Fogos Florestais

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Re: Fogos Florestais
« Responder #540 em: Outubro 21, 2017, 12:52:57 am »
Pergunto-me se em vez de novas unidades militares (leia-se tachos) não se deveria investir na criação de um corpo profissional de bombeiros florestais? Tipo todos os municípios com uma determinada aérea florestal serem obrigados a ter unidades de sapadores florestais, cuja dimensão seria devidamente proporcional à referida área florestal. A segurança de bens e pessoas num país do dito primeiro mundo não pode estar dependente de voluntariado.

PS: não deixa de ser irónico que o responsável pelo projecto dos paióis de Tancos esteja agora por detrás desta proposta.
Talent de ne rien faire
 

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PereiraMarques

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Re: Fogos Florestais
« Responder #541 em: Outubro 21, 2017, 11:12:13 pm »
Pergunto-me se em vez de novas unidades militares (leia-se tachos) não se deveria investir na criação de um corpo profissional de bombeiros florestais? Tipo todos os municípios com uma determinada aérea florestal serem obrigados a ter unidades de sapadores florestais, cuja dimensão seria devidamente proporcional à referida área florestal. A segurança de bens e pessoas num país do dito primeiro mundo não pode estar dependente de voluntariado.

PS: não deixa de ser irónico que o responsável pelo projecto dos paióis de Tancos esteja agora por detrás desta proposta.

No fundo consolidar e difundir o conceito de "bombeiros mistos" já existente...

Citar
Que espécies de Corpos de Bombeiros existem?
Nos municípios podem existir os seguintes corpos de bombeiros:
a) Corpos de bombeiros profissionais;
b) Corpos de bombeiros mistos;
c) Corpos de bombeiros voluntários;
d) Corpos privativos de bombeiros.
Os corpos de bombeiros profissionais têm as características seguintes:
1. São criados, detidos e mantidos na dependência directa de uma câmara municipal;
2. São exclusivamente integrados por elementos profissionais;
3. Detêm uma estrutura que pode compreender a existência de regimentos, batalhões, companhias ou secções, ou pelo menos, de uma destas unidades estruturais;
4. Designam-se bombeiros sapadores.
Os corpos de bombeiros mistos têm as características seguintes:
1. São dependentes de uma câmara municipal ou de uma associação humanitária de bombeiros;
2. São constituídos por bombeiros profissionais e por bombeiros voluntários, sujeitos aos respectivos regimes jurídicos;
3. Estão organizados, de acordo com o modelo próprio, definido pela respectiva câmara municipal ou pela associação humanitária de bombeiros.
Os corpos de bombeiros voluntários têm as características seguintes:
1. Pertencem a uma associação humanitária de bombeiros;
2. São constituídos por bombeiros em regime de voluntariado;
3. Podem dispor de uma unidade profissional mínima.
Os corpos privativos de bombeiros têm as características seguintes:
1. Pertencem a uma pessoa colectiva privada que tem necessidade, por razões da sua actividade ou do seu património, de criar e manter um corpo profissional de bombeiros para autoprotecção;
2. São integrados por bombeiros com a formação adequada;
3. Organizam-se segundo um modelo adequado às suas missões e objectivos.
4. Têm uma área de actuação definida dentro dos limites da propriedade da entidade ou entidades à qual pertencem, podendo actuar fora dessa área por requisição do presidente de câmara no respectivo município, ou da ANPC, quando fora do município, que suporta os encargos inerentes;
5. A sua criação e manutenção constituem encargo das entidades a que pertencem, não sendo abrangidas por apoios da ANPC.

https://www.bombeiros.pt/perguntas-frequentes-2/
 

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Lightning

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Re: Fogos Florestais
« Responder #542 em: Outubro 22, 2017, 09:13:26 am »
PS: não deixa de ser irónico que o responsável pelo projecto dos paióis de Tancos esteja agora por detrás desta proposta.

Não vou crucificar o homem pois o projecto dos paióis de Tancos não me parece mal, para a época, esse projecto definia que os paióis deviam ter um Pelotão em permanência para fazer segurança, não uma secção que vai lá de vez em quando, ele não tem culpa disso, nem de se terem desleixado na reparação das vedações...

Em relação à actual proposta da UMEP, não me parece que passe a realidade, para já pelo menos.

As 11 medidas do governo
https://www.dn.pt/portugal/interior/pontos-essenciaisincendios-a-reforma-da-protecao-civil-e-a-resposta-de-emergencia-as-vitimas-8863542.html

Mas o Exército e a Força Aérea vão passar a estar mais envolvidos.

Citar
Papel reforçado das Forças Armadas

As Forças Armadas vão passar a ter um papel reforçado no apoio de emergência, ao nível do patrulhamento, tanto na prevenção como no combate aos incêndios, ficando a gestão e a operação dos meios sob alçada da Força Aérea.

