Espaço

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Lusitano89

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Re: Espaço
« Responder #1065 em: Fevereiro 24, 2018, 07:42:41 pm »
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Espaço
« Responder #1066 em: Fevereiro 27, 2018, 12:30:13 pm »
How Dangerous is Deep Space Travel to Mars and Beyond ?

7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Lusitano89

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Re: Espaço
« Responder #1067 em: Fevereiro 28, 2018, 01:10:00 pm »
Rede móvel 4G chega à Lua em 2019


O projecto é uma parceria entre a Vodafone, a Audi e a Nokia.

As comunicações móveis vão chegar à Lua em 2019: é o que dizem a Vodafone, Audi e a Nokia. Apesar da azáfama em torno da tecnologia 5G, as três empresas voltaram a pôr a rede móvel 4G no centro das atenções ao anunciar uma parceria para levar as comunicações móveis à Lua, durante o Mobile World Congress, em Barcelona.

O projecto está a ser coordenado pelo PTScientists, um grupo de cientistas voluntários, com base na Alemanha. A futura rede deve ajudar veículos de exploração Audi Lunar Quattro – pequenos robôs terrestres sobre rodas que já apareceram em filmes de ficção científica de Hollywood – a comunicar entre si e a transmitir vídeos de alta-definição da superfície lunar. “A coisa boa desta solução é que salva imensa energia, e quanto menos energia gastarmos a enviar dados, mais energia temos para dedicar à ciência”, disse o presidente executivo dos PTScientists, Robert Böhme, em comunicado.

“Esperamos que mais parceiros se juntem nos próximos meses,” acrescenta Marcus Weldon, o presidente executivo dos laboratórios Bell, da Nokia. Quando a Nokia comprou a empresa de telecomunicações francesa, Alcatel-Lucent, em 2015, herdou como extra os famosos laboratórios de investigação Bell, em New Jersey. São considerados como o local de nascimento de aparelhos tecnológicos que mudaram o mundo: desde protótipos de telemóveis ao laser. “Isto vai ajudar a avançar a infra-estrutura necessária para académicos, a indústria e instituições educativas realizarem investigação sobre a Lua”, diz Weldon.

A rede é vista como o próximo passo para futuras missões de humanos na Lua. A escolha de redes 4G – em vez de 5G – deve-se ao facto da nova geração de redes móveis ainda estar em fase de testes.


>>>>>>>  https://www.publico.pt/2018/02/28/tecnologia/noticia/rede-movel-4g-chega-a-lua-em-2019-1804714
 

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HSMW

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Re: Espaço
« Responder #1068 em: Fevereiro 28, 2018, 03:24:35 pm »
E quando é que chega à minha terra?!  >:( >:(
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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mafets

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Re: Espaço
« Responder #1069 em: Março 03, 2018, 10:10:59 am »
http://warbirdsnews.com/warbirds-news/%EF%BB%BFf-104-flight-training-launches-at-floridas-kennedy-space-center.html

Citar
Flight training is now available in the F-104 Starfighter. The new civilian flight training program for licensed pilots is offered exclusively by commercial space marketing company Infinity Space, Inc. Ground school and in-flight instruction is provided by Starfighters, Inc., operators of the largest privately-owned fleet of F-104 aircraft.

PRESS RELEASE – American businessman John Rost has become the first to complete a new FAA approved F-104 flight training program at NASA’s Kennedy Space Center. The adventurer, pilot and CEO of Fiesta Insurance completed four training flights in the Mach 2+ Lockheed F-104 Starfighter, the same supersonic plane used to prepare Mercury, Gemini and Apollo astronauts for space travel. His ground school and flight training was completed at NASA’s Shuttle Landing Facility (SLF), providing an opportunity to use the same runway the Space Shuttle returned to after coming back from its space missions.



