Paquistão – A maior ameaça para o ocidente?

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André

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« Responder #45 em: Fevereiro 26, 2008, 03:21:44 pm »
Paquistão: novo motivo de inquietação
Alexandre Reis Rodrigues
 

 
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A grande surpresa das eleições legislativas no Paquistão foi o resultado alcançado por Nawaz Shariff, o líder do partido PML (N), que de uns reduzidos 5%, em 2002, passou para 25%. Esta surpresa é ao mesmo tempo mais um dos grandes problemas com que se debate o país para encontrar alguma estabilidade.

Como é que Shariff conseguiu esta “vitória”? Aparentemente, de uma forma muito simples: procurando capitalizar na antipatia dos paquistaneses para com os EUA e o Presidente Musharraf, isto é, procedendo exactamente ao contrário de Bhutto, cujo regresso tinha sido apoiado pelos EUA, sob o entendimento de que seria viável a sua convivência política com Musharraf.

Shariff, tendo sido deposto em 1999 sob acusações de corrupção, e tendo estado exilado 8 anos, precisava de se afirmar perante o país, no curto período de campanha eleitoral, e conquistar as simpatias do PML (Q) nascido do seu Partido (PML (N)), quando se exilou. Shariff percebeu que tinha à mão dois alvos fáceis e de grande valor estratégico: o Presidente, com apenas 15% de aprovação, e os EUA, que a grande maioria dos paquistaneses consideram a maior “ameaça” ao país, vindo mesmo antes da Índia! (89% dos paquistaneses não aprovam a guerra contra o terrorismo empreendida pelos EUA).

O problema é que Shariff, ao conseguir uma posição política relevante, passou a constituir também um elemento de perturbação do quadro político em que o Paquistão se move; ao contrário de Bhutto, mostra-se ambíguo em relação ao islamismo, aparentando, por vezes, estar aberto a um relacionamento próximo com os radicais; mostra pouca disponibilidade para compromissos; tem um ódio visceral ao Presidente Musharraf, que o depôs em 1999, e não está mais “limpo” do que Zardari, o viúvo de Bhutto e actual líder do PPP, quanto a acusações de corrupção. Uma das suas prioridades é trazer de volta o juiz Chaudry à Presidência do Supremo Tribunal e fazer voltar ao serviço os outros juizes afastados por Musharraf, o que o põe numa linha de confronto directo com este.

O PPP de Bhutto, agora chefiado por Zardari, foi o Partido mais votado, conseguindo 33% dos votos; a meio da campanha, percebendo que a campanha anti-americana do PML (N) estava a tirar-lhe apoios, ainda tentou mostrar-se distanciado dos EUA mas isso não chegou para conseguir uma margem de vantagem confortável. Agora, vai ter que fazer uma coligação; em teoria, teria duas hipóteses: aliar-se ao partido de Shariff, somando ambos 58% dos votos ou aliar-se ao partido que tem apoiado Musharraf, o PML (Q), o que corresponderia a uma base de apoio de cerca de 48%. Parece estar já assente que é a primeira hipótese que vai prevalecer, não obstante as pressões que os EUA poderão fazer na outra direcção.

Para que a coligação funcione vão ter que haver muitas cedências de ambos os lados e sobretudo bom senso, atributos que não abundam por aquelas áreas. Shariff vai ter que esquecer muito do que disse durante a campanha e recuar em várias áreas nomeadamente no relacionamento com os EUA, adoptando uma atitude menos agressiva para com o Presidente, em quem a administração americana continua a confiar (teria alguma alternativa segura?).

Ainda no âmbito das relações com os EUA, Shariff vai ter que prestar atenção ao parecer do Exército; o distanciamento político que o general Ashfaq Kayani tem procurado adoptar não irá certamente ao ponto de deixar alienar uma relação de que depende a importante ajuda militar que as Forças Armadas recebem e não vão querer abdicar.