Em relação à profissionalização...

Citar
Profissionalização do modelo de combate aos fogos

O Governo pretende retomar a expansão das companhias dos GIPS da GNR, segundo o primeiro-ministro, que considerou que, "ao longo de dez anos", estas companhias GIPS "demonstraram ser uma unidade altamente profissionalizada e capacitada, cujo desenvolvimento contribuirá certamente para o reforço da segurança coletiva".

Um quadro profissional de Comando?? Tipo um Estado-Maior militar?

Citar
foi também decidido que a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) vai ser "definitivamente institucionalizada, com um quadro de profissionais próprios, com carreira própria, com dirigentes designados por concurso".

Também a profissionalização de mais bombeiros, mas não todos.

Citar
Em relação aos bombeiros voluntários, o Governo quer criar em cada associação humanitária de bombeiros voluntários das zonas de maior risco de incêndio, equipas profissionais que sejam com bombeiros formados na escola de bombeiros, que será integrada no sistema formal de ensino, enquanto escola profissional".

O governo parece querer ter mão no SIRESP em vez de ser apenas cliente

Citar
Posição acionista do Estado no SIRESP

O Governo quer que o Estado tome uma posição acionista no SIRESP (Rede de Emergência e Segurança), podendo chegar ao seu controlo, e pretende acionar programas para enterramento de cabos aéreos e limpeza de vias.

Mais Sapadores Florestais

Citar
Reforço da resiliência do território

O ministro do Ambiente anunciou um investimento de cerca de 20 milhões de euros no domínio da resiliência do território, nomeadamente a contratação de 100 equipas de sapadores, 50 vigilantes da natureza e um projeto de voluntariado jovem.

João Matos Fernandes disse o executivo vai replicar o projeto-piloto da Peneda-Gerês (cuja área ardida foi 60% inferior ao ano passado) a outros parques florestais nacionais, comprar de equipamentos e contratar 100 equipas de sapadores nos próximos dois anos, o que corresponde a 500 pessoas (atualmente existem 292 equipas de sapadores).

em relação ao Parque Peneda-Gerês relembro que possui uma força de 50 sapadores florestais que trabalham o ano inteiro nas limpezas da sua área de responsabilidade.

Também um projecto interessante

Citar
Aposta nas biorrefinarias e centrais de biomassa

A implementação de biorrefinarias e a continuação do desenvolvimento de centrais de biomassa por todo o país estão entre as medidas apresentadas hoje para valorizar a recolha de resíduos florestais.
« Última modificação: Outubro 22, 2017, 09:19:58 am por Lightning »
 

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tenente

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Re: Fogos Florestais
« Responder #543 em: Outubro 22, 2017, 09:19:29 am »
PS: não deixa de ser irónico que o responsável pelo projecto dos paióis de Tancos esteja agora por detrás desta proposta.

Não vou crucificar o homem pois o projecto dos paióis de Tancos não me parece mal, para a época, esse projecto definia que os paióis deviam ter um Pelotão em permanência para fazer segurança, não uma secção que vai lá de vez em quando, ele não tem culpa disso, nem de se terem desleixado na reparação das vedações...

Em relação à actual proposta da UMEP, não me parece que passe a realidade, para já pelo menos.

As 11 medidas do governo
https://www.dn.pt/portugal/interior/pontos-essenciaisincendios-a-reforma-da-protecao-civil-e-a-resposta-de-emergencia-as-vitimas-8863542.html

Mas o Exército e a Força Aérea vão passar a estar mais envolvidos.

Citar
Papel reforçado das Forças Armadas

As Forças Armadas vão passar a ter um papel reforçado no apoio de emergência, ao nível do patrulhamento, tanto na prevenção como no combate aos incêndios, ficando a gestão e a operação dos meios sob alçada da Força Aérea.

Em relação à profissionalização...

Citar
Profissionalização do modelo de combate aos fogos

O Governo pretende retomar a expansão das companhias dos GIPS da GNR, segundo o primeiro-ministro, que considerou que, "ao longo de dez anos", estas companhias GIPS "demonstraram ser uma unidade altamente profissionalizada e capacitada, cujo desenvolvimento contribuirá certamente para o reforço da segurança coletiva".

Um quadro profissional de Comando?? Tipo um Estado-Maior militar?

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foi também decidido que a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) vai ser "definitivamente institucionalizada, com um quadro de profissionais próprios, com carreira própria, com dirigentes designados por concurso".

Citar
Em relação aos bombeiros voluntários, o Governo quer criar em cada associação humanitária de bombeiros voluntários das zonas de maior risco de incêndio, equipas profissionais que sejam com bombeiros formados na escola de bombeiros, que será integrada no sistema formal de ensino, enquanto escola profissional".

