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Forças Armadas e Sistemas de Armas => Força Aérea Portuguesa => Tópico iniciado por: Miguel em Julho 12, 2005, 10:25:47 pm

Título: FAP no prazo 2005/2011
Enviado por: Miguel em Julho 12, 2005, 10:25:47 pm
Caros amigos:

apelo a mobilizaçao de todos

Neste momento a FAP tem apenas 20 F16 para defender todo o espaço aéreo continete e ilhas.

Isto quer dizer que face a um ataque maciço com uma duzia de aprelhos Inimgos ou Terroristas Portugal estaria tomado!

É preciso ter as DUAS esquadras com pelo menos 36 F16 operacionais, para ter o minimo de dissuasão.

Temos que ter a capacidade de destacar alguns F16 para as Ilhas se necessario, ora isso implica que mesmo no minimo sendo que se destaque 6 F16 para os Açores e outros 6 para a Madeira o Continente fica apenas com 24.

Agora explicam-me como defender todo o nosso espaço aéreo apenas com 20???????????
Título:
Enviado por: papatango em Julho 12, 2005, 10:34:52 pm
Defender o espaço aéreo com 20 F-16 não é muito diferente de defende-lo com 36 ou com 40.
Principalmente se, do outro lado, estiver uma força aérea com equipamentos que, não sendo assim tão superiores técnicamente, são superiores no número.

A situação é de facto complicada, mas, do meu ponto de vista, é mais problemático o facto de a nossa capacidade de defesa anti-aérea estar praticamente restrita a atirar pedras com fisgas. Noutro fórum, foi proposta a utilização de zarabatanas. Parece que fica relativamente económico.  :twisted:

Portanto, o problema, é a possibilidade de um ataque inicial, destruir qualquer capacidade de a Força Aérea responder a qualquer ataque, e agir de seguida.

Além disso, falta-nos a capacidade de reabastecimento em voo para os F-16 e pelo menos duas aeronaves AEW. Com este tipo de equipamento, até estavamos muito bem com 20 F-16AM/BM.

Sem eles, e sem defesas anti-aéreas capazes, os 40 F-16 MLU não fazem grande diferença.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Luso em Julho 12, 2005, 11:06:29 pm
Vocês viram nas comemorações da FAP a defesa anti-aérea das bases??
Canhõezecos bitubo de 20mm de pontaria óptica e controlo manual directo... :shock:
Título:
Enviado por: papatango em Julho 12, 2005, 11:39:27 pm
As peças de 20mm são até bastante fiáveis, embora muito pouco úteis. Mas do meu ponto de vista isso nem é o mais grave.

Dadas as características de que se revestiria a defesa do território nacional, a superioridade do inimigo em termos aéreos seria inevitável. Como resultado, as primeiras coisas a sofrer um ataque seriam quaisquer meios anti-aéreos, mesmo que parcos.

O problema, é que essas unidades nem sequer são móveis. Ous seja, são apenas transportáveis de um lugar para o outro mas não em posição de disparo.  Aquelas peças, em cima de um carro seríam muito mais eficientes. Camufladas, e transformadas em arma movel,  podem ser utilizadas mesmo para tiro anti-carro. Como estão, são "sitting ducks"

Cumprimentos
Título:
Enviado por: typhonman em Julho 13, 2005, 02:43:34 am
Bem, para ter-mos um Sistema de Defesa Aérea Eficaz, apostaria nos 40 F16MLU equipados com AIM9X AIM120C e os pilotos a usarem JHMCS, estes caças seriam apoiados por 2 EMB145AEW ou 2 E737AEW Wedgtail, no solo para além dos radares de defesa aérea fixos deveriamos ter 6 a 8 radares tridimensionais móveis, assim como peças de 35,40,45mm para protecção de bases aéreas assim como misseis SHORAD tipo Rapier.

As baterias AAA deviam ser equipadas com o sistema EOTS para localização de aviões sem emitir sinal de radar, logo n seriam destruidas pelos misseis anti-radiação inimigos.

As bases principais,Açores, Monte Real, Montijo e Beja deveriam ser protegidas com sistemas de defesa aérea a media altitude caso do sistema Hawk/Amraam.

Pena nao haver euros....
Título:
Enviado por: Miguel em Julho 13, 2005, 02:21:51 pm
Seja como for, precisamos de ter 2 esquadras de F16.

Uma para defesa aérea, e a segunga para CAS e TASMO por isso podem dar as voltas que quiserem mas precisamos de ter no minimo 36 F16!!

