Fuzileiros Operacionalidade

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Fuzileiros Operacionalidade
« em: Dezembro 21, 2023, 01:06:57 pm »
Boa tarde, antes de mais excelente fórum que aqui têm. Tenho uma questão acerca dos fuzileiros que surge após me informar acerca deles e perceber que os mesmos eram subaproveitados participando em poucas missões ao contrário de outros ramos e unidades das forças armadas.

Citar
"Os Fuzileiros têm sido subaproveitados nas missões expedicionárias que as Forças Armadas cumprem" desde 1996, quando voltaram ao exterior após o fim da guerra colonial, disse ontem Miguel Machado, tenente-coronel paraquedista na reforma e responsável pelo site especializado www.operacional.pt.

"O Corpo de Fuzileiros é uma unidade de elite, deve ser empregue nos teatros de operações da actualidade onde Portugal está empenhado sob pena das suas capacidades, e mesmo motivação, se degradarem", adiantou o militar ao DN, lembrando que "há muitos anos que não cumprem uma única missão expedicionária, tipo Força Nacional Destacada [FND]".

https://www.dn.pt/portugal/amp/o-regresso-dos-fuzileiros-as-missoes-expedicionarias-8818335.html

De todas as forças armadas “elite” de Portugal os fuzileiros são os que me chamam mais a atenção no entanto não quero ir para Lisboa durante 6, 8, 10 ou 12 anos chegar ao fim e perceber que pouco fiz e pouco me desenvolvi em termos de experiência profissional propriamente dita.

Tendo isto em conta, a minha questão é se não me arrependerei de entrar nos fuzileiros como praça apesar de ter a possibilidade de entrar como oficial visto que sou licenciado.

Obrigado e Bom Natal!
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Re: Fuzileiros Operacionalidade
« Responder #1 em: Dezembro 21, 2023, 01:18:41 pm »
Boa tarde,

Se tens a possibilidade de entrar como oficial, concorrendo à Escola Naval, a minha opinião é que deverá ser por aí. Contudo já estou fora à bastantes anos e creio que agora não existe a especialidade de FZ na EN, terás de a tirar depois como "subespecialidade".

Como praça, estarás sempre muito mais limitado na tua carreira, isto se o que almejas é uma vida militar. Se é apenas para ir lá fazer uns anos de contracto de depois sair, considera bem isso. Não o aconselho a ninguém e é apenas tempo que se perde na construção de uma carreira/vida civil.

Quanto aos FZ serem subaproveitados, apenas posso falar do que vi e, das impressões que tirei ao longos dos anos e missões, trata-se da guerra de quintas e quintinhas. Se os FZ começaram a fazer missões, sendo que a Forrez a a Crocodilo foram porque não havia outra opcão, nos outros casos, como a de 2000 (Agrupamento Conjunto Alfa), foi devido ao facto de o Exercito simplesmente não ter os meios para guarnecer todas as FND, nada mais. Caso contrario a malta ainda andava a brincar aos cowboys no Pinheiro da Cruz e nada mais.

Seja qual for a tua decisão, a melhor das sortes.
 
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Re: Fuzileiros Operacionalidade
« Responder #2 em: Dezembro 21, 2023, 02:32:36 pm »
Se é Licenciado pode concorrer com Oficial em Regime de Contrato.

Para desenvolver carreira como Oficial nos Quadros Permanentes, terá de ser Licenciado e Mestre pela Escola Naval: https://escolanaval.marinha.pt/pt/ensino
 
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Re: Fuzileiros Operacionalidade
« Responder #3 em: Dezembro 21, 2023, 03:04:50 pm »
Não duvidando das capacidades do interveniente, se não passares nos testes qual a outra opção?

A parte do QP como oficial não será uma realidade fácil de atingir, apesar de existir um quadro de oficiais técnicos na Marinha, as vagas escasseiam.