O governo parece querer ter mão no SIRESP em vez de ser apenas cliente

Citar
Posição acionista do Estado no SIRESP

O Governo quer que o Estado tome uma posição acionista no SIRESP (Rede de Emergência e Segurança), podendo chegar ao seu controlo, e pretende acionar programas para enterramento de cabos aéreos e limpeza de vias.

Mais Sapadores Florestais

Citar
Reforço da resiliência do território

O ministro do Ambiente anunciou um investimento de cerca de 20 milhões de euros no domínio da resiliência do território, nomeadamente a contratação de 100 equipas de sapadores, 50 vigilantes da natureza e um projeto de voluntariado jovem.

João Matos Fernandes disse o executivo vai replicar o projeto-piloto da Peneda-Gerês (cuja área ardida foi 60% inferior ao ano passado) a outros parques florestais nacionais, comprar de equipamentos e contratar 100 equipas de sapadores nos próximos dois anos, o que corresponde a 500 pessoas (atualmente existem 292 equipas de sapadores).

em relação ao PNPG relembro que possui uma força de 50 sapadores florestais que trabalham o ano inteiro nas limpezas da sua área de responsabilidade.

Também um projecto interessante

Citar
Aposta nas biorrefinarias e centrais de biomassa

A implementação de biorrefinarias e a continuação do desenvolvimento de centrais de biomassa por todo o país estão entre as medidas apresentadas hoje para valorizar a recolha de resíduos florestais.

ESTAS MEDIDAS SÃO TODAS MUITO BONITAS E MUITO BEM ESCRITAS MAS....... E OS QUE TUDO PERDERAM O QUE VÃO COMER HOJE E DURANTE A PRÓXIMA SEMANA, MÊS, ANO ??????? ONDE VÃO DORMIR HOJE, ESTA SEMANA ESTE MÊS ESTE ANO ?????
ONDE ESTÃO OS RESPONSÁVEIS POR ESTAS DUAS TRAGÉDIAS ??????
A PASSAR AO LADO DISTO TUSO, POR ENTRE OS PINGOS DA CHUVA ??????O
É QUE NÓS, OS OUTROS, OS IRREESPONSÁVEIS, TODOS OS DIAS COMEM, BEBEM, DORMEM EM LOCAIS BONS, NAS NOSSAS CASAS MAS AQUELES QUE TUDO PERDERAM, POR EXEMPLO O BOMBEIRO QUE A COMBATER OS FF FOI INFORMADO QUE A SUA CASA TINHA ARDIDO, ESSES SÃO DISPENSÁVEIS SRS DO DESGOVERNO, NÃO É ????
SE NÃO É OLHEM QUE PARECE E MUITO BEM !!
DEIXEM-SE DE RETÓRICAS E DISCURSOS QUE NA PRATICA EM NADA VÃO DAR,  DEEM O EXEMPLO E SEJAM HUMILDES E AJAM EM PROL DO NOSSO POVO E NÃO DE INTERESSES CAMUFLADOS NOS VOSSOS SERVIÇOS, SAIBAM QUANDO DEVEM PEDIR DESCULPAS E SAIAM, SAIAM DE CENA POIS OS VOSSOS DESEMPENHOS NÃO VALEM UM TUSTO FURADO MEUS SENHORES !!!!!
PARA VÓS A MINHA MAIS PROFUNDA INDIGNAÇÃO E DESPREZO, NÃO VALEIS NADA !!!!!
POVO MANSO É O QUE SOMOS E NÃO PASSAMOS DISTO, BASTA VER O QUE ACONTECEU NA PSEUDO MANIF DE APOIO ÁS VITIMAS DOS INCÊNDIOS PEGARAM-SE Á PANCADA !!!!!!
COITADOS.............. É ASSIM QUE MANIFESTAMOS O NOSSO RESPEITO AOS MORTOS ?????
SOMOS POVO SEM VERGONHA E RESPEITO PELOS NOSSOS CONCIDADÃOS  A COMEÇAR PELOS NOSSOS (DES)governantes !!!!

Abraços
« Última modificação: Outubro 22, 2017, 09:28:02 am por tenente »
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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Lightning

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Re: Fogos Florestais
« Responder #544 em: Outubro 22, 2017, 09:25:54 am »
ESTAS MEDIDAS SÃO TODAS MUITO BONITAS E MUITO BEM ESCRITAS MAS....... E OS QUE TUDO PERDERAM O QUE VÃO COMER HOJE E DURANTE A PRÓXIMA SEMANA, MÊS, ANO ??????? ONDE VÃO DORMIR HOJE, ESTA SEMANA ESTE MÊS ESTE ANO ?????

Isso também está no link, mas não escrevi pois não tinha a ver com o combate e prevenção dos fogos florestais.
Mas continuam a ser medidas politicas bonitas de dizer na tv, vamos ver se saem do papel...

