7 de Setembro de 2016 - 194 anos de Independência do Brasil

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Duarte

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« Responder #15 em: Setembro 07, 2009, 05:27:05 pm »
Citação de: "Sniper BR"
Citação de: "Luso"
Bem, não é à toa então que o fizeram, todavia, ver as coisas à distância sem conhecer o contexto é complicado...
Mas o que interessa é aprendermos com os erros.
Lamento esta data e os motivos que lhe deram origem.
Mas o que agora desejo é que o Brasil ocupe com vigor a sua presença no mundo e que a toda a sua população possa viver melhor.

E que os dois países saibam corrigir os erros do passado.

Começo a ter a percepção que, com um módico de autonomia, o Império poderia ainda hoje existir. Respeitando as diferenças, reforça-se a união.

Interessante.

Como podería ser isso Luso?

  Abraços!


Um Reino Unido  :D
слава Україна!

“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower"

The Only Good Fascist Is a Dead Fascist
 

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Paisano

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Re: 7 de Setembro de 2009 - 187 anos de Independência do Brasil
« Responder #16 em: Abril 16, 2010, 07:34:07 pm »
A Batalha do Jenipapo (Piauí) - 13 de março de 1823

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_do_Jenipapo

Citar
Quando Dom Pedro I, às margens do Ipiranga, deu o grito de independência, não houve derramamento de sangue. Foi no Piauí, às margens do Rio Jenipapo, na cidade de Campo Maior, que os portugueses perderam a esperança de ter uma colônia na América, sendo afastados definitivamente das terras brasileiras. A Batalha do Jenipapo, luta e glória do povo piauiense, assegurou a unidade territorial do Brasil.

O Piauí como província

Até o final do século XVIII, Portugal não dava a mínima importância para o Piauí, apesar de o Brasil ser uma colônia lusitana. A província foi entregue a exploradores maranhenses e baianos. Éramos subordinados à Bahia pelo lado jurídico e, pelo lado administrativo e religioso, estávamos sujeitos ao Maranhão. As autoridades portuguesas tratavam os piauienses muito mal. Muito embora a Freguesia da Mocha tenha sido instalada em 1697 sob a invocação de Nossa Senhora da Vitória, somente em 1715 foi criada a Capitania de São José do Piauí. A terra de Mafrense era muito grande, territorialmente falando, para tão poucos habitantes.

Para se ter um quadro mais revelador dessa situação, Oeiras, por essa época, tinha pouco mais de mil habitantes e era a capital imperial do Piauí. Parnaíba dava os primeiros passos com o comércio de exportação de carnes e de algodão. O gado era mais importante do que o ser humano. Até as três primeiras décadas do século XIX, não sequer uma única escola regular, não obstante já existisse desde 1770 um serviço postal ligando os mais distantes rincões do território. Havia comunicação postal, mas não havia escola. Saber ler e escrever era um privilégio de poucas pessoas, apenas as mais altas autoridades ligadas à administração. Em âmbito nacional, o sentimento de independência no Brasil teve inicio no século XVIII com a chamada Conjuração Mineira de 1789, a Inconfidência Carioca de 1794 e a Inconfidência Baiana de 1798, todas imbuídas numa causa comum que girava em torno de idéias liberais, segundo as quais a soberania reside na vontade do povo, na liberdade de expressão e de culto. A partir de então consignou-se o sentimento de liberdade que culminaria de um modo mais intenso com a participação popular na Revolução Pernambucana de 1817.

Em 1808, a chegada da família real ao Brasil marcou definitivamente esse sentimento de nacionalidade, com o Brasil se tornando a sede da Coroa Portuguesa e com os desdobramentos desse fato: a abertura do porto às nações amigas, a fundação do Colégio de Medicina e Cirurgia e da Escola de Comércio, a abertura da Escola de Belas Artes, a fundação do Banco do Brasil, a inauguração do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a elevação do País a Reino Unido, a criação da Imprensa Oficial e a edição do jornal Gazeta do Rio de Janeiro (em 10 de setembro de 1808). O reconhecimento dos direitos naturais e imprescritíveis da pessoa humana estava na ordem do dia, e o Piauí, apesar do isolamento e da distancia em relação ao Rio de Janeiro, não ficou dessa epopéia libertária, que deu outros rumos ao destino do Brasil.

Ao contrário da situação dos dias atuais, o quadro financeiro do Piauí, em 1821, era considerado bom. A atividade agropecuária crescia vertiginosamente. Quinze mil bois eram abatidos em Parnaíba para abastecer de carnes os mercados do Maranhão, Ceará e Bahia; o comércio de algodão era considerado o melhor do Brasil, além do fumo, cana-de-açúcar e outros produtos. Cerca de 50% da renda bruta das numerosas fazendas de gado do Piauí ia parar nos cofres das cortes portuguesas. O dinheiro que ficava no Piauí pagava os gastos com atividades militares e preservava a carrancuda máquina administrativa.

Em abril de 1821, D. João VI deixou o Brasil e foi para Portugal. A comitiva, de quatro mil pessoas, era formada principalmente por membros da realeza, ricos comerciantes portugueses e outras autoridades, o ossário de D. Maria I, a Rainha Louca, e 50 milhões em cruzados, isto é, todo o dinheiro dos cofres do Brasil.

Com a volta da família real para a Europa, a responsabilidade pelo destino do Brasil ficou a cargo de D. Pedro I. A questão internacional provocada pela Revolução do Porto (1820), no bojo da qual se admitia a volta do Brasil à condição de colônia portuguesa, com a administração ligada diretamente à Lisboa, levou muitas províncias a se rebelarem, como a Bahia, Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Ao que apoiavam D. Pedro I e os setores favoráveis às cortes portuguesas mergulharam num vai-e-vem de interesses sem precedentes na história política do País.