Provavelmente, Shariff vai ter que reconsiderar também a sua intenção de tirar Chaudry da situação de residência fixa em que se encontra há três meses para o pôr de novo à frente do Supremo Tribunal. Esse desfecho pode ter um efeito de ricochete sobre o “branqueamento” que Musharraf lhe deu sobre a sua situação criminal, “limpando” as acusações de corrupção que sobre ele impendem. Chaudry, para manter uma imagem de independência do poder judicial, poderá ter que reconhecer que Musharraf não tinha autoridade para tanto e fazer voltar tudo ao princípio. Zardari, que também tem “telhados de vidro” (ainda não se livrou da alcunha de “senhor 10%”) tem evitado mostrar uma posição clara sobre este assunto, sugerindo que é questão para ser tratada pelo Parlamento.

No meio de tantas dificuldades e de inexperiência de vivência democrática (em 60 anos de existência, 33 foram sob ditadura militar), os motivos de inquietação internacional sobre a possibilidade de o Paquistão conseguir alguma estabilidade no curto prazo aumentaram significativamente com a proeminência política alcançada inesperadamente por Nazir Shariff.

Que farão os EUA neste contexto? Presumivelmente, vão tentar gerir a transição, continuando a trabalhar com Musharraf e apostando nele para fazer a ligação político-militar de que depende a sobrevivência do estado paquistanês. A alternativa de deixar cair o Presidente, que algumas correntes de opinião defendem, seria muito arriscada, não obstante lhes conquistasse simpatias na população e uma melhoria de imagem.
 
Jornal de Defesa

 

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André

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« Responder #46 em: Março 07, 2008, 02:08:21 pm »
Coligação soma quase dois terços dos assentos no Parlamento

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Os três partidos da oposição paquistanesa que decidiram formar Governo de coligação somam quase dois terços da representação no Parlamento, indicou hoje a Comissão Eleitoral
Com a distribuição de assentos para minorias e mulheres no Parlamento do Paquistão, a Comissão Eleitoral deu por encerrada a composição do Parlamento após as eleições de 18 de Fevereiro.

Segundo os resultados, correspondentes a 331 deputados dos 342 que conformam a Assembleia, o Partido Popular do Paquistão (PPP), da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, fica com 120 assentos, outros 90 ficam para a Liga Muçulmana-N (PML-N), do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, e 13 para o Partido Nacionalista Awami (ANP).

Os três partidos somam até agora 223 deputados, perto dos 229 necessários para reconduzir os magistrados do Supremo Tribunal destituídos em Novembro pelo presidente do Paquistão, Pervez Musharraf.

O partido que apoia Musharraf ficou com 51 assentos, segundo a agência estatal APP.

De acordo com a estação Geo TV, o líder do PPP, Asif Alí Zardari, já terá entrado em contacto com alguns dos 18 candidatos independentes com assento de deputado para que se juntem ao Governo, o que daria à coligação os dois terços de representação parlamentar.

Além disso, ainda restam recursos e queixas pendentes de resolução em sete circunscrições, enquanto outras duas continuam sem ser apuradas.

Uma votação foi adiada e registou-se um empate numa circunscrição da Província da Fronteira do Noroeste (NWFP), segundo a APP.

Apesar de faltarem estes resultados, a distribuição de assentos de hoje já desenha o mapa político do Parlamento nacional, que deverá reunir-se em breve para realizar as primeiras sessões, o que dará passagem à formação de Governo.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #47 em: Março 24, 2008, 09:10:16 pm »
Casa Branca espera cooperar com novo governo

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A Casa Branca disse hoje «esperar» poder cooperar com o novo governo paquistanês apesar do risco de conflito entre este e o presidente Pervez Musharraf, aliado dos Estados Unidos.
A porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, felicitou Yousouf Raza Gilani por ter sido eleito para o cargo de primeiro-ministro pela Assembleia Nacional.

Todavia, esta eleição traz para primeiro plano a questão do poder que resta a Musharraf, aliado da administração Bush contra o terrorismo, e as relações entre o Paquistão e os Estados Unidos.

Mal foi eleito, Yousouf Raza Gilani iniciou um braço-de-ferro com Musharraf ordenando a libertação de todos os juízes colocados em prisão domiciliária durante a imposição do estado de emergência decretado por Musharraf em Novembro de 2007.

Estes magistrados preparavam-se para se pronunciarem sobre a validade da reeleição de Musharraf para a presidência.