Indemnizações a familiares das vítimas

Reconstrução de casas e empresas

Pagamento de salários e apoio ao emprego

Apoios ao setor agrícola e florestal


Citar
ONDE ESTÃO OS RESPONSÁVEIS POR ESTAS DUAS TRAGÉDIAS ??????
A PASSAR AO LADO DISTO TUSO, POR ENTER OS PINGOS DA CHUVA ??????
POVO MANSO É OQ UE SOMOS E NÃO PASSAMOS DISTO, BASTA VER O QUE ACONTECEU NA PSEUDO MANIF DE APOIO ÁS VITIMAS DOS INCÊNDIOS PEGARAM-SE Á PANCADA !!!!!!
COITADOS.............. É ASSIM QUE MANIFESTAMOS O NOSSO RESPEITO AOS MORTOS ?????
POVO SEM VERGONHA E RESPEITO PELOS SEUS A COMEÇAR PELOS NOSSOS (DES)governantes !!!!

Abraços

Pois, em ultima hipótese podemos mostrar a nossa opinião nas próximas eleições...
 

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Re: Fogos Florestais
« Responder #545 em: Outubro 22, 2017, 09:31:26 am »
ESTAS MEDIDAS SÃO TODAS MUITO BONITAS E MUITO BEM ESCRITAS MAS....... E OS QUE TUDO PERDERAM O QUE VÃO COMER HOJE E DURANTE A PRÓXIMA SEMANA, MÊS, ANO ??????? ONDE VÃO DORMIR HOJE, ESTA SEMANA ESTE MÊS ESTE ANO ?????

Isso também está no link, mas não escrevi pois não tinha a ver com o combate e prevenção dos fogos florestais.
Mas continuam a ser medidas politicas bonitas de dizer na tv, vamos ver se saem do papel...

Indemnizações a familiares das vítimas

Reconstrução de casas e empresas

Pagamento de salários e apoio ao emprego

Apoios ao setor agrícola e florestal


Citar
ONDE ESTÃO OS RESPONSÁVEIS POR ESTAS DUAS TRAGÉDIAS ??????
A PASSAR AO LADO DISTO TUSO, POR ENTER OS PINGOS DA CHUVA ??????
POVO MANSO É OQ UE SOMOS E NÃO PASSAMOS DISTO, BASTA VER O QUE ACONTECEU NA PSEUDO MANIF DE APOIO ÁS VITIMAS DOS INCÊNDIOS PEGARAM-SE Á PANCADA !!!!!!
COITADOS.............. É ASSIM QUE MANIFESTAMOS O NOSSO RESPEITO AOS MORTOS ?????
POVO SEM VERGONHA E RESPEITO PELOS SEUS A COMEÇAR PELOS NOSSOS (DES)governantes !!!!

Abraços

Pois, em ultima hipótese podemos mostrar a nossa opinião nas próximas eleições...

Somos o País das medidas, medidas para isto, medidas para aquilo, medidas para aqueloutro, enfim tantas medidas e não conseguimos medir nada de jeito é o que é Lightning !!!

Pois podemos mas também sabemos que quem ganha as eleições nem sempre é quem vai governar, digo isto mas não sou de nenhum partido politico acho que não temos ninguém válido para nos governar os competentes pura e simplesmente não se querem conspurcar nos meandros das politiquices !!!

Abraços
« Última modificação: Outubro 22, 2017, 09:38:12 am por tenente »
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Re: Fogos Florestais
« Responder #546 em: Outubro 23, 2017, 11:47:56 am »
Mais alguns exemplos dos incêndios do fim-de-semana passado no norte e centro do país:

Leiria (Pinhal de Leiria):

Tondela:

Mortágua:

Penacova: (Carros bloqueados em cima de uma ponte)
 

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Re: Fogos Florestais
« Responder #547 em: Outubro 23, 2017, 01:54:11 pm »
Incrivel, inacreditável, mas como é que de 48, e não 72, como inicialmente tinha escrito, mea culpa,  aeronaves de Combate aos FF se passa para apenas 18, e está tudo bem ??????
Não houve/há responsáveis por essa malfadada decisão??
Enfim mais do mesmo non passa nada !!!!


https://www.noticiasaominuto.com/pais/886826/governo-reforca-combate-com-mais-17-meios-aereos-ate-ao-fim-do-mes
« Última modificação: Outubro 23, 2017, 06:08:15 pm por tenente »
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Re: Fogos Florestais
« Responder #548 em: Outubro 23, 2017, 10:11:50 pm »
É o que dá só depender de meios alugados, acabou o aluguer voltam a casa, querem mais tempo paguem.

