EUA criam AFRICOM

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Lancero

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EUA criam AFRICOM
« em: Dezembro 21, 2006, 04:53:25 pm »
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EUA: Pentágono aprova criação de Comando Africano

José Pestana, da agência Lusa

       

      Washington, 21 Dez (Lusa) - O Departamento de Defesa norte- americano aprovou a criação de um Comando Africano, disseram hoje à agência Lusa fontes oficiais no Pentágono e na Casa Branca.

      A decisão aguarda agora a aprovação final do Presidente George W. Bush, o que poderá acontecer "muito em breve", acrescentaram.

      As fontes notaram, contudo, que a aprovação do Comando Africano (AFRICOM) dentro das estruturas do Pentágono está ainda dependente de "consultas" sobre como será financiado, algo que poderá resultar em lutas burocráticas pois implicará a transferência de fundos e pessoal do Comando Europeu, do Comando Central e do Comando Pacífico, as estruturas actualmente responsáveis por África.

      Ainda não foi também tomada uma decisão sobre onde será instalado o novo comando, disseram as mesmas fontes.

      A possibilidade de criação de um Comando Africano tem vindo a ser debatida dentro do Pentágono há vários anos devido à crescente importância estratégica de África em termos de recursos e também devido ao temor de que o colapso de Estados no continente forneça a oportunidade para grupos terroristas internacionais estabelecerem bases africanas.

      "O objectivo é impedir outro Afeganistão", disse uma fonte no Departamento de Defesa.

      Actualmente, o Pentágono tem cinco comandos responsáveis pelas actividades militares nas diversas regiões do mundo, mas África esteve sempre dividida por três deles, embora seja sob a alçada do Comando Europeu que mais países africanos recaem.

      O Comando Central é responsável pelo Egipto, Sudão, Etiópia, Quénia, Somália e Djibuti, enquanto o Comando Pacífico tem a responsabilidade por Madagáscar.

      Este comando tem sido responsável pela campanha para se criar um comando separado, afirmando que devido à situação em África cada vez mais tempo e recursos tinham que se gastar a "monitorizar" e a estabelecer relações com países africanos.

      As fontes disseram que um estudo recentemente realizado por um grupo de trabalho do Pentágono concluiu que o novo Comando Africano deverá ser instituído de modo totalmente diferente dos outros, incluindo pessoal civil do Departamento de Estado, para preparar programas "multifacetados" englobando programas de ajuda.

      Em termos militares, a ênfase será também dada a programas para ajudar os exércitos africanos a assegurarem as suas fronteiras e desempenharem um papel activo em programas sociais de combate à SIDA e malária.

      Para tal, e numa solução inédita, o novo Comando Africano deverá ter um "sub-director" civil a ser nomeado pelo Departamento de Estado, disseram as fontes.

      As fontes no Pentágono disseram que a proposta apresentada ao Presidente Bush ainda não contém o nome de um oficial para chefiar o novo comando africano, mas adiantaram que este será provavelmente o General William "Kip" Ward, que foi recentemente nomeado vice- comandante do Comando Europeu com responsabilidade para África.

      Não foi, por outro lado, tomada qualquer decisão sobre onde será instalado o novo Comando Africano e isso "poderá levar algum tempo".

      No passado especulou-se que um Comando África poderia ser instalado em São Tomé e Príncipe, devido à proximidade do país à costa ocidental de África, rica em petróleo.

      Para além de ter ainda que ser formalmente aprovada pelo Presidente Bush, a criação do Comando Africano terá que ser submetida ao Congresso como parte do orçamento da Defesa.

      O Partido Democrata vai assumir o controlo do Congresso a partir do próximo dia 01 de Janeiro e espera-se um maior escrutínio aos gastos militares por parte da nova maioria.

      Contudo, as fontes no Pentágono mostraram-se confiantes de que a criação do AFRICOM será aprovada com o apoio de congressistas de ambos os partidos.

      Fontes na Casa Branca disseram não poder adiantar uma "data precisa" para o Presidente dar a sua aprovação final à proposta, tudo dependendo das "últimas discussões sobre questões orçamentais e a localização" do comando.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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ricardonunes

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« Responder #1 em: Dezembro 21, 2006, 05:16:15 pm »
Não será isto um reflexo da cada vez maior participação, actividade, apoio, etc... ao Continente Africano por parte da China?
Cá para mim os Américas estão é com "cagufa" de perder o controlo neste ponto estratégico, que por eles foi ignorado, até mesmo quando nós Portugueses nos batiamos para derrotar ideologias comunistas em plena Guerra Fria.
Potius mori quam foedari
 

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Lancero

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« Responder #2 em: Fevereiro 07, 2007, 06:49:37 pm »
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EUA: Novo comando africano operacional até Setembro de 2008

José Pestana, da Agência Lusa

Washington, 07 Fev (Lusa) - O novo Comando Africano dos Estados Unidos vai estar operacional até Setembro do próximo ano, ficando "temporariamente" instalado em Estugarda, na Alemanha, disseram hoje à agência Lusa fontes no Pentágono.

      As fontes adiantaram que nos próximos meses vão ser efectuadas consultas com "parceiros africanos" para determinar onde, no futuro, poderá ser instalado o quartel-general da nova estrutura do Pentágono, que vai ser chefiada por um general de quatro estrelas ainda a ser escolhido.

      No passado, alguns especialistas dentro e fora do Pentágono mencionaram São Tomé e Príncipe como um dos possíveis locais para o estabelecimento do quartel-general do novo comando, mencionando a sua excelente localização estratégica, ao largo da costa ocidental de África, rica em petróleo e que no futuro vai ter uma crescente importância económica para os Estados Unidos.

      Contudo, hoje as fontes ouvidas do Pentágono indicaram que os seus analistas estão a avaliar opções em locais onde já exista um mínimo de infra-estruturas, mencionando o Djibuti como uma escolha possível.

      Os Estados Unidos têm actualmente estacionados no Djibuti mais de mil Marines, que usam uma base que anteriormente pertencia à Legião Estrangeira francesa.

      Ao mesmo tempo, as fontes do Departamento de Defesa disseram que "nada impede" que o novo comando fique estacionado "fora de África", fazendo notar por exemplo que o Comando Central, com responsabilidade para o Médio Oriente, Corno de África e parte da Ásia está situado nos Estados Unidos. Contudo, "a preferência" seria localizá-lo no continente africano.

      A decisão de criar o Comando Africano - anunciada oficialmente terça-feira pelo presidente George W. Bush, mas revelada pela Lusa em primeira mão em Dezembro - foi bem recebida no Congresso e por analistas políticos e militares.

      O Congressista Russel Feingold, do Partido Democrata, que chefia a sub-comissão para África da Câmara dos Representantes, disse que a decisão vai permitir "aos militares norte-americanos prestarem atenção a um continente que é essencial para a segurança nacional" dos Estados Unidos.

      "A nossa estratégia de segurança nacional tem que evoluir, bem como a nossa capacidade de fazer face a novas e emergentes ameaças," disse numa declaração o congressista, para quem é "vital" fortalecer as relações entre os Estados Unidos e os países africanos.

      Exemplo desta estratégia é a conferência que hoje decorre em Dacar, no Senegal, juntando os chefes militares de nove países africanos com o general William Ward, vice-comandante do Comando Europeu do Pentágono.