Saudações
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 

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Lusitano89

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Re: Espaço
« Responder #1070 em: Março 06, 2018, 12:35:14 pm »
Notícias Preocupantes Sobre o James Webb


 

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Re: Espaço
« Responder #1071 em: Março 09, 2018, 12:35:04 pm »
Portugal na zona de maior risco de impacto dos detritos de estação espacial chinesa





Avaliação feita pela Aerospace Corporation aponta duas linhas amarelas onde é mais provável que caiam detritos quando a Tiangong-1 se despenhar já nas próximas semanas

O laboratório espacial chinês Tiangong-1, também conhecido por "Palácio Celestial", está fora de controlo desde 2016 e poderá reentrar na atmosfera nas próximas semanas. E Portugal, mais concretamente o Norte e Centro do país, está dentro de uma das duas linhas amarelas, calculadas por especialistas da Aerospace Corporation, que assinalam os pontos do planeta onde é mais provável que se despenhem eventuais detritos da estação orbital.

De acordo com o Centro para o Estudo de Detritos Orbitais e na Reentrada da Aeroespace Corporation, financiada pelos Estados Unidos, a data mais provável de reentrada na atmosfera é o dia 3 de abril, com uma margem de erro de uma semana. A Agência Espacial Europeia aponta para uma janela entre 29 de março e 9 de abril e limita-se a referir que os locais em latitudes acima dos 43º, nos dois hemisférios, estão a salvo. As previsões da Aeroespace Corporation, por outro lado, estabelecem uma faixa nas latitudes médias, onde a probabilidade é ligeiramente maior.

Mas os portugueses - e restantes cidadãos dos países na lista de eventuais destinos do que restar da estação espacial - podem ficar relativamente tranquilos com a estimativa, pela Aeroespace Corporation, de que o risco de um indivíduo ser atingido por material proveniente da Tiangong-1 é um milhão de vezes inferior à probabilidade de ganhar o jackpot do Powerball, uma espécie de Euromilhões dos Estados Unidos - que é de um em 292 milhões. A isto acresce a elevada probabilidade de toda a estação espacial ser consumida pelas chamas durante a reentrada na atmosfera.

Lançado em 2011, o laboratório espacial de 8,5 toneladas foi concebido como uma estação espacial modular, com um design semelhante ao dos conceitos desenvolvidos pela Rússia. Ainda recebeu três visitas, duas delas por naves tripuladas. Incluindo, em junho de 2012, a missão Shenzhou 9, que contava com Liu Yang, a primeira chinesa a chegar ao espaço.

Em 2016, as autoridades de Pequim reconheceram que já não conseguiam controlar a estação orbital, tendo no mesmo ano lançado a muito semelhante Tiangong-2

>>>>>>>>>>>>   https://www.dn.pt/sociedade/interior/portugal-na-zona-de-maior-risco-de-impacto-dos-detritos-de-estacao-espacial-chinesa-9173356.html


 

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Re: Espaço
« Responder #1072 em: Março 11, 2018, 01:25:25 pm »
 

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Viajante

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Re: Espaço
« Responder #1073 em: Março 12, 2018, 09:51:41 am »
SpaceX – A corrida a Marte deverá começar já em 2019

South by Southwest (SXSW) é um conjunto de festivais de cinema, música e tecnologia que acontece em Austin, Texas, todos os anos pelo mês de março e este ano contou com uma presença inusitada. Elon Musk marcou presença para responder a várias questões de temas como a colonização de Marte, os benefícios de um imposto sobre carbono e o futuro da inteligência artificial.

A corrida a Marte está prestes a começar e o primeiro semestre de 2019 é apontado pelo CEO da SpaceX para o início dos testes do seu sistema de foguetões BFR. Segundo Musk, o Homem deve ter como prioridade a colonização de Marte para preservação das espécies, caso ocorra uma catástrofe na Terra, nomeadamente, uma terceira Guerra Mundial.



Elon Musk, o homem das viagens espaciais, dos satélites, dos carros elétricos, dos transportes subterrâneos… E de tantos outros projetos futuristas e sonhadores, esteve ontem presente no SXSW, um festival antigo de Austin, para responder a algumas perguntas, de onde saíram algumas informações relevantes para o futuro da exploração espacial e algumas afirmações um tanto ou quanto perturbadoras.