«A administração (Bush) alegra-se com a ideia de trabalhar com o novo governo no Paquistão, tínhamos boas relações com eles no passado, esperamos que isso vá continuar», disse Perino.

«Esperamos que a transição (política) seja muito pacífica», acrescentou.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #48 em: Março 25, 2008, 05:36:56 pm »
George W. Bush e PM do Paquistão concordam na continuidade da luta antiterror

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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, telefonou hoje ao novo primeiro-ministro do Paquistão, Yousaf Raza Gilani, tendo ambos concordado em prosseguir com os esforços de combate aos militantes islâmicos, afirmou a Casa Branca.

Bush ligou para Gilani horas depois de este ter sido empossado pelo presidente paquistanês, Pervez Musharraf, um aliado fundamental dos EUA na campanha de combate ao terrorismo e que viu o seu poder diminuir dramaticamente no último ano.

«Os dois concordaram que é do interesse de todos continuar com a luta contra os extremistas. Sendo assim, estamos confiantes de que continuaremos a ter uma boa relação com os paquistaneses a esse respeito», afirmou Dana Perino, porta-voz da Casa Branca.

Na segunda-feira, a recém-eleita Assembleia Nacional do Paquistão escolheu como primeiro-ministro do país, por uma ampla maioria de votos, Gilani, um importante líder do Partido do Povo Paquistanês (PPP), ao qual pertencia a ex-primeira-ministra assassinada Benazir Bhutto.

John Negroponte, vice-secretário de Estado dos EUA, e Richard Boucher, secretário assistente de Estado dos EUA, estão no Paquistão para selar alianças com a nova coligação no governo, maioritariamente muçulmano.

Alguns dos novos membros da liderança paquistanesa sugeriram que se inicie um diálogo com os militantes responsáveis por uma série de atentados ocorridos no país. Tais apelos levantam dúvidas sobre se o Paquistão continuará a ser o fiel aliado dos EUA na luta contra esses grupos.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #49 em: Março 26, 2008, 02:26:41 pm »
PM quer solução política para luta antiterrorista

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O novo primeiro-ministro do Paquistão, Yusuf Raza Gilani, disse ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que a luta contra o terrorismo precisa de uma solução global, que inclua meios políticos e programas de desenvolvimento.
Gilani, que foi colaborador da ex-primeira-ministra Benazi Bhutto, assassinada em Dezembro, falou em conversa telefónica na terça-feira com Bush, segundo um comunicado divulgado hoje pelo gabinete do chefe do Governo.

O presidente norte-americano telefonou a Gilani para o felicitar pela eleição como primeiro-ministro.

Gilani foi eleito na terça-feira pelo novo Parlamento, dominado pelas forças opositoras ao presidente Pervez Musharraf, um fiel aliado de Washington.

«O Paquistão continuará a lutar contra todas as formas de terrorismo, porque o interesse nacional depende disso», disse Gilani a Bush.

«No entanto, precisamos de uma visão global, que associe em particular soluções políticas e programas de desenvolvimento», acrescentou, salientando que o Paquistão «está decidido a manter fortes laços com os Estados Unidos a longo prazo».

Antes, a Casa Branca tinha anunciado que Bush manifestou a Gilani a disposição de trabalhar com ele e que ambos salientaram a necessidade de combater o extremismo islâmico.

Gilani deve reunir-se hoje com o número dois do Departamento de Estado norte-americano, John Negroponte, e com o secretário de Estado adjunto para a Ásia Meridional, Richard Boucher.

As declarações foram divulgadas pouco depois do ex-premier Nawaz Sharif, derrubado em 1999 pelo general Pervez Musharraf, ter afirmado aos dois diplomatas norte-americanos que o governo reverá a política antiterrorista do presidente.

Washington acompanha atentamente a evolução da situação política no Paquistão, um aliado chave na luta contra o terrorismo.

O Partido do Povo Paquistanês de Benazir Bhutto e o grupo de Sharif derrotaram os aliados de Musharraf nas eleições legislativas de Fevereiro, o que representou uma viragem radical na política deste país, quase nove anos depois do golpe de Estado de Musharraf.

