AS GUERRAS NAPOLEÓNICAS NA PENÍNSULA IBÉRICA

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FS

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« Responder #45 em: Novembro 07, 2007, 10:12:36 pm »
Citação de: "oxidus"
pois...a tipica e rigoroza organização tuga  :wink:

Citação de: "spectral"
Isso acontecia em todos os exércitos da altura, portanto não há grandes razões para recriminações nacionais


Bem pelo contrario o sistema de recrutamento do exercito Português era inovador e extremamente organizado (especialmente para os estrangeiros, para nos já era tradição). Nos sec. XII e XIII foram criadas as ordenanças e as milícias (estes eram forcas de cariz militar que se juntavam provisoriamente para se treinarem sob a lideranca de um capitao mor em cada distrito/município) e de onde  era possivelmente recrutar homens para a infantaria de primeira linha (especialmente a partir das ordenanças), algo que não era vulgar na Europa. Na realidade esta tradição so acabou com o fim do serviço militar obrigatório a uns anos atrás! Assim em 1808 foi fácil juntar um exercito em poucos meses que continuou a crescer nos anos seguintes!

Vejam este link, publicado na revista do exercito:

http://www.revistamilitar.pt/modules/ar ... php?id=105
 

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Spectral

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« Responder #46 em: Novembro 10, 2007, 06:54:23 pm »
Boas a todos, e desculpas pelas respostas muito atrasadas. Não tenho vindo a estas bandas muitas vezes...

sintra :

Citar
E já agora os "Rifles", aquando das campanhas de Wellington, como Salamanca, funcionavam como regimentos/independentes e não como companhias adstritas a um batalhão de infantaria de linha.

Eu queria dizer como companhias anexadas a cada brigada. Posso estar a lembrar-me mal of course, a minha fonte de qualquer maneira é o volume sobre Salamanca da Batalhas D'Portugal, que se encontra 1300km de distância...Lá tem uma bela orbat do exército aliado

Citar
Aquando das campanhas de wellington na Peninsula Ibérica, como Salamanca, os Regimentos/Batalhões de Green Jacket´s funcionavam precisamente como as nossas unidades de caçadores, ou seja um ou dois batalhões distribuidos por uma Brigada (ou mais tratando-se da "light Brigade"). De vez em quando, numa situação particular, as suas companhias podiam ser distribuidas como apoio a outros regimentos de linha, mas isso era pontual, um dia, uma batalha, ou até uma campanha, mas as companhias de "rifles" voltavam sempre ao regimento original.

Eu queria realçar a existência de unidades de infantaria ligeira no exército britânico, armadas de brown bess e trajadas de vermelho.

Como estes

http://www.lightinfantry.org.uk/regiments/obli/ox_index.htm

http://www.plasticsoldierreview.com/Review.asp?manu=HaT&code=8036

(links fracos eu sei) O meu point era que os nossos caçadores cumpriam as missões atribuídas a estes dois tipos de unidades.

Já agora, era comum por essa Europa fora a companhia da esquerda de formação do batalhão (a da direita eram os granadeiros) ser destacada em linha de escaramuça à frente da formação principal. Existem relatos da noss infantaria efectuar o mesmo, ou dependia exclusivamente nos caçadores ?


Citar
nossos historiadores militares (não é que existam muitos  )


A questão é ? Eles existem ?  :D

Citar
A grande maioria dos batalhões de caçadores criados na altura foram treinados por oficiais e (mais importante) sargentos Britânicos, alguns destes sargentos vão depois entrar para os quadros do exercito Porttuguês como oficiais (com o ordenado do oficial equivalente ao seu posto no exercito Britânico, o que até não era nada mau, porque a grande parte do seu soldo era paga pela “saint george cavalary” e não pelo estado Português, que assim ganhava militares experientes). Na prática os batalhões de caçadores Portugueses eram, mais coisa menos coisa, o equivalente directo dos “Rifles” Britânicos.

