ForumDefesa.com

Outras Temáticas de Defesa => Livros-Revistas-Filmes-Documentários => Tópico iniciado por: Lancero em Outubro 12, 2007, 11:45:48 pm

Título: "A Guerra" - RTP1
Enviado por: Lancero em Outubro 12, 2007, 11:45:48 pm
Quem não for infoexcluído como eu pode gravar e depois partilhar com os mortais  c34x

Citar
2007-10-12 - 00:00:00

Guerra Colonial: série estreia dia 16
A Guerra como nunca foi contada

A 27 de Abril de 1974, dá-se na Guiné aquela que poderá ter sido a última operação da guerra que se iniciara em Angola 13 anos antes. Os comandantes que lideravam as tropas implicadas não sabiam que na antevéspera se dera em Portugal o golpe militar que iria pôr fim ao conflito.

É por uma conversa entre os responsáveis de ambos os lados que se inicia a série documental ‘A Guerra’, a estrear 3.ª feira, dia 16, às 21h00, na RTP1. Assinado por Joaquim Furtado, o documentário pretende abordar, “de uma forma global” que o seu autor acredita ser inédita, a guerra que conheceu três designações diferentes. É precisamente esta tripla visão que o jornalista pretendeu dar ao público ao introduzir, desde o genérico, os três nomes dados ao conflito que transformou a vida de toda uma geração, a sua geração.

“Os protagonistas desta guerra”, explica à Correio TV, “os militares portugueses e o regime, os guerrilheiros africanos e também os que, não participando directamente, tinham uma opinião contra, chamaram nomes diferentes ao conflito. Os primeiros chamaram-lhe Guerra do Ultramar. Os segundos Guerra de Libertação. Os refractários, os desertores e os que se situavam na oposição deram-lhe o nome de Guerra Colonial”. A série ficou ‘A Guerra’ mas no genérico o título “desdobra-se”, mostrando as três diferentes maneiras de ver um mesmo conflito.

JOAQUIM FURTADO

Joaquim Furtado decidiu articular o longo documentário, cujos primeiros nove episódios vão para o ar nas próximas semanas, em “três grandes pilares”. O primeiro diz respeito às imagens históricas que serão exibidas. São “filmes de arquivo da própria RTP e também das Forças Armadas, da Força Aérea e da Marinha, para além de documentação fornecida pelos próprios entrevistados”. Trata-se, diz, de “um acervo imenso” no qual se incluem imagens nunca vistas e outras que, embora não sejam inéditas, aparecem “talvez pela primeira vez contextualizadas, colocadas no seu devido lugar na História”. O jornalista começou a preparar a série documental em 1999 mas o trabalho sofreu algumas interrupções, a maior das quais durou perto de ano e meio.

O PROGRAMA

Para além dos filmes e imagens fotográficas de época, o programa assenta em centenas de depoimentos de pessoas que o jornalista designa como “protagonistas” do conflito e onde se incluem “os militares portugueses das várias patentes que participaram, quer em Angola, quer em Moçambique, quer na Guiné”, os guerrilheiros africanos, mas também os civis das várias nacionalidades, “pessoas que directa ou indirectamente viveram a guerra”.

A SÉRIE

A série inclui ainda uma terceira vertente, de reportagem, que permite, no entender do seu autor, dar “uma visão mais abrangente” do conflito e do seu contexto histórico e social. Furtado levou antigos militares portugueses a Angola e a Moçambique, promovendo, por vezes mais de quarenta anos depois, encontros entre os dois lados. Foi também feita uma tentativa de reconstituição dos momentos mais significativos, recorrendo a imagens de arquivo e também a gráficos, mapas e ilustrações, para os quais foram utilizadas técnicas informatizadas a três dimensões, num esforço para dar ao telespectador pormenores do “ponto de vista técnico-militar”. Foi ainda possível, graças à tecnologia moderna e a um intenso trabalho de pós-produção vídeo e áudio, recuperar a qualidade de muitas imagens de arquivo, assim como sonorizar filmes, utilizando documentos que estavam incompletos, “parte na RDP (o som) e outra na RTP (a imagem)”, explica o jornalista, que para o efeito visionou “milhares de filmes”, alguns dos quais foram revelados de novo já que o negativo ainda estava intacto.

'UMA VISÃO GLOBAL'

Joaquim Furtado optou por contar a história de forma cronológica em vez de dedicar um certo número de episódios a cada um dos países implicados, já que pretende dar da guerra “uma visão global”. Daí que tenha optado por relatar os eventos ocorridos nos diversos cenários em simultâneo e “mostrar, para além das armas, o universo em que se vivia” tanto em Portugal como em Angola, Moçambique e Guiné, “as vidas” que foram alteradas, e, paralelamente, contextualizar o conflito no plano internacional, mostrando os acontecimentos mais relevantes em Portugal e no resto do Mundo. “Os filmes de arquivo não contêm esta vertente”, afirma. E acredita que “esta história está ainda por contar” já que mesmo as pessoas que estiveram na guerra apenas conheceram o local onde estiveram e “não fazem ideia da realidade que era vivida” noutros pontos do conflito. Por outro lado, em Portugal a maioria da população não tinha acesso à informação.

“A guerra era muito pouco noticiada, a não ser pelas estações oficiais e oficiosas, e as imagens que passavam eram muito bem trabalhadas” pela censura, a fim de deixarem passar apenas a mensagem pretendida pelo regime. Daí que Furtado esteja convencido de que, para a maior parte do público, as imagens que vão ser vistas na série o serão pela primeira vez. Por um lado, foram recuperadas para o programa filmagens em bruto que nunca tinham sido utilizadas nas reportagens e filmes exibidos na época e, por outro, imagens que, não sendo inéditas, “são agora colocadas no seu devido lugar”. O jornalista afirma ter sido possível, com a ajuda das dezenas de testemunhos recolhidos, situar determinadas sequências e perceber que imagens que eram atribuídas a certos acontecimentos pertenciam afinal a outros, ou seja, em vários casos percebeu-se que “aquele filme era outro filme”.

‘A Guerra’ irá, pois, permitir desconstruir alguns mitos que permanecem intactos apesar de terem passado mais de quarenta anos sobre o início do conflito. Joaquim Furtado garante mesmo que a série que agora estreia contém “revelações”.

MOMENTOS MAIS MARCANTES

Num dos momentos mais marcantes, o jornalista tentou levar quatro militares e um padre portugueses a encontrar-se com dois militares angolanos no preciso local onde ambas as partes viveram, em 1961, a “primeira grande operação” em Angola. Trata-se da tomada de Nambuangongo, local onde se pensava estar o quartel-general dos guerrilheiros angolanos da UPA. A denominada ‘Operação Viriato’ foi então levada a cabo “simultaneamente através de três colunas”. Curiosamente, relata Furtado, “a RTP tinha feito a reportagem com uma das colunas, que se acreditava seria a primeira a chegar”. Mas acabou por ser a coluna liderada pelo coronel Massanita a chegar à frente.