Big Fucking Rocket da SpaceX em testes já no próximo ano (gosto do nome :)

Foi em setembro passado que a SpaceX deu a conhecer o seu novo BFR, ou melhor, o Big Fucking Rocket, com o objetivo de lançar o Homem à conquista de Marte já em 2024. O projeto é ambicioso, mas também de uma empresa com Musk aos comandos não seria de esperar outra coisa.

Antes de colocar o Homem em Marte, a SpaceX quer enviar, em 2022, dois BFR apenas com alguma carga e para que isto seja possível de alcançar, os testes deste BFR deverão começar dentro de um ano, com voos rápidos e baixos.



As previsões de Musk são sempre muito otimistas e o mais provável é que estas datas venham a ser adiadas um pouco, tendo em conta a história da empresa, recorde-se que o Falcon Heavy deveria ter sido lançado em 2013 e tal lançamento só ocorreu há um mês. Ou o caso da Tesla com os sucessivos atrasos do lançamento do Tesla Model 3.

A urgência de Marte

Mais que levar o Homem para Marte, Elon Musk vê esta missão como uma forma de preservação de espécies essenciais à sobrevivência do Homem na Terra que podem estar em perigo de extinção com uma catástrofe eminente, a Terceira Guerra Mundial, dadas as tensões políticas e militares que o mundo está a assistir.



"Se houver uma Terceira Guerra Mundial, queremos garantir que existe uma semente da civilização humana nalgum outro lugar para trazê-la de volta e encurtar a duração da era das trevas."
Elon Musk

Mas para Musk, mais grave que as tensões entre países, é a Inteligência Artificial e a sua não regulamentação. Esta é, aliás, uma temática já anteriormente abordada por ele que voltou a reforçar na tarde de ontem:

"Fixe as minhas palavras, a Inteligência Artificial é muito mais perigosa do que as armas nucleares. Então, por que não temos regulamentação?"

https://pplware.sapo.pt/ciencia/spacex-marte-devera-comecar-2019/
 

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Lusitano89

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Re: Espaço
« Responder #1074 em: Março 14, 2018, 09:40:54 pm »
« Última modificação: Março 15, 2018, 09:39:15 am por Lusitano89 »
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Espaço
« Responder #1075 em: Março 16, 2018, 12:03:39 pm »
ADN de astronauta mudou após missão no espaço

Embora 93% da expressão genética de Kelly Scott tenha voltado ao normal quando regressou da Estação Espacial Internacional, um subconjunto de várias centenas de "genes espaciais" permaneceu.

Os resultados preliminares de um estudo realizado pela NASA com dois astronautas gémeos revelaram que 7% dos genes de Scott Kelly não voltaram ao normal após o seu regresso à Terra, há dois anos. O estudo analisou Kelly antes, durante e depois de passar um ano a bordo da Estação Espacial Internacional, através de uma comparação exaustiva com o seu gémeo idêntico, Mark, que não esteve na missão espacial.

A transformação de 7% do ADN de Scott sugere mudanças a longo prazo nos seus genes. Os resultados mais recentes deste estudo exclusivo, publicado recentemente pela agência, foram retirados do Workshop de Investigação de 2018 para o Programa de Pesquisa Humana da NASA, em janeiro deste ano.

No ano passado, a agência já tinha avançado alguns resultados - os deste ano vão ao encontro desses dados, com algumas considerações adicionais.

De acordo com a CNN, para acompanhar as mudanças físicas causadas pelo tempo que passou no espaço - 12 meses - os cientistas mediram os metabolitos de Scott (necessários para manter a vida), citoquinas (segregadas por células do sistema imunológico) e proteínas antes, durante e após a missão do astronauta.

Os investigadores descobriram que as missões espaciais estão associadas ao stress provocado pela privação de oxigénio, aumento da inflamação e deslocamentos de nutrientes que afetam a expressão genética. Ao analisar os genes de cada gémeo, descobriram ainda que cada um deles possui mutações únicas do que aquilo que era esperado no seu genoma - na verdade, centenas.