Concordo, só queria deixar claro que  não eram a única unidade de infantaria ligeira ou a usar espingardas estriadas na altura na Europa :D ) estudantil e da administraçao que tinha fugido para Inglaterra com a entrada dos Franceses :D

Citar
Para mais sabe-se que Wellington pediu 30.000 homens a Portugal para a Batalha de Waterloo, mas chegaram demasiado tarde (ou nem foram enviados).

A ideia que tenho é que a divisão criada para o efeito (não nos esqueçamos que desde a fuga de Elba até a Waterloo foram apenas 100 dias!) embarcou mais tarde para o Brasil, onde foi usada para tomar a "margem esquerda do Rio de Prata" : i.e. o Uruguai . O comandante era Carlos Lecor, um dos generais mais distintos da altura, e que ficou no Brasil com a proclamação da independência (como aconteceu a muita gente capaz da administração portuguesa de topo no Brasil ...)


Citar
Bem pelo contrario o sistema de recrutamento do exercito Português era inovador e extremamente organizado (especialmente para os estrangeiros, para nos já era tradição). Nos sec. XII e XIII foram criadas as ordenanças e as milícias (estes eram forcas de cariz militar que se juntavam provisoriamente para se treinarem sob a lideranca de um capitao mor em cada distrito/município) e de onde era possivelmente recrutar homens para a infantaria de primeira linha (especialmente a partir das ordenanças), algo que não era vulgar na Europa. Na realidade esta tradição so acabou com o fim do serviço militar obrigatório a uns anos atrás! Assim em 1808 foi fácil juntar um exercito em poucos meses que continuou a crescer nos anos seguintes!

Vejam este link, publicado na revista do exercito:

http://www.revistamilitar.pt/modules/ar ... php?id=105

Artigo muito interessante, é sempre raro encontrar material português deste calibre (vejam a quantidade de notas de pesquisa!) sobre estes temas. Suponho que esta noção de SMO incipiente não fosse exclusiva a nós :penso que os camponeses russos estavam sujeitos a um sorteio, e algo semelhante as ordenanças existia em Espanha. Por outro lado, e voltando ao ponto inicial, tirando os bats de caçadores levantados nas tais áreas com predominância de caçadores e guardas-florestais o recrutamos para os Caç parece-me ser completamente indistinto. :)
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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PereiraMarques

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« Responder #47 em: Dezembro 13, 2007, 05:59:11 pm »
PROGRAMA DAS COMEMORAÇÕES DOS 200 ANOS DA GUERRA PENINSULAR

http://www.exercito.pt/portal/exercito/ ... 20Comemorações%20200%20Anos%20Guerra%20Peninsular.pdf
 

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Diogo Ventura

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« Responder #48 em: Janeiro 08, 2008, 06:59:29 pm »
REVISTA "ALENTEJO TERRA MÃE", NATAL 2007, Janeiro-Fevereiro 2008 (saída em 20 de Dezembro de 2007) (DEVERÁ SER DISTRIBUÍDA EM BREVE COM O DIÁRIO DE NOTÍCIAS)
 REVISTA "ALENTEJO TERRA MÃE", NATAL 2007, Janeiro-Fevereiro 2008 (saída em 20 de Dezembro de 2007)
A NOSSA HISTÓRIA


O ESCRIVÃO DE BORDO QUE ‘DESCOBRIU’ A “VOLTA DA GUINÉ”

Aires Tinoco, natural da então portuguesa e alentejana comarca de Olivença, partiu na caravela de Nuno Tristão, como escrivão de bordo, para explorar a costa da Guiné em 1446. Tendo o comandante e quase toda a tripulação sido dizimados pelos indígenas, Tinoco fez-se ao mar e conseguiu atingir a costa portuguesa ao fim de dois meses no mar, sem avistar terra, pela rota que passou a designar-se "Volta da Guiné"
(TEXTO DA ARQUITECTA Maria Antónia Goes, do ALVITO, nova directora da Revista)

