Guiné-Bissau

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teXou

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« Responder #105 em: Março 02, 2009, 08:56:23 pm »
Citação de: "TOMSK"
....
O texou bem percebeu o que o dannymu disse, não é preciso essas indirectas...

Eu sei o que está ligado a palvra "indígenas" no Estado Novo. É que todos sabem bem o que esta linguagem quer dizer ? É que todos sabem as humilhações, recusa da pessoa, da nacionalidade e de racismo que aquilo significava ?  :conf:
"Obviamente, demito-o".

H. Delgado 10/05/1958
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dannymu

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« Responder #106 em: Março 02, 2009, 08:57:11 pm »
Citação de: "teXou"
Citação de: "dannymu"
...  TODOS os soldados indígenas ... .
Indígenas ???????  :conf:

Eram soldados de segunda zona ?  :roll:


Não era isso que eu queria dizer. Eu apenas estava a falar sobre os soldados africanos da Guiné-Bissau. Para mim tais soldados são todos Portugueses e não há diferença entre Portugueses da Guiné-Bissau e de Portugal. Pelos vistos usei a palavra errada. As minhas desculpas pela confusão.
« Última modificação: Março 02, 2009, 09:01:26 pm por dannymu »
 

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teXou

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« Responder #107 em: Março 02, 2009, 09:01:02 pm »
:Palmas:

Obrigado ...   :G-beer2:

Peço também desculpa. Mas fico paranóico tendo em conta os propósitos que alguns têm impunemente neste fórum.
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dannymu

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« Responder #108 em: Março 02, 2009, 09:04:30 pm »
Citação de: "teXou"
:G-Ok:  :G-beer2:

Peço também desculpa. Mas fico paranóico tendo em conta os propósitos que alguns têm impunemente neste fórum.


 :G-beer2: Não tem problema. Eu também fico paranóico quando vejo certos tipos de palavras, especialmente porque sou de origem Goesa e às vezes tenho algum receio de ser vítima de racismo. Apesar disso só fui vítima de racismo em uma ou duas pequenas ocasiões numa escola em Portugal.
 

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TOMSK

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« Responder #109 em: Março 02, 2009, 09:12:06 pm »
Citação de: "teXou"
Eu sei o que está ligado a palvra "indígenas" no Estado Novo. É que todos sabem bem o que esta linguagem quer dizer ? É que todos sabem as humilhações, recusa da pessoa, da nacionalidade e de racismo que aquilo significava ?  :conf:


Felizmente esse "Estatuto dos Indígenas" foi depois revogado pelo novo Ministro do Ultramar, Adriano Moreira, entre outras medidas que melhoraram as condições de vida e estatutos desses portugueses.
 

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dannymu

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« Responder #110 em: Março 02, 2009, 09:29:58 pm »
Perdoem a minha ignorânica, mas o que era esse "Estatuto dos Indígenas"? Procurei no google e não vi nada de jeito ou relevante...
 

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teXou

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« Responder #111 em: Março 02, 2009, 09:59:13 pm »
Citação de: "dannymu"
Perdoem a minha ignorânica, mas o que era esse "Estatuto dos Indígenas"? Procurei no google e não vi nada de jeito ou relevante...


Vamos deixar tempo para que o TOMSK tenha tempo de nos dar a retórica do Estado Novo e depois vamos ver o que esse estatuto mudou realmente ou não, na via do dia a dia dos nativos (trabalho, escola, vida social, ...).  :nice:
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H. Delgado 10/05/1958
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HSMW

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« Responder #112 em: Março 02, 2009, 10:00:23 pm »
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O morte do presidente da Guiné-Bissau, Nino Vieira, vem confirmar o estado desesperado em que se encontra esta nação luśofona… Nino Vieira teria sido morto nesta madrugada de 2 de março de 2009, por um grupo de militares ligados ao falecido Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas guineenses, o general João Tagme Na Waie, que teria falecido na explosão de uma bomba detonada por controlo remoto e que destruiu por completo o edifício onde se encontra instalado o Estado-Maior. Nino Vieira teria sido assassinado ao tentar abrigar-se na embaixada do Brasil.

Nino Veira tinha sido afastado do poder - depois de um acumular de rumores ligando-o e à sua mulher a esquemas de corrupção - em 1999, depois de um golpe de estado militar onde a Marinha portuguesa haveria de cumprir um papel muito mais ativo do que a História haverá alguma vez de registar. Eleito em meados de 2005, regressaria ao poder, abandonando o apoio do seu nebuloso amigo Valentim Loureiro, em Portugal e reassumindo a função presidencial.