O governo/MAI/ANPC é que deviam ter alguém com dois dedos de testa, que analisá-se as previsões de meteorológia, e percebesse que vinha aí uma onda de calor e que os meios aéreos disponíveis iam ser insuficientes.
 

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Re: Fogos Florestais
« Responder #549 em: Outubro 24, 2017, 12:49:33 am »

Não gosto de divulgar este tipo de vídeo mas estes homens merecem-no!

Impressionante a forma como atacam o fogo que quase os devora!!
 

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Re: Fogos Florestais
« Responder #550 em: Outubro 24, 2017, 12:15:46 pm »
O governo/MAI/ANPC é que deviam ter alguém com dois dedos de testa, que analisá-se as previsões de meteorológia, e percebesse que vinha aí uma onda de calor e que os meios aéreos disponíveis iam ser insuficientes.

O IPMA avisou com 72 horas de antecedência a vários organismos (desde autarquias a ANPC e população) que ia ser o pior dia do ano em termos de calor e vento e o risco de incêndio era extremamente alto.
 

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Re: Fogos Florestais
« Responder #551 em: Outubro 24, 2017, 12:29:30 pm »
O governo/MAI/ANPC é que deviam ter alguém com dois dedos de testa, que analisá-se as previsões de meteorológia, e percebesse que vinha aí uma onda de calor e que os meios aéreos disponíveis iam ser insuficientes.

O IPMA avisou com 72 horas de antecedência a vários organismos (desde autarquias a ANPC e população) que ia ser o pior dia do ano em termos de calor e vento e o risco de incêndio era extremamente alto.

As autarquias estavam nessa altura nas tomadas de posse dos novos autarcas......... era mais importante nessa altura que os croquetes e champanhe não faltassem nesses dias que o combate aos incêndios!!!!!
 

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miguelbud

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Re: Fogos Florestais
« Responder #552 em: Outubro 24, 2017, 03:34:11 pm »
Artigo bastante interessante

https://www.dinheirovivo.pt/economia/protecao-civil-gasta-mais-de-meio-milhao-um-dia-depois-dos-incendios/

Citar
64 milhões desde 2015
Uma pesquisa efetuada pelo Dinheiro Vivo só aos contratos de aquisição de meios áereos para combate aos incêndios publicados pela ANPC permite concluir que a Proteção Civil já gastou um total de 64,9 milhões de euros, mais os pagamentos respetivos em sede de IVA, em seis contratos.
 

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Re: Fogos Florestais
« Responder #553 em: Outubro 24, 2017, 04:17:10 pm »
Há 28 anos um povo lutou contra os eucaliptos. E a terra nunca mais ardeu

Em 1989 houve uma guerra no vale do Lila, em Valpaços. Centenas de pessoas juntaram-se para destruir 200 hectares de eucaliptal, com medo que as árvores lhes roubassem a água e trouxessem o fogo. A polícia carregou sobre a população, mas o povo não se demoveu.


A 31 de março de 1989 o povo de Valpaços invadiu uma quinta no vale do Lila para arrancar os 200 hectares de eucalipto que a Soporcel tinha plantado na região. [Arquivo JN]

Texto de Ricardo J. Rodrigues | Fotografia de Rui Oliveira / Global Imagens

«Foi o nosso 25 de Abril», diz Maria João Sousa, que tinha 15 anos quando a revolução chegou à sua terra. No dia 31 de março de 1989, a rebate do sino, 800 pessoas juntaram-se na Veiga do Lila, uma pequena aldeia de Valpaços, e protagonizaram um dos maiores protestos ambientais que alguma vez aconteceram em Portugal.

A ação fora concertada entre sete ou oito povoações de um escondidíssimo vale transmontano, e depois juntaram-se ecologistas do Porto e de Bragança à causa. Numa tarde de domingo, largaram todos para destruir os 200 hectares de eucalipto que uma empresa de celulose andava a plantar na quinta do Ermeiro, a maior propiedade agrícola da região.

À sua espera tinham a GNR, duas centenas de agentes. Formavam uma primeira barreira com o objetivo de impedir o povo de arrancar os pés das árvores, mas eram poucos para uma revolta tão grande.


A polícia respondeu com uma carga à população, mas revelou-se incapaz de travar os avanços de 800 populares sobre a propriedade. [Arquivo JN]

Citar
«Naquele dia ninguém sentia medo. Eles atiravam tiros para o ar e parecia que tínhamos uma força qualquer a fazer-nos avançar», lembra Maria João Sousa.

Maria João, que nesse dia usava uma camisola vermelha impressa com a figura do Rato Mickey, nem deu pelo polícia que lhe agarrou no braço. «Ide para casa ver os desenhos animados», atirou-lhe, mas a rapariga restaurou a liberdade de movimentos com um safanão: «Estava tão convicta que não sentia medo nenhum. Naquele dia ninguém sentia medo nenhum. Eles atiravam tiros para o ar e parecia que tínhamos uma força qualquer a fazer-nos avançar.»