      Esta conferência visa estudar as formas de conter a propagação do terrorismo em África.

      Melvin Foote, director da organização "Constituency for Africa", que faz campanha por melhores relações com os países africanos, disse que a decisão é "um indicador do facto de que África tem agora uma importância para o governo dos Estados Unidos que nunca teve no passado".

      Susan Rice, que foi sub-secretária de Estado para assuntos africanos durante a administração Clinton, disse ao jornal Christian Science Monitor que a criação do Comando Africano "há muito que deveria ter acontecido" e é indicativo que o Pentágono tem agora uma opinião "mais elevada dos nossos interesses estratégicos em África".

      "África tem a maioria dos Estados fracos e falhados do mundo e isso é algo que não podemos ignorar," acrescentou.

      A possibilidade de criação de um Comando Africano era debatida dentro do Pentágono há vários anos, devido à crescente importância estratégica de África em termos de recursos e também devido ao receio de que o colapso de Estados como a Somália pudesse servir para a implantação de bases terroristas.

      Até agora, o Pentágono tinha cinco comandos responsáveis pelas actividades militares nas diversas regiões do mundo, mas África esteve sempre dividida entre três desses comandos, com a maior parte dos países africanos sob a alçada do Comando Europeu.

      O Comando Central era responsável pelo Egipto, Sudão, Etiópia, Quénia, Somália e Djibuti, enquanto o Comando Pacífico tinha a responsabilidade de Madagáscar.

      As fontes no Pentágono disseram que o Egipto não será incluído no novo Comando Africano e que, durante "um período de transição de 18 meses", o Comando Central continuará com a responsabilidade pelos países do Corno de África.

      Uma das especificidades do novo Comando Africano é que, ao contrário dos outros, terá um carácter não só militar, envolvendo funcionários do Departamento de Estado e de outros departamentos do governo virados para ajuda humanitária.

      As fontes no Pentágono disseram que o Comando Africano se vai centrar "essencialmente" em ajuda humanitária, ajuda em caso de desastres naturais e "missões de resposta a crises".

      Isto reflecte o "novo pensamento" entre os estrategas militares norte-americanos, segundo o qual "não se trata apenas de uma questão de armas", disseram as fontes no Pentágono, acrescentando que "ninguém quer indicar que o nosso interesse é puramente militar".

      "O objectivo é impedir conflitos ou 'outros problemas' através do fortalecimento da região", adiantaram.

      Um ponto ainda em discussão é se o general que vai chefiar o Comando Africano terá forças militares dos diversos ramos à sua disposição a tempo inteiro (como acontece com os outros comandos) ou se, em caso de necessidade, terá que fazer uso de forças de outros comandos.

      O diplomata norte-americano Robert Loftis, envolvido em negociações em vários países africanos, disse ao serviço de imprensa do Departamento de Estado que, actualmente, os militares norte- americanos e outras agências do governo já efectuam trabalho conjunto em África.

      "Ao criar-se o AFRICOM (Comando Africano), o que se vai fazer é colocar todas essas actividades sob um único comando," disse Loftis.
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SSK

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« Responder #3 em: Junho 29, 2007, 02:11:40 pm »
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Comunidade de inteligência dos EUA quer maior presença em África
A comunidade de inteligência dos EUA propôs recentemente um investimento adicional de recursos em África, devido à migração das redes da Al Qaeda para aquela região do globo. Os responsáveis norte-americanos sabem que África não é uma prioridade em recolha e análise de inteligência, mas, com os recentes avanços da Al Qaeda na região, é necessário proceder a uma melhoria dos recursos.


http://www.worldtribune.com/worldtribune/WTARC/2007/ss_intel_06_04.asp
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

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Lancero

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« Responder #4 em: Setembro 14, 2007, 04:27:25 pm »
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UE/Presidência: Novo Comando para África poderá caminhar paralelamente com cimeira de Lisboa - EUA  



    Lisboa, 14 Set (Lusa) - O novo comando norte-americano para África (AFRICOM) e a cimeira UE/África "poderão caminhar paralelamente e beneficiar com uma acção coordenada", afirmou em Lisboa o subsecretário de Estado de Defesa norte-americano, aplaudindo a liderança portuguesa da UE.  

     

    "Aplaudimos a liderança portuguesa da União Europeia por pensarmos que a ênfase que põe em África é algo bem pensado, a coisa certa a fazer¯, afirmou Ryan Henry num encontro com jornalistas, destacando a importância da cimeira Europa/África, de Dezembro em Lisboa.  

     

    "É uma boa coisa, veremos em breve o papel específico que o AFRICOM poderá ter na cimeira, mas segui-la-emos com grande interesse por pensarmos que a agenda do encontro é louvável", disse ainda, considerando que os Estados Unidos poderão aprender com países como Portugal.  

     

    "Certos países europeus, nomeadamente França e Portugal, têm um passado ligado a África e provavelmente aperceberam-se mais cedo da sua importância estratégica. O AFRICOM aparecerá um pouco mais atrás destes esforços e portanto esperamos aprender com eles", afirmou.  

     

    Segundo o subsecretário de Estado norte-americano, "o objectivo do novo comando é ajudar os países africanos a melhorar e gerir as suas capacidades de assegurarem a paz no continente", e Portugal pode desempenhar um papel importante, porque neste momento preside à União Europeia, está a centrar-se nos problemas de África, e também por ser membro da NATO e manter relações bilaterais importantes.  

     

    "O comando vai trabalhar em estreita ligação com a União Africana, e com organizações multinacionais, como a NATO a UE e as Nações Unidas para a cooperação na área da segurança no continente africano", explicou.  

     

    "Normalmente este tipo de comandos centra-se na capacidade de conduzir intervenções militares, mas neste caso o objectivo é ajudar os países africanos a melhorar e gerir as suas capacidades de assegurarem a paz no continente", garantiu.  

     

    Reconheceu, todavia: "O continente africano vai aumentar a sua importância no xadrez mundial no próximo século. Portanto precisamos de encarar as nossas relações com esse continente de uma forma mais coesa".  

     

    De acordo com Ryan Henry, o novo comando vai iniciar as actividades preliminares em Outubro deste ano, tendo uma fase transitória para poder aumentar as suas capacidades operacionais e passar a "comando unificado" em Outubro de 2008, data em que ficará a operar de forma autónoma. Durante o ano de transição ficará sob comando europeu.  

     

    Por nomeação do presidente norte-americano George W.Bush, o actual vice-comandante do Comando da Europa, general William Kip Ward, chefiará o AFRICOM, embora a decisão precise da confirmação do Senado, o que deverá acontecer ainda este mês.  

     

    "Actualmente estamos organizados numa perspectiva militar norte-americana, a que chamamos comandos unificados, na medida em que temos elementos do exército, marinha e da força aérea", disse. "Temos cinco desses comandos no mundo", explicou ainda, frisando que o continente africano está dividido entre três desses comandos, mas que passará a ter apenas "um comando único".
     

    "Passará a haver apenas um único comandante, de quatro estrelas, a nossa mais alta patente da hierarquia militar, que será responsável pelas relações inter-militares no continente africano. Essa será a sua única tarefa. Actualmente essa função é partilhada entre comandantes", disse.  

     

    O responsável adiantou que o comando não terá apenas militares, pois incluirá também um funcionário do Departamento de Estado, para além de outros militares e civis nas diferentes estruturas.  