A sua morte teria resultado de um ataque de forças militares à sua residência e teria resultado de uma reacção à morte do Chefe de Estado-Maior, onde se suspeita que Nino Veira teria sido o mandante e que no passado mês de janeiro já teria conseguido escapar a um atentado.

Em dezembro, Nino Vieira, tinha sobrevivido a um ataque à sua residência (uma sorte que não tiveram dois dos seus guardas) e apesar das garantias de controlo dadas pelo exército, a verdade é que durante toda a noite e parte da manhã se ouviram disparos de armas automáticas de RPGs em vários locais de Bissau.

A morte do seu corrupto presidente é apenas mais um passo na caminhada descendente que a Guiné-Bissau percorre desde a sua independência… Praticamente desprovida dos recursos naturais ao dispôr de outros países lusófonos, a Guiné depende quase em exclusivo das ajudas internacionais, sendo um dos exemplos mais acabados de “Estado-Falhado” do mundo. No último ano, os narcotraficantes colombianos tinham aproveitado esta falência do Estado para se instalarem impunemente no país e para o usarem como eixo de envio de narcóticos para a Europa, já que os controlos alfandegários europeus tendem a ser menos exigentes para voos vindos de África do que para aqueles que provêm da América do Sul. Havia bastos indícios que ligavam Nino Vieira e os seus elementos mais próximos no Exército e estes indivíduos que se movimentam livremente em pequenos aviões e SUVs numa Bissau onde qualquer sinal de riqueza é imediatamente notado. Torna-se evidente, até à exaustão que a Guiné-Bissau não tem atualmente condições para se governar sozinha. O presente caos pode ser decisivo para entregar o governo do país nas mãos das poderosas mafias colombianas que estão ativas no país… e a necessidade da presença de uma força militar lusófona, como ESTA cuja existência aqui defendemos torna-se cada vez mais evidente, uma estrutura lusófona que possa rapidamente intervir em qualquer perturbação no seio do espaço da CPLP, colmatando fragilidades locais e dissuadindo aventuras de vizinhos mais ávidos…


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"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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TOMSK

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« Responder #113 em: Março 03, 2009, 12:09:53 am »
Citação de: "teXou"
Citação de: "dannymu"
Perdoem a minha ignorânica, mas o que era esse "Estatuto dos Indígenas"? Procurei no google e não vi nada de jeito ou relevante...

Vamos deixar tempo para que o TOMSK tenha tempo de nos dar a retórica do Estado Novo e depois vamos ver o que esse estatuto mudou realmente ou não, na via do dia a dia dos nativos (trabalho, escola, vida social, ...).  :nice:

OFF-TOPIC
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"Adriano Moreira é rápido a promover reformas nos territórios africanos: revoga o Estatuto dos Indígenas (que proíbia o acesso à cidadania portuguesa de quem assim fosse considerado - a esmagadora maioria), substituí o Código do Trabalho Indígena Rural (que estabelecia formas de labor compulsivo), extingue o regime de culturas obrigatório, abole certas regras e práticas discriminatórias e intensifica a escolarização. A dúvida está em saber se o ministro procura de facto iniciar um processo de autonomia progessiva e irreversível, como explicará depois, ou apenas tornar mais humana a face do colonialismo português, de forma a procurar diminuir a hostilidade dos nativos e dos meios diplomáticos internacionais."

Os Anos da Guerra, João de Melo


Aqui está a resposta, sem qualquer tipo de "retórica do Estado Novo".
 

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teXou

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« Responder #114 em: Março 03, 2009, 01:14:33 am »
Uma "vulgarização" do problema mas com testemunhos dos dois campos. Que cada um se faça a sua opinião. :wink:

É necessário ver todo o "5° Episódio - Indígenas e Assimilados."
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teXou

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« Responder #115 em: Março 03, 2009, 01:21:00 am »
Declaração da CPLP sobre a Guiné-Bissau


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1. A CPLP manifesta o seu profundo pesar pela morte de Sua Excelência o Presidente da República da Guiné-Bissau, Senhor General João Bernardo Vieira, e apresenta as condolências a Sua Excelência o Presidente da Assembleia Nacional e a todo o povo guineense.

2. A CPLP condena de forma veemente os atentados ocorridos nas últimas horas que vitimaram, em Bissau, o Presidente da República da Guiné-Bissau, Senhor General João Bernardo Vieira, e o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, General Batista Tagmé Na Waié.