Piauí era visto como Portugal em plena caatinga

Do outro lado, Piauí, Maranhão, Pará, Mato Grosso e Goiás deviam obediência e lealdade a Portugal. O Piauí compunha a nação portuguesa. Era uma espécie de Portugal em plena caatinga piauiense. Oeiras, a capital imperial do Piauí, era infestada de portugueses que queriam a todo custo ficar com a parte mais rica do Brasil.

Assim, dividido entre as pretensões dos brasileiros que queriam a independência e a dos portugueses que desejavam continuar com a política colonialista, D. Pedro I, no dia 7 de setembro de 1822, às margens do Riacho Ipiranga, arrancou os laços que uniam o Brasil a Portugal com o grito “Independência ou Morte”. No Piauí, a noticia chegou no dia 30 de setembro.

Com a independência brasileira levada a efeito em São Paulo, Portugal voltou-se para a parte mais rica da nação, que era o Norte. E foi justamente para efetivar essa posse que os portugueses mandaram para o Piauí o oficial graduado João José da Cunha Fidié, que chegou em Oeiras no segundo semestre de 1822.

A presença militar lusitana em terras piauienses, entretanto, não intimidou o animo emancipador dos mafrenses. A independência caminhava lenta e gradualmente, mas com passos firmes e decisivos rumo à liberdade.

As idéias revolucionárias desenvolvidas por piauienses ilustres vinham de Portugal, Estados Unidos e França. Essas idéias entravam no Piauí por Parnaíba, que era a porção mais rica da província. Em 19 de outubro de 1822 a Câmara Provincial de Parnaíba, em sessão solene, reconheceu a independência do Brasil. Isso foi aceito como convite à ação libertadora e um não à presença militar portuguesa em terras piauienses. Nesta sessão estavam presentes os líderes Simplício Dias da Silva, Leonardo das Dores Castelo Branco e o juiz Cândido de Deus e Silva.

Uma platéia lotava as dependências da Câmara. Apesar de um certo alinhamento às cortes portuguesas, os parnaibanos reconheciam a autoridade de D. Pedro de Alcântara, o Defensor Perpétuo do Brasil. Campo Maior era também um caldeirão de idéias libertadoras. A 17 de setembro de 1822, a junta governista chamou a Oeiras Lourenço de Araújo Barbosa, o precursor da independência no Piauí, para prestar esclarecimentos a respeito dos boatos sobre atividades emancipacionistas. Segundo informações dos espiões oeirenses infiltrados em Campo Maior, ele possuía uma fábrica de pólvora que seria usada num possível ato revolucionário, que a cada dia se tornava mais urgente.

Com a declaração parnaibana de independência em relação a Portugal, não restou outra alternativa a Fidié, Governador das Armas do Piauí, senão sufocar militarmente o levante revolucionário no litoral e, ao mesmo tempo, ver in loco a situação explosiva em Campo Maior. A preocupação meio de Fidié era fazer nas “terras dos carnaubais” um foco de resistência portuguesa diante do sentimento nacionalista dos campo-maiorenses.

Corroborando o boato de que Portugal queria ficar com o norte do Brasil, que na época compreendia o Piauí, o Maranhão e o Pará, os portugueses enviaram para o Piauí uma quantidade enorme de armas por volta de 1820, alem da vinda de Fidié a Oeiras como Governador das Armas.

Fidié, um militar de alta patente, foi enviado ao Piauí devido ele já ser considerado um herói em Portugal quando ele lutou contra os exércitos napoleônicos quando a França invadiu Portugal em 1807. lutou bravamente na defesa de Portugal contra as forças francesas do general Junot. Fidié já era herói quinze anos antes de vir para o Piauí defender a última esperança portuguesa de ter uma colônia lusitana nas Américas.

O general desloca-se para Parnaíba

Quando Fidié soube da proclamação da independência feita pelos parnaíbanos em 19 de outubro de 1822, rompendo os laços que uniam o Piauí a Portugal, tomou a decisão de marchar com quase todo o efetivo militar rumo a Parnaíba com o objetivo de manter a dominação portuguesa sobre o Piauí e sufocar o movimento libertador.

De Oeiras para Parnaíba a distância era muito grande para os padrões da época. Cerca de 660 quilômetros. Fora o grupo de oficiais que iam a cavalo, os soldados teriam de fazer o trajeto a pé, o que constituía uma tarefa das mais árduas, mesmo para um exército bem treinado e disciplinado. Fidié partiu no dia 13 de novembro de 1822.de Oeiras, capital imperial do Piauí, com destino a Parnaíba, passando por Campo Maior.

Fidié chega a Campo Maior em 24 de novembro, depois de onze dias de marcha acelerada. Antes da chegada de Fidié em Campo Maior o clima na cidade era de alegria, com a chagada do mesmo e de toda sua tropa tudo mudou, alguns passaram a dar vivas ao imperador D. João VI e a Portugal, sendo que estes que passaram a festejar eram lusitanos ali residentes, alguns colaboradores e uma pequena parte do povo, sendo que estes últimos temiam represálias.

Para mostrar sua força, Fidié passou treze dias acampado em Campo Maior antes de seguir para o litoral.

Como o objetivo de Fidié era prender os insurretos parnaibanos e restabelecer o império português no litoral, destituído desde 19 de outubro, ele partiu para Parnaíba em 8 de dezembro de 1822 deixando Campo Maior sob a responsabilidade do tenente-coronel João da Cunha Rebelo com cem praças, cem granadeiros e alguns instrumentos bélicos, além de milicianos que serviam de artilheiros para as peças de campanha.

