Bush Quer Criar Director Nacional dos Serviços Secretos

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Bush Quer Criar Director Nacional dos Serviços Secretos
« em: Agosto 03, 2004, 11:19:16 am »
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Bush Quer Criar Director Nacional dos Serviços Secretos
Por PEDRO RIBEIRO, Nova Iorque
Terça-feira, 03 de Agosto de 2004

George W. Bush quer criar um "czar" dos serviços secretos e um centro nacional de contra-terrorismo. O Presidente americano anunciou ontem na Casa Branca que pretende implementar - com algumas modificações - estas duas ideias que haviam sido sugeridas no relatório da comissão independente que investigou o 11 de Setembro.

São as primeiras respostas directas de Bush ao trabalho da comissão. No final do mês passado, a comissão divulgou as suas conclusões sobre o que funciona mal no governo americano e nos seus serviços secretos; propôs a criação de um "ministro dos espiões" e de um centro operacional que reúna representantes das várias agências de espionagem americanas.

Bush não vai criar um cargo governamental de "ministro dos espiões"; em vez disso, terá um "czar" dos serviços secretos. "Acho que essa pessoa não deve fazer parte do Governo", disse Bush; "Deve ser uma entidade independente, para facilitar a coordenação."

O termo "czar" não é oficial; é utilizado pela imprensa americana para descrever um posto externo à hierarquia normal - por exemplo, o "czar" das drogas, cujo trabalho é coordenar os esforços de vários ministérios e agências no combate ao narcotráfico.

Bush não falou em nomes nem em datas; também não deu grandes detalhes sobre a orgânica do futuro centro de contra-terrorismo, excepto para dizer que ele se tornará "na base de dados governamental" sobre terroristas. O chefe de gabinete de Bush, Andrew Card, está encarregado de estudar a criação deste centro.

Bush anunciou estas medidas enquanto os americanos ainda lidavam com mais um alerta sobre a hipótese de novos ataques terroristas. O aviso, emitido no domingo pelo secretário de Segurança Interna Tom Ridge, citava instituições financeiras em Washington, Nova Iorque e Newark (cidade de New Jersey, próxima de Nova Iorque, onde vive uma grande comunidade luso-americana).

Ridge anunciou que o nível de alerta nestas três cidades foi aumentado para o segundo patamar mais alto numa escala de um a cinco. Ridge explicou que as ameaças tinham sido inferidas a partir de novos documentos da Al-Qaeda obtidos pelos serviços secretos americanos.

Esses documentos incluíam fotografias, desenhos e relatórios escritos sobre cinco edifícios - descrições detalhadas das sedes do Banco Mundial e do FMI em Washington, da Bolsa e de um banco privado em Nova Iorque, e de um grupo financeiro em Newark.

As autoridades americanas receiam que terroristas usem camiões-bomba contra um destes alvos. Ontem, o Holland Tunnel (um dos três acessos a Nova Iorque a partir de New Jersey) ainda estava fechado ao trânsito de veículos comerciais. Embora com medidas de segurança reforçadas, todas as instituições mencionadas estavam a funcionar normalmente ontem.

Apesar do alerta, um dos ícones da cidade de Nova Iorque deverá reabrir ao público hoje. A estátua da Liberdade, encerrada a visitantes desde o 11 de Setembro de 2001, volta a receber turistas. O processo de reabertura foi complexo - não só por preocupações de segurança, mas também por questões de financiamento.

Foram precisos mais de seis milhões de euros em doações privadas à fundação que gere a estátua para possibilitar as obras necessárias à sua reabertura. E mesmo assim há limitações; não se pode subir até ao observatório no topo da estátua da Liberdade. Os visitantes terão de se contentar com a vista do cimo do pedestal da estátua