Porque os Alphajet a muito que servem apenas para instrução,alias quando vemos que as Asas utilizam apenas Duas aeronaves, duvido da capacidade de termos Ajet suficientes para as Esquadras 103 e 301 De Ataque :oops:
Título:
Enviado por: NVF em Julho 13, 2005, 03:35:47 pm
E' de facto escadaloso, vergonho e ate' criminoso, o estado a que deixaram chegar as nossas FA. Os (in)responsaveis politicos e militares deste pais deviam ir todos para a prisa.

Como as coisas estao comeca a fazer cada vez mais sentido acabar com as FA. Nao vale a pena gastar os recursos do pais em algo que nao serve para o que se propoe. Ou bem que se gasta o necessario para manter capacidades minimamente eficazes, ou entao deixa-se cair. E que se lixe o defice!
Título: Asas de Portugal
Enviado por: Cabeça de Martelo em Julho 13, 2005, 03:50:39 pm
O que vocês chamam de Asas de Portugal é na verdade uma parelha. Por isso não esperem outra vez uma a formação de toda uma equipa de acrobacia na Força Aérea, simplesmente não há dinheiro!  :cry:
Título: Re: Asas de Portugal
Enviado por: Miguel em Julho 13, 2005, 05:07:52 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
O que vocês chamam de Asas de Portugal é na verdade uma parelha. Por isso não esperem outra vez uma a formação de toda uma equipa de acrobacia na Força Aérea, simplesmente não há dinheiro!  :roll:
Título:
Enviado por: NVF em Julho 13, 2005, 06:47:27 pm
E se pensarmos bem sempre foi assim. Sempre aplicamos a nossa riqueza na ostentacao e no luxo. Mesmo no periodo aureo do Imperio, enquanto os outros investiam no comercio e industria, nos investiamos em igrejas e palacios.

E voltou a ser assim no tempo do Cavaco e do Guterres. O primerio com as autoestradas, a formacao profissional e a Expo; o segundo com a expansao desmesurada da admnistracao publica, o Euro e, claro, mais autoestradas. Que fique claro, no entanto, que ambos fizeram coisas positivas: ainda conseguimos ter menos mortes durante o nascimento e melhor esperanca de vida que, por exemplo, os irlandeses.

So' para finalizar e continuando numa toada irlandesa: no final do Cavaquismo, quando estavamos a atingir os 1000 km de autostradas, a Irlanda tinha menos de 30 km. Claro que os irlandeses investiram bem (noutras coisas) e, agora que tem o segundo rendimento mais elevado da UE, ate' ja' tem uns estonteantes 125 km de autoestradas...
Título:
Enviado por: papatango em Julho 13, 2005, 09:14:59 pm
Fica facil falar da Irlanda.
Mas não nos podemos esquecer das vantagens da Irlanda, para as quais os irlandeses não fizeram nada:

- A Irlanda tem um terço da população portuguesa

- A Irlanda fala inglês, e o mais rico país do mundo tem 25% da sua população originaria nesse país.

- Os Irlandeses apelaram ao investimento americano, apelando para as empresas com donos e acionistas de origem irlandesa

- Muito do desenvolvimento da Irlanda, prende-se com investimentos em alta tecnologia, feitos por empresas de origem americana, que utilizaram a Irlanda como ponte para entrar na União Europeia.

- A Irlanda tem uma concentração populacional muito diferente de Portugal, e uma configuração diferente, e além disso é uma ilha. Não tem que compatibilizar a sua rede de estradas com os países vizinhos.

- Ao contrário da Irlanda, Portugal precisa das estradas que ligam o país ao resto da Europa. O Turismo precisa de estradas modernas e eficientes. A Irlanda não tem um turismo com o mesmo siginificado, por isso pode passar com uma rede de estradas menores, porque afinal, tem pouco mais de um terço da população de Portugal

Para terminar, uma critica que os irlandeses fazem ao país, é a de que tem gente muito rica, mas não conseguiu acabar com os pobres que tem.

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Umas perguntas:

->Quanto custaram os Estadios de Futebol do Euro 2004 ?

->É ou não é verdade que a Expo-98 deu lucro, por causa do IVA que o Estado Português recebeu?

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Às vezes fico com impressão de que quando estamos irritados com a situação começamos a disparar em todas as direções, porque de facto não sabemos bem a quem é que havemos de apontar.

Todos os países têm bons e maus políticos. Numa democracia, os politicos (mal ou bem) são eleitos pelos cidadãos.

Se começarmos a dizer que os politicos são todos corruptos, estamos a fazer uma acusação vazia, e sem sentido, porque ninguém é igual. E também estamos a dizer que temos politicos corruptos, NOS QUAIS NÓS VOTAMOS!!!!. Logo, podemos deduzir que votamos nos nossos iguais e que somos todos igualmente corruptos. As generalizações não levam a lado nenhum.

Sempre tivemos problemas com o "novo riquismo" e com a ostentação, mas não deixámos de existir por causa disso.

