Aberto concurso para a substituição dos Aviocar

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Ricardo Nunes

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Aberto concurso para a substituição dos Aviocar
« em: Outubro 02, 2004, 04:00:57 pm »
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"Portas Lança Concurso para Substituição dos Aviocar"
Sábado, 02 de Outubro de 2004

O ministro da Defesa, Paulo Portas, assinou ontem o lançamento do concurso para o fornecimento de 12 aviões de transporte táctico, que substituirão os Aviocar já com 30 anos. Cinco destes aparelhos serão só para fiscalização marítima. O orçamento previsto para esta compra é de cerca de 356,811 milhões de euros.

A Força Aérea dispõe de 24 Aviocar, que estão divididos ao longo do país, embora nem todos estejam ainda operacionais. A maior parte encontra-se em Sintra, mas também voam a partir da base das Lajes e dos Açores. Um destes aviões está permanentemente em São Tomé e Príncipe, numa acção de cooperação militar. Servem essencialmente para fiscalizar as águas territoriais e recolher informação fotográfica. Transportam no máximo 16 pessoas e são uma espécie de irmão mais pequeno dos Hércules C-130, aviões de grande porte para transporte de tropas que serão também substituídos, mas mais tarde.

Os aviões que agora irão ser comprados terão uma maior capacidade de carga e maior autonomia de vôo. Podem levar até 40/60 militares.

A escolha do Governo deverá ser entre o C-295 da EADS/CASA e o C-27J da Alenia pois são os únicos aviões, até agora, que preenchem os requisitos da Força Aérea. As propostas podem ser apresentadas até 15 de Dezembro e o Ministério da Defesa escolherá, no máximo, quatro concorrentes para passar à fase de negociações.

De acordo com o despacho para lançamento do concurso, a adjudicação será feita "tendo em conta os seguintes factores, por ordem decrescente de importância: aspectos relativos a custos; índice de satisfação global e aspectos relativos a contrapartidas".

Maior taxa de execução da LPM

Portas anunciou ontem que a Lei de Programação Militar (LPM) terá este ano a maior taxa de execução de sempre, ultrapassando os 68 por cento de 2003. O anúncio foi feito durante a cerimónia de assinatura do contrato-programa para a produção de 1200 rádios tácticos para o Exército, que serão feitos pela indústria de defesa portuguesa e terão um custo de 50 milhões de euros. Com este projecto, Portugal poderá responder à NATO "Response Force" em 2006 com o factor equipamento. Os rádios chegarão ao Exército no próximo ano. H.P. "

in "Publico" 02/10/2004
Ricardo Nunes
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JNSA

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« Responder #1 em: Outubro 02, 2004, 10:42:59 pm »
Boa notícia. Espero que este programa avance depressa, e não se torne em mais uma telenovela...

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Cinco destes aparelhos serão só para fiscalização marítima.


Curioso por duas razões:
- em primeiro lugar, desconheço que exista alguma versão de fiscalização marítima do C-27J. Mas isso não deve ser problema: não é uma plataforma muito diferente de outros aviões de transporte convertidos para essa missão
- em segundo lugar, é uma redução considerável do número de aeronaves de transporte (que esperemos, seja compensada por outros meios), e um aumento do número de aeronaves de fiscalização marítima (o que é bom, até porque vamos ter menos um P-3 Orion.
 

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FFAP

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« Responder #2 em: Outubro 03, 2004, 11:54:22 am »
Boas


  A FAP possui 5 aeronaves de patrulha maritima, duas C-212-300 e 3 C-212-100 modificados, logo é troca de 5 por 5, só não percebo é o que vão fazer com os C-212-300 que são relativamente novos, vieram em 93/94, na minha opinião acho que deveriam ser mantidos no activo.
Um abraço

EX MERO MOTU
 

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Spectral

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« Responder #3 em: Outubro 03, 2004, 02:08:54 pm »
Não se poderia transferir os equipamentos de vigilância marítima (radares, FLIR ?)  dos C-212-300 para os novos aparelhos, e de seguida vender estes C-212-300 que por serem relativamente novos, de 93/94, ainda têm algum mercado ?
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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papatango

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« Responder #4 em: Outubro 03, 2004, 03:34:42 pm »
Notei a questão dos C-212-300 e dos aviões de vigilância marítima.