Embora 93% da expressão genética de Scott tenha voltado ao normal quando regressou da missão no espaço, um subconjunto de várias centenas de "genes espaciais" permaneceu. Algumas dessas mutações, encontradas apenas após a missão, podem ter sido causadas pelo stress das viagens espaciais.
Uma das mudanças mais importantes nas células de Scott foi a hipoxia (uma quantidade de oxigenação tecidual deficiente), provavelmente devido à falta de oxigénio e aos altos níveis de dióxido de carbono. Registaram-se também mudanças nos cromossomas, no colagénio, na coagulação do sangue e na formação óssea de Scott.

O estudo com gémeos ajuda a NASA a obter informações sobre o que acontece com o corpo humano no espaço em missões superiores aos habtuais seis meses. Dez grupos de investigadores examinam as informações sobre a saúde dos gémeos Kelly, incluindo como as bactérias intestinais, os ossos e o sistema imunológico podem ser afetados pela vida fora da Terra.

A missão de um ano de Kelly é mais um passo científico para o plano de uma missão de três anos em Marte, disse a NASA. A pesquisa sobre como o corpo humano se ajusta à gravidade, ao isolamento, à radiação e ao stress das viagens espaciais de longa duração é necessária antes que os astronautas sejam enviados em missões que irão durar o triplo do tempo que costumam passar em órbita.

https://www.dn.pt/sociedade/interior/adn-de-astronauta-mudou-apos-missao-no-espaco-9188692.html?utm_source=tsf.pt&utm_medium=recomendadas&utm_campaign=afterArticle&_ga=2.123008971.1132026040.1521199157-1392785154.1521199157
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Espaço
« Responder #1076 em: Março 17, 2018, 05:34:47 pm »
Lubin, Philip. A Roadmap to Interstellar Flight

Abstract – In the nearly 60 years of spaceflight we have accomplished wonderful feats of exploration that have shown the incredible spirit of the human drive to explore and understand our universe. Yet in those 60 years we have barely left our solar system with the Voyager 1 spacecraft launched in 1977 finally leaving the solar system after 37 years of flight at a speed of 17 km/s or less than 0.006% the speed of light. As remarkable as this, to reach even the nearest stars with our current propulsion technology will take 100 millennium. We have to radically rethink our strategy or give up our dreams of reaching the stars, or wait for technology that does not currently exist. While we all dream of human spaceflight to the stars in a way romanticized in books and movies, it is not within our power to do so, nor it is clear that this is the path we should choose. We posit a path forward, that while not simple, it is within our technological reach. We propose a roadmap to a program that will lead to sending relativistic probes to the nearest stars and will open up a vast array of possibilities of flight both within our solar system and far beyond. Spacecraft from gram level complete spacecraft on a wafer (“wafersats”) that reach more than ¼ c and reach the nearest star in 20 years to spacecraft with masses more than 105 kg (100 tons) that can reach speeds of greater than 1000 km/s. These systems can be propelled to speeds currently unimaginable with existing propulsion technologies. To do so requires a fundamental change in our thinking of both propulsion and in many cases what a spacecraft is. In addition to larger spacecraft, some capable of transporting humans, we consider functional spacecraft on a wafer, including integrated optical communications, imaging systems, photon thrusters, power and sensors combined with directed energy propulsion. The costs can be amortized over a very large number of missions beyond relativistic spacecraft as such planetary defense, beamed energy for distant spacecraft, sending power back to Earth, stand-off composition analysis of solar system targets, long range laser communications, SETI searches and even terra forming. The human factor of exploring the nearest stars and exo-planets would be a profound voyage for humanity, one whose non-scientific implications would be enormous. It is time to begin this inevitable journey far beyond our home.