É muito mais grave o facto de mais de 70% das crianças do 9º ano terem tido nota negativa a Matemática.
Aí sim, está o nosso problema e a nossa vergonha.


Corruptos e vaidosos, há-os em todos os países. Fazem parte das sociedades e cada uma tem os que pode ter.

Mas crianças burras, são responsabilidade de todos nós. É aí que está a responsabilidade de todos. Deixar a educação das crianças completamente nas mãos das escolas, que se transformaram em depositos diários de crianças, sendo que os pais, só se preocupam (quando se preocupam) no fim do ano por causa das notas.

Quantas pessoas neste país, já utilizaram a frase "O meu filho não tem cabeça para a matemática" ?

Com esta frase, quantos pais encolheram os ombros?
Quantos pais olharam para o lado?
Quantos pais usaram este argumento para aceitar o falhanço e as notas negativas dos filhos como uma coisa natural?

A responsabilidade colectiva de todos os cidadãos está nestas pequenas frases, nestas pequenas e aparentemente inofensivas opiniões que os pais têm sobre os próprios filhos.

É aí que está o cerne do problema.

É normal e comum (embora indesejável) haver corruptos, o que não é normal é haver tanta falta de cultura, aceite pelos próprios pais.

Não adianta criticar os de sempre, ELES, os POLITICOS. A culpa, está muito mais próxima.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: NVF em Julho 13, 2005, 09:56:32 pm
Especificidades 'a parte, a Irlanda fez um esforco enorme na educacao e na qualificacao das pessoas, no saneamento das financas, na liberalizacao da economia e da legislacao. E nos? Fizemos alguma coisa, mas passados quase 20 anos da adesao 'a CEE ainda andamos a discutir estes assuntos.

Em relacao 'as origens dos americanos, esse valor de 25% parece-me exagerado amigo PT. Pesquise melhor e vai ver que se fica pelos 10%. Curiosamente, o grupo etnico com maior peso nos EUA e' o germanico: 15% dos americanos sao originarios da Alemanha e vivem maioritariamente no coracao da America (Midwest).
Título:
Enviado por: papatango em Julho 13, 2005, 10:12:18 pm
Você tem razão quanto à percentagem.
Não são 25%, mas sim 25.000.000 de americanos de origem irlandesa.

I stand corrected.
Título:
Enviado por: soultrain em Julho 13, 2005, 11:05:21 pm
Papatango,

Realmente as auto-estradas são muito importantes, mas coloco outras questões:

-Será que a mão de obra que ficou com estes projectos é especializada, nos sectores que um país moderno precisa? O investimento suportado por fundos comunitários, na Irlanda teve destino diferente.

-não seria melhor ter uma rede viária de vias rápidas e estradas nacionais gratuitas e de qualidade como aqui ao lado com menor investimento? E uma rede Ferroviária que foi esquecida e que realmente as empresas precisam (o custo de tranporte de mercadorias hoje em Portugal é um factor negativo).

É claro que não teríamos uma Brisa, uma das maiores empresas nacionais. Aqui está a principal linha de orientação Cavaquista.

Empresas nacionais fortes, que não pudessem ser engolidas por multinacionais, entre as quais:

- Brisa fortemente subsidiada pelo estado
-a Banca que com juros altíssimos acabou com o tecido industrial Português. Com juros na ordem dos 20 e tal porcento foi impossível sobreviver.
-A PT e outros com reformas antecipadas para serem apetecíveis para os investidores nas privatizações, que levaram ao descalabro da segurança social.

Isto tudo estamos a pagar hoje! Temos uma classe alta numerosa que vive à custa da classe média que paga impostos.Mas antes poder criticar isto tudo, que os anos de completa inoperância do Eng. Guterres!

O Prof. Cavaco Silva é um dos políticos que mais admiro, pelo seu carácter e nem me atrevo a compará-lo com a classe política actual, mas que cometeu erros graves estratégicos, cometeu.

E não era muita fã das FA.

Enquanto a classe politica não perceber, que a industria da defesa é o principal motor da tecnologia e do desenvolvimento no mundo, não vamos longe.

Ora aqui está uma discussão que dá pano para mangas.

Cump.
Título:
Enviado por: emarques em Julho 14, 2005, 12:19:11 am
Citação de: "NVF"
E voltou a ser assim no tempo do Cavaco e do Guterres. O primerio com as autoestradas, a formacao profissional e a Expo;


Como dizia um economista há uns tempos no "Prós e Contras", as áreas em que se deve investir para fazer crescer a economia são o capital humano e a infraestrutura. Pode-se criticar a forma como os investimentos foram feitos no tempo de Cavaco Silva, mas por acaso as áreas em que os investimentos foram feitos não eram completamente descabidas.