A tensão subiria de tom ao longo da tarde. «Houve ali uma altura em que pensei que as coisas podiam correr para o torto», diz agora António Morais, o cabecilha dos protestos. Havia agentes de Trás os Montes inteiros, da Régua e de Chaves, de Vila Real e Mirandela.

Mas também lá estava a imprensa, e ainda hoje o homem acredita que foi por isso que a violência não escalou mais. Algumas cargas, pedrada de um lado, cacetadas do outro, mas nada que conseguisse calar um coro de homens e mulheres, canalha e velharia: «Oliveiras sim, eucaliptos não».

«Não queríamos arder aqui todos»

A guerra tinha começado a ser preparada um par de meses antes, quando António Morais, proprietário de vários hectares de olival no Lila, percebeu que uma empresa subsidiária da Soporcel se preparava para substituir 200 hectares de oliveiras por eucaliptal para a indústria do papel. «Tinham recebido fundos perdidos do Estado para reflorestar o vale sem sequer consultarem a população», revolta-se ainda, 28 anos depois.

«Nessa altura o ministério da agricultura defendia com unhas e dentes a plantação de eucalipto.» Álvaro Barreto, titular da pasta, fora anos antes presidente do conselho de administração da Soporcel e tornaria ao cargo em 1990, pouco depois das gentes de Valpaços lhe fazerem frente.


António Morais foi o cabecilha dos protestos. Percorrendo as aldeias depois da missa foi convencendo o povo que o lucro fácil trairia prejuízos a médio prazo.

«A tese dominante dos governos de Cavaco Silva era que urgia substituir o minifúndio e a agricultura de subsistência por monoculturas mais rentáveis, era preciso rentabilizar a floresta em grande escala», diz António Morais. O eucalipto adivinhava-se uma solução fácil.

Crescia rápido e tinha boas margens de lucro. Portugal, aliás, ganharia em poucos anos um papel de destaque na indústria de celulose e os pequenos proprietários poderiam resolver muitos problemas de insolvência abastecendo as grandes empresas com uma floresta renovada. A teoria acabaria por vingar em todo o país, sobretudo no interior centro e norte. Mas não em Valpaços.

Citar
«Numa região onde a água é tudo menos abundante, teríamos [por causa do eucalipto] problemas de viabilidade das outras culturas», diz António Morais.

«Comecei a ler coisas e percebi que o eucalipto nos traria grandes problemas», continua António Morais. «Por um lado, numa região onde a água é tudo menos abundante, teríamos grandes problemas de viabilidade das outras culturas. Nomeadamente o olival, que sempre foi a riqueza deste povo. E depois havia os incêndios, que eram o diabo. São árvores altamente combustíveis e que atingem uma altura muito grande.»

Na terra quente transmontana o ano são oito meses de inverno e quatro de inferno. O fogo, tinha ele a certeza, chegaria com aquele arvoredo.

Uns meses antes da guerra, começou a conversar sobre o seu medo com algumas das mais relevantes personalidades do vale. Grandes proprietários, políticos da terra, as famílias mais reconhecidas. «Lentamente começou a formar-se um consenso de que o lucro fácil do eucalipto seria a médio prazo a nossa desgraça. Não queríamos deixar secar a nossa terra. E não queríamos arder aqui todos. Tínhamos de destruir aquele eucaliptal, custasse o que custasse.»

Anatomia da conspiração

O núcleo duro estava formado, era constituído por dezena e meia de agricultores capazes de mobilizar o resto do povo. «Aos domingos, íamos às aldeias e no fim da missa explicávamos às pessoas o que podia acontecer à nossa terra», lembra Natália Esteves, descendente de uma família de grandes produtores de azeite feita de repente líder de protesto ecológico. «E também íamos de casa em casa, esclarecer quem não tinha estado nas assembleias.»

Ao início houve renitência, a madeira valeria sempre mais do que a azeitona, e a castanha ainda não rendia o que rende hoje. «Mas tentámos sempre centrar a conversa no que aconteceria daí a uns anos, dizer que os eucaliptos secariam os solos e o povo ficaria refém de uma única cultura, que se alguma coisa corresse mal não teriam mais nada.»


João Sousa esteve na organização dos protestos à socapa, era presidente da freguesia da Veiga do Lila. «Dizem que somos um povo sem educação mas afinal nós é que estávamos certos.»
O que mais assustava aquela gente, no entanto, era o fogo. «Onde há eucalipto, tudo arde. E então o povo já não chamava a árvore pelo nome, mas por fósforos.» A primeira batalha estava ganha: tinham o apoio da população.