O encontro promovido, cerca de quarenta e cinco anos depois, pelo jornalista colocou frente a frente quatro elementos do batalhão comandado pelo “lendário Massanita” com dois dos guerrilheiros angolanos que se encontravam no caminho dos militares portugueses. O encontro teve, contudo, e contrariamente ao previsto, de se realizar a alguns quilómetros de Nambuangongo, já que uma viagem atribulada impediu a equipa de reportagem de alcançar o local. Desde uma enorme tempestade a um veículo atolado em lama, vários foram os obstáculos encontrados na missão. Foi possível, no entanto, ao fim de quase meio século, desmontar mitos que permaneciam nas mentes dos dois lados. “Os portugueses, na época, acreditavam que era preciso cortar a cabeça aos terroristas, ‘entidades’ que caso contrário poderiam renascer”.

Para os protagonistas da ‘Guerra’ foi uma ocasião para celebrar a paz. O jornalista apercebeu-se de que “os africanos em geral reagem muito bem” a estes momentos de catarse, “sem ressentimentos”. Assim como os portugueses, que, afinal de contas, aceitaram viajar com o propósito de se encontrarem com o anterior “inimigo”. Foi precisamente um dos antigos guerrilheiros da UPA que protagonizou um dos episódios que mais tocaram o autor da série documental: “um homem, já muito doente, que disse ‘não vou durar muito mas gostava que nos voltássemos a dar com os Portugueses’.”

O AUTOR: 'NÃO FUI À GUERRA'

PROJECTO COMEÇOU NOS ANOS 80

Joaquim Furtado começou a pensar neste projecto nos anos 80. E quis ser o responsável pela parte da guerra em ‘Crónica do Século’. Mas o programa só foi concretizado quando Furtado estava na direcção da RTP, o que o impediu de participar mais activamente. Voltou ao projecto em 1999 mas interrupções várias para outros trabalhos adiaram a estreia de ‘A Guerra’. Joaquim Furtado, 59 anos, cumpriu o serviço militar em 1969. Curiosamente, o jornalista que agora conta aos portugueses a história da guerra colonial não participou no conflito. Conseguiu que, por motivos de saúde, o passassem “aos serviços auxiliares”, escapando da ida para a Guiné. Na época já trabalhava no Rádio Clube Português, onde fazia o programa ‘Tempo Zip’, herdeiro do lendário ‘Zip-Zip’ da RTP. O programa transitou para a Rádio Renascença e acabou suspenso pela censura. Foi novamente aos microfones do Radio Clube que Furtado protagonizou o momento histórico que pôs fim ao regime ao ler o famoso ‘Comunicado das Forças Armadas’. “Cerca de dez minutos depois da ocupação da estação”, o jornalista percebeu o que estava em jogo. Foi ele quem anunciou aos Portugueses o fim da guerra.

GARANTE O DIRECTOR DE PROGRAMAS: 'É UM DOS DOCUMENTÁRIOS MAIS PODEROSOS'

TEM GRANDE SENTIDO DE MOBILIZAÇÃO

‘A Guerra’, afirma ao CM o director de Programas da RTP, “é um dos documentários mais poderosos que foram produzidos em 50 anos de televisão”. O montante de cada episódio “está em linha com o valor dos nossos documentários” mais caros, garante Nuno Santos. Para o responsável da estação pública, o formato idealizado por Joaquim Furtado “é o resultado de uma investigação muito apurada mas que, simultaneamente, tem todos os ingredientes televisivos. Está bem contada, bem encadeada e, por isso, tem grande sentido de mobilização”.

DEPOIMENTOS: 200 ENTREVISTAS

Das 400 pessoas com quem falou, em Portugal e África, Furtado entrevistou metade.

GRAVAÇÕES: 500 HORAS

O autor passou cerca de cinco meses a visionar imagens de arquivo.

IMAGENS INÉDITAS

O realizador optou por usar o mesmo fundo em todas as entrevistas de modo a obter uma “imagem uniforme”. O fundo é escuro e nele são inseridas imagens de arquivo ou oráculos.
Myriam Zaluar
 


CM (http://http)
Título:
Enviado por: ricardonunes em Outubro 16, 2007, 10:05:34 pm
Forte, realista, violento, verdadeiro, como nunca tinha visto ainda na tv nacional.

Para amostra (1º episódio), adorei  :!:
Título:
Enviado por: Johnnie em Outubro 16, 2007, 10:19:15 pm
Fantástico, os meus parabéns ao Joaquim Furtado e á RTP  :shock:
Título: A GUERRA
Enviado por: joaquimdelisboa em Outubro 17, 2007, 10:57:56 am
Vamos ver o quanto sumo se obtém depois de todos os episódios espremidos.

Pelo "Prós e Contras" da RTP na Segunda-Feira já se viu  como os militares têm uma visão do passado consoante o meridiano político onde se situem.

Eu andei por  lá....  e conheci o "Mato" e  a cidade na perspectiva do povo e no santuário das altas patentes.

Mas não se iludam... o 25 de Abril nasceu de um desaguisado entre Milicianos e Quadros... o resto são tretas.
Título: RTP
Enviado por: zocuni em Outubro 17, 2007, 06:02:41 pm
Tudo bem,

Como não sei essa reportagem passe na RTPi.Procurei algo sobre o tema e achei esta série do Discovery Channel,pareceu-me interessante:

http://br.youtube.com/watch?v=Zuin4adCDjQ (http://br.youtube.com/watch?v=Zuin4adCDjQ)

http://br.youtube.com/watch?v=w4f3VXvdgOo (http://br.youtube.com/watch?v=w4f3VXvdgOo)

http://br.youtube.com/watch?v=3arimTHrrWg (http://br.youtube.com/watch?v=3arimTHrrWg)


Abraços,
Título:
Enviado por: comanche em Outubro 17, 2007, 07:00:30 pm
Vale sempre a pena ver bons documentários.
Título:
Enviado por: JLRC em Outubro 17, 2007, 08:00:12 pm
Citação de: "ricardonunes"
Forte, realista, violento, verdadeiro, como nunca tinha visto ainda na tv nacional.

Para amostra (1º episódio), adorei  :!:


Faço minhas as tuas "palavras". Foi fantástico. 5 *
Título:
Enviado por: Luso em Outubro 17, 2007, 11:28:51 pm
Alguns comentários interessantes, com os quais concordo em grande parte.

http://grandelojadoqueijolimiano.blogsp ... omeou.html (http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2007/10/guerra-comeou.html)

A Guerra começou
Terça-feira, Outubro 16, 2007

Não gostei do primeiro episódio da Guerra. Tecnicamente, ou seja da montagem, não gostei por aí além. E substancialmente, ainda menos. Demasiado palavroso no discurso directo de alguns intervenientes, repetitivo, e principalmente sem acrescentar novidade ao enquadramento político, do ponto de vista do país- do nosso país- na época.
Além disso, as imagens não revelam nada de especial em relação ao que se conhecia. Ocupar tempo com Holden Roberto, a explicar o que poderia bem ser explicado por outros, é apenas um exemplo.
Veremos o que nos reservam os restantes oito episódios, mas o sentimento geral, é de falta de objectividade e com um sentimento difuso de hostilidade em relação ao regime de Salazar.
Ainda não é desta que veremos um documentário com um mínimo de imparcialidade e objectividade histórica.
Mas...de resto, porque haveríamos de esperar tal coisa, neste contexto e com estes autores- jornalistas que passaram estes últimos trinta anos acantonados a ideias tipicamente de esquerda?