Ao saber da aproximação de Fidié, os independentes parnaibanos fogem para o estado vizinho Ceará. O exército de Fidié era composto por seis mil homens. Os portugueses ainda contavam com o apoio de navios e barcos instalados na costa parnaibana para ajuda no caso de uma emergência.

Fidié chegou em Parnaíba no dia 18 de dezembro de 1822. sem a presença dos líderes que tinham proclamado a independência do Piauí, ele não encontrou qualquer resistência. Logo na sua chegada houve festas, missas e até fogos de artifício. Fidié se sentia o próprio rei.

Manoel de Sousa Martins age em Oeiras

Enquanto Fidié vivia as delícias do litoral piauiense, em Oeiras, de onde ele partira para sufocar o levante libertário em Parnaíba, começava também o movimento separatista, tendo à frente o brigadeiro Manoel de Sousa Martins. Diferentemente dos parnaibanos, que agiram por impulso, o brigadeiro trabalhava silenciosamente a causa da independência do Piauí. Em 24 de janeiro de 1823, Oeiras declarou-se independente, rompendo os laços que mantinha com Portugal.

Quando Fidié soube do ocorrido em Oeiras, ficou enfurecido. Considerou uma grande traição. No dia 28 de fevereiro de 1823, convocou novamente a tropa, desta vez composta por 1.100 homens, onde a partir dessa data declarou os piauienses como inimigos de Portugal. Com muito júbilo partiu de Parnaíba numa viagem de volta para Oeiras, chegando em Campo Maior no dia 1º de março de 1823.

No caminho de volta ocorre um pequeno confronto na Lagoa do Jacaré entre os independentes piauienses e o exército português, com perdas apara ambos os lados. Após isso os portugueses marchavam com mais cautela. Em Piracuruca a independência tinha sido declarada em 22 de janeiro por Leonardo Castelo Branco. O mesmo Leonardo também proclamou a independência de Campo Maior, em 5 de março de 1823. A concretização da liberdade aflorava no coração dos piauienses. Fidié tinha de ser barrado em Campo Maior de qualquer jeito porque, se chegasse a Oeiras, a independência seria jogada por “água à baixo” e assim os portugueses consolidariam uma colônia portuguesa no norte do Brasil, mesmo com o Grito do Ipiranga.

Em Piracuruca, Fidié encontrou a cidade abandonada. Os habitantes tinham fugido na noite anterior. Sem ter com quem lutar, seguiu em frente deixando para trás uma cidade fantasma, sem nenhum sinal de vida.

O confronto

A população de Campo Maior, ao saber que Fidié vinha de Parnaíba com destino a Oeiras e passaria ali, se mobilizou com intuito de impedi-lo de continuar viagem.

Na noite de 12 de março, os homens da cidade e das redondezas foram arregimentados. Todos queriam lutar para livrar o Piauí do domínio português. As mulheres estimularam os seus maridos, parentes e amigos, arrumaram o que puderam, venderam suas jóias; todos estavam empenhados a se unirem em só ideal: lutar.

O amanhecer do dia 13 de março de 1823 prenunciava um dia claro, com poucas nuvens e muito calor. Era um ano em que a seca castigava a nordestino.

Ao sinal de comando, todos os homens se reuniram em frente à Igreja de Santo Antônio. Os combatentes piauienses e cearenses não vestiam fardas. Na saída da cidade, para encontrar-se com Fidié, houve uma apresentação com a banda de música na qual houve um desfile militar. A massa de combatentes que iam lutar pelo Brasil saiu exultante ao som dos tambores. Mesmo sem acertarem os passos eles levavam consigo a chama da liberdade queimando no peito. A certeza da morte não tirou o ânimo dos que iam morrer pela pátria. Cerca de dois mil homens marcharam para o combate. As armas que eles usaram foram espadas velhas, chuços, machados, facas e foices, paus e pedras e algumas espingardas usadas.

Sem nenhuma experiência em guerras, os piauienses chegaram às margens do Rio Jenipapo , de onde pretendiam impedir a passagem de Fidié. Como o riacho estava quase seco, a maioria dos patriotas ocultou-se no próprio leito do riacho, enquanto a outra parte se escondeu nas moitas de mato ralo perto da ribanceira. E ficaram esperando o exercito português, que, com certeza, tinha de passar por ali. De onde estavam dava para ver quando os portugueses se aproximassem do palco da luta porque o terreno era bem plano, com várzeas imensas, abertas sem amparo algum.O povo com espírito de tornar-se independente estava entrincheirado e sabiam que à frente deles havia uma estrada que se dividia em duas, uma pela direita e outra pela esquerda. Só que estavam em dúvidas em qual dos caminhos vinha Fidié. Logo após às oito horas, o capitão Rodrigues Chaves mandou uma patrulha sondar o lugar onde seria travada a batalha. Fidié ao chegar no local onde a estrada se dividia resolveu mandar uma metade do exercito por um lado e outra metade pelo outro lado. Ele foi junto com uma das metades pela esquerda e a cavalaria foi pela direita. Os independentes, sem saber da divisão que Fidié tinha feito no seu contigente, foram pela estrada da direita encontrando-se com a cavalaria portuguesa, sendo surpreendidos. Os mesmos avançaram bravamente contra a cavalaria. Os portugueses espantaram-se com a coragem e com a bravura dos piauienses, onde eles acabaram recuando. Neste momento os piauienses perseguiram os portugueses estrada adentro.

Os combatentes piauienses, ouvindo o tiroteio, acharam que o confronto havia começado. Saíram das trincheiras na qual utilizavam como posição defensiva e precitadamente foram pela estrada da direita atrás do inimigo, só que as tropas portuguesas não se encontravam mais ali.