 :arrow: https://www.nasa.gov/sites/default/files/atoms/files/roadmap_to_interstellar_flight_tagged.pdf
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Espaço
« Responder #1077 em: Março 20, 2018, 01:16:23 pm »
Putin Quer Rússia Em Marte Antes da NASA e da SpaceX




« Última modificação: Março 20, 2018, 11:30:04 pm por Lusitano89 »
 

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Re: Espaço
« Responder #1078 em: Março 23, 2018, 12:00:04 am »
Portugueses vão reconhecer as assinaturas químicas de exoplanetas


Missão ARIEL, da Agência Espacial Europeia, será lançada em 2028 e vai estudar a assinatura química da atmosfera de exoplanetas já descobertos. Assim será possível identificar os possíveis infernos e paraísos que existem fora do nosso sistema solar.

Serão uma espécie de notários espaciais ao serviço de planetas descobertos fora do nosso sistema solar, que orbitam outras estrelas, propondo reconhecer e autenticar as “assinaturas químicas” das suas atmosferas. O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) confirmou esta quinta-feira a participação portuguesa na missão ARIEL (Atmospheric Remote-sensing Infrared Exoplanet Large-survey), da Agência Espacial Europeia (ESA), que “fará o primeiro estudo em larga escala da natureza e da química da atmosfera de exoplanetas”. A missão será lançada em 2028.

“Até agora a tónica tem sido na detecção de exoplanetas, na determinação das suas massas e tamanhos, mas pouco ainda foi possível saber sobre as suas atmosferas. Este é o grande salto para de facto se chegar a um conhecimento cada vez mais completo sobre esses exoplanetas”, explica o líder da equipa portuguesa na missão da ESA Pedro Machado, investigador do IA e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, no comunicado enviado.

No site da ESA, adianta-se que a missão ARIEL vai tentar responder a uma das principais questões da sua “visão cósmica”: Quais são as condições para a formação de um planeta e para o aparecimento da vida? “Isto não é um saltinho, a missão ARIEL será um salto colossal”, avisa Pedro Machado ao PÚBLICO.

O projecto será centrado numa minuciosa análise e caracterização da atmosfera de exoplanetas e, sobretudo, naqueles planetas fora do nosso sistema solar que foram descobertos nas chamadas “zonas habitáveis”, ou seja, onde existe a possibilidade de encontrarmos água na fase líquida à superfície. Entre as muitas frentes desta aventura à procura de longínquos sinais de vida, os cientistas também vão explorar a relação dos exoplanetas-alvo com a sua estrela-mãe, o seu sol, estudando, por exemplo, a influência da sua radiação e actividade.

Procurar infernos e paraísos

Segundo explica, estamos actualmente a atravessar uma mudança de paradigma que passa da detecção de exoplanetas, alguns parecidos com Terra, para podermos começar a caracterizar as suas atmosferas. “Repare, um exoplaneta do tamanho da Terra pode ser um inferno do tipo Vénus ou um paraíso do tipo da Terra. Por enquanto, são vistos quase da mesma maneira. O grande salto que é colossal é que agora vamos poder ver a diferença a partir da assinatura química, espectral, das suas atmosferas”, especifica Pedro Machado.

Actualmente, a lista de descobertas soma cerca de 3800 planetas a orbitar outras estrelas. Quais serão os alvos de ARIEL e como serão seleccionados? A verdade é que ainda não se sabe. Durante os próximos anos, espera-se que os poderosos instrumentos na Terra e no espaço que vigiam e analisam o nosso Universo funcionem como um filtro capaz de fazer uma triagem e fornecer à missão ARIEL uma lista dos melhores candidatos ao processo de “reconhecimento e autenticação” das assinaturas das suas atmosferas. “Serão seguramente algumas centenas mas, para já, posso adiantar que temos já 50 exoplanetas que consideramos prioritários por indícios que temos de observações já feitas”, refere Pedro Machado. E anuncia: “O primeiro ponto é o de detectar se os planetas têm uma atmosfera ou não, e o segundo passa por caracterizar essa atmosfera em termos da sua composição.”

Assim, tal como a vida no planeta Terra se explica por um desequilíbrio provocado numa atmosfera primordialmente feita de azoto e dióxido de carbono, os cientistas vão procurar identificar longe do nosso sistema solar a presença de moléculas como o oxigénio, dióxido e monóxido de carbono, ozono e azoto, entre outras. Vão procurar os elementos que podem significar sinais de vida fora do nosso sistema solar. “Se encontrarmos alguns elementos importantes, isso funcionará como um alarme”, diz Pedro Machado.