Ontem no Prós e Contras, um militar, tenente-coronel aviador, Brandão Ferreira, tipicamente de uma direita que apoiou a guerra do Ultramar, com a justificação do regime e com motivos patrióticos, discutíveis, mas que se devem ouvir, por respeito democrático e de equilíbrio de opiniões, foi manifestamente apupado, por militares presentes, seus colegas.
Este fenómeno denota que ainda não será tempo para se debaterem estes assuntos com serenidade. Duvido que a opinião de alguém como esse militar, seja devidamente ouvida, com o respeito devido, no programa da Guerra de Joaquim Furtado. Veremos.

http://jansenista.blogspot.com/ (http://jansenista.blogspot.com/)

Cinco estrelas para o documentário sobre a Guerra de África. Comentários enviezados não me afectam, e o que me interessa é ver as imagens da época: impressionantes! Quanto à estafada técnica de recorrer a depoimentos de ex-combatentes, é falaciosa e (em mais de um sentido) patética. Os que combateram mesmo não são em geral os que depõem (questões de «literacia», se é que me faço entender); e os que depõem não falam evidentemente da guerra, falam do tempo em que eram jovens e saudáveis, sempre com uma doçura que recobre e apaga tudo o resto. O verdadeiro «pathos», esse prima pela ausência; e talvez seja melhor, já que não é possível uma pacificação da alma bélica sem esse banho lustral do esquecimento.
Título:
Enviado por: ricardonunes em Outubro 17, 2007, 11:39:16 pm
Lógico que estas coisas não podem agradar a gregos e a troianos, mas o srº do "queijo", pelo menos podia-se ter informado do nrº de episódios :wink:
Título:
Enviado por: papatango em Outubro 17, 2007, 11:59:59 pm
Os episodios são nove, pelo menos para já.

No primeiro episódio que vi, nõa vi nada de novo e nada que não soubesse.

Mas o Sr. Furtado, não é evidentemente uma pessoa com a isenção necessária para efectuar um trabalho daquele tipo. Ele próprio afirmou que não fez um trabalho de pesquisa histórica. Aquilo é um trabalho jornalístico e em minha opinião pelo menos para já, relativamente longe do imparcial.

Quem quisesse estar informado, já sabia da barbárie dos massacres que iniciaram o conflito em Angola e já sabia que aquilo tinha sido organizado por um movimento baseado no Zaire.

Todos sabíamos que os americanos boicotaram Portugal

Até ao momento, nada de novo...
Título:
Enviado por: ricardonunes em Outubro 18, 2007, 12:05:29 am
Citação de: "papatango"
Os episodios são nove, pelo menos para já.


Agora estou baralhado :oops:
Título:
Enviado por: ricardonunes em Outubro 18, 2007, 12:12:48 am
Citação de: "papatango"
Mas o Sr. Furtado, não é evidentemente uma pessoa com a isenção necessária para efectuar um trabalho daquele tipo. Ele próprio afirmou que não fez um trabalho de pesquisa histórica. Aquilo é um trabalho jornalístico e em minha opinião pelo menos para já, relativamente longe do imparcial.

Quem quisesse estar informado, já sabia da barbárie dos massacres que iniciaram o conflito em Angola e já sabia que aquilo tinha sido organizado por um movimento baseado no Zaire.

Todos sabíamos que os americanos boicotaram Portugal

Até ao momento, nada de novo...


Para mim não é a questão da novidade, mas sim de se ter feito uma coisa diferente, "inovadora".

Algumas das imagens já tinha visto em livro, agora documentário na tv publica, para mim é o melhor (sobre o tema) que vi até hoje, e só estou a falar do 1º episódio, não sei o que vem por ai.

Mas pergunto, qual a pessoa isenta para fazer algo dete tipo :?:
Título:
Enviado por: papatango em Outubro 18, 2007, 12:28:47 am
Ao que entendi a série tem 9 episódios e está em estudo a possibilidade de se fazerem mais 9.
É daí que deve vir a confusão.

O problema de ninguém ter feito as perguntas terá a ver com o facto de até hoje ninguém ter tido coragem para as fazer em público.

No programa Prós e Contras O Ten.Cor. Brandão Ferreira fez algumas afirmações com explicações do ponto de vista histórico mas estava claramente nervoso e algo atrapalhado e a audiência não era capaz de entender o tipo de argumento em que se baseava a argumentação dele, nem ele - que ao que vejo escreve melhor que o que fala - apresentou os argumentos da forma como eu acho que o deveria ter feito.

Abril abriu portas de Liberdade, que esperemos ninguém jamáis encerre.
Falta no entanto abrir as portas de Lama que Abril ainda não abriu, por vergonha.
Título:
Enviado por: Lancero em Outubro 18, 2007, 01:12:09 pm
Citar
2007-10-18 - 00:00:00

Opinião
Água de colónia

O documentário, a avaliar pelo primeiro episódio que a RTP exibiu na terça-feira, 16, é trabalho preguiçoso. A começar pelo título – simplesmente, ‘Guerra’. Joaquim Furtado, um dos mais experientes jornalistas de televisão, é da escola da reportagem com mesuras e deferências.

Repórter cortês e amável evitou chamar à série ‘Guerra Colonial’ ou ‘Guerra do Ultramar’ – não fosse ferir susceptibilidades, ofender tendências, acicatar azedumes. Os ingleses, por exemplo, não se acanharam no título da melhor produção televisiva de sempre sobre a perda da Índia: chamaram-lhe, sem rodeios, ‘A Jóia da Coroa’.

Furtado ficou-se pela conveniência de ervanária – que não faz bem nem faz mal. O primeiro episódio, tão amável e extremoso, tão respeitoso e académico, resultou num soporífero de 53 minutos.

O ritmo da narrativa, embalado por monocórdica voz off com frases de literato, longas e pretensiosas, correu ao ritmo de um cágado na vã tentativa de trepar à árvore.

O autor teve tudo para um trabalho de mérito: imagens e som nos arquivos da casa, orçamento e, sobretudo, todo o tempo do mundo. Saiu obra menos do que esforçada – se é verdade que estão ali enterrados oito longos anos de trabalho.