Não critico o incentivo à formação profissional. Ainda assim, Portugal é dos países europeus em que os trabalhadores recebem menos formação. Critique-se, sim, a forma deficiente como esses incentivos foram feitos, que em muitos casos não foram incentivos, e sim dinheiro sem esforço para uma grande quantidade de pessoas que deviam estar a penar na cadeia pelo que fizeram. Quem não ouviu as histórias de subsídios para formação profissional que não existiu, ou porque os supostos formandos não sabiam que estavam a "receber formação" ou porque recebiam parte do subsídio e se iam embora todos contentes fingir que tinham recebido formação?

Quem fez isso esqueceu-se que havia uma razão muito boa para se dar formação àquelas pessoas. Eventualmente a indústria portuguesa ia ter que mudar, e muitas empresas não iam aguentar o tranco. E nessa altura os trabalhadores formados estariam em melhor posição para encontrar novos empregos. E as empresas em que se fizeram "manigâncias" com a formação, que continuavam a usar os mesmos métodos de produção e tinham forças de trabalho pouco qualificadas foram as que sofreram mais.
Título:
Enviado por: NVF em Julho 14, 2005, 03:16:39 am
O problema nao foi a formacao em si, a ideia era positiva. Nem estou a discutir o descontrolo a que a ausencia de controlo conduziu — e quem estudou gestao, sabe perfeitamente que a receita para uma boa gestao, passa em grande medida pelo controlo.

A questao que tentei introduzir foi a das prioridades. E se a formacao era prioritaria, a Educacao deveria ter sido muito mais. E' verdade que nos anos de Cavaco Silva a Universidade conheceu uma grande expansao — o que foi muito positivo dado o grande atraso em que se encontrava —, mas este foi, em grande medida, 'a custa da criacao de universidades privadas e dos chamados cursos de papel e cantena. Mais uma vez, protegendo a 'industria' nacional do lucro rapido mas nao sustentado — o futuro o dira'.

Quando me refiro 'a Educacao, faco-o em sentido lato: basico, secundario e universitario. No final dos anos 80 tinhamos uma rede decente de escolas basicas e secundarias e a populacao juvenil ate ja' estava em decrescimento — parcialmente contrariado no final da era cavaquista e inicio da era guterrista — e poderia e deveria ter-se apostado na melhoria dessa rede e, principalmente, na qualificacao e na formacao dos professores.

Mas o que e' um facto e' que desde Veiga Simao, no inicio dos anos 70, nao houve uma reforma estruturada do ensino em Portugal. Tem havido algumas tentativas, mas parece que nao passam de experiencias, pois algumas nao duram mais que um ano lectivo e passa-se o tempo a alterar a designacao dos exames e ora se faz no oitavo, ora no nono e nao passamos disto. A politica de escolha de livros escolares deve ser a mais liberal do mundo, parecedo ate' que foi desenhada para eriquecer os livreiros e nao passamos disto.

A receita da Irlanda foi essa mesmo e depois e' que vieram os americanos com os seus investimentos, se nos tivessemos feito algo semelhante quem sabe quem viria investir aqui? E se eles estao uma ilha e nao tem a necessidade de criar infraestrutura viaria da mesma dimensao que a nossa, tiveram que criar a infraestrutura para os outros tipos de transporte.

E quanto ao turismo, a Irlanda — com somente 1/3 da polucao portuguesa  como o PT bem referiu — e uma area um pouco superior a 2/3 da nossa, teve em 2002 6,476 milhoes de visitantes. Nos tivemos, no mesmo ano, 11,666 milhoes. Aplicando uma regra de 3 simples, diria que os tipos tem uma industria turistica 50% superior 'a nossa.

Citar
As generalizações não levam a lado nenhum.

Citar
Mas crianças burras, são responsabilidade de todos nós.

Citar
Não adianta criticar os de sempre, ELES, os POLITICOS. A culpa, está muito mais próxima.


Oh PT, devemos entao concluir que a sua generalizacao nao leva a lado nenhum?

Nao se zangue, estou so' a entrar consigo  :)
Título: Ecónomia
Enviado por: Cabeça de Martelo em Julho 14, 2005, 12:28:24 pm
Subscrevo tudo o que o Papatango disse
Título:
Enviado por: Jorge Pereira em Julho 14, 2005, 03:44:18 pm
Citação de: "soultrain"
Enquanto a classe politica não perceber, que a industria da defesa é o principal motor da tecnologia e do desenvolvimento no mundo, não vamos longe.


Eis uma frase que engloba um pensamento e uma linha de acção que ando a pregar a anos num deserto em que todos aqueles que deveriam decidir nesse sentido ou tentam faze-lo, são logo rotulados de belicistas. Mas esse é tema para outro tópico.