“As observações desses mundos vão possibilitar uma nova visão sobre os estágios iniciais da formação planetária e atmosférica, a sua evolução e, por sua vez, contribuir para colocar num contexto o nosso próprio sistema solar”, lê-se na nota que cita a Günther Hasinger, director de ciência da ESA, a afirmar que a missão ARIEL “é um próximo passo lógico na ciência dos exoplanetas, permitindo-nos progredir nas principais questões científicas relativas à sua formação e evolução, além de nos ajudar a entender o lugar da Terra no Universo”.

Afinar tudo até 2028

A equipa portuguesa, para já, é composta por 12 cientistas. Mas, o plano é fazer crescer esta família espacial durante os próximos anos acolhendo não só investigadores como também empresas nacionais da indústria aeroespacial.

“Sendo a primeira missão espacial dedicada ao estudo das atmosferas de exoplanetas, a ARIEL permitirá contextualizar os planetas gasosos do nosso sistema solar,” comenta Olivier Demangeon, investigador do IA e na Universidade do Porto, no comunicado. Já Gabriella Gilli, especialista no estudo da atmosfera de Vénus do IA e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, destaca o seu trabalho na selecção de exoplanetas de tipo terrestre quentes que serão alvos de estudo favoráveis para a missão ARIEL.

“Esta excelente complementaridade que existe na equipa vai-nos permitir ter um papel importante nesta área em forte crescimento, seguindo a estratégia que inclui já uma participação de alto nível do IA em projectos do Observatório Europeu do Sul (ESO), como o espectrógrafo ESPRESSO e o NIRPS, e outras missões espaciais da ESA [como o Cheops e Platão]”, acrescenta o astrofísico especialista em exoplanetas Nuno Santos (IA e Universidade do Porto). “Sou o facilitador mas o Nuno Santos é o cérebro disto tudo”, faz questão de sublinhar Pedro Machado, líder da equipa portuguesa.

Além de usar os dados que já foram recolhidos nos últimos anos e os que ainda serão na próxima década (recorde-se que a ARIEL será lançada no espaço em 2018), a missão terá os seus próprios meios, onde se inclui um telescópio espacial especialmente concebido para detectar as moléculas presentes na atmosfera dos exoplanetas-alvo. O plano é que a ARIEL fique a 1,5 milhões de quilómetros além da órbita da Terra, atenta aos exoplanetas durante, pelo menos, quatro anos. E terá um orçamento de 400 milhões de euros.

E o que se vai fazer durante os dez anos que faltam para o lançamento da missão? “Há muito trabalho a fazer e duas componente distintas, embora interligadas. A questão da engenharia, portanto, a construção dos instrumentos, os testes do equipamento, das comunicações com a sonda, a recepção dos dados, entre outros. Depois, há a questão científica em que teremos os grupos de trabalho em várias áreas a desenvolver modelos e a encontrar as melhores formas de detectar as moléculas, por exemplo.” Será, assim, tempo para afinar os instrumentos e encontrar as melhores ferramentas, enquanto se constrói também a equipa que resulta de um “casamento” (ou consórcio se optarmos pelo termo técnico) que reúne 60 institutos de 15 países europeus.

O processo de candidatura para concretizar este projecto foi, admite Pedro Machado, uma longa peregrinação. Esta semana foi o momento de festejar a selecção da missão ARIEL pela ESA e fazer saltar as rolhas das garrafas de champanhe. Mas este não é ainda o final feliz. “Agora é que vai tudo começar a sério.”


>>>>>>>>>>  https://www.publico.pt/2018/03/22/ciencia/noticia/portugueses-em-missao-para-reconhecer-as-assinaturas-quimicas-de-exoplanetas-1807657
 

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HSMW

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« Responder #1079 em: Março 24, 2018, 06:29:08 pm »
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"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."