O tema da guerra colonial é para jornalistas, guionistas e realizadores como o melhor lote de fragrâncias mesmo para um humilde mestre de perfumaria. Joaquim Furtado perdeu a oportunidade de fazer um perfume de excelência. Fez uma coisa enfrascada que nem cheira bem nem cheira mal – assim uma espécie de água de colónia.
Manuel Catarino, Chefe de Redacção

 
Fonte (http://http)


De referir que o 1.º episódio ficou em segundo lugar (http://http) nas audiências, com média de 1 286 300 espectadores
Título:
Enviado por: lurker em Outubro 18, 2007, 08:46:32 pm
Citação de: "papatango"
Quem quisesse estar informado, já sabia da barbárie dos massacres que iniciaram o conflito em Angola e já sabia que aquilo tinha sido organizado por um movimento baseado no Zaire.

Todos sabíamos que os americanos boicotaram Portugal

Até ao momento, nada de novo...


Só há um problema ai: são relativamente poucas as pessoas que *sabem* isso.
Título:
Enviado por: ricardonunes em Outubro 24, 2007, 10:19:28 pm
1º e 2º episódio (http://http) :wink:
Título:
Enviado por: pedro em Outubro 25, 2007, 01:21:44 am
E sou tenho uma palavra depois de ver os videos, que excelente trabalho, estao de parabens.
Cumprimentos
Título:
Enviado por: pedro em Novembro 05, 2007, 05:09:50 pm
Alguem ja tem o terceiro episodio??? c34x
Cumprimentos
Título:
Enviado por: pedro em Novembro 13, 2007, 04:59:42 pm
Pois caros amigos eu gostaria de vos pedir para se possivel porem os episodios do documentario no youtube assim eu tambem os posso ver???? :wink:
Cumprimentos
Título:
Enviado por: Lancero em Dezembro 07, 2007, 05:10:56 pm
Alguém ouviu algo sobre esta imensa discussão e polémica? E factos destas "constantes atrocidades"?
Parece que alguém está a querer criar uma agenda  :roll:

Citar
War documentary confronts Portugal with harsh reality of its colonial past in Africa
 © AP
2007-12-07 14:16:28 -

LISBON, Portugal (AP) - The heads of enemy soldiers impaled on roadside trees. Hundreds of prisoners tortured, killed and dumped in mass graves. Napalm dropped on jungles where guerrillas sheltered, and grass-hut villages torched with cigarette lighters.
Those gruesome acts were carried out in Portugal's name barely two generations ago during the country's protracted colonial wars in Africa.
But for most Portuguese the events aren't history. They're news.
A groundbreaking documentary series currently being aired by public broadcaster Radiotelevisao Portuguesa is confronting Portugal with unsettling aspects of its recent history that for decades have been shrouded in silence.
«People had spoken very little about what happened» in the war, said Joaquim Furtado, the Portuguese journalist who created the series. «The effect, I think, has been positive. People won't be able to see things in simplistic terms now.
The series has become a top-rated prime-time program and the most-watched documentary in years, regularly drawing more than 1 million viewers in country of 10.6 million people.
Portugal is the latest European country being forced to address unpalatable aspects of its colonial legacy.
Three years ago, Belgium was shocked by a documentary portraying King Leopold II's brutal 19th-century exploitation of what was once the Belgian Congo.
In 2002, France had to revisit one of the darkest moments of its recent past when a Paris court convicted an aging French general for «complicity in justifying war crimes» in connection with his best-selling book about atrocities during a seven-year war that ended with Algeria's independence in 1962.
Portugal's wars against insurgents fighting for independence erupted in 1961, firstly in Angola _ the jewel in the crown of the country's 500-year-old African empire.
The atrocities came in an initial frenzy of bloodshed after Angolan rebels crossed the border from newly independent Congo and staged surprise attacks. They butchered Portuguese settlers _ including women and their small children _ on remote Angolan plantations.
In retaliation, Portuguese militias and troops sent to quell the insurrection enacted a vicious campaign of repression despite unrelenting pressure from the United States and United Nations for Lisbon to pull out of Africa.
For his documentary Furtado, a well-known journalist with an almost 40-year career, spent more than six years digging up hundreds of hours of film footage and masses of photographs, some never seen in public. He also gathered firsthand accounts from war veterans on both sides, many of whom hadn't spoken out before.
In the former Portuguese colony of Mozambique, the documentary has been greeted with quiet satisfaction rather than rage _ and there have been no calls for an official apology or compensation.
«No one is going to react angrily to the film because it shows the past not the present. The past is the past, the present is the present,» said Custodio Rafael, a journalist with Radio Mozambique.
For Africans, the Portuguese atrocities have long been a simple matter of historical fact. In Portugal, however, it has taken this documentary to explode the nation's myths about its colonial rule, which ended in 1974.
Antonio Salazar's dictatorship, established in the 1930s, kept the public at home in the dark about what was happening thousands of kilometers (miles) away on a different continent. His censors' blue pencils struck out unfavorable newspaper articles, and state media encouraged the war effort with reports of heroic deeds against insurgents classified as bloodthirsty «terrorists.
Within a year the Angolan rebellion subsided into a low-intensity conflict. But parallel wars broke out on the continent's western bulge _ in Mozambique and another Portuguese African colony, Guinea-Bissau.
The Portuguese armed forces were in danger of overreach, even though they had superior NATO weaponry. Despite being a dictatorship, Portugal was allowed into NATO because the alliance feared Moscow-backed opponents of its regime could seize power, giving Communism a Cold War foothold in western Europe.
Salazar _ mindful that the African colonies furnished crucial wealth for his small European nation and lent it a Cold War stature beyond its size _ constructed propaganda to shore up support for the military campaign.
The unremitting government slogan «Angola e nossa!» (Angola is ours!) was even broadcast over loudspeakers at packed summer beaches. Salazar, a flinty and unbending leader, changed the designation of the colonies to «overseas territories» and depicted the native populations as Portuguese who were treated as equals and eager to remain under Lisbon's wing.
Ask just about any Portuguese nowadays about their colonial administration and they will insist it was benign. Few know about any atrocities or cruel treatment of natives. Radio phone-ins and Internet blogs have buzzed with talk of the unimagined facts that have emerged in the TV series.
Luis Quintais, an anthropology lecturer at Portugal's Coimbra University who has written a book about the African conflicts, says the true story of the country's colonial history «has been immersed in a huge silence» and a broad reluctance to address the historical facts.
«We think of our colonization as having been soft, or mild, compared to other (European) countries. But it wasn't, it was just the same,» Quintais said.
Part of the problem is that the new view collides with the Portuguese version of their history, long rendered as the chronicle of a small country of «brandos costumes» _ gentle ways _ bullied by bigger European powers.
«We like to portray ourselves as victims, not victimizers,» Quintais said, adding that the TV series is forcing a reappraisal.
The unwillingness to look back at those times has also contributed to the neglect of war veterans. About 9,000 soldiers were killed and at least 12,000 wounded in what was Portugal's biggest ever military deployment.
Only in 1994 was a monument to the fallen, featuring the names of the dead, built at a riverside fort in Lisbon near where the troop ships left for the war. And post-traumatic stress disorder was officially recognized as a medical condition only in 1999.
«Armies are cheered when they leave and forgotten when they return. It's always been like that throughout history,» said retired Gen. Joaquim Chito Rodrigues, who served for five years in Angola, including a two-year stint as head of operations.
The war's unpopularity among the military and at home, and covert political opposition, doomed Salazar's attempt to resist the tide of history which had led to the departure of other European powers from Africa.
When a 1974 army coup got rid of the dictatorship and installed democracy, the political vacuum filled with mostly leftist political parties that had fought the previous regime and wanted to start with a clean slate.
«Political power was seized by those who had opposed the war. They said, 'It's all in the past now, it shouldn't have happened, let's move on and build a new country,»' said Chito Rodrigues.
Emmanuel Camillo contributed from Maputo, Mozambique.