     

    Refutando alguns "mal-entendidos" e "incorrecções" relativos ao AFRICOM, Ryan Henry disse não se tratar de uma "militarização da política norte-americana no continente africano".  

     

    "Na verdade é exactamente o contrário", afirmou, acrescentando que outro "mito", o destacamento de forças militares no continente, "não tem o mínimo fundamento".  

     

    "Não haverá novas forças associadas a este comando. Continuaremos com as actividades de cooperação que temos actualmente com os vários países, mas não haverá forças especificamente destacadas para este comando. Se houver a necessidade de fazer exercícios de treino conjuntos, as unidades que participarem deslocar-se-ão das suas bases, normalmente nos Estados Unidos, ficarão durante a duração do treino e depois regressarão", afirmou.  

     

    "Há também o mal-entendido de que há novas bases associadas a este comando. Não há qualquer base nova prevista ou planeada. Este comando trabalhará com os outros países, não pretende posicionar forças norte-americanas no continente africano", afirmou, numa alusão a São Tomé, que disse não estar nos planos.  

     

    São Tomé chegou a ser mencionado como um país possível para receber o quartel-general da AFRICOM devido à sua posição geográfica estratégica ao largo da zona rica em petróleo da África ocidental.  

     

    "Pensamos que é extremamente importante que o esforço para a segurança africana seja liderado por africanos, feito por africanos. Portanto, não estamos de forma alguma a querer tomar uma posição de liderança, esta é uma posição de apoio aos esforços em curso da União Africana", acrescentou.

     

    O quartel-general do AFRICOM não será só num país africano, o comandante estará num local, mas o pessoal estará distribuído por vários zonas do continente. Mais, quem não estiver diariamente com o comandante ou a interagir com os africanos - não estará no continente africano - estará tanto na Europa como nos Estados Unidos, explicou, precisando que essas pessoas representarão 80 por cento do comando.  

     

    "Estamos também preocupados com aquilo a que chamamos zonas protegidas ("safe havens"), zonas desgovernadas que poderão existir em África, onde terroristas estabelecem campos de treino e planeiam atentados. Tivemos a experiência há seis anos no Afeganistão, por isso estamos actualmente a trabalhar com parceiros nessa área", afirmou.  

     

    Em troca, afirma que os Estados Unidos esperam que os países africanos façam um "sério esforço para lidar com os respectivos problemas, e que surja um continente na cena mundial à medida que este se vai desenvolvendo económica e socialmente".  

     

    Ryan Henry deslocou-se a Portugal à frente de uma delegação de responsáveis do Departamento da Defesa e de Estado, bem como da Agência norte-americana para o Desenvolvimento Internacional. Antes, esteve no Reino Unido, França e Bélgica, tendo-se reunido com dirigentes da NATO e da USEU (missão dos Estados Unidos para a União Europeia) para discutir o novo comando norte-americano para África.  

     
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André

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« Responder #5 em: Fevereiro 25, 2008, 10:45:11 pm »
A Importância Geoestratégica do AFRICOM para os EUA em África
Luís Brás Bernardino

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A actual globalização dos múltiplos aspectos relacionados com a segurança e com a defesa mundial tem contribuído para uma maior intervenção global em torno das questões relacionadas com a prevenção e resolução dos conflitos regionais. Referimo-nos principalmente à vertente dos conflitos intraestatais, pois estes, por razões de natureza económica e geoestratégicas conjunturais conhecidas, passaram a centrar a atenção de toda a comunidade internacional, preocupando consequentemente, Estados, Organizações e contribuindo para um maior envolvimento multinacional nestas problemáticas.

A procura da paz e do desenvolvimento passou a ser assim, a par das questões ambientais, as áreas de maior visibilidades e intervenção à escala global. Neste sentido, a proliferação dos conflitos regionais, em especial no continente africano, surge no contexto mundial, como uma importante ameaça à estabilidade, à paz e ao desenvolvimento sustentado, levando a uma maior intervenção nestas áreas e regiões específicas.

Ao tornar-se num fenómeno global, os conflitos intraestatais que proliferam em muitas regiões no continente africano, despertaram a consciência da sociedade internacional, particularmente dos que por terem interesses económicos e geoestratégicos associados, pretendem contribuir para a manutenção da paz e para a estabilidade deste continente. Esta cooperação estratégica de geometria variável, predominantemente do tipo “bi-multilateral”, envolvendo uma miríade de actores, efectiva-se por via do apoio à Reforma do Sector da Segurança (RSS) e à Reforma do Sector Defesa (RSD), pelo apoio à melhoria geral das condições de segurança humana nas sociedades, pela prevenção e gestão de crises e conflitos regionais, quer ainda inovadoramente por intermédio do reforço das capacidades militares no âmbito da gestão de conflitos das Organizações Regionais Africanas (ORA).

Este maior empenhamento na cooperação para a segurança, veio contribuir significativamente para uma maior intervenção geoestratégica nestes espaços, levando a uma “militarização” crescente dos Estados, das Organizações Regionais Africanas e do continente Africano em geral. Constituindo-se num “novo” apontar de baterias para África, imposta pelas dinâmicas globais da segurança e da defesa, pois que a segurança de cada um (Estado) depende de todos e a segurança de todos, depende agora mais do que nunca, da segurança e do desenvolvimento de cada um.

Este aspecto inovador leva-nos a reflectir sobre a necessidade do emprego do vector militar, funcionando paradoxalmente como factor de estabilidade e consequentemente como agente fundamental na sustentação do desenvolvimento nestas regiões. Tendo por base este “novo” paradigma securitário, os Estados Unidos da América (EUA), inflectiram a sua política externa e direccionaram as suas atenções estratégicas para África, aspecto que assenta grandemente na recente criação e edificação do United States Africa Command (AFRICOM).

Uma perspectiva global

Para os EUA, em termos de áreas de responsabilidade geoestratégica, o continente africano encontrava-se sobre a alçada de três comandos regionais “combatentes” (COCOM’s): o EuropeanCommand (EUCOM), o Central Command (CENTCOM) e o Pacific Command (PACOM), não havendo outro continente com tal partilha de responsabilidades no âmbito da segurança e da defesa.

O EUCOM sediado na Europa, em Estugarda (Alemanha), responsável pelas dinâmicas da segurança na grande maioria dos países africanos, nomeadamente por 42 países nas regiões Este, Centro e Oeste de África. O CENTCOM localizado em Tampa – Florida (EUA), é o Comando encarregado pelas principais operações americanas no mundo e era responsável por sete países africanos, principalmente localizados na região do “Corno de África” (incluindo o Egipto), onde dispunha inclusive de um dispositivo militar considerável. O PACOM localizado em Camp Smith (Hawai) está orientado para o controlo do Oceano Pacífico, sendo o responsável directo em África por Madagáscar e outras pequenas ilhas banhados por este oceano na costa africana.