Como Praça se tirares a "pele de licenciado" e andares nas pistas de lama como os restantes, é tentar o não está garantido.

O que é para ti Operacionalidade?

O sargento especialista em tiro e armamento, que faz do tiro a vida dele é menos operacional que o elemento que ele treina, que ele apura para em missão no estrangeiro se possa proteger e defender os camaradas em caso de necessidade, empregando todos os ensinamentos que o sargento do tiro lhe transmitiu?

O militar Fuzileiro (ou qualquer outro de outro ramo que esteja numa tropa especial) não se traduz só em missões no estrangeiro ou em território nacional.

Na marinha há uns que te vão dizer...Operacionalidade...tens de ir para o DAE...e entrar?, e passar no curso? e ficar apto nas formações?

Mas abreviando e tirando as missões do DAE que têm um caráter mais reservado, os Fuzileiros destacam com regularidade enquanto Força Nacional Destacada para a Lituânia, para uma unidade militar próximo da cidade de Klaipeda. (tem mulheres lindas...muitas...muitas mesmo).

Os outros gajos que destacam em grande número por períodos de 6 meses em rotação são os Comandos e os Páraquedistas para a RCA no âmbito de uma missão das Nações Unidas.

Depois a operacionalidade nas referidas missões varia...
Um abraço
Raphael
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Re: Fuzileiros Operacionalidade
« Responder #4 em: Dezembro 21, 2023, 03:44:53 pm »
Não duvidando das capacidades do interveniente, se não passares nos testes qual a outra opção?

A parte do QP como oficial não será uma realidade fácil de atingir, apesar de existir um quadro de oficiais técnicos na Marinha, as vagas escasseiam.

Como Praça se tirares a "pele de licenciado" e andares nas pistas de lama como os restantes, é tentar o não está garantido.

O que é para ti Operacionalidade?

O sargento especialista em tiro e armamento, que faz do tiro a vida dele é menos operacional que o elemento que ele treina, que ele apura para em missão no estrangeiro se possa proteger e defender os camaradas em caso de necessidade, empregando todos os ensinamentos que o sargento do tiro lhe transmitiu?

O militar Fuzileiro (ou qualquer outro de outro ramo que esteja numa tropa especial) não se traduz só em missões no estrangeiro ou em território nacional.

Na marinha há uns que te vão dizer...Operacionalidade...tens de ir para o DAE...e entrar?, e passar no curso? e ficar apto nas formações?

Mas abreviando e tirando as missões do DAE que têm um caráter mais reservado, os Fuzileiros destacam com regularidade enquanto Força Nacional Destacada para a Lituânia, para uma unidade militar próximo da cidade de Klaipeda. (tem mulheres lindas...muitas...muitas mesmo).

Os outros gajos que destacam em grande número por períodos de 6 meses em rotação são os Comandos e os Páraquedistas para a RCA no âmbito de uma missão das Nações Unidas.

Depois a operacionalidade nas referidas missões varia...

Peço desculpa penso que me expressei mal. Obviamente que os fuzileiros e restantes militares da marinha quer estejam no terreno ou em “terra” a fornecer treino e educação, são importantíssimos na manutenção e prontidão da força. O que referiu não era de todo a idea que queria transmitir mas faço um mea culpa.

A minha pergunta ia mais de encontro se os fuzileiros tinham missões regulares como têm por exemplo os Rangers ou até os Comandos.

Acho que podemos concordar que os fuzileiros têm um pouco menos de protagonismo no que toca a missões no estrangeiro. Era aí que queria chegar com a palavra operacionalidade mas sem dúvida não foi o termo correto. A DAE deve com concerteza ver muita ação mas entrar nos fuzileiros com o objetivo de ir para a DAE é um tiro no escuro dado a dificuldade de ingresso. A parte física certamente não seria problema para mim a parte mental é que ainda não foi testada.
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Re: Fuzileiros Operacionalidade
« Responder #5 em: Dezembro 21, 2023, 04:29:57 pm »
off-topic: muitas vezes o fisico que pensamos não ser problema quebra pelas fragilidades do mental...não se separam assim com tanta facilidade. Mas tudo se consegue.