Fidié ao saber do ocorrido atravessou o rio Jenipapo pela estrada da esquerda, construiu de forma apressada umas barricadas, distribuiu o armamento pesado, organizou os atiradores em posição de frente de combate (em linha) nas trincheiras onde antes estavam os piauienses e esperou que eles voltassem para lá. Antes os piauienses estavam em posição favorável agora tudo se reverteu.

Quando os piauienses viram a situação adversa só encontraram uma alternativa, atacar Fidé ao mesmo tempo e em todas as direções ao longo das margens do rio. No primeiro instante do combate houve muitas baixas por parte dos piauienses. Dezenas de corpos caíram pelas balas do exercito português. Os poucos que conseguiram atravessar a linha de fogo deram o último suspiro à boca dos canhões, com grande destemor não temendo nada contra a vida e sim pela pátria em tremenda representação de amor pela mesma. Com essa demonstração de amor pela pátria e de bravura que os piauienses tinham, fez com que os portugueses ficassem assustados, devido eles nunca terem visto tanta audácia em nenhum lugar do mundo.

Os sucessivos ataques dos piauienses tinha como resultado muitos mortos pelo chão. A fuzilaria e os tiros de canhão dos portugueses varriam o campo de luta de um lado para o outro. Os que conseguiam passar pelo bloqueio de fogo conseguiam lutar corpo a corpo com os portugueses.

No meio-dia, os piauienses estavam cansados e certos de que não venceriam os portugueses, neste momento já não lutavam mais se rastejavam ao encontro com a morte.

Às duas horas da tarde, depois de cinco horas de combate, os libertadores retiraram-se em desordem, deixando 542 prisioneiros, 200 mortos e feridos, Fidié, que cujas perdas foram estimadas em 116 mortos e 60 feridos, estacionou na fazenda Tombador, à cerca de um quilômetro de Campo Maior. Fidié e seu exército caiam de cansaço. O sol escaldante e o medo da valentia dos piauienses não permitiram que as tropas portuguesas os perseguissem, mesmo sabendo que já tinham derrotado a eles. Os cearenses do Capitão Nereu na hora da retirada levaram a maior parte da bagagem dos portugueses, composta de comida, água, algumas armas e até mesmo um pequeno tesouro que Fidié trazia do saque que havia feito na cidade de Parnaíba.

Fidié passou dois dias na cidade de Campo Maior enterrando os seus mortos. No dia 16 de março de 1823, saiu da cidade indo para o Estanhado.

Meses depois Fidié foi preso em Caxias, no Maranhão, de lá levado para Oeiras de onde foi mandado para o Rio de Janeiro. Do Rio ele foi mandado de volta para Portugal, onde foi recebido com honras militares pelos serviços prestados à Coroa Portuguesa. Entre os títulos recebeu o de comendador da Ordem de Avis, a mais antiga condecoração militar portuguesa, fundada por Afonso Henriques em 1162. Só recebia essa comenda o soldado que demonstrasse extrema valentia, ousadia e coragem. No local onde houve a Batalha foi erguido um Monumento em memória aos piauienses que ali morreram pela independência de nosso país. Situado à margem esquerda do rio é, na verdade, um grande atrativo turístico e no local também se encontra uma parte do acervo bélico usado pelos combatentes. Essas peças pertenciam ao antigo Museu do Couro que para lá foi transferido.

Conseqüências da batalha

A luta no Piauí decidiria a unidade brasileira. A iniciativa coube ao Coronel Simplício Dias da Silva, rico e viajado. Sobre os destroços da sua riqueza, edifica-se a unidade da pátria. A obra de Simplício foi gigantesca. O Norte era autêntico satélite de Portugal. No Sul, a Independência foi aplausos e festas. No norte, fome e peste, sangue e morticínio. Jenipapo foi o retrato da bravura de um povo em luta pela sua liberdade.

Fidié queria restaurar a Coroa Portuguesa no Brasil pelo Norte e terminou se deparando com o espírito de bravura, patriótico, e de libertação de um povo sofrido que deixou como herança aos campo-maiorenses um grande legado à qual podem se orgulhar, porque a Batalha do Jenipapo foi a única batalha com objetivo de adesão da independência na qual houve derramamento de sangue.

O poeta Carlos Drummond de Andrade, em reconhecimento à bravura dos combatentes independentes, imortalizou-os no poema “Cemitérios” (In Fazendeiro do Ar. item II. Campo Maior): “No cemitério de Batalhão os mortos do Jenipapo / Não sofrem chuva nem solo telheiro os protege / Asa imóvel na ruína campeira”
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As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
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Re: 7 de Setembro de 2009 - 187 anos de Independência do Brasil
« Responder #17 em: Abril 20, 2010, 09:36:00 pm »
As "cortes" que isto causaram são da mesma qualidade que hoje nos castigam.
"Empire Adrift" está á venda na Amazon.co.uk por uns trocados que valem bem o livro que se compra.
Também foi uma reles clique que colocou tudo a perder.
São tantos os exemplos de visão e lucidez desperdiçados ao longo da história, quase sempre preteridos em favor de cobardes e corruptos que parece ser mesmo vontade de Deus.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Re: 7 de Setembro de 2010 - 188 anos de Independência do Brasil
« Responder #18 em: Setembro 07, 2010, 04:17:28 pm »
PORTUGAL e BRASIL: 1500-1822*