João Sousa era nessa altura presidente da junta da Veiga do Lila. «Oficialmente não podia dizer que era contra os eucaliptos, nem ir contra a polícia. Mas, quando falava com as pessoas, dizia-lhes o que haviam de fazer», conta agora com uma gargalhada e sem ponta de medo.

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«Vê, nem um eucalipto plantado. E o nosso vale há mais de 30 anos que não arde», diz João de Sousa.

«Então se tínhamos o melhor azeite do país íamos dar cabo dele para enriquecer uns ricalhaços de fora?» Tem 86 anos e uma destreza de 30, hoje estuga o passo para mostrar a zona que podia ter sido caixa de fósforos. «Vê, nem um eucalipto plantado. E o nosso vale há mais de 30 anos que não arde. Se o povo não se tem unido hoje estávamos a viver a mesma desgraça que vimos por esse país fora.»

Essa é aliás a conversa mais recorrente por estes dias no vale do Lila. A tragédia florestal portuguesa dá a este povo a impressão que eles sim, tinham razão há muitos anos, quando o governo e as autoridades lhes diziam o contrário.

«Podem achar que somos gente do campo, sem educação nem conhecimento, mas nós cá soubemos defender a nossa terra», diz o velhote. «Temos chorado muito por esta gente que perdeu vidas e animais e casas. E há uma coisa que o meu povo sabe: se temos deixado ficar os eucaliptos, também hoje choraríamos pelos nossos.»

A guerra

Há uns dias que os combates tinham começado. Ataques furtivos do povo, desorganizadamente, para arrancar pés de eucalipto nos limites do Ermeiro. Duas semanas antes da guerra, no Domingo de Ramos, as coisas aqueceram.

«Juntámos duas centenas de pessoas aqui destas aldeias e os donos da empresa chamaram a GNR», lembra António Morais. «Quando eles chegaram já tínhamos dado cabo de uns bons 50 hectares de eucaliptal.» Nesse dia não houve confrontos, porque o povo fugiu. Mas anunciaram a alto e bom som que voltariam depois da Páscoa.

Esse ataque tinha feito notícia no Jornal de Notícias e trazido uma mão-cheia de jornalistas à terra, nomeadamente Miguel Sousa Tavares, da RTP. «Percebi que as coisas estavam a tornar-se muito grandes e foi então que contactei a Quercus. Precisávamos de ajuda.»

Do outro lado da linha atendeu Serafim Riem, que dirigia o núcleo do Porto da organização ambientalista. O ecologista partiu imediatamente para o terreno. Nesses dias ouviriam do parlamento em Lisboa várias palavras de solidariedade. Sobretudo do PCP, d’Os Verdes e de um jovem deputado socialista chamado José Sócrates.

Agora não valia a pena esconder mais nada. A 31 de março de 1989, domingo depois da Páscoa, o povo juntar-se-ia todo na Veiga do Lila para dar cabo do eucaliptal que restasse. A aldeia enchera-se de jornalistas, havia até um helicóptero a cobrir os acontecimentos do ar.

A direção nacional da Quercus demarcar-se-ia da organização dos protestos através de um comunicado, mas os núcleos do Porto e Bragança encheriam cada um o seu autocarro de ambientalistas carregados de cartazes. Às duas da tarde o sino começou a tocar a rebate. Oito centenas de vozes entoavam «oliveiras sim, eucaliptos não» e largaram por um caminho de terra batida para a quinta do Ermeiro.

Numa hora, foram arrancados 180 hectares de pequenas árvores. «Alguns gozavam com os agentes na cara e levaram umas bastonadas», recorda Natália Esteves.

Não era preciso usar enchadas nem sacholas, os eucaliptos tinham sido plantados há pouco tempo e arrancavam-se com as mãos. A polícia tentava fazer uma linha de defesa, mas duas centenas de agentes não chegavam para aquela gente toda.

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Numa hora, foram arrancados 180 hectares de pequenas árvores. «Alguns gozavam com os agentes na cara e levaram umas bastonadas das boas», recorda Natália Esteves. Os que eram de perto diziam-lhes assim: «Tendes razão, por isso vamos fingir que não vemos.» Viravam as costas e o povo ia subindo o terreno.

Num instante, o casario da quinta tornava-se no último reduto da investida. Uma dezena de guardas saíram a cavalo, era demonstração de força mas não surtiu resultado. A Soporcel tinha construído socalcos para plantar os eucaliptos e, agora, os animais não conseguiam descê-los.

«O povo ia atirando pedras aos guardas, houve um que acertou no cavalo e mandou-o abaixo», diz João Morais. Foi nesse momento que entrou em campo o corpo de intervenção, disposto a levar toda a gente pela frente. «Aí as coisas podiam ter descambado definitivamente.»