Um abraço
Raphael
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Re: Fuzileiros Operacionalidade
« Responder #6 em: Dezembro 21, 2023, 05:42:32 pm »
off-topic: muitas vezes o fisico que pensamos não ser problema quebra pelas fragilidades do mental...não se separam assim com tanta facilidade. Mas tudo se consegue.

Exato, tal como disse sou abençoado geneticamente no que toca a saúde (pelo menos até agora, graças a Deus) e atleticismo. Falta ver se parte mental também é rija.
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Re: Fuzileiros Operacionalidade
« Responder #7 em: Dezembro 24, 2023, 01:35:37 pm »
off-topic: muitas vezes o fisico que pensamos não ser problema quebra pelas fragilidades do mental...não se separam assim com tanta facilidade. Mas tudo se consegue.

Exato, tal como disse sou abençoado geneticamente no que toca a saúde (pelo menos até agora, graças a Deus) e atleticismo. Falta ver se parte mental também é rija.

É a parte mais complexa.

Durante o CFG vi muitas "máquinas" a nível fisico, irem abaixo psicologicamente, com a pressão constante dos instructores, agravada pela falta de sono devido aos inúmeros graus de prontidão com que eramos brindados durante a noite.

É certo que a instrução mudou para uma forma mais positiva, à qual eu não concordo. Se dantes a malta era constantemente pressionada para desistir, a ser rebaixada e a colocar em dúvida as suas capacidades através de comentários negativos e havia graus de prontidão que só acabavam quando tivessem desistido o numero de instruendos que eles lá achavam que deveriam desistir, agora sei que a coisa é dada de uma forma mais a encorajar o instruendo a e fazer o mesmo acreditar no seu potencial.  Sei que isso deveu-se principalmente às altas taxas de desistências somado ao escasso numero de voluntários que passavam nas provas de admissão. Chegares ao final dos primeiros 15 dias de CFG e teres quase 50% de pedidos de desistir......

Não estou a dizer que é bom ou mau sistema, estou a dizer que não concordo, penso que o sistema anterior formava pessoal mais capaz de aguentar as adversidades e só quando for colocada à prova em combate de alta intensidade é que ficaremos a saber se o modelo realmente funciona ou não.
« Última modificação: Dezembro 24, 2023, 01:36:09 pm por FoxTroop »
 

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Re: Fuzileiros Operacionalidade
« Responder #8 em: Dezembro 24, 2023, 02:33:28 pm »
FoxTroop o problema é que o combate de alta intensidade que falas que eles possam ter num futuro próximo é no combate ao narcotrafico em apoio à Policia Martima e ao GAT em ações especificas...

A não ser que as coisas na Lituânia aqueçam bastante...
Um abraço
Raphael
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Re: Fuzileiros Operacionalidade
« Responder #9 em: Dezembro 24, 2023, 06:07:35 pm »
FoxTroop o problema é que o combate de alta intensidade que falas que eles possam ter num futuro próximo é no combate ao narcotrafico em apoio à Policia Martima e ao GAT em ações especificas...

A não ser que as coisas na Lituânia aqueçam bastante...

Espero que continue a ser só isso. Situações em que os riscos são limitados, a iniciativa é nossa e o controlo dos espaços e espectros também.

Quanto á Lituânia, não acredito que vá aquecer, a não ser que haja algum movimento estupido por parte do "nosso lado".

Agora creio que, e concordo com, a opinião do general Cavoli. As FA dos países NATO não estão preparadas para o tipo de combate de alta intensidade que se verifica na Ucrânia. Uma coisa foi andar décadas a bater em pés rapados, outra coisa é um adversário que tem a capacidade de contestar e atacar as nossas LOCS e negar espaço de manobra.