Os Estados Unidos prometeram enviar 750 milhões de dólares durante os próximos cinco anos para as empobrecidas e violentas regiões tribais do Paquistão.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #50 em: Março 27, 2008, 04:50:26 pm »
EUA intensificam ataques em zonas tribais do Paquistão ...

Os EUA estão a intensificar os ataques contra combatentes islamitas nas zonas tribais do noroeste do Paquistão, informa hoje o jornal Washington Post.

De acordo com o diário, que cita fontes norte-americanas, Washington quer infligir o maior dano possível aos talibãs e aos membros da Al-Qaeda no Paquistão num momento de incerteza sobre o futuro político do presidente Pervez Musharraf, importante aliado dos Estados Unidos.

A oposição venceu as eleições legislativas de 18 de Fevereiro e formou o novo governo.

O novo primeiro-ministro, Yusuf Raza Gilani, disse ao presidente norte-americano George W. Bush que o país precisa de uma táctica global para combater o terrorismo, que inclua medidas políticas.

Entretanto, um dos líderes da coligação de governo, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, advertiu que o país vai rever a estratégia antiterrorista.

Segundo o Washington Post, nos últimos três meses os norte-americanos atacaram pelo menos três lugares utilizados pela Al Qaeda nas zonas tribais fronteiriças com o Afeganistão, matando 45 árabes, afegãos e outros combatentes estrangeiros.

As operações acontecem dentro de um «acordo tácito» com Musharraf e o chefe do Estado-Maior paquistanês, o general Ashfaq Kayani, segundo o qual os norte-americanos podem atacar os combatentes estrangeiros no Paquistão, mas não os talibãs locais, segundo o Washington Post.

Lusa
« Última modificação: Setembro 23, 2008, 05:02:04 pm por André »

 

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« Responder #51 em: Agosto 14, 2008, 02:53:05 pm »
Musharraf apela à reconciliação nacional

O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, apelou hoje aos partidos políticos para que «enterrem as suas diferenças» para procurar estabilidade política e o desenvolvimento económico no país.

Num discurso transmitido pela televisão por ocasião do 61º aniversário da independência nacional, Musharraf apelou a uma «reconciliação» entre as diferentes facções políticas do país, numa altura em que pode estar à beira de ser destituído.

«Faço um apelo a todos elementos para que adoptem uma abordagem de reconciliação, de forma que haja estabilidade política e possamos confrontar com firmeza os problemas reais que o país enfrenta», afirmou Musharraf.

«Os nossos adversários estão a tentar desestabilizar o Paquistão em diversas frentes, tanto interna como externamente», prosseguiu.

Acrescentou que o país enfrenta uma «fase difícil da história», mas «nunca esteve tão forte», segundo a BBC.

O governo paquistanês precisa de enfrentar desafios como o aumento dos preços na alimentação e combustíveis, a desvalorização da moeda (rúpia paquistanesa), e uma campanha de milícias talibãs ao longo da fronteira noroeste com o Afeganistão.

As declarações de Musharraf ocorrem no meio de pressão crescente da própria coligação de governo, que na semana passada concordou com o início dos procedimentos de destituição contra o presidente, por corrupção e abuso de poder.

Quarta-feira, as assembleias de três províncias - Punjab, Sindh e Fronteira Noroeste - aprovaram resoluções a favor da destituição presidencial.

Musharraf já disse que prefere renunciar a enfrentar os procedimentos de destituição. O presidente tem a prerrogativa de dissolver o Parlamento, mas muitos analistas crêem que não a utilizará.

O general chegou ao poder através de um golpe em 1999, entregando o poder ao exército no ano passado. A coligação está no governo desde Fevereiro.

Lusa

 

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« Responder #52 em: Agosto 18, 2008, 04:59:20 pm »
Presidente do Paquistão anuncia demissão



O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, anunciou hoje a sua demissão, em discurso transmitido pela televisão nacional.

Pervez Musharraf ia enfrentar brevemente uma moção de censura no parlamento paquistanês, que poderia resultar na sua destituição. A demissão surge como uma fuga a esse cenário.

No anúncio da demissão, cujo pedido será entregue ainda hoje ao parlamento, Musharraf defendeu a sua governação, a boa performance económica do país, e declarou-se alvo de «mentiras» por parte da oposição, que o acusa de diversas inconstitucionalidades.