Fonte (http://http)
Título:
Enviado por: nelson38899 em Dezembro 07, 2007, 06:08:45 pm
boas

Tenho quase a certeza, que esta noticia estava-se a referir à violência que surgiu no programa da rtp prós e contras.  :lol:


cump.
Título:
Enviado por: Luso em Dezembro 07, 2007, 06:47:24 pm
Algum apparatchik. Está falándo prós cámarada.
Título:
Enviado por: Duarte em Dezembro 09, 2007, 02:01:41 am
Citação de: "Lancero"
Alguém ouviu algo sobre esta imensa discussão e polémica? E factos destas "constantes atrocidades"?
Parece que alguém está a querer criar uma agenda  :roll:

Muitos familiares meus combateram no ultramar, tios, primos do meu pai, e outros familiares e amigos da família.  Em Angola e Moçambique, incluindo zonas bastante activas de actividade de guerrilha, até na região do Tete.  Já tive muitas conversas longas e francas come muitos deles sobre as suas exepriências. Estas "atrocidades constantes" são casos isolados, que são aproveitados, exagerados e recontados tanta vez, e fazem parte da indoctrinação pós-abrilina, servindo apenas de desculpa pela descolonização irresponsável e criminosa. Na realidade foi a única razão de ser, e objectivo comum das super-potências que osquestraram o 25 de Abril. A descoloniação imediata.
Os "colonizadores" portugueses foram rapidamente substituidos por Cubanos, Russos, RDA, etc..

Já li várias vezes o livro do Sr. Adrian Hastings, "Wiriyamu: My Lai in Mozambique", tão habilmente escrito para incendiar qualquer ser humano sensível e convenientemente editado na altura da visita de estado de Marcelo Caetano ao Reino Unido, em Julho de 1973. O alegado massacre, ocorrera em Dezembro de 1972, 8 meses antes... Porque não denunciaram este crime horrendo logo quanto possível? Razões fortes havia, e nada tinham a ver com os direitos humanos..

Para além de várias incoerências factuais, como por exemplo, afirma que o ataque a Wiriyamu for feito pela 6a. Companhia de Comandos, com Soldados europeus e africanos. Julgo que não era este o caso.. a 6a. era uma unidade de Comandos onde serviram apenas europeus.


Citar
black and white troops of the 6th Commando Group
arrived in helicopters, surrounded Wiriyamu and and entered it.
The people were lined up, men in one group, women in another.
For the most part they were then shot, but others were herded
into houses which were set on fire, while some of the children were
kicked to death and other individuals were murdered in various
atrocious ways. While the work was done by a group of soldiers,
both black and white, and white army officers were present,
some of the orders were given by DGS agents.
Chico Kachavi,
in particular, was back again, and he kept on yelling 'Kill them all.
These are the orders of our chief.'
The massacre at Wiriyamu took some time. Following it, the
troops turned on other villages and hamlets round about. As to
what happened in some places we have no reports-only bodies
were found; but in the village of Chawola, where they seem to
have arrived last and time was probably running out, the people
were simply lined up in a single group, told to clap their hands,
and shot. The bodies were gathered together, covered with straw
and set alight. In this rather hasty operation several people were
only wounded and managed to get away. The troops then returned
to Tete
...

..The soldiers, while they ransacked the hamlet, found a woman,
named Zostina, who was pregnant. They asked her what the sex
was of the child she was carrying. 'I don't know,' she answered.
'You'll soon know,' they said. And, at once, with their knives
they ripped her belly open, yanking out her intestines and her
womb and showing her the foetus, which was struggling convul
sively, and said 'There! Now do you know?' Then, mother and
child were consumed by the flames.
Other soldiers amused themselves by killing children, grabbing
them by the legs and bashing them against the ground or trees..

...A woman called Vaina was told to stand up. She did so, with
her little child Xanu in her arms-a nine-month-old baby. She
fell, picrced by a bullet. The child disengaged itself and sat down
next to its dead mother, crying frantically, but no one was able
to help it. A soldier stepped forward, and it seemed he was going
to comfort it. What a disillusion! Before the horrified eyes of the
people, the soldier kicked the child brutally, slashing its head
open. 'Shut up, dog!' he said. The prostrate child was no longer
crying. It was dead. The soldier turned around, his boot covered
with blood. His companions applauded him. 'Well done!' they
shouted, 'You're a brave man!' That was the start of a macabre
game of football, for his companions followed his example. And
this way, several other children died, kicked to death by the soldiers.”

As acusações do Sr. Hastings, são tão inflamatórias, que apenas podemos deduzir que era esta a sua única razão de ser. Mobilizar a opinião pública mundial contra Portugal.
Os actos de que este senhor acusa as tropas Portuguesas são tão incríveis, tão fora do modo de ser Português, tão horrendas, que nem posso acreditar nelas. A sua credibilidade para mim é nula. A falta de quaisquer provas físicas, fotografias por exemplo, também não abonam nada a seu favor. No mínimo, são um exagero propagandístico, senão mesmo mentira completa. É possível também que o Sr. Hasting foi manipulado por terceiros. Nem é difícil de imaginar como tal poderia ser conseguido.

Para mim é de  enorme importância o facto de ter mencionado a presença de tropas africanas e europeias. Quem eram estas tropas? Há provas de que eram tropas Portuguesas? Fotografias, relatórios oficiais? Testemunhas? Algum índice de verdade? Num tribunal, este case seria muito fraco mesmo.

Acho que existe informação a mais aqui, muito detalhe. Como seria possível uma unidade militar cometer criems de guerra tão horrorosos, e deixar vivas testemunhas tão antenciosas aos detalhes, como o nome duma criança de 9 meses?

Por que raio haveriam de separar homens e mulheres, se o objectivo seria eliminar todos? Para que tanto sadismo? É inacreditável.


Este é um caso a ser estudado com minúcia, pois há aqui muito mistério, muita disinformação, muito boato dado como facto, relatos de terceira e quarta pessoa, que certamente seriam exagerados a cada passo.

