Ficarmos reduzidos num horizonte temporal de cinco anos ao EH-101 Merlin e a 5 Super Lynx modernizados, ao serviço das Forças Armadas, é muito, mas muito pouco. Deixar MEDEVAC, combate a incêndios e SAR de curto alcance a cargo dos problemáticos Ka-32, e dos escassos Ecureil e AW109, é um erro crasso. Se é necessário um aparelho de asa rotativa ligeiro e moderno para substituir o veterano ALIII na FAP, e para missões gerais no Exército, é também verdade que desde o abate do Puma que carecemos de um helicóptero médio de transporte. Temos, e caso se mantenha este cenário, continuaremos a ter meios pesados (Merlin) e ligeiros (Super Lynx e, eventualmente, o novo helicóptero ligeiro da FAP e UALE), sem nada no meio por assim dizer.
Há muitos cenários, e proporcionalmente outros tantos concorrentes, que podíamos ficar aqui o dia todo a citar exemplos. Tendo as FA's uma boa relação com o constructor AgustaWestland/Finmecannica , fabricante de Merlins e Super Lynxs, não creio ser coerente agora optar por aparelhos da concorrente Eurocopter/Airbus. Nessa hipotética perspectiva, teríamos como candidatos naturais a heli ligeiro os AW109/119, e a de médio porte os AW139/149. Faltam verbas face aos condicionalismos sobejamente conhecidos? Faltam. Falta visão para perceber que enquanto os países do terceiro mundo e em vias de desenvolvimento estão a apostar fortemente no rearmamento por uma série de razões, e que os aliados ocidentais, pelo contrário, continuam mergulhados em loucuras austeritárias? Falta, mas está a melhorar.
Sendo Portugal membro fundador da NATO, na eventualidade da participação num conflito, seja ele no Médio Oriente, Europa Oriental ou Ásia, a nossa contribuição com meios terá forçosamente de ser escassa, numa altura em que se aposta cada vez mais em capacidade expedicionária e, por conseguinte, no crescimento das frotas de helicópteros militares.