Constatamos que África constituía por norma, um apêndice às operações e às preocupações estratégicas destes três COCOM’s em outras áreas do globo, pois todos eles se encontravam localizados a uma considerável distância deste Teatro de Operações e logicamente comprometidos com operações nas suas regiões de esforço. Este facto, proporcionava em relação a estas regiões e particularmente a este continente, uma descontinuidade e um arranjo geoestratégico inconsequente e pouco efectivo para a política externa americana. Estes aspectos estavam intimamente relacionados com a reduzida importância conferida a este continente por parte da política externa americana, especialmente após a queda do muro de Berlim, embora existissem constantes abordagens académicas, nomeadamente no meio militar, no “National War College”, mas também nos meios civis, designadamente no “The Heritage Fundation”,onde se faz a apologia da aproximação estratégica a África assente no vector militar.

Como em outros aspectos da política americana e especialmente na relação com o mundo, também a política externa americana, principalmente as questões relacionadas com a segurança, defesa e salvaguarda dos interesses dos EUA (independentemente de onde existam), sofreram após os atentados ocorridos nos EUA em 11 de Setembro de 2001, uma significativa e profunda mudança. Nesse sentido, temos vindo a assistir a uma maior intervenção militar à escala global, principalmente nos espaços regionais donde derivam factores de ameaça e de riscos acrescidos para os interesses dos EUA, nomeadamente no continente africano.

Em 28 de Setembro de 2006, na Directiva Presidencial para a Segurança – “National Security Presidential Directive – 50” (NSPD-50), apelidada apropriadamente de “National Security Strategy for Africa”, o Presidente dos EUA definia uma estratégia inovadora para a intervenção neste continente, decretando como principais linhas orientadoras: a edificação de capacidades em África; a consolidação das Democracias de transição; fortalecer as capacidades das Organizações Regionais e Sub-Regionais Africanas; reforçar a segurança regional; estimular o crescimento económico e o desenvolvimento em África e ainda providenciar assistência humanitária e o apoio ao desenvolvimento sustentado no continente. Contudo, se analisarmos o “National Security Strategy of the United States of América” de 16 de Março de 2006, constatamos que África aparece mencionada 25 vezes ao longo do documento, destacando-se o papel geoestratégico crescente deste continente nas dinâmicas de intervenção global dos EUA, assumindo-se assim política e geoestrategicamente que África se constituía como uma elevada prioridade para a Administração Bush.

Em apoio de uma intervenção e envolvimento crescente dos EUA em África, principal­mente na vertente económica e militar, no dia 6 de Fevereiro de 2007, o Presidente George Bush, anunciou ao mundo a sua intenção de criar até ao final de 2008, um Comando Regional individualizado para as questões africanas, dando corpo ao que alguns autores designaram por uma “nova” estratégia americana para África (cobrindo todo o continente africano, com excepção do Egipto, que permanece sob a alçada do CENTCOM).

Esta postura estratégica e politicamente inovadora, estava consentânea com a crescente importância geoestratégica e geoeconomica, que este continente vinha adquirindo para o mundo e particularmente para os EUA. No seu discurso perante o Senado, George Bush refere: “This new command will strengthen our security cooperation with Africa and help to create new opportunities to bolster the capabilities of our partners in Africa. Africa Command will enhance our efforts to help bring peace and security to the people of Africa and promote our common goals of development, health, education, democracy, and economic growth in Africa.” (PresidentGeorge Bush, February 6, 2007)

Como refere Theresa Whelan do U.S. Department of Defense (DoD), esta intenção representa actualmente o comprometimento americano mais sério para com África e com os Africanos, no intuito de contribuir para melhoria do desenvolvimento sustentado e principalmente dos níveis de segurança regional em África. Este esforço materializa-se especialmente na vertente militar, por um combate à proliferação das redes terrorista, pelo apoio à prevenção dos conflitos regionais, pela contribuição para um ambiente mais seguro, especialmente vocacionado para o apoio à edificação das “African Standby Forces” e do reforço da Arquitectura Africana da Paz e Segurança (AAPS). Este contributo pretende melhorar as capacidades intrínsecas de resposta a crises e contribuir para o “African Ownership”, ou seja, garantir aos africanos as capacidades intrínsecas para resolverem os “seus” próprios conflitos regionais, ou com refere Robert Breschinski, apoiar a criação de “African solutions to African problemas…” (2007, 50).

Para além dos comprometimentos genéricos em torno da segurança e do apoio ao desenvolvimento já referidos, as principais tarefas acometidas actualmente ao AFRICOM são: promover a cooperação para a segurança em colaboração com as Agências Americanas, nomeadamente a US Agency for International Development (USAID) (contribuindo com um Sénior Development Adviser), essencialmente no apoio à estabilização, transição e reconstrução; apoiar a edificação de capacidades; contribuir para Reforma do Sector da Segurança e da Defesa; apoiar a profissionalização militar; garantir o apoio médico essencialmente no combate ao HIV-SIDA; Assistência Humanitária; reforçar as comunicações estratégicas e as operações de informação e ainda garantir o apoio a actividades no âmbito da cooperação técnico-militar. Se necessário, o AFRICOM pode ainda desenvolver as condições para conduzir operações militares de objectivo limitado, tais como: Non-Combatente Evacuation (NEO); Humanitarian Relief; Operações no âmbito da Global War on Terror (GWOT) e ainda desenvolver e executar planos de contingência circunstanciais.

A missão ainda não perfeitamente definida, mas recorrentemente apresentada nos briefings e documentos que vêm surgindo a lume sobre a problemática em epígrafe, referem que a missão genérica do AFRICOM é: “The US Africa Command promotes US National Security objectives by working with African states and regional organizations to help strengthen stability and security in the Area of Responsibility. US Africa Command leads the in-theater DOD response to support others USG agencies in implementing USG security policies and strategies. In concert with other US government and international partners, US Africa command conducts theatre security cooperation activities to assist in building security capacity and improve accountable governance. As directed, US Africa Command conducts military operations to deter aggression and respond to crisis.”[6]

Esta opção civil-militar por e para África, levada a efeito inovadoramente pelos EUA, irá possibilitar aos EUA dispor de uma estrutura fixa, dedicada e localizada no continente africano, devota à questão africana, permitindo uma melhor integração entre o nível militar-diplomático e económico-social na região. Esta estratégia possibilita uma aproximação holística à promoção da segurança e à edificação das capacidades dos Estados e das ORA, com um enfoque na RSS e RSD, apoiada em parcerias estratégicas de geometria variável, com parceiros internacionais credíveis e actores locais de diferentes níveis, amplitudes e de preferência geoestratégica e geoeconomicamente relevantes.

A operacionalização do AFRICOM

Para a edificação e operacionalização do AFRICOM, foi criada desde a sua constituição (no inicio de 2007), a Transition Team Africa Command (TTAC), liderada pelo Almirante Robert Moeller (sedeada em Kelley Barracks – Estugarda e na directa dependência do EUCOM) que assumiu o papel de Director da Equipa de Transição, tendo os custos previstos para a sua implementação em 2007, orçado em cerca de 50 milhões de dólares, sendo presentemente desconhecidos os valores para o ano de 2008 e seguintes. Para operacionalizar o AFRICOM, a equipa de transição, tem vindo a incentivar e a apoiar-se em negociações diplomáticas (em ambos os lados do atlântico) com vista a facilitar a aceitação por parte dos actores regionais e mundiais para a suposta “militarização” americana do continente africano. Neste intuito, encetou recentemente um conjunto de conversações multilaterais com diversos actores no continente africano, com vista a recolher apoios, alinhar estratégias e principalmente a definir políticas de inserção e de localização de estruturas e dos meios dedicados a este empreendimento.