Todos por um

A guarda especializada avançava agora colina abaixo com escudos e capacetes. José Oliveira, um agricultor da pequena aldeia de Émeres, tentou escapar pela lateral, mas foi logo caçado pela guarda. No bolso trazia um revólver e foi isso que o tramou. «Levaram-no logo detido para dentro do jipe por posse de arma ilegal», conta agora a sua viúva, Ester.

Aquela detenção marcaria o início do fim da guerra. «As pessoas tinham recuado por causa do corpo de intervenção, mas quando se aperceberam que um dos nossos estava preso começaram a gritar que não arredariam pé enquanto ele não fosse solto», diz João Morais. Ester anui, «foi o vale inteiro que salvou o meu homem.» Agora já não havia pedras, havia gritos. Que libertassem o tio Zé e rápido.


Ester Oliveira viu o marido, José Oliveira, ser detido durante os confrontos por posse de arma ilegal. «Foi o povo que o salvou por dizer que não arredava pé enquanto ele não fosse libertado.»
Serafim Reim, o homem da Quercus, é que foi lá negociar a libertação com os guardas. Sobravam menos de 20 hectares de eucalipto, o povo deixá-los-ia em paz se soltassem o velhote. Uma hora depois, houve consenso. Identificaram José Oliveira, caçaram-lhe a arma e mais tarde levaram-no a tribunal, mas naquele dia saiu pelo seu pé para os braços da mulher, e daí para casa.

António Morais, Natália Esteves, João Sousa e mais uma dezena de organizadores do protesto também seriam chamados à barra da justiça, um ano depois enfrentaram acusação de invasão de propriedade privada e foram condenados com pena suspensa.

«Ainda vieram uns engenheiros da Soporcel dizer que retirariam a queixa se nos comprometêssemos a não destruir uma nova plantação de eucalipto. Disse-lhes que nem pensar, aqui nunca teríamos árvores dessas no nosso vale.»

Nas noites seguintes arrancou-se à socapa quase tudo o que faltava, ficaram apenas meia dúzia de hectares a rodear o casario da quinta, mais passível de vigia. A Soporcel acabaria por desistir e vender a propriedade e a família que a comprou, quando ousou confessar a Natália Esteves que pensavam plantar eucaliptos, foram logo avisados: «Se os botais nós os arrancamos.»

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«A única maneira de travar os incêndios em Portugal é reduzir o eucaliptal e substituí-lo pela floresta autóctone», diz o ambientalista Serafim Riem.

Hoje, o Ermeiro é terra de nogueiras e amendoeiras, oliveiras e pinho. Nunca ardeu. Serafim Riem, o ambientalista da Quercus, diz que até hoje a guerra do povo de Valpaços é um marco, a maior ligação jamais vista no país entre o mundo rural e o ativismo ecológico.

«A única maneira de travar os incêndios em Portugal é reduzir drasticamente o eucaliptal e substituí-lo pela floresta autóctone, que não só tem melhor imunidade ao fogo como gera uma riqueza mais diversificada para as populações.»

Naquele 31 de março de 1989, o povo uniu-se e, diz agora, salvou-se. «Nós é que tínhamos razão», repetem uma e outra vez, repetem todos. Às seis da tarde, depois de José Oliveira ser libertado, um vale inteiro voltou pelo mesmo caminho e juntou-se no principal largo de Veiga do Lila. Mataram-se dois borregos e um leitão, abriram-se presuntos e deitaram-se alheiras à brasa, houve até quem trouxesse uma pipa de vinho. A festa durou noite dentro e foi maior do que qualquer romaria de Santa Bárbara.

À volta da fogueira acabariam por juntar-se também os guardas que horas antes defendiam o Ermeiro. E ali ficaram a comer e beber, vencedores e vencidos, que em Trás-os-Montes nunca se nega hospitalidade. Maria João Sousa nunca tinha visto uma coisa daquelas, nem nunca voltaria a vê-la na sua terra. Foi o 25 de Abril da sua gente. «Há lá coisa mais bonita do que uma revolução.»

https://www.noticiasmagazine.pt/2017/valpacos-luta-eucaliptos/
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 
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Re: Fogos Florestais
« Responder #554 em: Outubro 24, 2017, 10:44:52 pm »
https://www.jornaldeleiria.pt/noticia/pj-incendio-do-pinhal-de-leiria-tera-comecado-num-terreno-co-7410

PJ: incêndio do Pinhal de Leiria terá começado num terreno com lixo. E terá sido uma reactivação.

Porque também somos porcos...

Este tipo de lixeiras faz-me ferver o sangue. Largam os colchões, sofás e entulho junto aos caminhos ou mesmo no pinhal.
Também já tive de apagar um reativação num local destes após rescaldo dos bombeiros.
Madeiras provenientes de obras, frigoríficos, borrachas... Facilmente volta a pegar.
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 
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