincel.A prova é que a coligação e a maior parte da imprensa continua sem noticiar a gravidade da situação no terreno.Penso que o numero de mortos infelizmente muito elevado só interessam aos familiares.Entretanto no Sudão estamos próximos de mais uma tragédia humana.Mas quem se interessa?Afinal não há petróleo ou diamantes.Assim vai o mundo.

 
Também li noutro lado que muitos polícias iraquianos trabalham com a Coligação (para ganhar uns dólares) de dia, e à noite... para a resistência, fazendo ataques. No dia 30 deixa de haver polícia colaboracionista. Todos se vão colocar às ordens de Al Sadr ou de outros dirigentes da resistência...
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« Responder #164 em: Junho 17, 2004, 03:21:20 am »
Citação de: "europatriota"
Efectivos da Barbarossa:

Vamos deixar os números de soldados alemães que fizeram a ofensiva. Afinal, que sejam 3 milhões ou 5 não muda o facto de ser um ataque enorme e não...

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Lajes, claro que falava de anglo-americanos. Foram os ingleses os primeiros a falar, mas não houve negociações, propriamente ditas. Houve apenas um "Como é ? Vocês dão a base voluntariamente ou nós ocupamo-la ?" e Salazar respondeu "Não, ora essa, a gente dá".... Mainada !

Mas é que não se tratou de "anglo-americanos". Na verdade, o acordo das Lajes contemplava apenas as forças britânicas. Em troca Portugal recebeu pagamentos importantes e o acordo só foi conseguido invocando a "Velha Aliança". Os americanos não podiam usar as Lajes. Os americanos foram autorizados a usar as Lajes um ano mais tarde em troca da garantia de que Timor-Leste seria devolvido a Portugal, e de que forças portuguesas seriam incluídas numa eventual invasão do território. (mais valia ter pedido mais dinheiro e material... :roll: ) uso de escudos humanos em combate.

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Percebe agora melhor o 9/11 ?


Não. Porque é que os episódios de uma guerra a um dos inimigos do fanatismo islâmico (porque o Saddam era-o) justifica um ataque dos fanáticos islâmicos a civis inocentes nos EUA? (Sim, também penso que um ataque de fanáticos islâmicos a civis nos EUA não justifica outra guerra com o anti-islamista do Saddam)

Bolas, que "tijolo" de post que isto vai ficar...

Edit : pois ficou... e agora já lhe tirei uns pedaços, mas cheira-me que ainda vai ser um testamento de respeito.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.