GEOPOLÍTICA EUROPEIA NOS CONFLITOS ACTUAIS

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papatango

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Re: GEOPOLÍTICA EUROPEIA NOS CONFLITOS ACTUAIS
« Responder #630 em: Março 24, 2024, 04:15:23 pm »
Citação de: MMaria
Mas como gostam de reverter a discussão à base do 'o assunto não tem nada que ver', foste tu que o trouxe à baila ao citar o Brasil na 2a guerra.
Eu não sei o que é que quer dizer reverter a discussão...
Você coloca uma questão brasileira, no tema "geopolitica europeia nos conflitos actuais", o que quer que lhe digam, que não seja, que provavelmente não tem nada a ver com o assunto.

Eu não trouxe Brasil nenhum para discussão nenhuma. Quem trouxe o Brasil para a discussão foi você, porque não entendeu que quando eu falei em "terrinha" me estava a referir, utilizando a lingua portuguesa, a uma das muitas expressões que no continente americano se utilizam, seja no Brasil, no Mexico, na Argentina ou nos Estados Unidos para referir o "Velho Mundo".
É apenas uma expressão que tem a ver com a matriz cultural.

O que está em causa é que essa ligação existe, não pode ser esquecida e é a razão pela qual os russos farão tudo para a tentar cortar.

E, mais uma vez, a razão pela qual, afirmar que a Europa deveria ter a sua própria defesa e separar-se dos Estados Unidos após o final da guerra fria, não tem a mais pequena lógica, a não ser, na lógica tipica da Russia, que se baseia em afirmar que os europeus fazem tudo o que os americanos mandam, o que evidentemente, é um disparate de todo o tamanho.
« Última modificação: Março 24, 2024, 04:26:04 pm por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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MMaria

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Re: GEOPOLÍTICA EUROPEIA NOS CONFLITOS ACTUAIS
« Responder #631 em: Março 24, 2024, 04:41:04 pm »
...
Eu não trouxe Brasil nenhum para discussão nenhuma. Quem trouxe o Brasil para a discussão foi você, porque não entendeu que quando eu falei em "terrinha" me estava a referir, utilizando a lingua portuguesa, a uma das muitas expressões que no continente americano se utilizam, seja no Brasil, no Mexico, na Argentina ou nos Estados Unidos para referir o "Velho Mundo".
...

Estava apenas a trazer uma perspectiva de um (e apenas um) dos filhos da terrinha (a expressão é correta e afetiva), mas pelos vistos em seu provincialismo não aceitam alguma visão desde fora. Enfim, novamente estão a lidar com um ditador de ocasião com seu conceito particular de Lebensraun, só penso que a estas alturas já deveriam saber como lidar com isso.

Mas deixe estar, abandono a discussão e deixo-lhe a razão.

Passar bem.
Don't feed the troll. Don't feed me, the troll.
 

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papatango

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Re: GEOPOLÍTICA EUROPEIA NOS CONFLITOS ACTUAIS
« Responder #632 em: Março 25, 2024, 11:12:15 am »

Relativamente ao exército europeu, e à possibilidade de se criar um, quando acabou a guerra fria, a tese não tem nem pés nem cabeça.

Fatores internos

Quando terminou a guerra fria, o elefante na sala era a reunificação alemã.
Os franceses tinham muitas duvidas e mesmo os britânicos não gostaram especialmente da ideia.
Qualquer exército europeu, acabaria necessáriamente por ser controlado pelo país europeu com maior população e na altura a CEE não tinha os membros que tem hoje, a proporção de alemães seria por isso muito maior.


Há historiadores que afirmam que a solução, foi garantir que, a Alemanha seria reunificada, mas que com o desarmamento que se iria seguir, os franceses e os britânicos teriam uma clara primazia. A Alemanha teria uma força militar relativamente pequena, e um desarmamento auto-imposto.
Esta solução, tornava igualmente inviável a criação de um exército europeu.