3. A CPLP apela a todas as forças institucionais e políticas que respeitem a ordem constitucional e o normal funcionamento das instituições democraticamente eleitas.

4. A CPLP manifesta total solidariedade ao povo guineense e saúda a forma serena e tranquila como a população tem reagido aos acontecimentos naquele país.

5. A CPLP reitera a sua disponibilidade para prosseguir, com o Governo democraticamente eleito da Guiné-Bissau, todos os esforços em prol da Paz, da consolidação da Democracia e do Desenvolvimento Económico e Social do país.

6. A CPLP relembra a todos os responsáveis guineenses a importância de ser assegurado o valor fundamental da estabilidade política, militar e social que permita o diálogo com os parceiros de desenvolvimento e levar a cabo os programas de reforma necessários à modernização e progresso do país.

7. A CPLP sublinha que o Programa CPLP para o apoio à estabilidade na Guiné-Bissau, adoptado a 25 de Novembro de 2008, e que assenta em três pilares (1- o combate firme e eficaz ao narcotráfico; 2- o aprofundamento da reforma do sector de segurança; 3- a geração de recursos internacionais para o desenvolvimento da Guiné-Bissau), requer como condições indispensáveis para a sua implementação a estabilidade política e o normal funcionamento das instituições. Só dessa forma é que será possível uma efectiva mobilização dos principais parceiros internacionais no apoio ao processo de desenvolvimento da Guiné-Bissau.

8. Neste quadro, a CPLP decidiu que se realizará nos próximos dias uma missão política a Bissau para consultas com as instituições guineenses no sentido de promover o diálogo interno.

9. A CPLP reitera ainda o seu empenho em continuar a desenvolver as suas acções e iniciativas em estreita articulação com as organizações internacionais e regionais relevantes – muito em particular com as Nações Unidas, União Europeia e com a CEDEAO – por forma a que o empenhamento de meios e recursos se execute numa lógica de complementaridade.


Lisboa, 2 de Março de 2009
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H. Delgado 10/05/1958
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« Responder #116 em: Março 03, 2009, 11:57:42 am »
Citação de: "dannymu"
Perdoem a minha ignorânica, mas o que era esse "Estatuto dos Indígenas"? Procurei no google e não vi nada de jeito ou relevante...


O estatuto indigena era uma formula juridica usada por todas as potencias coloniais, nao era especificidade portuguesa.  Diz respeito a uma época e tem que ser analizado no contexto desse tempo. Havia os individuos indigenas que nao estavam ainda "assimilados"  e que eram sujeitos a regras especiais  continuando em certa medida, dependentes da autoridade tradicional  dos sobas , sendo estes responsaveis diante da autoridade portuguesa.

Nalguns territorios, sobretudo naqueles que se encontravam sob dominaçao inglesa, chegou-se aos extremos do aparteid ou da segregaçao fisica entre colonizados e colonizadores. Em Moçambique, que estava sob forte influencia da Africa do Sul, verificaram-se sobretudo nas primeiras décadas do sec XX, grandes excessos da nossa parte : trabalho forçado; aluguer de mao-de-obra moçambicana aos sul-africanos para trabalhar nas minas , etc.  Sendo que o trabalho forçado nao foi invençao do Estado Novo, ja existia bem antes !

A expansao colonial portuguesa teve , como em tudo, coisas boas e mas, nao façamos ilusoes...

Quanto às "centenas de milhares" de soldados guineenses mortos pelo PAIGC ; nao exageremos !  Os que foram fuzilados pertenciam aos chamados comandos africanos (como o famoso Marcelino da Mata ) e eram algumas centenas ... o que ja é muito !
 

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« Responder #117 em: Março 03, 2009, 12:34:03 pm »
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RESGATE PÕE A NU FALTA DE MEIOS

É um dos cenários mais treinados pela Marinha. O resgate de portugueses apanhados numa crise militar na Guiné-Bissau está planeado há muito (ocorreu em 1998 e esteve iminente em 2005) mas emperra nos cinco dias de viagem (mais dois de preparação) que a força naval demoraria a atingir o país e na falta de meios: há apenas uma fragata disponível e Portugal ainda não tem um navio polivalente (com hospital e capaz de embarcar mais de 600 pessoas). A operação teria de contar com ajuda de países amigos ou navios mercantes. O Governo não tinha ontem ainda activado o plano de contingência.