Acima de tudo faltam provas físicas de que:

a. houve massacre de civis indefesos (e seriam mesmo civis indefesos?)

b. este massacre foi perpetrado por tropas Portuguesas;

c. se foi de facto massacre efectuado por tropas Portuguesas contra inocentes civis, foi acto isolado, ou práctica comum?




(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fmysite.verizon.net%2Fdmendonc%2Fimages%2Fsoares_hastings.jpg&hash=2f69468ddc38477a0e958a2ff0b6e69a)

Na foto, o padre Hastings, e o Mário Soares na conferência de imprensa, a 11 de Julho de 1973.



Ora, Hastings, diz 400-500 pesoas massacradas, a cruz Vermelha disse que eram 150. Relatórios oficiais Portugueses falam em menos ainda. Diferença significativa..


Citar
Not since the My Lai atrocities came to light in 1969 had a tiny village caused such an uproar. Father Adrian Hastings, a British Catholic priest, alleged that Portuguese government troops had gone on a murderous rampage in the Portuguese Mozambique village of Wiriyamu last Dec. 16. The priest, quoting reports from Spanish missionary priests, claimed that Portuguese soldiers killed some 400 villagers suspected of sympathizing with Frelimo, the Mozambique Liberation Front.
Then began the denials. Dr. Marcello Caetano, the Portuguese Prime Minister, who was on an official visit to London, said that his government's preliminary inquiry showed a massacre of 400 villagers "could not have taken place." A Catholic bishop in Mozambique who in published reports claimed that he had seen the dead bodies later stubbornly declined either to confirm or deny that there had been a massacre. In Lisbon, officials insisted that Wiriyamu did not even exist. Indeed, Father Hastings two weeks ago placed it in western central Mozambique, but next day corrected himself, saying it was in the eastern Tete province. Reporters have been searching for it ever since, and for anyone who claims to have seen the massacre. TIME Correspondent Peter Hawthorne joined a trek last week and afterward sent this report:
The town of Tete bristles with troops, military roadblocks and armored vehicles. People are being moved out of isolated villages and relocated in protected settlements called aldeamentos, where troops and home-guard units keep Frelimo infiltrators at bay.
A 30-man army escort took us to a place called Wiliamo, about eight miles from Tete. The guide was a black army private who said he knew of the village.
He pronounced it "Wiriamu"—many Africans pronounce "l" as "r"—but wrote it "Wiliamo." It was the only place of that name that he knew in the region, he said. Of course there are villages with vaguely similar names all over the areas variously mentioned by Father Hastings, and presumably any of them could be the massacre site.
The village, perhaps ten to fifteen huts, had clearly been abandoned in a hurry. But there was no obvious sign of a firefight—no bullet marks in the tree stumps or huts. It would require nothing less than a team of forensic experts to track down any evidence of a massacre.
No Angels. "My men aren't angels or they wouldn't be good soldiers," said Major José Carvalho, who led the army escort. "But a massacre of 400? During my two years service here I've never heard of such an incident, and if I did it would be the reason for a large-scale military inquiry."
Two priests of the Spanish Burgos Fathers who earlier supported allegations of the massacre have been detained by Portuguese authorities in Lourengo Marques on unspecified charges "relating to the security of the state." Their fellow priests at the Mission of São Pedro, near Tete, will say nothing. Some Portuguese here believe it is quite possible that a massacre did occur. The secretary of the Bishop of Tete, Father Manuel Mouro, told me:
"In a climate of war anything is possible —but between the possible and the real, there may be a big difference."




Fonte: http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,907626,00.html




Realço o facto de Hastings menosprezar os assasinatos pela FRELIMO de chefes africanos (e suas famílias) tidos como colaboradores do regime colonial.
Já agora porque não fala igualmente dos muitos massacres organizados pelos movimentos ditos de "libertação" nos 3 teatros de guerra? Esses sim, foram planificados, e são portanto crimes premeditados e não acidentais como Wiriamu..
Título:
Enviado por: JLRC em Dezembro 09, 2007, 02:22:26 am
Sem querer abrir uma polémica estéril, remeto-os para uma reportagem da SIC feita em Wyriamu, com alguns dos militares portugueses que cometeram o massacre e os sobreviventes indígenas do mesmo. Julgo que um dos militares era um alferes comando não me lembro de qual companhia. Julgo também que os militares eram só europeus.
Título:
Enviado por: Duarte em Dezembro 09, 2007, 05:29:18 am
Infelizmente não consigo encontrar nada sobre Wiriyamu (nem Wiriamu) na SIC online.
Qual o nome da reportagem? Estou interessado em informações sobre o massacre, e "não em discussões estéreis"


 :wink:
Título:
Enviado por: JLRC em Dezembro 09, 2007, 04:38:55 pm
Citação de: "Duarte"
Infelizmente não consigo encontrar nada sobre Wiriyamu (nem Wiriamu) na SIC online.
Qual o nome da reportagem? Estou interessado em informações sobre o massacre, e "não em discussões estéreis"


 :wink:


A reportagem passou a mais de um ano e não me recordo do nome. Julgo que foi na SIC mas posso estar enganado. E uma questão de perguntar nos serviços das 3 televisões que eles certamente saberão indicar onde encontrar a reportagem.
Título:
Enviado por: Duarte em Dezembro 09, 2007, 06:38:46 pm
procurei na RTP e TVI, e nada.. Se alguém tiver mais informações, agradeço.
Título:
Enviado por: Lancero em Dezembro 09, 2007, 07:32:58 pm
Passou de facto na SIC. Recordo-me dela.
Mas mesmo no pior dos cenários - Wyriamu ter sido injustificado - penso que tal não fará das NT cometedoras de "constantes atrocidades".
Título:
Enviado por: Duarte em Dezembro 09, 2007, 08:17:36 pm
Se considerarmos que a Guerra Colonial durou 13 anos, invlovendo centenas de milhares de tropas Portuguesas (meio milhão ou perto?), dezenas de milhares de operações ao longo destes anos todos, centenas de operações ocorridas em qualquer dia, interacção com populações civis num ritmo contante, os casos conhecidos de massacres ou maus tratos de civis são bem poucos. A única conclusão que posso tirar é que as tropas Portuguesas seriam das mais bem comportadas da história.

Quais as conlcusões a tirar desta reportagem da SIC? Tinha aluma coisa a acrescentar ao que jé se sabe?

Gostava de saber:

Quem deu as ordens?

Qual o motivo do ataque a esta aldeia? Represália? Informações de que havia lá turras? Qual a fonte destas informações? Era fonte fiável?


Foram de facto mortas mulheres e crianças indefesas, como diz o Sr. Hastings? porquê e a mando de quem?

Houvera rebentamento de minas com vítimas Portuguesas na área?