As conversações decorreram e decorrem paralelamente em vários patamares e níveis de decisão, incidindo sobre a União Africana (UA) e demais ORA, mas sectariamente pelos Governos dos Estados Africanos, principalmente através de diligências junto das suas embaixadas (quer seja nos EUA ou em África), aspecto que não tem sido plenamente conseguido. A rapidez e a frontalidade com que os EUA assumiram o AFRICOM, aliada aos interesses óbvios em trono das questões energéticas e de controlo económico (em clara disputa com a China) por acesso a produtos e a mercados, conduziram a uma perplexidade da comunidade internacional e levantaram um manancial de questões, contribuindo para uma deficiente percepção e até a alguma desconfiança acerca da “realpolitik” americana para África.

A tendência para África apoia-se como vimos, numa intervenção de cariz essencialmente ao nível diplomático, com vista a facilitar a inserção de organizações civis e militares, numa simbiose que torna esta aproximação diferente das estratégias seguidas pelos EUA em outras partes do mundo. Uma estratégia que aposta numa coligação de vontades entre mais de 40 Organizações Americanas[7], das mais diferentes áreas e o DoD, integrados estrategicamente sobre a alçada do AFRICOM. Esta aproximação representa a adopção de uma estratégia mais agressiva para África e constitui-se numa forma inovadora de empregar o vector militar, funcionando agora integrado em apoio da economia e do acesso a recursos energéticos, paralelamente à diplomacia e motor do apoio ao desenvolvimento sustentado.

Apesar de ter sido declarado em 1 de Outubro de 2007, a “inicial capability”, o AFRICOM, com as estruturas constituídas e funcionando a partir do EUCOM, ainda se encontra em processo de implementação e operacionalização, prevendo-se que possa adquirir a “full capability” no final de 2008. Neste sentido, o ano de 2008 prevê-se que seja muito intenso e cheio de novidades, sendo importante acompanhar este processo no seio dos PALOP e da CPLP (onde Portugal pode desempenhar um papel interessante), optimizando sinergias internas apoiadas nestas dinâmicas de transição e inserção Americana no espaço Africano.

O AFRICOM, apresentado ao mundo em 7 de Fevereiro de 2007, foi considerado oficialmente operacional em 1 de Outubro do mesmo ano, a partir da Alemanha (EUCOM), quando o seu recém-nomeado Comandante, o General William E. (Kip) Ward[8], declarou que o AFRICOM tinha alcançado uma capacidade inicial a “Initial Capability”de operações, começando a operar como a nova sede regional do Pentágono para África. No processo de transição, como vimos, uma equipa de especialistas civis e militares operando a partir de Estugarda, projectaram a estrutura organizacional e desenvolveram as áreas principais de missão para o AFRICOM. A equipa de transição com cerca de 120 membros, representa agora o núcleo do estado-maior pessoal do AFRICOM que continuará a crescer no próximo ano até completar o novo projecto de possuir um Comando comprometido com as questões africanas a operar em África. A capacidade inicial deste Comando Africano assinala o realinhamento da estrutura do comando regional do DoD, criando um Estado-Maior dedicado e responsável perante o Secretariado de Defesa pelas relações militares norte-americanas com os 53 países no continente africano. No primeiro ano, o AFRICOM irá funcionar sob a alçada do EUCOM, que era responsável pelas relações militares EUA – África. No futuro, este Comando irá operar necessariamente a partir de África, ainda não se sabendo com detalhe a sua localização, nem a data efectiva da sua operacionalização, contudo, espera-se que possa tornar-se um comando unificado totalmente operacional em Outubro de 2008.

Contrariamente aos Comandos militares tradicionais, o Estado-Maior do AFRICOM integra pessoal de outros departamentos do governo norte-americano, principalmente do Departamento de Estado e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, que dirigem a política e os esforços de desenvolvimento dos E.U.A. em África. Um dos dois adjuntos do General William Ward será a Embaixadora Mary Carlin Yates, uma alta funcionária do Departamento de Estado e antiga embaixadora no Gana, que foi nomeada Adjunta do Comandante para as Actividades Civis-Militares. O adjunto militar de Ward será o Vice-Almirante da Marinha Robert T. Moeller, que foi nomeado Adjunto do Comandante para Operações Militares. Podemos assim dizer que existe uma bivalência nas capacidades e uma interdependência entre a função militar e civil, representado ao mais alto nível, a diplomacia em paralelo com o vector militar para conquistar mercados e recursos, uma abordagem diferenciada e academicamente apontada como a abordagem estrategicamente mais adequada à conjuntura mundial em torno das questões africanas (Whitman e Lake, 2006, 127-130).

Como sabemos, sem segurança não existe desenvolvimento sustentado e sem desenvolvimento não poderá existir segurança em África. Por este motivo, a dependência e o comprometimento entre segurança e desenvolvimento assume-se como estrategicamente vital para o sucesso deste Comando. O AFRICOM irá assumir futuramente a coordenação de um conjunto de mais de 14 programas de cooperação militares[9], que funcionavam de uma forma desconexa em África (Mills et all, 2007, 6-7), havendo algumas dúvidas quanto à forma e ao conteúdo do apoio ao desenvolvimento e qual o reforço de meios militares que irá envolver, bem como identificar as áreas de acção e de esforço deste Comando Regional.

Para o DoD a criação de um único Comando para África, representa antes de mais uma questão burocrática de natureza interna, organizacional e consistindo essencialmente num rearranjo geoestratégico do dispositivo militar americano no mundo. Representa também uma aproximação estratégica ao continente africano, significando assim um maior envolvimento e especialização dos EUA, nas dinâmicas regionais da economia, da segurança, da cultura e uma oportunidade para expansão dos seus valores em prol da “Democracia” e do combate global ao terrorismo (Global War on Terror - GWOT). Embora a natureza deste Comando não se esgote nas opções supracitadas, constitui ainda um enigma para a comunidade internacional e especialmente para os Estados e ORA o seu real contributo e eficácia para as dinâmicas da segurança e do desenvolvimento em África.

O AFRICOM poderá proporcionar aos americanos uma estrutura militar consolidada, dedicada, com mais recursos e supostamente melhor alinhada para os interesses americanos geoestratégicos e geoeconómicos na região, cumulativamente irá proporcionar uma maior focalização nas suas áreas de responsabilidades próprias, concentrando recursos e consequentemente permitindo uma dinâmica global nas questões da segurança, um reajustamento geoestratégico do dispositivo militar dos EUA no mundo.

Este Comando representa, como vimos, uma nova e significativa mudança de mentalidades, uma transformação na forma como o instrumento militar é utilizado em apoio da política externa dos EUA, envolvendo as questões em torno da segurança regional, da prevenção e resolução de crises e conflitos, na estabilização e reconstrução pós-conflito e na edificação dos pilares do Estado (fundamentalmente os da Segurança e da Defesa). Em sintonia, o vector militar representado pelo AFRICOM, associa uma vasta componente civil e de Ajuda Pública ao Desenvolvimento, nomeadamente através da inclusão de altos dirigentes e de uma aproximação estratégica de convergência entre a segurança e o desenvolvimento, tendo por base o USAID. Bem como de outros organismos estatais e organizações não governamentais que operam nesta área, permitindo uma partilha de sinergias e garantindo uma combinação eficaz entre segurança regional e desenvolvimento sustentado neste continente, pois sem segurança não temos desenvolvimento e sem desenvolvimento não pode existir segurança.