Pervez Musharraf, um dos principais aliados dos Estados Unidos na luta contra o terrorismo, chegou ao poder em 1999 por meio de um golpe de estado, na altura condenado pela maior parte da comunidade internacional.

Desde então, Musharraf enfrentou duras críticas de vários sectores da sociedade paquistanesa, e sobretudo do poder judicial. A sua governação foi marcada por vários golpes palacianos e por uma impopularidade crescente.

Em Fevereiro deste ano, as eleições legislativas resultaram na derrota final de Musharraf, que desde então conta com um parlamento hostil. A última campanha eleitoral foi ainda marcada pelo assassinato de Benazir Bhutto, uma das principais rivais do presidente.

SOL

 

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André

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« Responder #53 em: Novembro 03, 2008, 06:29:54 pm »
Petraeus no Paquistão, onde a violência preocupa Washington

O general David Petraeus, novo chefe das operações militares norte-americanas no Afeganistão e no Iraque, visitou hoje o Paquistão, numa demonstração da preocupação de Washington face à escalada da violência neste país.
Após a visita deve ser reexaminada a estratégia dos Estados Unidos no Afeganistão e nas zonas tribais paquistanesas.

Entretanto, os dirigentes paquistaneses aproveitaram a ocasião para reiterar, em termos firmes, a sua oposição aos disparos de mísseis norte-americanos no respectivo território.

«Estes disparos são contraproducentes e dificilmente justificáveis quando provêm de um governo democraticamente eleito, e criam uma falta de credibilidade», declarou o presidente Asif Ali Zardari ao receber o general Petraeus.

Os tiros de mísseis podem «fomentar sentimentos anti-americanos e provocar uma onda de violência na população», advertiu, por sua vez, o Ministério da Defesa paquistanês.

Estes disparos norte-americanos contra esconderijos de insurrectos no noroeste do Paquistão, na fronteira com o Afeganistão, abalaram as relações entre os dois países, aliados na guerra contra o terrorismo desde os atentados de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington.

David Petraeus, 55 anos, que assumiu o cargo sexta-feira depois de ter obtido vários sucessos na guerra contra os rebeldes no Iraque, encontrou-se em Islamabad com os dirigentes civis e militares do Paquistão, antes de viajar para o Afeganistão, segundo a imprensa.

Sgundo muitos especialistas, as zonas tribais do noroeste do Paquistão tornaram-se a «nova frente» da guerra contra o terrorismo, onde se entrincheiraram talibãs afegãos expulsos do seu país desde 2001 e outros rebeldes ligados à rede Al Qaeda.

Washington e Cabul afirmam que estes grupos lançam a partir daquelas zonas ataques contra as forças internacionais no Afeganistão, e acusam Islamabad de não se empenhar o suficiente para os combater.

Lusa

 

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Miguel

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« Responder #54 em: Dezembro 07, 2008, 10:09:49 am »
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Pakistan: 65 camions de l'Otan brûlés
AFP
07/12/2008 | Mise à jour : 09:20 | Commentaires 3 | Ajouter à ma sélection
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Des insurgés ont attaqué un dépôt de l'Otan au Pakistan, incendiant 65 camions devant approvisionner les troupes en Afghanistan et tuant un gardien, a-t-on appris auprès de la police.

Environ 250 insurgés armés, présentés comme étant des talibans, ont encerclé un terminal de l'Otan près de la ville de Peshawar, dans le nord-ouest du pays, et ont désarmé une dizaine de gardiens avant d'arroser les camions d'essence et y mettre le feu, selon la police. "Ils ont envahi le principal terminal et ont incendié chacun des camions qui s'y trouvait", a précisé un officier de police.

L'un des gardiens a été tué, a précisé Abdul Qadir Qamar, un haut responsable policier. Selon lui, les camions étaient remplis de provisions pour les soldats de l'Otan en Afghanistan. Les insurgés, qui avaient volé le carburant dans une station-service voisine, se sont enfuis, selon M. Qamar.