Seria possível que houve manipulação de informações e acontecimentos com a finalidade de desencadear um massacre pelas tropas Portuguesas, para ser utilizado na guerra da opninião pública? Um Mai Ly Português?
Título:
Enviado por: Lancero em Dezembro 09, 2007, 08:28:19 pm
Penso que a reportagem terá sido da Felícia Cabrita. Ela pelo menos fez uma semelhante (levando o comandante da companhia de comandos ao local) para o Expresso - da qual só encontro esta referência (http://http) (anunciando para a próxima edição)
Título:
Enviado por: Lancero em Dezembro 20, 2007, 12:34:56 am
Excelentes imagens no episódio de terça-feira relativas à Op. Tridente.
Deveríamos começar a fazer lobi para a série ser lançada em DVD.
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Dezembro 20, 2007, 11:06:52 am
Sem dúvida, aquilo mais parecia o Dia D em ponto pequeno! :twisted:

Tenho a certeza que estes episódios vão sair na colecção "Videos RTP".
Título:
Enviado por: Aim em Dezembro 20, 2007, 08:37:04 pm
Infelizmente não pude acompanhar os episódios  :(
Pelo 1 e 2 parece ser um bom documentário, nimguem me sabe indicar aonde posso ver os restantes ?

Abraços
Título:
Enviado por: rsf em Janeiro 07, 2008, 01:08:38 am
Citação de: "Duarte"
Se considerarmos que a Guerra Colonial durou 13 anos, invlovendo centenas de milhares de tropas Portuguesas (meio milhão ou perto?), dezenas de milhares de operações ao longo destes anos todos, centenas de operações ocorridas em qualquer dia, interacção com populações civis num ritmo contante, os casos conhecidos de massacres ou maus tratos de civis são bem poucos. A única conclusão que posso tirar é que as tropas Portuguesas seriam das mais bem comportadas da história.

Quais as conlcusões a tirar desta reportagem da SIC? Tinha aluma coisa a acrescentar ao que jé se sabe?

Gostava de saber:

Quem deu as ordens?

Qual o motivo do ataque a esta aldeia? Represália? Informações de que havia lá turras? Qual a fonte destas informações? Era fonte fiável?


Foram de facto mortas mulheres e crianças indefesas, como diz o Sr. Hastings? porquê e a mando de quem?

Houvera rebentamento de minas com vítimas Portuguesas na área?

Seria possível que houve manipulação de informações e acontecimentos com a finalidade de desencadear um massacre pelas tropas Portuguesas, para ser utilizado na guerra da opninião pública? Um Mai Ly Português?



WIRIAMU

SÍNTESE

1.

No deslocamento de trabalho que os Comandantes-Chefes Ultramarinos faziam anualmente a Lisboa, o General Kaúlza de Arriaga manteve-se, nesta cidade, as primeiras semanas de Dezembro de 1972, regressando a Moçambique nas vésperas do Natal, para o passar com as Tropas.

Neste período, exerceu interinamente o Comando-Chefe outro Oficial-General.

2.

Quando chegou a Nampula, o Brigadeiro Armindo Videira, Comandante da Zona Operacional de Tete, informou-o de que havia rumores de, numa operação realizada na área de uma aldeia chamada Wiriamu, entre 16 e 18 de Dezembro, durante a sua estada em Lisboa, as tropas terem tido comportamento incorrecto perante as populações. Logo ordenou que se efectuasse, por entidade do Serviço de Justiça Militar, o normal e devido inquérito. Foi o 1º inquérito de Wiriamu.

Neste inquérito concluiu-se – 1º, que, na referida operação, tinham morrido umas seis dezenas de pessoas, entre terroristas e outros que o não seriam ou que o não eram, e, 2º, que tudo tinha sido um incidente infeliz mas corrente de guerra, não havendo matéria de crime, nem motivo para maior procedimento. Em consequência despachou – arquive-se até melhor prova.

3.

E, durante 7 meses, ninguém de boa fé mais pensou em Wiriamu. Porém os Padres da Congregação de Burgos, actuante em Moçambique, para não "perderem o comboio", como eles próprios diziam, "alinhavam" com os terroristas, pelo menos dando-lhes refúgio nas suas missões e nelas escondendo material bélico. Teve, o General Kaúlza de Arriaga mesmo de ordenar o encerramento de algumas dessas missões.

Assim, instituindo-se inimigos da presença portuguesa em Moçambique, ou mesmo em África, e numa obcecação irracional e doentia, amoral, resolveram ir mais longe, promovendo, em ligação com a oposição interna ao regime de Lisboa, um golpe político contra Portugal, em Londres, quando da visita já programada, a esta cidade, do Presidente do Conselho de Ministros do Governo Português, Prof. Dr. Marcello Caetano. Neste sentido, convenceram um outro Padre, de nome Hastings, a escrever um artigo, falso e explosivo, e convenceram o conceituado jornal The Times a publicá-lo, em 10 de Julho de 1973, véspera da chegada de Marcello Caetano a Londres. No artigo, os acontecimentos de Wiriamu eram, com plena má fé, deturpados, ampliados, agudizados e mesmo forjados, por forma a torná-los num escândalo internacional, o que em parte foi conseguido. Tudo isto levou o General Kaúlza de Arriaga a ordenar, por descargo de consciência, a realização de outro inquérito sobre Wiriamu, por outra entidade do Serviço de Justiça Militar. Foi o 2º inquérito Wiriamu.

As suas conclusões foram iguais às do 1º inquérito – um incidente infeliz mas corrente de guerra, sem matéria de crime, nem motivo para maior procedimento. E, decorrentemente, o seu despacho foi o mesmo – arquive-se até melhor prova.

Também e além de lhe ter concedido uma entrevista completa, o General Kaúlza de Arriaga autorizou um representante qualificado do "The Times", enviado por este jornal a Moçambique para averiguação da verdade sobre Wiriamu – o que o "The Times" deveria ter feito antes e não depois da publicação do artigo -, a visitar livremente o que entendesse e a contactar, também livremente, com quem desejasse. O consequente artigo publicado pelo "The Times" foi muito positivo para Portugal.

4.

Já após o regresso definitivo do General Kaúlza de Arriaga a Lisboa e em face de diligências, ainda não explicitadas, do Engenheiro Jorge Jardim, o Presidente Marcello Caetano mandou, em fins de Agosto de 1973, que se fizesse um novo inquérito sobre Wiriamu, por entidade expressamente enviada de Lisboa, o Brigadeiro Henrique Nunes da Silva, com alguns auxiliares. E, antes deste inquérito finalizado, demitiu, inexplicávelmente e injustificadamente, o Comandante da Zona Operacional de Tete, o já citado Brigadeiro Armindo Videira. Foi o 3º inquérito Wiriamu e a destituição deste Brigadeiro.