Fonte: http://www.genealogiahistoria.com.br/in ... tegoria=53

Citar
Dinastia de Avíz, 2ª Dinastia Real de Portugal (1383 a 1580): D. João 1º, Mestre de Avíz, *1357 +1433, (filho bastardo de Pedro 1º, 8º Rei de Portugal, conhecido pelo amor a Inês de Castro), após vencer a guerra contra Castela. É o 10º Rei português e inicia a 2ª Dinastia Real de Portugal, a Dinastia de Aviz. D. Duarte 11º Rei (1433-1438) pai de Afonso V, 12º Rei (1438-1481), pai de João II, 13º Rei (1481-1495 fal. sem sucessor). D. Manuel, o Venturoso, 14º Rei, (1469-1521) é irmão de Afonso V e pai de João III (1502-1557), 15º Rei, D. Sebastião, o Desejado, 16º Rei, (1557-1558), neto de D. João III, D. Henrique, 17º Rei, (*1512 +1580 fal. sem sucessor), Cardeal, filho de D. Manoel I

Em 1415, após a batalha de Ceuta, o Infante D. Henrique 1º Duque de Viseu e Senhor de Covilhã, também conhecido como o Infante de Sagres, inicia numa aldeia próxima de Lagos, no Algarve, o centro de atividades naúticas de Sagres, que foi, alegoricamente, considerada a 1ª Escola Náutica do Mundo, por Tito Lívio Ferreira em artigo publicado em 1970. Em 1418, o Infante D. Henrique é nomeado pelo Papa Martinho V, Administrador Apostólico da Ordem Militar da Cavalaria de Nosso Senhor Jesus Cristo, ou Ordem de Cristo, sucessora da Ordem dos Templários em Portugal, que fôra extinta pelo Papa Clemente V em 1312. Todas as rendas do enorme patrimônio desta Ordem de Cristo ficam sob a administração de D. Henrique que, graças ao senso prático da Casa Real de Portugal (o Rei português é o único rei europeu que tem entre os seus títulos o de Senhor do Comércio), canaliza, essas rendas, para este Centro de estudos/Empresa de descobrimentos marítimos em Sagres.

As Bulas papais de 1418, 1431, 1447, 1452, e 1454, estipulam que todas as terras descobertas pelo Infante D. Henrique 1º Duque de Viseu, que foi feito Príncipe Ecumênico pelo Papa, pertençam à Milícia e Ordem de Cristo pelos tempos futuros perpétuos.

Assim sendo, a 22/4/1500, Pedro Alvares Cabral, ao achar/descobrir a terra que na Carta de Caminha é assim descrita:

neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao monte alto o Capitão pôs nome > o MONTE PASCOAL e à terra > a TERRA DE VERA CRUZ.

Ao se aperceberem que não é uma Ilha, passa aProvíncia de Santa Cruz, que é incorporada ao patrimônio da Ordem de Cristo. O Brasil é, no início, patrimônio da Ordem de Cristo e governado pela Monarquia Portuguesa e evolui, por etapas, até a República:

Província de Santa Cruz de 1500: Entre Setembro de 1502 e Setembro de 1505, o Brasil foi arrendado para o israelita Fernando de Noronha por 4.000 ducados/ano. Em conluio com os índios, Fernando extraia o pau brasil  que era processado na Holanda e usado na Milão/Itália para o tingimento das roupas finas dos Reis e nobreza o que lhe dava um lucro anual de 36.000 ducados, (1 ducado = 3,5 gr. de ouro puro), ele arrasou as florestas de árvores de 30 m. de pau Brasil em 3 anos.

Capitanias Hereditárias de 1534 a 1549,

Estado do Brasil, criado por D. João III (1502-1557, 15o Rei de Portugal), que dura de 1549 a 1643,

Principado do Brasil de 1643 a 1720,

Vice-Reino de 1720 a 1815,

Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves de 1815 a 1822,

Império do Brasil de 1822 a 1889,

República do Brasil a partir de 1889.

Desde 1608, o Conselho da Índia, (mais tarde Conselho Ultramarino), com sede em Portugal, já declarara:

Tão Português é o que nasce e vive em Goa, Brasil, Angola, como o que vive e nasce em Lisboa.

D. João VI, (1767-1826), da Dinastia Bragança, 27º Rei de Portugal, o grande estadista português pela visão globalizante que tem e o arrojo em sair de seu berço dourado e enfrentar os mares até o Brasil e aqui chegando, rapidamente sabe entender, valorizar e organizar o tremendo potencial de sua enorme possessão ultramarina. Num golpe de mestre, a 16/12/1815, estabelece o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves que dá ao Brasil o status de nação independente e soberana como pessoa jurídica de direito internacional, que é primeiramente reconhecida pelos EUA a 27/12/1815.

D. João VI cria a primeira Comunidade Globalque é formada pela Monarquia Portuguesa, com sede no Rio de Janeiro, e unindo todos os súditos portugueses, existentes neste imenso Império Português, duas vezes maior que o Romano, pois abrangia:

Reino de Portugal, o Reino do Brasil, Ilhas atlânticas, Angola, Guiné, Moçambique, (províncias africanas), Goa e Macau, (províncias asiáticas) e Timor na Oceania.

O Império Português foi o 1o Império da história contemporânea com abrangência planetária, coeso, tendo suas mesmas leis únicas, as famosas Ordenações do Reino que dão a todos os súditos os mesmos direitos, as mesmas prerrogativas e a mesma língua, sendo todos os habitantes, portugueses pelo sangue (jus sanguini) e pelo solo (jus soli).

Além disso,é necessário destacar que a 22/1/1532, Martim Afonso de Sousa instala a Câmara de Vereadores de São Vicente que pode ser considerada a 1ª eleição livre e popular realizada nas Américas, para os padrões administrativos das monarquias absolutas da época.