Conclusões

Em conclusão, pensamos que merece realce a intenção dos EUA de individualizarem militarmente a questão africana, atribuindo a um único Comando Regional (AFRICOM) a função de acompanhar, apoiar e monitorizar as actividades no âmbito da segurança, defesa e especialmente na resolução dos conflitos regionais em África, pois este surge como refere Paul Cole, do USA Army War College, como a fase em “…que os EUA como única superpotência mundial deve como uma necessidade de afirmação, dedicar mais atenção ao continente africano, devendo ser criado um AFRICOM, sendo a melhor maneira de afirmar essa intenção no mundo…” (2005, 13).

Esta intenção implica assim a obrigatoriedade da criação deste Comando e da adopção de uma estratégia própria para o continente africano, onde se incluem algumas medidas tendentes a figurar como uma base avançada para uma intervenção no espaço africano, permitindo ainda apoiar a criação das “African Standby Forces”, auxiliar militarmente os Estados Africanos (através do apoio à RSS e RSD), na optimização dos programas de cooperação militar para o desenvolvimento e contribuir para a edificação da Arquitectura Africana da Paz e Segurança. Complementarmente, no apoio à estratégia diplomática, económica e de política externa para África, implica aumentar a intervenção “bi-multilateral” ao nível da diplomacia económica e das trocas comerciais, participando assim no desenvolvimento económico deste continente, encorajando os direitos humanos, a Democracia e a “good governance”, constituindo estes os vectores principais de acção deste Comando e da estratégia americana para o continente africano.

Ultrapassado o processo de transição e perspectivando-se a implementação para o mês de Outubro de 2008 da “full capability”, o AFRICOM irá contribuir obviamente para uma maior militarização do continente africano, associado agora à “disputa” pelo acesso a recursos naturais e a mercados, funcionando também como contributo de um desenvolvimento que não sabemos se será sustentado. Nesta “nova” dinâmica americana em África ressalta a necessidade de Estados e Organizações, mesmo não africanas de estarem atentas e poderem desenvolver políticas complementares e estrategicamente convergentes de cooperação em África e para África.

Jornal de Defesa
« Última modificação: Setembro 26, 2008, 01:58:41 pm por André »

 

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pmdavila

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« Responder #6 em: Julho 16, 2008, 09:48:10 pm »
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César defende localização do AFRICOM nas Lajes
Regional | 2008-07-16 16:31

O presidente do Governo açoriano defendeu esta quarta-feira que uma das estruturas norte-americanas do novo comando africano (AFRICOM) deve ficar com sede na base das Lajes e desafiou Portugal a ter uma “palavra rápida” favorável ao arquipélago.


“O Estado português deve ter uma palavra rápida, clara e favorável aos Açores neste assunto”, afirmou Carlos César, na sessão de abertura de um fórum para analisar as relações transatlânticas.

Em Fevereiro de 2007, a administração norte-americana anunciou a criação do Comando Africano, culminando um processo de dez anos, tendo em conta a crescente importância estratégica deste continente.

Este comando, que será separado da estrutura norte-americana na Europa, arrancou com as operações iniciais em Outubro de 2007 e prevê-se que se torne um comando independente em Outubro de 2008.

Ao abrigo do Acordo de Cooperação e Defesa assinado entre Portugal e os Estados Unidos, os militares norte-americanos possuem um destacamento na base portuguesa das Lajes, na ilha Terceira.

Para o chefe do executivo açoriano, com o intensificar da opção africana por parte do Pentágono, que pretende a especialização do AFRICOM, os Açores desejam “relevar as vantagens comparativas” que a base aérea portuguesa das Lajes apresenta neste domínio.

Vantagens que passam pela sua envolvente política e diplomática, “menos ligada a flutuações de interesses e posicionamentos dúbios do que outros eventuais palcos”, condições logísticas e operacionais, assim como por uma localização a meio caminho entre o cenário estratégico e a sede de comando.

“Compete aos órgãos próprios da região, mas também à nossa diplomacia e estrutura de Defesa, manter um posicionamento estratégico e uma actuação esclarecida e eficaz na actualização do nosso relacionamento bilateral, tendo em atenção o desenho de novas prioridades de acção externa face aos que connosco cooperam”, alegou.

Relativamente à hipótese das Lajes servirem de campo de treino a caças norte-americanos de última geração, Carlos César salientou a necessidade de se avançar rapidamente com uma decisão política.

“É necessário intensificar contactos e esclarecer com a maior brevidade possível todos os aspectos necessários à correspondente decisão política”, afirmou o presidente do Governo, que reconheceu que em causa estão negociações com um grau elevado de especificidade técnica.

Adiantou, ainda, que já transmitiu esta posição às entidades com poder de decisão sobre a matéria, aos níveis interno e externo.

“Fi-lo em nome dos Açores e no quadro da comunhão de valores que mantemos com os Estados Unidos, em prol de um mundo mais justo e democrático”, salientou o chefe do executivo regional.

Políticos, académicos e representantes diplomáticos estão reunidos, a partir de hoje, em Ponta Delgada, no I Fórum Açoriano Franklin Roosevelt, organizada pela Fundação Luso-Americana (FLAD) e pelo Governo açoriano.

Mário Soares, antigo Presidente da República, os professores Adriano Moreira e Eduardo Paz Ferreira, o jurista Álvaro Monjardino, Rui Machete, presidente da FLAD, José Medeiros Ferreira, professor e antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros, assim como o embaixador José Cutileiro e o General José Loureiro dos Santos fazem parte do leque de conferencistas.

Uma iniciativa que Rui Machete considerou não ser um encontro sobre história, mas sim uma oportunidade para reflectir o mundo actual, na perspectiva das relações transatlânticas.

Lusa/AO online


Fonte
Com os melhores cumprimentos,
pmdavila

"Antes morrer livres que em paz sujeitos"
 

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André

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« Responder #7 em: Setembro 26, 2008, 02:01:48 pm »
Governo garante que não foi contactado pelos EUA sobre futuro comando nas Lajes



O Governo reconhece a "a importância política e estratégica" da eventual escolha da base das Lajes para novo comando africano das forças armadas norte-americanas (AFRICOM), mas garante que não recebeu qualquer contacto dos Estados Unidos.

A garantia foi dada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros em resposta a uma pergunta dos dois deputados do PSD dos Açores, Mota Amaral e Joaquim Ponte, entregue em Julho, sobre eventuais contactos entre os dois países para a instalação do comando em Portugal.

"Embora reconhecendo a importância política e estratégica que uma tal decisão em si mesma se reverteria, não foi o Governo português abordado, até ao presente, sobre a possibilidade de instalação do Comando africano na Base das Lajes", lê-se no ofício.

Na resposta aos deputados, o Ministério dos Negócios Estrangeiros esclarece que "os contornos relativos" da instalação do AFRICOM "não foram ainda divulgados" pelas autoridades norte-americanas.

As perguntas ao Governo, entregues na Assembleia da República em Julho, surgiram depois do presidente do executivo açoriano ter defendido que uma das estruturas norte-americanas do novo comando africano - o AFRICOM - deve ficar sedeada na Base das Lajes e reclamado de Portugal uma "palavra rápida" favorável ao arquipélago.

