Não há muita informação sobre a questão da posição de Israel.
Não nos podemos esquecer de que nos anos 60 Israel tinha bastantes questões com que se preocupar, pelo que a questão portuguesa era seguramente das menos importantes.
A ligação mais directa entre Israel e Portugal durante o periodo da guerra em África terá sido resultado da guerra do Yom Kippur no final de 1973, já nos últimos meses do regime.
Nessa altura, o presidente dos Estados Unidos exigiu que Portugal concedesse autorização para a passagem de aeronaves americanas pelos Açores para abastecer as forças de Israel e contrabalançar a ponte aérea que tinha sido estabelecida desde a Rússia para abastecer a Siria e o Egipto.
Portugal apresentou reticencias durante um ou dois dias, altura em que aparentemente Nixon terá informado (ou dado a entender) a Marcelo Caetano que os Estados Unidos utilizariam os Açores à força com ou sem a autorização do governo português.
Portugal pretendia aproveitar o auxilio concedido, para conseguir o fornecimento de armamento que os Estados Unidos se recusavam a vender a Portugal.
Nessa altura, consegue-se finalmente o fornecimento de misseis anti-aéreos, pois os militares portugueses consideravam que poderiam perder a superioridade aérea na Guiné, onde já havia MiG-17 e se esperavam os MiG-21.
Os mísseis seriam fornecidos pelos Estados Unidos a Israel, que por sua vez os enviaria para Portugal.
O 25 de Abril cancelou a transacção e os mísseis nunca chegaram a Portugal, embora Israel os tenha expedido. Estavam na Alemanha em trânsito quando se deu a revolução.
Cumprimentos