E há um assunto sobre o qual gostaría de ouvir opiniões.

Na comparação que fiz, entre o CASA C-295 e o C-27J, resultou uma clara superioridade do avião da Lockeed.

A superioridade do C-27J, tem especialmente a ver com a sua vertente de avião de transporte. Portanto, o C-27J ganha ao CASA C-295 em práticamente tudo. Chega mais longe, transporta mais carga, e transporta veículos ligeiros, o que para avião de transporte é crucial.

Já na questão de avião de vigilância, tenho duvidas sobre as vantagens do C-27J sobre o C-295.

Uma das maiores diferenças entre as duas aeronaves, é o seu peso em vazio. Ou seja, no chão, sem combustível, o C-295 pesa pouco mais de metade do peso do C-27J, que é uma aeronave mais robusta e feita de raiz a pensar no transporte militar.

Para avião de vigilância marítima, o C-27J é muito mais pesado, e consome muito mais que o C-295, porque entre outras coisas, tem que carregar com quase vinte toneladas de peso do próprio avião. Aliás, esta grande diferença é a principal razão de o C-27J ter motores muito mais potentes que o C-295.

Cinco dos doze aviões a adquirir, significa 42% da frota. Ou seja, o C-27J, é mais caro (mas é melhor para transporte militar) mas é demasiado grande e pesado (17 toneladas), para andar de um lado para o outro sobre o mar, apenas com equipamentos electrónicos e uma tripulação reduzida.

A minha tese:
O C-27J, não é o melhor avião para patrulha marítima e gasta demais. Será provavelmente demasiado caro (especulação minha) para a função.

O CASA C-295 é superior ao C-27J para a função de patrulha. É mais leve e, para carregar relativamente pouca carga (equipamentos electrónicos), serve tanto, ou melhor que o avião da Lockeed.

A situação fica complicada, porque,  se o concurso fosse apenas para um avião de transporte, o C-27J ganhava destacado (quase sem contestação), mas quase metade da frota destina-se a uma função em que o C-27J não ganha com a mesma vantagem.

Confesso que a escolha ficou complicada. Opiniões e argumentos são bem vindos.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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lf2a

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« Responder #5 em: Outubro 03, 2004, 04:54:07 pm »
Olá a todos,
Parece-me que a notícia do Público poderá (como já é habitual) incluir alguma especulação jornalística. Como actualmente a FAP possui 5 C-212 para patrulha marítima assumiram que também serão destacados 5 dos novos aparelhos para a mesma missão.
Quanto a mim parece me que faz mais sentido (se é que isso tem alguma importância nas nossas FA :twisted: ) um dos dois seguintes cenários:

1- Os 12 novos aparelhos virão substituir apenas os C-212-100 de transporte puro (19 unidades) mantendo se as células mais recentes (os 3 que actualmente fazem patrulha com os C-212-300) durante mais alguns anos até poderem ser substituídos por aeronaves dedicadas do tipo ERJ-145 ou outro qq.

2- Os 12 novos aparelhos virão substituir todos os C-212-100 (22 unidades) mas a FAP manterá ainda os C-212-300. Assim apenas terão de destacar 3 dos novos aviões para a função de patrulha. Como estes terão uma autonomia de vôo de cerca do dobro da dos C-212 poderão até apenas ser necessários 2 a juntar aos 2 C-212-300 para desempenhar satisfatóriamente essa missão.

O que vos parece?

Cmpts,
LF2A
 

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tsahal

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MDN e as 12 aeronaves de transporte.
« Responder #6 em: Outubro 04, 2004, 10:19:27 pm »
O lancamento do concurso foi inclusive lancado atraves do JN. Esta atitude deve ser para dar a conhecer o lancamento de concursos para a aquisicao de equipamentos junto da populacao em geral.
 