Il y a moins d'une semaine, des talibans avaient mis le feu à Peshawar à une dizaine de camions contenant des provisions destinées aux troupes de l'Otan en Afghanistan, et avaient tué deux personnes.
 

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André

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« Responder #55 em: Fevereiro 17, 2009, 07:45:41 pm »
NATO preocupada com acordo do Paquistão com militantes

A NATO manifestou hoje perocupação depois depois de o Paquistão ter assinado um pacto com militantes islâmicos para aplicar a lei islâmica no vale do Swat, no noroeste do país, a fim de tentar conter a insurreição dos talibãs na região.

«Estamos todos preocupados com uma situação em que extremistas terão um paraíso seguro», disse o porta-voz da NATO James Appathurai a jornalistas.

A NATO lidera uma força internacional que combate militantes talibãs no vizinho Afeganistão, e Appathurai disse não saber se o acordo tornará a tarefa mais difícil, mas disse que «é certamente motivo para preocupação».

O porta-voz disse que a NATO não duvida do compromisso do governo paquistanês e do presidente Asif Ali Zardari para combater o extremismo.

Acrescentou que a NATO e o Paquistão querem aprofundar a cooperação na luta contra os militantes.

«Mas continua sendo o caso, sem duvidar da boa-fé do governo paquistanês, que essa região está a sofrendo muito severamente com o extremismo, e nós não queremos que isso piore», airmou.

Uma rebelião eclodiu em Swat em 2007, e os militantes controlam agora o vale alpino a apenas 130 quilómetros a noroeste da capital Islamabad.

O acordo para introduzir a lei Islâmica foi alcançado em conversas entre líderes islâmicos e autoridades do governo da província da Fronteira Norte Oeste, em Peshawar, na segunda-feira.

O enviado dos Estados Unidos ao Paquistão e Afeganistão, Richard Holbrooke, disse numa visita à Índia, na segunda-feira, que a situação em Swat mostra que norte-americanos, paquistaneses e indianos enfrentam o mesmo inimigo.

Lusa

 

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André

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« Responder #56 em: Março 28, 2009, 01:11:43 pm »
EUA acusam inteligência do Paquistão de ligações com a Al-Qaeda


Responsáveis militares dos Estados Unidos afirmam haver provas de que elementos dentro dos serviços de inteligência militar do Paquistão continuam a dar apoio a militantes dos talibãs e da Al-Qaeda.

As afirmações de altos comandantes militares norte-americanos foram feitas após o presidente Barack Obama ter anunciado a sua nova estratégia para o Afeganistão, na sexta-feira.

Segundo esses responsáveis, a inteligência militar paquistanesa precisa de interromper o apoio aos insurrectos.

Numa entrevista à televisão norte-americana, o chefe do Estado Maior das Forças Armadas norte-americanas, almirante Mike Mullen, disse que a ISI, a agência de inteligência militar paquistanesa, mantém laços com militantes de ambos os lados da fronteira com o Afeganistão e da fronteira com a Índia.

Noutra entrevista, o chefe do Comando Central dos Estados Unidos, general David Petraeus, disse que alguns grupos militantes foram estabelecidos pela ISI e que as suas ligações com a agência continuam.

Outros responsáveis, que falaram ao jornal The New York Times sob anonimato, deram mais pormenores sobre a acusação.

Segundo eles, o fortalecimento dos talibãs no sul do Afeganistão estaria sendo possibilitado pelo envio de suprimentos militares do Paquistão.

O jornal disse que a vigilância eletrónica e informadores tinham mostrado que o nível de cooperação entre a agência e esses grupos era mais forte do que se pensava anteriormente.

Os líderes paquistaneses negam publicamente qualquer envolvimento com os grupos militantes.

As autoridades norte-americanas admitem que os contactos podem não incluir os mais altos níveis das Forças Armadas e do governo paquistanês.

No entanto, os Estados Unidos parecem estar a perder a paciência com o Paquistão.

O general Petraeus disse que tinha casos recentes nos quais agentes da ISI pareciam ter avisado militantes cujos esconderijos tinham sido descobertos.

Acrescentou que a confiança no Paquistão será claramente afectada se as operações militares continuarem a ser prejudicadas por vazamentos de informações de inteligência.