E o Padre Manoel da Nóbrega, 1º secretário da Educação do Estado do Brasil cria, em 1549, o ensino público gratuito no Brasil, com os professores jesuítas pagos pela Monarquia Portuguesa que usam a música e as traduções na língua indígena para cativar as crianças e usá-las como multiplicadores de informação para os mais velhos. Esses professores jesuítas lecionam segundo os mesmos Currículos da Universidade deCoimbra.

O Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, criado por D. João VI em 1815, é constituído por 10 raças:

Lusitanos, Celtas, Ibéros, Gregos, Fenícios, Cartagineses (norte da África), Romanos, Alemães Visigodos, Árabes e Normandos, e serviu de modelo para o Reino Unido da Grã Bretanha que foi criado apenas em 1867, ou seja, meio século depois!!

ALGUMAS REFERÊNCIAS HISTÓRICO-GEOGRÁFICAS

GUIMARÃES: No castelo de Guimarães foi fundado Portugal por Afonso Henriques (1109-1185) 1º Rei de Portugal, no século XII.

COIMBRA: no Mosteiro de Santa Cruz, (1131), está o túmulo de Afonso Henriques 1o Rei de Portugal, (1109-1185), tetraneto de Hugo Capeto, (941-999), que fundou, em 987, a 3ª Dinastia Real de França, neto de Afonso VI, (1035-1109), 14º rei de Leão em 1065, 3º rei de Castela em 1073. Afonso Henriques é primo-irmão de Mendo Fernandes de Bragança, que foi seu Alferes Mor e que, também, é neto de Afonso VI.

BRAGA: Na Catedral da Sé está a CRUZ que Cabral conduziu na expedição que achou o Brasil em 1500.

CHAVES: Tem o castelo do 1º Duque de Bragança, Afonso (1370-1461), 8º Conde de Barcelos. D. João I, o Mestre d’Aviz, criou após a vitória de Ceuta em 1415, para seus 2 filhos legítimos os 2 primeiros Ducados de Portugal: o 1º foi o de Coimbra para D. Pedro, o 2º Ducado foi o de Viseu para D. Henrique, o Infante de Sagres. Depois D. Pedro, o 1º Duque de Coimbra, que foi regente de Portugal entre 1439 e 1446, cria o 3o Ducado em 1442, o de Bragança, para seu irmão bastardo Afonso, 8º Conde de Barcelos, nasc. em 1370, legitimado em 1401, D. Afonso foi o 1º Chefe da Casa de Bragança com o título de Duque. Em 1640, com a Restauração portuguesa, após o domínio da Espanha de 1580 até 1640, Dom João, 8º Duque de Bragança, foi coroado a 1/12/1640, 21º Rei de Portugal como Dom João IV (1604-1656) o Restaurador, 21º Rei de Portugal, iniciando a Dinastia BRAGANÇA que é a 3ª Dinastia Real Portuguesa (a 1ª é a de Borgonha, a 2ª é a de Avis), que é a mais longa de Portugal chegando ao século XX e que deu ao Brasil, no século XIX, os seus 2 Imperadores.

Dom João IV era casado com Ana Luiza Francisca de Gusmão, filha de João Manoel de Gusmão, 8º Duque de Medina Sidonia.

Cidades com particularidades históricas:

ESTORIL: Tem o castelo de Queluz, residência de Dona Maria 1ª, a Louca, 26ª rainha de Portugal (*1777 +1816, rainha por 39 anos), que é mãe de Dom João VI (*1767 +1826, rei por 7 anos), 27º rei de Portugal, ela é avó de Dom Pedro I, Imperador do Brasil (1822-1831) e depois, Pedro IV, 28º Rei de Portugal, onde morreu em 1834.

ALCOBAÇA: Tem o Mosteiro com a tumba de Dom Pedro 1º de Portugal (*1320 +1367) e sua Ines de Castro, feita rainha depois de morta, com quem teve D. João, 1º Duque de Valência.

Bibliografia usada para estruturar esse trabalho:

A nacionalidade lusobrasileira, Tito Livio Ferreira, O Estado de São Paulo, pg 82, 18/1/1970.

História de Portugal, Fortunato de Almeida, Coimbra, 1922.

O Infante D. Henrique e a Ordem de Cristo, José de Melo Pimenta, São Paulo, 1968.

Anuário Genealógico Brasileiro, Vol. IX, São Paulo, 1947.

História da Casa de Bragança, http~ip200650/braganca.html

Náufragos, Traficantes e Degredados, Eduardo Bueno, Rio de Janeiro, 1998.

O Feudo, Luiz Alberto Moniz Bandeira, Civilização Brasileira, 2ª Edição, 2007.

*Anibal de Almeida Fernandes, Fevereiro, 2010.
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Re: 7 de Setembro de 2010 - 188 anos de Independência do Brasil
« Responder #19 em: Setembro 07, 2010, 04:53:41 pm »
Citação de: "Paisano"

Cidades com particularidades históricas:

ESTORIL: Tem o castelo de Queluz, residência de Dona Maria 1ª, a Louca, 26ª rainha de Portugal

 :roll: Melhor os autores reverem essas noções de geografia dos arredores de Lisboa.

Estoril é no Concelho (Município) de Cascais.

Queluz é no Concelho (Município) de Sintra, com algumas áreas (Queluz de Baixo) no Concelho (Município) de Oeiras. Aliás, mesmo em divisões administrativas mais antigas, penso que essas duas localidades (Queluz e Estoril) nunca pertenceram ao mesmo concelho.

 

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Re: 7 de Setembro de 2010 - 189 anos de Independência do Brasil
« Responder #20 em: Setembro 07, 2011, 03:10:18 pm »
Citar
Carnaval em Veneza

Letra: Capitão Pessoa Ramos e Tenentes Rocha, Perdigão, Meira e Rui
Música: Benedito Lacerda e Erivelton Martins


Citar
Passei o Carnaval em Veneza
Levando umas "bombinhas" daqui
Caprichei bem o meu mergulho
Foi do barulho, o alvo eu atingi

BINGO!!!!

A Turma de lá atirava
Atirava sem cessar
E o pobre " jambock" pulava
Pulava e gritava sem desanimar
Assim:
Flak, Flak, este é de quarenta
Flak, Flak, tem ponto cinquenta

Um " Bug" aqui um "Bug" lá
Um "Bug" aqui um "Bug lá
SENTA A PÚA minha gente
Que ainda temos que estreifar

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Re: 7 de Setembro de 2010 - 189 anos de Independência do Brasil
« Responder #21 em: Setembro 07, 2011, 04:06:48 pm »
É SEMPRE BOM LEMBRAR*

Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=23046

Citar
Nunca será demais lembrar que a Independência, a 7 de setembro, foi proclamada no eixo Rio-São Paulo, demorando meses para  chegar nas diversas Províncias em que o Brasil se dividia. As notícias iam a cavalo ou de navio.  Na Bahia, Piauí, Maranhão, Grã-Pará e Cisplatina, as Juntas Governativas locais ficaram com Portugal, aderindo aos poucos ao gesto de D. Pedro I, em alguns casos pela força das armas.                                                      

Em Salvador, a tropa portuguesa opôs-se à Independência em nome da luta contra o absolutismo  e o despotismo identificados na nova  situação chefiada pelo Príncipe.  Proclamações foram lançadas contra “a tirania do Rio de Janeiro”. Também havia tropa brasileira na Bahia. As hostilidades não demoram a começar. Os portugueses eram mais fortes, já haviam tomado e até  saqueado Salvador, sem respeitar o Convento da Lapa, onde um soldado embriagado  matou a abadessa,  Irmã Joana Angélica de Jesus.                                                        

O general Madeira, comandante dos contingentes portugueses, recebe reforços da Metrópole,  toma a Ilha de Itaparica e é chamado de “infame” por D.Pedro, que para combatê-lo mobiliza uma força naval sob o comando do general francês Labatut, estabelecendo  o  bloqueio de Salvador.                                                      

Duas Divisões de Infantaria, comandadas pelos majores Barros Falcão e Felisberto Gomes Caldeira, chegam para opor-se  ao general Madeira. A luta trava-se ao redor e  na periferia da  capital baiana. Dela participa o Batalhão dos Periquitos, formado em Cachoeira e liderado por José Antônio da Silva Castro.  Dele faz parte Maria Quitéria, mulher para ninguém botar  defeito.  A 8 de novembro, em Pirajá e Cabrito, dá-se a batalha maior. O major Barros Falcão, sentindo que os brasileiros estão sendo derrotados, ordena ao corneteiro Luís Lopes o toque de retirada. Por patriotismo, descuido ou nervosismo, o jovem toca “cavalaria, avançar e degolar!”                                              

Os acordes de corneta eram os mesmos nos dois exércitos e os portugueses apavoram. Saem em debandada, sem lembrar que os brasileiros não tinham cavalaria.  É o início da derrocada, ainda que o desfecho vá demorar. Só no começo de julho de 1823 o general Madeira decide abandonar Salvador, embarcando para Portugal com seus soldados. Fica o registro de que, sem o corneteiro, a História teria sido diferente.

*Carlos Chagas
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Re: 7 de Setembro de 2012 - 190 anos de Independência do Bra
« Responder #23 em: Setembro 17, 2012, 06:02:38 pm »
http://www.youtube.com/watch?v=MTTDZ8bXzak

Isto mais as "igrejas" malucas americanas, subvertendo a cultura desse povo, a bem dos anglo-saxónicos.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Re: 7 de Setembro de 2012 - 190 anos de Independência do Bra
« Responder #24 em: Setembro 18, 2012, 11:17:24 pm »






Já desde a bandeira do Império, tendo à frente o fantoche dos ingleses.

O Brasil foi mais livre até à chegada da Corte - e dos ingleses. O preço de um estado fraco.
Já lá vai, mas ainda se pode aprender umas coisas.
Os brasileiros que "abram os olhos", a sério, e não simbólicamente.
Mas não o vão fazer, porque no fundo e na realidade, são portugueses.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Re: 7 de Setembro de 2013 - 191 anos de Independência do Bra
« Responder #25 em: Setembro 07, 2013, 01:33:14 pm »
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Re: 7 de Setembro de 2013 - 191 anos de Independência do Bra
« Responder #26 em: Setembro 07, 2013, 11:38:41 pm »
Penso que na realidade foi a independencia de Portugal, pois o brasil la ser o mestre do imperio luso.

Portugal ficava como simples nucleo historico do imperio. :G-beer2:
 

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Re: 7 de Setembro de 2014 - 192 anos de Independência do Bra
« Responder #28 em: Setembro 07, 2014, 11:57:21 pm »
Guerra da Independência do Brasil

Fonte: http://www.historia-brasil.com/independ ... brasil.htm

Citar
Apesar do Brasil ter sido elevado à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves, em 1815, os brasileiros, na prática, não recebiam o mesmo tratamento em comparação com os portugueses. Existia, por exemplo, discriminações na ocupação de cargos e nos empreendimentos comerciais.

A Independência do Brasil não se deu com uma declaração. Ela foi um processo complexo que envolveu uma guerra, como observa o historiador Luís Henrique Tavares.

Sete de Setembro de 1822 marcou o rompimento de Dom Pedro com Portugal, o que resultou na Guerra de Independência.