_________________
   Foram muitos os alentejanos que contribuiram para a História dos Descobrimentos Marítimos e que ficaram no anonimato. Aires Tinoco seria um deles, se não tivesse realizado um feito excepcional.
   Natural da então portuguesa e alentejana comarca de Olivença (ver caixa na página 21), Tinoco partiu na caravela de Nuno Tristão, como simples escrivão de bordo, com o fim de explorar a costa da Guiná em 1446. Não era a primeira vez que Nuno Tristão realizava aquele trabalho, era a quarta viagem do grande navegador que, a mando do Infante D. Henrique, desbravava a faixa costeira entre o Cabo Branco, que ele próprio descobrira em 1441, e o Rio Gâmbia.
   Capitaneando uma caravela com 30 homens a bordo, Nuno Tristão passou ao largo do Cabo Verde que Dinis Dias tinha descoberto em 1444 e, navegando para o Sul, deu com a embucadura de um rio que se pensa ser o Gâmbia, posto que há discordência entre vários historiadores.
   Fundearam a caravela e, em dois pequenos batéis, avançaram pelo rio acima. O barel de Nuno Tristão foi logo seriamente atacado pelos indígenas que, com setas envenenadas, dizimaram completamente a tripulação, incluindo o comendante. Os outros tentaram atingir o navio, salvando-se apenas cinco homens "um grumete, assaz pouco avisado na arte de marear e um moço da cânara do Infante que se chamava Aires Tinoco, que ia por escrivão, e um moço guinéu que fora filhado com primeiros que filharam em aquela terra, e outros dous moços assaz pequenos que viviam com alguns daqueles escudeiros que ali faleceram", segundo o cronista Gomes Eanes de Azurara.
   Sem escolta, decidiu-se Aires Tinoco, com os seus parcos conhecimentos de navegação que, certamente, não iam para além da observação, fazer-se ao mar e tentar atingir a costa portuguesa, o que conseguiu ao fim de dois meses no mar, sem avistar terra.
   Diz Gomes Eanes de Azurara, na "Crónica do Descobrimento e Conquista da Guiné": "Ó grande e supremo socro de todos os desamparados (...), onde bem mostraste que ouvias suas preces quando em tão breve lhe enviaste tua celestial ajuda, dando esforço e engenho a um tão pequeno moço, nado e criado em Olivença, que é uma vila do sertão mui afastada do mar, o qual, avisado por graça divinal, encaminhou o navio, mandando ao grumete que directamente seguisse o norte (...), por que ali entendia ele que jazia o Reino de Portugal (...).
   (...) Este moço que disse era aquele Aires Tinoco (...), no qual Deus pôs tanta graça que por dois meses continuados encaminhou a viagem daquele navio(...); ao fim dos quais cobraram vistas de uma fusta (...) sobreveio em eles uma nova ledice, e muito mais quando lhes foi dito que estavam na costa de Portugal, a través de um lugar do mestrado de Santiago, que se chana Sines. E assim chegaram a Lagos, donde se foram ao contar-lhe o forte acontecimento da sua viagem, apresentando-lhe a multidão de flechas com que seus parceiros morreram(...)..."
   Para além dos documentos que permitem conservar as descrções da viagem de Nuno Tristão, conseguiu-se cmprovar a possibilidade de retornar da Guiné por mar alto, sem rerra à vista, na rota que passou a designar-se "Volta da Guiné"(ver caixa em baixo).
   Efectivamente a corrente das Canárias e os alísios do Nordeste não permitiam que, na viagem de regresso a Portugal, as caravelas seguissem ao longo da costa precisando sempre de navegar à bolina, contra o vento.
   A volta da Guiné ou da Mina, afastando-se da costa, penetrando ao largo do Oceano Atlêntico, começou a ser comum, levando os navegadores a escalar os Açores, que se tornaram o maior ponto de apoio.
   Pelo seu feito, Aires Tinoco foi agaraciado com terras em Elvas, na sua Olivença natal, onde lhe for atribuído o Monte do Barroco (Velho) junto à aldeia de São Jorge de Alôr, e ainda em Estremoz, onde, além do almoxarifado, recebeu casas e terras.
   Foi ainda escrivão do Infante D. Henrique. Em 1475, vivia ainda, ao que parece em Estremoz. É referido em vários documentos como pessoa estimada e merecedora do adjectivo de heróica, pelo seu feito.

(CAIXA)
OLIVENÇA É PORTUGUESA...
(mapa do Alto Alentejo, com a região de Olivença incluída, em cor alaranjada)
   Olivença deixou de ser portuguesa em 1801, quando foi tomada pelos espanhóis numa invasão fronteiriça que ficou conhecida como a Guerra das Laranjas. Incitados por Napoleão que queria acabar com a aliança anglo-portuguesa, os espanhóis penetraram n Alentejo, ocupando, sem resistência, e em apenas 18 dias, Olivença, Juromenha, Arronches, Portalegre, Castelo de Vide, Barbacena, e Ouguela. D. Manuel Godoy, chefe do Governo espanhol e comandante das forças invasoras, do rei Carlos IV, (pai de D. Carlota Joaquina, portanto sogro do então Príncipe Regente de Portugal D. João, futuro D. João VI), mandou um belo ramo de laranjeira portuguesa à rainha Maria Luísa com quem mantinha uma relação swcandalosa, de conhecimento público, com a mensagem - Eu careço de tudo, mas sem nada irei para Lisboa.
   O Congresso de Viena, em 1815, depois da queda de Napoleão, tentando repor a ordem na Europa, aceitou como justa a reclamação do enviado de Portugal, o Conde de Palmela e condenu a Espanha a devolver Olivença, mas a Aspanha nunca cumpriu.

(GRAVURA COM TEXTO, represenrando Laranjas; o texto: " Aires Tinoco era narural da então portuguesa e alentejana comarca de Olivença, que só deixou de ser portuguesa em 1801 quando foi tomada pelos espanhóis numa invasão fronteiriça que ficou conhecida como a Guerra das Larenjas")

(CRONOLOGIA, tendo como fundo ema caravela que ocupa uma página:"- 1434 /Gil Eanes dobra o Cabo Bojador: -1441/Viagem ao Cabo Branco em que Gonçalo Afonso acompanha Nuno tristão; -12444/Dinis Dias descobre o Cabo Verde e a ilha de Palma; -1445/Álvaro Fernandes ultrapassa o Cabo Verde; -1446/Realizam-se três expedições à Guiné. Sendo uma delas aquela em que Nuno Tristão morre e o seu escrivão de bordo, Aires Tinoco, vê-se obrigado a fazer-se ao mar para tentar regressar a Portugal. O que consegue dois meses depois, navegando à bolina por mar alto, sem terra à vista, na rota que passou a designar-se "Volta da Guiné"")

(GRAVURA COM TEXTO, representando uma nota de cem escudos; o texto: "NUNO TRISTÃO. Este navegador português do século XV, foi o primeiro europeu que se sabe ter atingido o território da actual Guiná Bissau, iniciando entre os portugueses e os povos daquela região um relacionamento comercial e colonial que se prolongaria até 1974.")

(CAIXA
A VOLTA PELO LARGO E A NAVEGAÇÃO ASTRONÓMICA
(GRAVURA DE UM MAPA ENTIGO DA ÉFRICA OCIDENTAL E GOLFO DA GUINÉ)
" Não há hoje dúvidas de que, por algum momento entre 1435 e 1440, os navegadores portugueses se viram confrontados com as limitações da arte de navegar mediterrânica para a resolução dos problemas que lhes colocava a navegação oceânica. Esta técnica, cimentada nos séculos XIII e XIV, resolvia os problemas de quem navegava junto à costa, num mar fechado e, sobretudo nop sentido longitudinal. O recurso à agulha de marear e às cartas-portulano servia perfeitamente, porque, estando as segundas desenhadas de acordo com os rumos magnéticos indicados pela agulha, não se verificavam distorções de monta em rumos que tinham uma pequena extensão no sentidoSul-Norte. Por outro lado ainda, e como expressão do conhecimento dos navegadores mediterrânicos, as cartas mostravam as áreas de navegação que os navios e narinheiros conheciam para além do Mediterrâneo: não só a costa ocidental da Europa ,mas também a costa africana atlântica, conhecida e navegada com regularidade até às Canárias d