O inquérito, como era de esperar, chegou a conclusões idênticas às dos 1º e 2º inquéritos, sendo, naturalmente, mandado arquivar pelo próprio Presidente Marcello Caetano. Contudo, em atitude, inexplicável e injustificada, errada e iníqua, foi mantida a exoneração do Brigadeiro Armindo Videira. Contra essa atitude se revoltou até o Engº Jorge Jardim.

5.

Perante três inquéritos com conclusões iguais, realizados por entidades diferentes, incluindo especialistas metropolitanos, nada mais havia a considerar e a proceder. Tudo estava, e por excesso, esclarecido.


Wiriamu foi, pois, um incidente infeliz mas corrente de guerra.
6.

E, se alguém, especialmente um oficial das Forças Armadas, aparece, hoje, auto-confessando ter, então, cometido, permitido ou presenceado crimes, deverá ser imediatamente julgado e, se verdadeira a sua confissão, condenado e punido por esses crimes e pelo de os ter conseguido ocultar nos inquéritos.

É assunto que compete ao Ministério da Defesa Nacional.

Fonte: http://www.cidadevirtual.pt/k-arriaga/Wiriamu.html (http://www.cidadevirtual.pt/k-arriaga/Wiriamu.html)
Título:
Enviado por: Lancero em Fevereiro 20, 2008, 09:35:41 pm
Ainda sobre Wiriamu...

É apresentado amanhã em Lisboa o livro "Massacres em África" da jornalista Felícia Cabrita.

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.esferadoslivros.pt%2Fimages%2Fcapas%2Fbigmassacreafrica.jpg&hash=89feee84d009a611018fd81a6e55c727)

Citar
Sinopse:

Em 1991, Felícia Cabrita foi pela primeira vez a África. Aterrou em Angola e estava longe de imaginar que grande parte da sua carreira como jornalista iria ser dedicada a desbravar o manto de silêncio que escondia os massacres cometidos nas antigas colónias portuguesas durante o Estado Novo. O seu relato inicia-se na década de 50, com uma página negra da nossa história: os massacres de Batepá, em São Tomé, onde a realidade ultrapassou em muito a ficção. A jornalista segue o rumo da história para relatar os massacres da UPA, em 1961, sobre os colonos portugueses; passa pela luta na Guiné; descobre os sobreviventes do massacre de Wiriyamu, que rouba a vida a centenas de moçambicanos. Com a saída dos portugueses, a guerra civil continua a fazer as suas vítimas, Sita Valles é uma delas. Eduardo, de catorze anos, outra, morrendo em 2001, no mato, às mãos dos guerrilheiros da UNITA que se sente cada vez mais encurralada. Porque não há guerras santas, a jornalista traz-nos o lado mais sombrio dos homens. «Tentei perceber as minhas personagens individualmente e, uma vez lançadas no mundo, neste caso a guerra, interpretar o seu desempenho no comportamento colectivo. A história tem ciclos, repete-se sem novidades e o homem, seja qual for o continente, é sempre igual nos vários palcos onde o inferno assenta.»
Título:
Enviado por: PereiraMarques em Março 26, 2008, 06:02:14 pm
"A Guerra”

Debate com Joaquim Furtado.

28 de Março, 17 h, Auditório 1, FCSH

Moderação: Pedro Aires Oliveira

Em finais de 2007, a RTP 1 emitiu a primeira parte da série “A Guerra”, da autoria de Joaquim Furtado. Por várias razões, ela pode ser considerada um marco na produção de documentários televisivos em Portugal, e um objecto de indiscutível interesse para todos os estudiosos do passado colonial português.  Joaquim Furtado virá ao IHC da FCSH apresentar e debater vários aspectos relacionados com este seu trabalho, numa sessão que contará também com a participação de Ansgar Schaffer, Cláudia Castelo, Irene Pimentel, José Medeiros Ferreira, Manuel de Lucena, Maria Alexandra Dáskalos e Valentim Alexandre.

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.fcsh.unl.pt%2Fimagens%2Ffcsh-lisboa.jpg&hash=2f835e1dd387e752a8d52e27ec138616)
Título:
Enviado por: Lancero em Abril 01, 2008, 10:28:10 pm
Ponho aqui por ser Guerra do Ultramar e RTP

Citar
Media: Jornalista Horácio Caio, primeiro repórter de guerra em Portugal, morreu    

   Lisboa, 31 Mar (Lusa) - O jornalista Horácio Caio, que foi o primeiro  repórter de guerra da televisão em Portugal, morreu quinta-feira passada,  aos 80 anos, devido a complicações provocadas por uma insuficiência respiratória,  disse hoje à Lusa fonte familiar.  

 

   A mesma fonte adiantou que o corpo do jornalista foi sepultado no cemitério  de Loures, estando uma missa de sétimo dia marcada para a próxima quinta-feira  na capela de Loures.  

 

   Horácio Caio foi jornalista de publicações como o Diário Popular e o  brasileiro Folha de S. Paulo, tendo sido também redactor principal da revista  A Época.  

 

   No entanto, foi na RTP que fez a maior parte da sua carreira, tendo  sido na televisão que se tornou o primeiro jornalista a vestir um camuflado  e fazer a cobertura da guerra em Angola.  

 

   Além de repórter, Horácio Caio escreveu livros como "Angola - Os dias  do Desespero" ou o mais técnico "Televisão: Iniciação às Técnicas de Produção  de Programas".  
Título:
Enviado por: Lightning em Abril 21, 2008, 07:09:28 pm
http://www.youtube.com/watch?v=2ZKylJoqq0U (http://www.youtube.com/watch?v=2ZKylJoqq0U)

Já está no youtube, mas não sei se tem os episodios todos.
Título:
Enviado por: Lancero em Abril 23, 2008, 11:01:18 am
O Correio da Manhã vai vender a série por 6,95 euros (cada DVD) a partir de dia 28 (dia em que é oferecida uma caixa arquivadora). Serão os primeiros 9 episódios, um por semana à segunda-feira.

Um conselho... Estas coisas costumam esgotar rapidamente (para 150 mil jornais/dia haverá talvez 30 mil DVD) por isso o melhor é os interessados mandarem reservar num quiosque ;)
Título:
Enviado por: lurker em Abril 25, 2008, 06:45:54 pm
Citação de: "Lightning"
http://www.youtube.com/watch?v=2ZKylJoqq0U (http://www.youtube.com/watch?v=2ZKylJoqq0U)

Já está no youtube, mas não sei se tem os episodios todos.


Parece-me que tem os 9 episódios. Se forem à lista de videos do utilizador, está lá tudo por ordem, começando pelo fim. Excepção para a primeira parte do 4º episódio, que aparece no fim.
Título:
Enviado por: Lightning em Abril 26, 2008, 12:20:13 pm
Alguém sabe quantos episódios tem a série? Presumo que tenha mais do que esses 9 episódios pois só falam no inicio da guerra...
Título:
Enviado por: lurker em Abril 26, 2008, 01:23:32 pm
Creio que ainda só foram produzidos aqueles 9 mesmo.
A produção de outros 9 está em consideração.