Lusa

 

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André

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« Responder #57 em: Maio 04, 2009, 05:12:53 pm »
Arsenal nuclear paquistanês está «seguro» diz chefe militar norte-americano



O arsenal nuclear paquistanês está «seguro», e não cairá nas mãos dos extremistas, garantiu hoje o chefe de Estado-Maior norte-americano, o almirante Michael Mullen.

«Estou convencido de que o arsenal nuclear do Paquistão está seguro», afirmou Mullen em conferência de imprensa.

Questionado sobre o risco de que este armamento nuclear possa cair nas mãos dos talibãs, que estão a ganhar força no Paquistão, respondeu: «não acho que isso possa acontecer, mas trata-se de uma preocupação estratégica, que todos nós partilhamos».

Quarta-feira, o presidente Barack Obama também tentou tranquilizar os norte-americanos sobre a ameaça nuclear paquistanesa.

Entretanto, segundo o New York Times de hoje, o governo norte-americano está muito preocupado com a vulnerabilidade daquele arsenal, num momento em que o Paquistão está a ver os talibãs a aproximarem-se cada vez mais da capital, Islamabad.

O almirante Mullen, que acaba de regressar de uma viagem ao Médio Oriente e à Ásia Central, reiterou a sua preocupação com a situação no Paquistão.

Lusa

 

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Jorge Pereira

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« Responder #58 em: Maio 07, 2009, 01:21:04 am »
Aconselho vivamente a seguir o que se está a passar no Paquistão. É no mínimo PREOCUPANTE.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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André

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« Responder #59 em: Maio 11, 2009, 05:32:44 pm »
Governo indiano está preocupado com avanço dos talibãs

O governo indiano está preocupado com o avanço dos talibãs em território paquistanês, mas não pode fazer muito para alterar a situação, lamentou a analista indiana Radha Kumar.

Directora do Nelson Mandela Centre for Peace and Conflict Resolution da Universidade Jamia Millia, em Nova Deli, Radha Kumar esteve em Portugal para participar nas Conferências do Estoril, que terminaram sábado.

A propósito dos combates entre o exército paquistanês e os talibãs no vale do Swat, na Fronteira Noroeste, e do facto de os rebeldes já terem chegado a 100 quilómetros de Islamabad, a investigadora comentou que «o governo indiano já se preocupa há muito, muito tempo».

«Sentimo-nos como Cassandras (profetisa da mitologia grega) totalmente frustrados. Observamos a situação desde 1996/97 (início do regime talibã no Afeganistão) e dizemos que este é o perigo e tem crescido e o nosso poder para fazer alguma coisa é tão limitado» , lamentou.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou hoje que pelo menos 360 mil habitantes fugiram nos últimos 10 dias daqueles combates no vale de Swat, capturado há dois anos por talibãs ligados à Al-Qaeda.

Em meados de Fevereiro, Islamabad assinou um acordo de paz, segundo o qual aceitava um cessar-fogo em troca da instauração, em Swat e em outros seis distritos, de tribunais islâmicos.

Mas os rebeldes não só não depuseram as armas como aproveitaram o cessar-fogo para ganhar terreno, capturando Dir Inferior e Buner, a uma centena de quilómetros de Islamabad.

Radha Kumar referiu que a Associação para a Cooperação Regional no Sul da Ásia (SAARC na sigla em inglês), criada em 1985 pelo Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão e Sri Lanka e a que o Afeganistão aderiu em 2007, se limita aos assuntos económicos e comerciais.

Na mesma altura em que aderiu ao SAARC, o «Afeganistão concordou com uma iniciativa regional do sul da Ásia contra o terrorismo, mas é um acordo no papel, ainda não temos cooperação», explicou.

«Agora temos de ver se conseguimos pôr substância nesse acordo. Se conseguíssemos cooperação regional contra o terrorismo estaríamos a construir os alicerces para a SAARC se tornar uma séria organização de paz, assim como de comércio» , disse ainda a analista indiana que coordena o programa sobre Paz e Conflitos do Delhi Policy Group.

«Mas isso só acontecerá se os Estados Unidos e a Europa pressionarem o Paquistão para permitir que isso aconteça» , salientou Radha Kumar.

Lusa