Fatores externos

Desde que A URSS implodiu que o chanceler Kohl fez tudo para não hostilizar a Russia de Yeltsin, que estava afogada numa crise, resultado da absoluta estupidez dos lideres comunistas, que de um momento para o outro queriam ser capitalistas. As politicas economicas neo-liberais e a liberalização dos preços, num país em que um quilo de pão custava menos que um quilo de trigo, resultou num desastre.


Desarmar ou destruir a Federação Russa.

Em 1992, o país de Yeltsin, estava à beira do colapso económico. Em Janeiro a inflação desse mês foi de 245%.  A inflação anual, ultrapassou os 2500% (dois mil e quinhentos) dependendo da métrica.
 A possibilidade de a Russia começar a desagregar-se era enorme. Os sinais começavam a ser preocupantes, especialmente no Cáucaso, onde a Chechénia e o Dagestão mostravam sinais preocupantes.

Neste periodo, há investigadores que afirmam que chegou a haver em Washington pressões sobre a administração Bush,  por parte dos militares e de setores mais radicais – conhecidos como falcões – que advogavam que não se devia ajudar a federação russa. Isto levaria a que a federação se dividisse, acabando assim com o problema russo.
O principal arauto desta tese seria o mais famoso líder dos Falcões, o então secretário da defesa Dick Cheney, que mais tarde viria a ser vice-presidente.


De qualquer forma, tanto os alemães quanto os franceses tudo fizeram para que esta ideia nunca fosse em frente. Se a implosão da União Soviética criou uma miriade de problemas, a implosão da própria Federação Russa poderia ser ainda pior.

Nesse ano de 1992 os europeus tiveram o apoio do então Secretário de Estado do governo Bush, o James Baker. O Conselheiro Nacional de Segurança também não apoiou a tese de deixar a Federação Russa cair.

O principal argumento para derrotar os “falcões” foi o argumento nuclear. Os europeus não queriam de maneira nenhuma uma miriade de republicas russas cada uma delas transformada em potência atómica.
O problema já era suficientemente complicado, com a capacidade nuclear das repúblicas saídas da URSS, quanto mais com as regiões dentro de própria Federação Russa. [1]

Ou seja: Com o fim da guerra fria, em que toda a gente pensava em criar um futuro pacífico livre até de armas nucleares, e em que a Alemanha se esforçava em absoluto em desarmar toda a gente, era o momento menos indicado para criar qualquer exército europeu.

A chegada de Bill Clinton à Casa Branca, tomando posse em 1993, acabou por tornar impossível qualquer alternativa que passasse pela implosão da Russia. Tanto os europeus quanto os americanos, vão despejar milhares de milhões de dólares, marcos, francos e libras para salvar Yeltsin e garantir que a Federação Russa sobrevivia ao que seria a sua inevitável implosão.




A tese de um exército europeu formado após o fim da guerra fria, para libertar a Europa da América, nestas circunstâncias não tem nem nunca teve pés nem cabeça e está diretamente relacionada com uma das ideias base que os russos e os seus agentes tentam espalhar desde há muitos anos pela Europa. É a idea de que todos vão atrás do malfadado mundo anglo-saxónico e que se comportam como carneiros.

A tese, é acima de tudo propaganda, já que o maior desafio alguma vez levado a cabo contra a predominância dos anglo-saxonicos especialmente na economia, está hoje nos bolsos de milhões de europeus (ainda que a maioria se queixe da quantidade) e chama-se Euro.


No entanto, os tempos mudam, e hoje a Europa está numa situação em que pode estar encostada à parede. E ou considera a necessidade urgente de uma organização militar europeia autónoma, ou pode ficar sozinha, perante uma América controlada por um destrambelhado, que concorda sempre com a última pessoa que lhe fez um elogio.



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[1]  -  Tendo isto em consideração, os alemães começam a pressionar a Ucrânia, para que abra mão do seu arsenal nuclear, que na altura era estimado em cerca de 4500 ogivas. Mais que o dobro de França, Reino Unido, India e China juntas.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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papatango

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Re: GEOPOLÍTICA EUROPEIA NOS CONFLITOS ACTUAIS
« Responder #633 em: Março 25, 2024, 01:09:26 pm »
Citar
A teoria dos mísseis, leva a concluir que, se amanhã for desenvolvido um míssil hipersónico americano com um alcance de 3.000km, Portugal também tem que sair da NATO, porque um míssil lançado de Portugal, pode atingir a sacrossanta capital do império.