Não houve declaração de independência em Sete de Setembro. O Príncipe bradou: Independência ou Morte, o que só pode ser entendido como uma declaração de guerra.

O principal campo de batalha ocorreu na Bahia. A luta armada no Recôncavo Baiano havia começado em fevereiro de 1922.

Os portugueses eram um povo orgulhoso de suas conquistas, de sua história. Mandaram pras Guianas todos os invasores da América Portuguesa: franceses, ingleses e holandeses. Sufocaram, até a época, todas as rebeliões internas. Após a derrota de Napoleão, chamaram seu rei de volta.

Caso os portugueses dominassem a Bahia, não se esperaria menos que marchassem para dominar o Rio de Janeiro. Nesse contexto, a expulsão dos portugueses da Bahia, em Dois de Julho de 1823, marca o ponto de inflexão do processo de independência. A partir de então, ficou claro que era um processo sem volta.

Citar
Cronologia

1822 - Em fevereiro, as primeiras batalhas com os portugueses iniciam-se em Salvador. Em julho, uma canhoneira portuguesa situada na barra do Paraguaçu, alveja a cidade de Cachoeira, na Bahia.

Forças políticas portuguesas exigem o retorno do príncipe regente D. Pedro à Portugal. O príncipe nega-se a sair do Brasil. Em junho desse ano convoca uma Assembleia Constituinte e em Sete de Setembro rompe com Portugal, iniciando a Guerra de Independência do Brasil.

Em dezembro, o príncipe é coroado D. Pedro I, imperador do Brasil, buscando reconhecimento internacional para a causa da Independência.

As batalhas com os portugueses continuam no Norte, Nordeste e na Província Cisplatina. O palco principal da Guerra era o Recôncavo Baiano.

1823 - Os portugueses são expulsos da Bahia, em Dois de Julho, uma data fundamental no processo de Independência do Brasil.
A Independência do Brasil foi um processo que se estendeu de 1822 a 1824, quando Portugal finalmente reconhece o Brasil como nação independente.
1824 - Portugal e Inglaterra, a maior potência da época, reconhecem o Brasil como nação soberana.


Após a vitória de Pirajá, os brasileiros entram em Salvador, em Dois de Julho de 1823. Na foto, parte da tela Entrada do Exército Libertador de Presciliano Silva, 1930. O Convento da Soledade domina o pano de fundo. Acervo da Prefeitura de Salvador.


Maria Quitéria, a heroína da Independência do Brasil, representada por Augustus Earle, o mesmo desenhista que acompanhou Charles Darwin no Beagle. Ilustração publicada no livro de Maria Graham, em 1824. Maria Quitéria usava um saiote escocês, que ela adotou, inspirada em uma ilustração que ela viu de um highlander.
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Re: 7 de Setembro de 2014 - 192 anos de Independência do Bra
« Responder #29 em: Setembro 08, 2014, 12:02:49 am »
Independência do Brasil e o Dois de Julho

Fonte: http://www.bahia-turismo.com/independencia.htm

Citar
A Independência do Brasil não se definiu com o discurso de D. Pedro I em Sete de Setembro de 1822. O Grito do Ipiranga foi, na verdade, um grito de guerra e ela ocorreu no Norte e Nordeste do País. As lutas no Recôncavo baiano foram as mais sangrentas e a Independência da Bahia teve um papel chave na consolidação da Independência do Brasil.

Até 1763, Salvador foi a capital do Brasil. Os portugueses estavam instalados na região há mais de 200 anos. Portugal era, na época, uma das maiores potências mundiais.
O processo de independência do país iniciou-se com os movimentos separatistas do fim do século 18, principalmente em Minas Gerais e Bahia.

A Conjuração Baiana, em 1798, também conhecida como Revolta dos Alfaiates, foi um movimento abrangente, com grande participação popular. Buscava-se instalar uma república independente e a libertação dos escravos. A revolta foi sufocada pelos portugueses.

Com as pressões pela independência, as tropas portuguesas retiraram-se para províncias do Norte e Nordeste do País, com o comando português centralizado em Salvador.

Em fevereiro de 1822, chegou de Portugal a designação do brigadeiro Madeira de Mello para o comando das Armas, na Bahia. A Câmara Municipal negou-se a dar posse ao novo comandante. A partir de então, iniciou-se as lutas entre portugueses e brasileiros. Os soldados lusos tomaram Salvador. Os brasileiros cercaram a cidade e intensificaram a guerrilha urbana.

As batalhas ocorreram em todo o Recôncavo baiano com os brasileiros inicialmente sob o comando do general Pedro Labatut e, posteriormente, do coronel José Joaquim de Lima e Silva. O exército brasileiro conquistou gradativamente o controle das cidades do Recôncavo.

A batalha decisiva foi a de Pirajá, no subúrbio de Salvador.

Em Dois de julho de 1823, as tropas brasileiras entraram em Salvador.

O entendimento histórico é que, caso os portugueses vencessem na Bahia, haveria um avanço para a reconquista do Sudeste do País. Nesse sentido, as lutas na Bahia foram fundamentais para Independência do Brasil.


Estátua de Maria Quitéria na praça da Soledade, em Salvador. Homenagem a uma das heroínas nas lutas pela Independência. Maria Quitéria de Jesus Medeiros (1792-1853) alistou-se, disfarçada de homem, no Exército Brasileiro para lutar pela Independência do Brasil. Combateu com heroísmo nas batalhas da Barra do Paraguaçu, Pituba, Itapuã e outras. Recebeu de D. Pedro I a condecoração de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro. Foi a primeira mulher a fazer parte de uma unidade militar no Brasil.
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