"O Estado português deve ter uma palavra rápida, clara e favorável aos Açores neste assunto", afirmou Carlos César, num fórum para analisar as relações transatlânticas, em Julho.

Em Fevereiro de 2007, a administração norte-americana anunciou a criação do Comando Africano, culminando um processo de dez anos, tendo em conta a crescente importância estratégica deste continente.

Este comando, que será separado da estrutura norte-americana na Europa, arrancou com as operações iniciais em Outubro de 2007 e prevê-se que se torne um comando independente em Outubro de 2008.

Ao abrigo do Acordo de Cooperação e Defesa assinado entre Portugal e os Estados Unidos, os militares norte-americanos possuem um destacamento na base portuguesa das Lajes, na ilha Terceira.

Lusa

 

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Jorge Pereira

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« Responder #8 em: Outubro 13, 2008, 04:39:47 pm »
A Base de Beja parece que também está (esteve?) na corrida. A minha dúvida prende-se com a recente e aparente instalação de forças dos EUA na cidade marroquina de Tan Tan. Sob que estatuto? Mera base de apoio o real sede do AFRICOM?
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Lancero

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« Responder #9 em: Outubro 13, 2008, 09:46:08 pm »
Embora com certeza o Rei de Marrocos não se importasse, penso que a instalação da sede do AFRICOM em África não ia cair nada bem no seio da maioria dos Governos.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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PereiraMarques

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« Responder #10 em: Outubro 13, 2008, 11:26:38 pm »
A "Macaronésia" já é praticamente África...se calhar o "Bokassa" não se importava :mrgreen:

 

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André

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« Responder #11 em: Outubro 29, 2008, 02:29:00 pm »
AFRICOM disponível para apoiar combate ao narcotráfico na África Ocidental com equipamento e treino
 
O Comando militar norte-americano para África (AFRICOM) está disponível para apoiar países-parceiros, com equipamento de segurança e treino, no combate ao narcotráfico, que considera potencialmente desestabilizador para o continente, disse à Lusa fonte oficial deste organismo.

"Não queremos ter um papel de liderança, mas oferecer apoio, onde for apropriado e quando pedido, a forças de segurança civis", disse à Lusa Vince Crawley, responsável de comunicação do Africom, organização do Departmento de Defense norte-americano criada em Outubro do ano passado.

Caso surja uma solicitação, refere, "o ramo do Africom para combate ao narcotráfico vai fomentar a capacidade de países-parceiros para programas anti-drogas e actividades de reforço da legalidade", esplicou a mesma fonte. "Treino e equipamento são os meios primários de assistência", adiantou.

A intervenção pode resultar da cooperação com parceiros internacionais, organizações globais, agências governamentais norte-americanas, forças de segurança e com as representações diplomáticas de Washington.

Na conferência internacional sobre o narcotráfico em curso na Cidade da Praia (Cabo Verde), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu terça-feira à comunidade internacional para que apoie os esforços da África Ocidental no combate à droga e na procura de uma estratégia de luta.

Na mensagem, Ban Ki-moon afirmou-se muito preocupado com o tráfico de droga na África Ocidental e o impacto que este tem nas economias dos países da região, no aumento da violência e na diminuição do respeito pelas leis.

A reunião junta ministros da Justiça ou da Administração Interna dos 15 países da CEDEAO - Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental - entidade organizadora.

Em declarações à Lusa, a mesma fonte do AFRICOM salientou o potencial "desestabilizador" nos países frágeis que representa a ligação entre o narcotráfico e o "extremismo violento" e grupos revoltosos.

"Os lucros do tráfico de drogas levam ao crescimento da corrupção de alto nível, minam os esforços dos governos para implantar a estabilidade e a segurança", destacou Vince Crawley.

Esta situação, adiantou, leva a "fraquezas e ineficiências" nos "esforços das forças de segurança para estabelecer uma presença forte nas cidades e áreas envolventes", e permite "acesso e movimentos facilitados a grupos extremistas e rebeldes locais".

Em entrevista recente à Lusa, o general William "Kip"Ward, responsável pelo AFRICOM, garantiu que esta estrutura terá durante os próximos anos a sua sede em Estugarda, Alemanha, admitindo no futuro deslocar para África algumas valências.

Na fase de lançamento do AFRICOM, Washington aplicou perto de 54 milhões de dólares (34,7 milhões de euros).

Adicionalmente, a administração norte-americana pediu um reforço de 250 milhões de dólares (acima de 160 milhões de euros) para logística, apoio aéreo, segurança fronteiriça e treino das forças de manutenção de paz em África.

Lusa

 

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AMRAAM

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« Responder #12 em: Outubro 29, 2008, 03:02:41 pm »
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El Pentágono quiere que Rota sea su centro de operaciones para África


El nuevo mando militar estadounidense para el continente africano fue inaugurado el 1 de octubre

IGNACIO CEMBRERO - Madrid - 28/10/2008

Estados Unidos acaba de inaugurar un mando militar para África (Africom) y quiere que su centro de operaciones para actuar en ese continente sea la base naval de Rota (Cádiz). El cuartel general de Africom está en Stuttgart (Alemania). "Algunos otros lugares en Europa, como la base naval de Rota, en España, puede servir como importante centro de operaciones para Africom", declaró a mediados de mes el jefe de ese nuevo mando, el general William Ward. No nombró a ninguna otra base estadounidense.

Rota es una base naval y aérea de utilización conjunta hispano-estadounidense, que manda un vicealmirante de la Armada, y cualquier modificación sustancial de las labores que allí se desempeñan requeriría una autorización de la parte española. Unos 8.000 estadounidenses -militares, civiles y sus familiares- viven en la base y zonas aledañas.

A principios de junio, Ward estuvo en Madrid para entrevistarse con el jefe de Estado Mayor de la Defensa, general Félix Sanz Roldán. Este medio le preguntó entonces si la base gaditana de Rota no podría ser una buena opción para Africom, pero respondió echando balones fuera: "No digo que sea una buena ni una mala solución".

Si se confirma el deseo de Washington de ampliar sus actividades en Rota, "el Gobierno español debería primero medir el impacto político, para España en África, de la utilización de esa base por Africom y, si acepta, pedir algo a cambio", afirma un diplomático español vinculado durante años a las negociaciones bilaterales.

Recorte del presupuesto

Ward mencionó la utilización de Rota en declaraciones a Stars and Stripes (Barras y estrellas), el diario de las Fuerzas Armadas estadounidenses, después de que el Congreso de EE UU recortase en un tercio el presupuesto de casi 400 millones de dólares que el presidente George W. Bush había solicitado para el mando creado el 1 de octubre. El general, que es el primer negro que está al frente de uno de los seis mandos del Pentágono, restó importancia a la rebaja presupuestaria. Explicó, por ejemplo, que no será necesario construir una sede en África para Africom porque éste aprovechará las instalaciones existentes en Stuttgart que comparte con el mando estadounidense para Europa, lo que supone un ahorro.

Unas 1.300 personas, en su mayoría civiles, trabajan en el cuartel general de Africom. Su tarea consiste en coordinar y promover los intereses militares y de seguridad de EE UU en África. "Los ejercicios de entrenamiento [con ejércitos africanos] y las operaciones de apoyo logístico no resultarán afectadas por el recorte", aseguró Ward.