Caso a situação na Guiné se deteriore e seja necessário avançar, ficam a nu as debilidades da Marinha de Guerra. A Força Naval Permanente, pronta a zarpar do Alfeite em 48 horas, conseguiria mobilizar apenas uma fragata, a ‘Corte Real’, uma vez que a ‘Álvares Cabral’ está em missão da NATO (em exercícios na Sicília) e a ‘Vasco da Gama’ em manutenção. A ‘Bartolomeu Dias’, a mais recente aquisição da Marinha, está ainda em treinos entre a Holanda, França e Reino Unido.

Com a ‘Corte Real’ (onde poderiam ser embarcados dois helicópteros) seguiriam mais uma ou duas corvetas e o reabastecedor ‘Bérrio’. Nesses navios iriam fuzileiros, entre eles de Operações Especiais, médicos e mergulhadores.

O navio polivalente que a Marinha tem prometido desde 2004 poderia, só ele, embarcar mais de 600 pessoas. Mas como ainda não saiu do papel, Portugal teria de pedir ajuda a países amigos (nomeadamente da CPLP) para assegurar o resgate ou, como em 1998, solicitar o auxílio a navios mercantes a operar na zona: nessa operação foram resgatadas 1237 pessoas de 33 nacionalidades, com o auxílio do mercante ‘Ponta de Sagres’.

Portugal poderia ainda mobilizar um pelotão de operações especiais do Exército, uma companhia de pára-quedistas e pelo menos um C130 da Força Aérea – estes só poderiam aterrar na Guiné após a situação ter estabilizado (o aeroporto de Bissau fica perto de vários quartéis militares).


http://www.correiomanha.pt/Noticia.aspx ... 471CA432E8
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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« Responder #118 em: Março 03, 2009, 12:38:45 pm »
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o o apoio do seu nebuloso amigo Valentim Loureiro


 Entre os seus milhares de "cargos", o valentim loureiro era CONSUL-HONORÁRIO da Guiné :roll:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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André

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« Responder #119 em: Março 03, 2009, 01:27:47 pm »
Amado assegura que portugueses «estão bem»


O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, disse hoje acreditar que a situação na Guiné-Bissau «está sob controle», assegurando que a comunidade portuguesa aí residente «está bem».

«Creio que a situção está sob controle. Felizmente a espiral de violência que ocorreu na noite anterior não se repetiu nesta noite. E, a comunidade portuguesa está bem», afirmou Luís Amado, em declarações aos jornalistas em Berlim, onde se encontra integrado na comitiva que acompanha a visita de Estado do Presidente da República à Alemanha, que começou hoje e termina na sexta-feira.

Recordando que o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Cravinho, está hoje em Bissau no âmbito de uma missão da CPLP, Luís Amado adiantou que a leitura do Governo português é que «independentemente da responsabilização de quem cometeu os bárbaros assassinatos na noite anterior, importa acautelar a estabilidade política em Bissau».

«A nossa preocupação era que a ordem constitucional fosse reposta e, felizmente, esse processo está em curso», sublinhou.

O Presidente da Guiné-Bissau foi morto por militares na segunda-feira durante um ataque à sua residência, depois de no domingo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas do país, o general Tagmé Na Waié, ter sido assassinado num atentado à bomba.

O ministro dos Negócios Estrangeiros adiantou ainda que segunda-feira à noite falou com o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, que lhe deu conta das acções que o executivo tem tomado e garantiu que está «investido de plenos poderes».

«Acreditamos que podemos muito rapidamente contribuir para a normalização da vida política em Bissau», acresecentou.

Luís Amado reconheceu ainda que têm existido crises cíclicas na Guiné-Bissau, mas recordou que «há um longo ciclo de instabilidade que foi criado como o golpe de Estado de 1999».

Aliás, continuou, «alguns dos episódios mais violentos que têm marcado a vida política em Bissau estão ainda relacionados com as contradições e os conflitos de interesses que marcaram esse golpe de 99».

«Acredito que de crise em crise, o processo político vai estabilizar«, enfatizou, sublinhando a »reacção muito positiva« que a população tem tido às propostas de democratização e de consolidação dos processos democráticos.

«As elites militares e políticas da Guiné-Bissau têm que ter em consideração o que tem sido a vontade expressa pelo povo da Guiné de ter estabilidade, Governos estáveis», referiu.

Por isso, acrescentou, este é também «um momento de grande responsabilidade para todos os dirigentes políticos».

Lusa