Muitas lições estão a ser tiradas deste conflito, e devemos começar imediatamente a criar uma capacidade de autossuficiência em munições e armamento ligeiro, assim como voltar a um SMO que permita garantir um minimo de 75% de total de efectivos entre mobilizáveis e activos.

Também penso que o treino deveria voltar a ser adaptado ao conflito classico em vez dessa "tretas" de hearts and minds e ajudar velhinhas a atravessar a rua.

Um abraço e Feliz Natal para si e para os seus.
 
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Re: Fuzileiros Operacionalidade
« Responder #10 em: Dezembro 25, 2023, 01:01:27 pm »
É a mentalidade como a do Raphael, que graça nas nossas FA...
Pois supostamente, as guerras tinham acabado, só seriam necessárias as FA para missões ONU.
Não precisamos de F-35, nem fragatas, nem sistemas de armas que gerem destruição, só coisas fofas.
Cps
 
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Re: Fuzileiros Operacionalidade
« Responder #11 em: Dezembro 25, 2023, 07:10:06 pm »
É a mentalidade como a do Raphael, que graça nas nossas FA...
Pois supostamente, as guerras tinham acabado, só seriam necessárias as FA para missões ONU.
Não precisamos de F-35, nem fragatas, nem sistemas de armas que gerem destruição, só coisas fofas.
Cps
Ainda há muita gente que não percebeu as mudanças geopolíticas titânicas que aconteceram recentemente.
 
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Re: Fuzileiros Operacionalidade
« Responder #12 em: Dezembro 25, 2023, 07:51:46 pm »
É a mentalidade como a do Raphael, que graça nas nossas FA...
Pois supostamente, as guerras tinham acabado, só seriam necessárias as FA para missões ONU.
Não precisamos de F-35, nem fragatas, nem sistemas de armas que gerem destruição, só coisas fofas.
Cps

Subsea7... não tens homens para dotar os meios, e não vamos ter num futuro próximo...

Para quê gastar à barda em meios que não teremos capacidade de operar?

Não é uma questão de mentalidade, é a realidade das coisas...queres ter os meios mais avançados, ok capacidades, disuasão, show of force.... mas depois não tens o core, o man power para os operar e para os suster/sustentar.

A minha mentalidade, nem se liga com a geopolitica, porque podemos tentar ser estratégicos...mas depois quando vamos ao operacional e ao tatico não temos os meios humanos.

Explica-me lá sff...como dás a volta à escassez de efetivos (sem mexer em ordenados) para operar a renovação de meios que propões...

A serio...como?
Um abraço
Raphael
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Re: Fuzileiros Operacionalidade
« Responder #13 em: Dezembro 27, 2023, 03:25:03 pm »
Tenho de concordar com o Raphael nalguns pontos. Sem uma alteração profunda das coisas, querer ter brinquedos caros é apenas e só isso. Por exemplo, uma das razões que me leva a não concordar com os F-35 para Portugal, é que vão ser apenas e só uns brinquedos caros, com pouca ou nenhuma utilidade para o que eu considero que deveriam ser os interesses da nossa Nação.

Não considero a questão salarial porque, para mim, não faz sentido num país como o nosso, querer ter umas FA totalmente de voluntários/profissionais. não temos nem massa humana, nem capacidade financeira para sustentar umas FA totalmente profissionais.
Devemos voltar a um SMO capaz, que forme militares com conhecimentos suficientes para criar uma reserva mobilizável em tempos de crise. O que vi na Finlândia pareceu-me um bom exemplo que podemos ajustar à realidade do nosso país.

Criar uma industria de base para suprimento das nossas necessidades ligeiras. Armas individuais, munições e partes sobresselentes. Voltar a criar e manter uma reserva estratégica de guerra.

Acima de tudo, perceber o que queremos defender e do que nos queremos defender. Sem responder a estas duas questões, tudo o resto é deitar dinheiro fora.