Eu quero te amar! Será que posso???

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antoninho

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Eu quero te amar! Será que posso???
« em: Agosto 16, 2006, 02:05:47 pm »
Amor no quartel condicionado pelas regras e missões militares
JOãO RELVAS/LUSA
 

Carlos Varela, em Pristina

Quem os vê nem imagina que para lá da farda e da missão há relações de amor. São três os casais que se dão a conhecer. Mas no Kosovo, onde está o batalhão da Brigada Mecanizada, é mesmo assim, os casais - de namorados ou não - secundarizam a natural necessidade de aproximação em favor da tarefa que diariamente devem cumprir. À noites cada um vai para o seu lado, porque as casernas e o conceito militar não comporta proximidades. A separação é completa, apenas em serviço ou nas raras folgas.

O capelão, o major João Filipe, um dos militares que como o comandante mais sabe do estado de espírito do batalhão, reconhece "Não quero de maneira nenhuma menosprezar os homens e seria injusto se o fizesse, mas as mulheres (34) desta unidade são de uma grande personalidade".

Missão antes da intimidade

De facto é difícil perceber que há casais dentro do batalhão destacado no Kosovo, que a "proximidade da relação ficou em Portugal", como salienta ao JN a soldado Sónia Jerónimo, de 21 anos. Ela, da Guarda, ele de Coimbra, o cabo Gonçalo Carraça, de 24 anos, conheceram-se há mais de um ano em Santa Margarida, onde o batalhão está aquartelado. Ficaram na mesma subunidade, a 3ª Companhia de Atiradores, e a função militar lançou-os para o Kosovo.

Com a partida e o desempenhar da missão começou a separação. Lugar para proximidade "não há", sustenta Sónia Jerónimo, "estamos aqui para cumprir a missão" e o Gonçalo concorda. Mas que custa, custa, tanto mais que a Sónia tem uma das missões mais ingratas e perigosas de quem pelo Kosovo, é apontadora de metralhadora pesada num blindado Panhard, as horas de patrulha exposta no topo da viatura, vigiando o meio em redor para impedir surpresas. Sabe-o também o namorado, o cabo Gonçalo, que por sua vez é chefe de uma das viaturas blindadas.

Na situação inversa está a soldado Andreia Carvalho. É condutora e está colocada na Companhia de Apoio, mas regularmente vê o namorado o soldado Flilipe Reignier partir para patrulha de espingarda na mão. "Cumprimos missões juntos mas eu fico na parte do apoio e ele é sai na patrulha. Quando ele parte fico com o coração nas mãos".

Conheceram-se também em Santa Margarida, ela veio de Guimarães, ele de Leiria. Ainda não casaram, mas já compraram "uma casa comum, é em Montalto, perto de Abrantes", nas imediações de Santa Margarida. "Quando regressarmos a Portugal vamos acabar de mobiliar a casa", aponta Filipe Reignier. Até lá "é cumprir a missão".

O mesmo se passa com quem é casado, como os sargentos Flávio Fernandes e Ana Faria, ele do serviço de logística ela socorrista no posto de enfermagem. O casamento aqui é ilusório. "De dia mal nos vemos, eu ando nas compras de géneros e ela está sempre de um lado para o outro", diz Flávio Fernandes. E à noite, "cada um vai para o seu lado. É assim, mas somos militares".

ps- Razão tinham os rapazes daquele grupo de Liverpol...