En las principales embajadas africanas de EE UU se han instalado también representantes de Africom encargados de la coordinación con las autoridades locales. El Pentágono sólo cuenta con presencia permanente en un país africano, Yibuti. En la antigua base francesa de Camp Lemonnier están instalados unos 1.800 marines.

http://www.elpais.com/articulo/espana/Pentagono/quiere/Rota/sea/centro/operaciones/Africa/elpepuesp/20081028elpepunac_20/Tes
"Con la sangre de un guerrero y el primer rayo de sol, hizo Dios una bandera, y se la dio al pueblo español"
 

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Lince

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« Responder #13 em: Outubro 29, 2008, 04:13:59 pm »
Citação de: "AMRAAM"
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El Pentágono quiere que Rota sea su centro de operaciones para África


El nuevo mando militar estadounidense para el continente africano fue inaugurado el 1 de octubre

IGNACIO CEMBRERO - Madrid - 28/10/2008

Estados Unidos acaba de inaugurar un mando militar para África (Africom) y quiere que su centro de operaciones para actuar en ese continente sea la base naval de Rota (Cádiz). El cuartel general de Africom está en Stuttgart (Alemania). "Algunos otros lugares en Europa, como la base naval de Rota, en España, puede servir como importante centro de operaciones para Africom", declaró a mediados de mes el jefe de ese nuevo mando, el general William Ward. No nombró a ninguna otra base estadounidense.

Rota es una base naval y aérea de utilización conjunta hispano-estadounidense, que manda un vicealmirante de la Armada, y cualquier modificación sustancial de las labores que allí se desempeñan requeriría una autorización de la parte española. Unos 8.000 estadounidenses -militares, civiles y sus familiares- viven en la base y zonas aledañas.

A principios de junio, Ward estuvo en Madrid para entrevistarse con el jefe de Estado Mayor de la Defensa, general Félix Sanz Roldán. Este medio le preguntó entonces si la base gaditana de Rota no podría ser una buena opción para Africom, pero respondió echando balones fuera: "No digo que sea una buena ni una mala solución".

Si se confirma el deseo de Washington de ampliar sus actividades en Rota, "el Gobierno español debería primero medir el impacto político, para España en África, de la utilización de esa base por Africom y, si acepta, pedir algo a cambio", afirma un diplomático español vinculado durante años a las negociaciones bilaterales.

Recorte del presupuesto

Ward mencionó la utilización de Rota en declaraciones a Stars and Stripes (Barras y estrellas), el diario de las Fuerzas Armadas estadounidenses, después de que el Congreso de EE UU recortase en un tercio el presupuesto de casi 400 millones de dólares que el presidente George W. Bush había solicitado para el mando creado el 1 de octubre. El general, que es el primer negro que está al frente de uno de los seis mandos del Pentágono, restó importancia a la rebaja presupuestaria. Explicó, por ejemplo, que no será necesario construir una sede en África para Africom porque éste aprovechará las instalaciones existentes en Stuttgart que comparte con el mando estadounidense para Europa, lo que supone un ahorro.

Unas 1.300 personas, en su mayoría civiles, trabajan en el cuartel general de Africom. Su tarea consiste en coordinar y promover los intereses militares y de seguridad de EE UU en África. "Los ejercicios de entrenamiento [con ejércitos africanos] y las operaciones de apoyo logístico no resultarán afectadas por el recorte", aseguró Ward.

En las principales embajadas africanas de EE UU se han instalado también representantes de Africom encargados de la coordinación con las autoridades locales. El Pentágono sólo cuenta con presencia permanente en un país africano, Yibuti. En la antigua base francesa de Camp Lemonnier están instalados unos 1.800 marines.
http://www.elpais.com/articulo/espana/Pentagono/quiere/Rota/sea/centro/operaciones/Africa/elpepuesp/20081028elpepunac_20/Tes


Duvido. E muito. Não com o Zapatero e o clima tenso que existe actualmente entre os EUA e a Espanha.
Cumprimentos

 

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ShadIntel

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« Responder #14 em: Outubro 29, 2008, 05:01:20 pm »
Citação de: "AMRAAM"
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El Pentágono quiere que Rota sea su centro de operaciones para África


El nuevo mando militar estadounidense para el continente africano fue inaugurado el 1 de octubre

IGNACIO CEMBRERO - Madrid - 28/10/2008

Estados Unidos acaba de inaugurar un mando militar para África (Africom) y quiere que su centro de operaciones para actuar en ese continente sea la base naval de Rota (Cádiz). El cuartel general de Africom está en Stuttgart (Alemania). "Algunos otros lugares en Europa, como la base naval de Rota, en España, puede servir como importante centro de operaciones para Africom", declaró a mediados de mes el jefe de ese nuevo mando, el general William Ward. No nombró a ninguna otra base estadounidense.

Rota es una base naval y aérea de utilización conjunta hispano-estadounidense, que manda un vicealmirante de la Armada, y cualquier modificación sustancial de las labores que allí se desempeñan requeriría una autorización de la parte española. Unos 8.000 estadounidenses -militares, civiles y sus familiares- viven en la base y zonas aledañas.

A principios de junio, Ward estuvo en Madrid para entrevistarse con el jefe de Estado Mayor de la Defensa, general Félix Sanz Roldán. Este medio le preguntó entonces si la base gaditana de Rota no podría ser una buena opción para Africom, pero respondió echando balones fuera: "No digo que sea una buena ni una mala solución".

Si se confirma el deseo de Washington de ampliar sus actividades en Rota, "el Gobierno español debería primero medir el impacto político, para España en África, de la utilización de esa base por Africom y, si acepta, pedir algo a cambio", afirma un diplomático español vinculado durante años a las negociaciones bilaterales.

Recorte del presupuesto

Ward mencionó la utilización de Rota en declaraciones a Stars and Stripes (Barras y estrellas), el diario de las Fuerzas Armadas estadounidenses, después de que el Congreso de EE UU recortase en un tercio el presupuesto de casi 400 millones de dólares que el presidente George W. Bush había solicitado para el mando creado el 1 de octubre. El general, que es el primer negro que está al frente de uno de los seis mandos del Pentágono, restó importancia a la rebaja presupuestaria. Explicó, por ejemplo, que no será necesario construir una sede en África para Africom porque éste aprovechará las instalaciones existentes en Stuttgart que comparte con el mando estadounidense para Europa, lo que supone un ahorro.

Unas 1.300 personas, en su mayoría civiles, trabajan en el cuartel general de Africom. Su tarea consiste en coordinar y promover los intereses militares y de seguridad de EE UU en África. "Los ejercicios de entrenamiento [con ejércitos africanos] y las operaciones de apoyo logístico no resultarán afectadas por el recorte", aseguró Ward.

En las principales embajadas africanas de EE UU se han instalado también representantes de Africom encargados de la coordinación con las autoridades locales. El Pentágono sólo cuenta con presencia permanente en un país africano, Yibuti. En la antigua base francesa de Camp Lemonnier están instalados unos 1.800 marines.
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Gostaria muito de saber quando é que o general Ward ou qualquer oficial do Pentágono declarou a sua preferência por Rota.  :roll:
Na dita entrevista a Stars and Stripes, foi um jornalista que citou a base naval de Rota numa pergunta, o general Ward não evocou qualquer localização outra que Stuttgart.