esde, no mínimo, os inícios do século XIV. Aos navegadores portugueses puseram-se depois dois problemas distintos. O primeiro consistiu na navegação em mar alto. A progressão ao longo da costa africana fazia-se sem dificuldades a partir da costa portuguesa, beneficiando de ventos e correntes favoráveis. Quanto mais se progredia para o Sul, porém, maior era a dificuldade de retorno, que se fazia contra as condições físicas de navegação. Para os pequenos navios, como a barca e a caravela, que se empregaram a início, o retorno a Portugal junto à costa tornava-se cada vez mais penoso. A partir de um momento que se pode hoje situar nas daras indicadas, os navegadores portugueses viram-se obrigados a fazer a chamada "volta pelo largo", ou seja, a internarem-se no mar alto para contornar os ventos que sopravam constantemente no sentido aproximado Norte-Sul junto à costa africana. Essa manobra só podia ser feita recorrendo ao cálculo de pelo menos uma coordenada, a latitude, para o
q
ue se impunha a observação comparada das alturas dos astros. A novidade não consistiu nesta observação, conhecida e praticada havia muito, mas no facto de ter sido feita a bordo e dela se obtar a posição do navio no alto mar, deixando o cálculo da longitude à perícia dos pilotos, já que só a puderam determinar com rigor quando o quaro protótipo do cronómetro de John Harrison provou a sua suficiência, no decurso do terceiro quartel do século XVIII."
(Francisco Contente Domingues, Professor de História na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)
 

Textos gentilmente cedidos por Dr. Carlos Luna   carlosluna@iol.pt
   
 :cry:

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PereiraMarques

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« Responder #49 em: Fevereiro 13, 2008, 10:39:14 pm »
« Última modificação: Fevereiro 13, 2008, 11:50:53 pm por PereiraMarques »
 

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ricardonunes

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« Responder #50 em: Fevereiro 13, 2008, 11:41:05 pm »
Mais um projector, para se poder ver esta página :?
Potius mori quam foedari
 

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Benny

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« Responder #51 em: Fevereiro 14, 2008, 09:08:15 am »
Aí está uma cerimónia simpática entre antigos inimigos.

Benny
 

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Lancero

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« Responder #52 em: Fevereiro 14, 2008, 11:30:56 am »


"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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Lusitanus

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« Responder #53 em: Fevereiro 14, 2008, 12:17:05 pm »
Gosto mais desta ultima  :lol: parece que estão a mudar de dominio.
Sinceramente não sei o que é que o ... do Severiano estava lá a fazer.
"Cumpriu-se o mar e o império se desfez
Senhor, falta cumprir-se Portugal"
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #54 em: Fevereiro 14, 2008, 12:50:23 pm »
Estás a falar do nosso ministro da Defesa, um pouco de tino não lhe fazia mal.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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PereiraMarques

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« Responder #55 em: Fevereiro 14, 2008, 02:56:55 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Estás a falar do nosso ministro da Defesa, um pouco de tino não lhe fazia mal.


É porque o Sr. proibiu a participação do Exército nas cerimónias do regicídio, se tivesse autorizado era logo apelidado de "Sr. Prof. Doutor Nuno Severiano Teixeira" e davam-lhe uma comenda "fantasma" de São Miguel da Ala ou da N.ª Sr.ª da Conceição de Vila Viçosa. c34x
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #56 em: Fevereiro 14, 2008, 02:58:22 pm »
Eu sou monárquico, mas não ando para aí a chamar nomes às pessoas sem mais nem menos, é uma questão de educação, mais nada.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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quintanova

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« Responder #57 em: Março 12, 2008, 10:18:13 am »
No domínio da infantaria ligeira no Exército Português, desde 1797 que a Legião de Tropas Ligeiras, ou Legião do Alorna como era popularmente conhecida, conduzia uma experiência inovadora, constituída das 3 armas, com objectivos de projectar força rapidamente para qualquer parte do território nacional.
Acessoriamente, e por esse mesmo ano, foi criada uma companhia de caçadores por cada regimento de linha.

Na reforma de 1806, estava já planeada a criação de batalhões de caçadores (penso que 6), ao que nunca se procedeu, mais não seja porque fomos ocupados militarmente pelos Franceses e o nosso exército desmembrado.

A nível europeu, o conceito de infantaria ligeira como o conhecemos desenvolveu-se desde 1740, na Austria.

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Benny

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« Responder #58 em: Março 13, 2008, 02:36:12 pm »
Interessante.

Quer falar um pouco mais sobre o que sucedeu por volta de 1740 na Áustria, caro quintanova?

Benny
 

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quintanova

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« Responder #59 em: Março 13, 2008, 04:34:57 pm »
Caro Benny,

Tem a ver com uma das primeiras, se não a primeira aparição, das chamadas tropas ligeiras no contexto do século XVIII. Segundo Mark Chappel:

“To face the earliest of Frederick’s incursions the Austrians summoned ‘the Transylvanians, Croates, and other irregular and undisciplined corps, - Marshal Saxe appointed Uhlans, and regiments were then raised – called Light Troops’.” (pp.5-6 - Mike Chappel (2004) Wellington’s Peninsula Regiments (2) – The Light Infantry, Osprey – Men-at-Arm n.º 400)

Aqui temos o Imperador Frederico da Prússia, de certo modo o fundador dos principios da guerra como ela foi combatida até dentro do século XIX (primado da ordem unida para optimização do poder de fogo), e a utilização de irregulares em ordem dispersa, com profundo conhecimento do terreno e com hábitos civis úteis à guerra. É Lippe quem introduz os princípios de Frederico no Exército Português com o atraso normal de 20 anos (nada mau para a altura).

Claro que esta manifestação foi esporádica, fruto da conjectura militar, mas começou a fermentar desde logo nas mentes militares teóricas a devida utilização táctica das tropas ligeiras, em ordem dispersa ou escaramuça, em conjunção com as unidades de linha.

As tropas ligeiras vão-se consolidando ao longo do século, mas é só no seu final, ao início das guerras napoleónicas, que a infantaria ligeira ganha consistência, não só devido a um aumento do poder de fogo, que pedia uma infantaria mais flexível que protegesse a de Linha e oferecesse uma mais valia, mas também os novos conceitos de soldado-cidadão, que nascem da Revolução Francesa.

Eu tenho prestado atenção a esta forte mudança social dos finais do século XVIII, e principalmente a sua manifestação no Exército Português.

Num Exército Português de cariz fortemente aristocrático (poderiamos até chamar-lhe o último reduto da Nobreza), em que era quase impossível passar-se de capitão, em 1796 alguns jovens oficiais (nobres diga-se), como Gomes Freire de Andrade e o Pedro de Almeida Portugal investem na criação da Legião das Tropas Ligeiras e na instalação de uma companhia de caçadores em cada regimento de linha.
A experiência foi permitida, mas um Exército reaccionário e envelhecido (em corpo e em ideias) não permitiu que ganhasse frutos.

A Invasão Francesa acorda-nos da pior forma, e em 1808 estabelecem-se os primeiros batalhões de Caçadores (que deviam estar de pé desde 1806).

Peço desculpa pelo formato algo ensaístico, mas teve que ser assim...