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Luso

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« Responder #7 em: Outubro 05, 2004, 12:46:34 pm »
Lf2a, o cenário que descreve parece-me ser o mais realista e provável. A ver vamos.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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JLRC

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« Responder #8 em: Outubro 05, 2004, 02:18:53 pm »
lf2

O seu primeiro cenário parece-me o mais lógico. Eu não li o texto do lançamento do concurso público, por isso não sei se vinha lá alguma referência à patrulha marítima. Alguém sabe?
Na minha opinião o ideal seria fazerem-se dois concursos. Um para a vertente transporte e nesse caso o melhor (na minha opinião), seria o C27J, sobretudo se optarmos pelo C-130 J. O outro concurso seria para aviões de patrulha marítima, para complementarem os novos P-3C e neste caso não tenho opinião formada, balançando-me entre o CASA C-295 e o Embraer ERJ-145. Se por acaso comprássemos o Embraer AEW então optaría pelo ERJ-145, substituindo também os Falcon por Embraer.
Cumptos
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #9 em: Outubro 05, 2004, 02:37:53 pm »
É preciso diferenciar situações. São conceitos parecidos de nome mas com implicações bastante diferentes na realidade.
Os C-212-300 e C-212-100 modificados não são aeronaves de patrulha marítima, mas sim aeronaves de fiscalização.
Um avião de patrulha implica uma autonomia elevada e uma capacidade ofensiva para ambiente marítimo. Os  CN-212-300/100 não têm capacidade de, por ex, detecção e combate a um submarino.
Ricardo Nunes
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JLRC

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« Responder #10 em: Outubro 05, 2004, 03:38:03 pm »
Citação de: "Ricardo Nunes"
É preciso diferenciar situações. São conceitos parecidos de nome mas com implicações bastante diferentes na realidade.
Os C-212-300 e C-212-100 modificados não são aeronaves de patrulha marítima, mas sim aeronaves de fiscalização.
Um avião de patrulha implica uma autonomia elevada e uma capacidade ofensiva para ambiente marítimo. Os  CN-212-300/100 não têm capacidade de, por ex, detecção e combate a um submarino.


Completamente de acordo Ricardo. Talvez não me tivesse explicado bem. O que eu queria dizer era que se fizesse um concurso para aviões de transporte e nesse caso poderíamos avançar para o C-27J, e que se fizesse outro para aviões de vigilância marítima (CASA C-295, ERJ-145 ou outro), para complementar os P-3C, esses sim, de patrulha marítima. Aliás, dado o estado actual da ameaça submarina, parece-me que 5 P-3C são suficientes, complementados por um número razoável de aviões de vigilância marítima para controlarem a nossa ZEE e a futura plataforma continental. Por vêzes os termos vigilância e patrulha marítima confundem-se e eu não me preocupei muito com eles, peço desculpa.
Cumptos
 

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OPCOM

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« Responder #11 em: Outubro 05, 2004, 04:51:48 pm »
Boas.
Pessoal, acho que este concurso de aquisição dos novos aviões de transporte se destina apenas a substituir a frota de 19 C212-100 de transporte, ficando os C212-300 que têm apenas 10 anos para o SIFICAP, não sei se vão manter os outros 2 100 ou não, já que é precisso não esquecer que 2 dos Merlin vão ser dedicados para o SIFICAP também. Portanto 5 P3 para patrulha e 3/5 C212 e mais dois EH101 para vigilancia não me parece nada mau.
Para transporte 6 C130 + 12 CJ27, já começa a parecer um FAP a sério, So faltava os 2 C17..... Isso já era outra história.
Para transporte dos nossos VIP, acho que deviamos trocar os Falcon 50 pelos C212-100 ou mesmo pelos FTB337, dado a qualidade dos nossos governates ficava equiparado.
 

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tsahal

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JN.
« Responder #12 em: Outubro 05, 2004, 09:19:39 pm »
No anuncio do MDN do JN vem la preto no branco 12 aeronaves de transporte com a possivel aquisicao de 5 para patrulha maritima.

O que da 7 para transporte e 5 para patrulha maritima. Penso que os C212-300 Patrullero poderao vir a ser vendidos ou mantidos.
 

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Luso

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« Responder #13 em: Outubro 05, 2004, 09:36:36 pm »
"No anuncio do MDN do JN vem la preto no branco 12 aeronaves de transporte com a possivel aquisicao de 5 para patrulha maritima. "

Ou seja, 17 aeronaves??
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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lf2a

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« Responder #14 em: Outubro 06, 2004, 12:04:23 am »
Caro Tsahal,
Se o que efectivamente está escrito é:
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12 aeronaves de transporte com a possivel aquisicao de 5 para patrulha maritima.

então penso que o Luso tem razão. Ou seja confirmam a vinda de 12 unidades para transporte e ainda a possibilidade de mais 5 para vigilância marítima.

Cmpts,
LF2A