Bom, eu não sei onde é que foi parar este texto – seria importante que alguém explicasse – no entanto, aparentemente o Lampuka salvou este trecho …

A questão aqui, prende-se com o facto de que qualquer ponto de vista, ser válido se for universal.
As posições que aqui são apresentadas de forma extremista, são boas nuns casos mas noutros não funcionam, porque num dia estava a chover e no outro não.

Então porque Portugal é um país da NATO desde o inicio, os mísseis americanos colocados em Portugal, deixariam de ser uma ameaça para os russos ? … por amor de Deus.

Se o problema para os russos é a sua capital estar ao alcance de mísseis, então esse problema seria sempre universal e aplicava-se a todos os mísseis. Um problema de segurança para a capital russa existiria desde que estivesse ao alcance, e a ameaça não se altera consoante a data de adesão de um país à NATO.

Talvez nos queira explicar quais são os mísseis nucleares de curto alcance que os americanos vão colocar na Finlandia ou nos Estados Bálticos.
Já a sacrossanta Russia Imperial avisou toda a gente que colocou mísseis nucleares em Kaliningrad.

Não deixa de ser engraçada a dualidade de critérios


Citar
A que tu nos queres impingir de que as máquinas de lavar roupa e outros electrodomésticos estão a acabar e a real, de que estão a colocar no teatro operacional equipamentos cada vez mais corretamente adaptados. E em quantidades que o resto do mundo, para já, não consegue contrariar.

Bom, aqui você perdeu completamente o norte. A utilização de chips como medida de emergência, que obviamente os russos levaram a cabo, foi algo passageiro e até que eles conseguiram através das redes russas do crime organizado (geridas pela KGB) resolver o problema.
Pensei que já tinham ultrapassado a fase das máquinas de lavar.

Também pensei que no tema da Ucrânia tivesse consultado manuais russos sobre as bombas do tipo J-DAM russas, que existem. O seu desenvolvimento ocorreu depois do ano 2000, só que os russos não consideraram a sua utilização em massa, porque acharam que não seriam necessárias.
A sucessão de derrotas e a incapacidade de quebrar as defesas ucranianas, nomeadamente as criadas ainda durante a primeira fase da guerra em 2014, levou a que a produção em massa fosse aparentemente começada

Talvez seja melhor olhar bem para o que escreve antes de publicar, porque a confusão de ideias, aparenta indicar uma grande irritação e raiva, que seguramente não será vantajosa para a saúde.

A raiva, o ódio a irritação não são boas para ninguém, e não ajudam ninguém a conseguir organizar ideias consistentes e com um mínimo de nexo.
« Última modificação: Março 25, 2024, 01:23:42 pm por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Re: GEOPOLÍTICA EUROPEIA NOS CONFLITOS ACTUAIS
« Responder #634 em: Abril 06, 2024, 02:14:03 pm »
Europol identificou as 821 redes criminosas mais perigosas da Europa


 

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Re: GEOPOLÍTICA EUROPEIA NOS CONFLITOS ACTUAIS
« Responder #635 em: Abril 10, 2024, 08:02:08 am »




Tropas alemãs posicionadas na Europa Oriental pela primeira vez desde a II Guerra Mundial

Por Francisco Laranjeira 16:55, 9 Abr 2024

As tropas alemãs chegaram na passada segunda-feira à Lituânia naquele que se constituiu como o primeiro destacamento no estrangeiro de longo prazo desde a II Guerra Mundial – cerca de duas dúzias de soldados chegaram para lançar as bases para a chegada de mais 150 ainda este ano – é expectável que a implantação atinja uma força total de até 5 mil militares até ao final de 2027.

https://executivedigest.sapo.pt/noticias/tropas-alemas-posicionadas-na-europa-oriental-pela-primeira-vez-desde-a-ii-guerra-mundial/
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas