As novas pistolas e metralhadoras ligeiras

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JNSA

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As novas pistolas e metralhadoras ligeiras
« em: Dezembro 30, 2004, 02:48:51 pm »
De modo a deixar o outro tópico livre para o debate da sucessora da G3, acho que era também importante discutir as outras duas vertentes do programa de aquisições – a metralhadora ligeira e a pistola automática.

Não sei se as propostas serão apresentadas em bloco (um fabricante fica com todos os contratos), ou separadamente, por cada sistema a adquirir, mas de qualquer modo, as características do equipamento são diversas, e como tal têm que ser analisadas.

Tendo em conta os prováveis candidatos à substituição da G3, estes fabricantes deverão apresentar as seguintes propostas para metralhadora ligeira:

Heckler und Koch – MG43 (e possivelmente, também a MG36)
Diemaco – Diemaco LSW
Steyr – Steyr AUG Heavy Barrel
FN Herstal – FN Minimi (várias versões disponíveis)
IMI – Negev
ST Kinetics (creio que é esta a actual denominação do fabricante de Singapura) – Ultimax 100

Acham que haverá outros candidatos?

Quanto às pistolas automáticas, qual acham que será o calibre procurado pelas Forças Armadas? Acham que vamos continuar com o 9mm, ou passaremos para algo mais potente, como o .45, o .40 S&W, ou outro?

De entre os fabricantes já referidos, as propostas poderão ser:
Heckler und Koch – muitas escolhas, entre as quais a melhor talvez seja a USP
Steyr – M-1A
FN Herstal – mais uma vez, existem várias hipóteses; talvez a Five-SeveN?
IMI – Barak SP-21

Existem ainda muitas outras hipóteses, como os diversos modelos da SIG-Sauer, Walther, Glock, Beretta, etc...

Como é lógico, tenho uma opinião pessoal sobre estas armas, mas unicamente baseada em leituras e boatos, e portanto preferia ouvir as vossas opiniões, e as dos “especialistas residentes”, como o Luso e o Janus… :wink:
 

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NotePad

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« Responder #1 em: Dezembro 30, 2004, 05:57:50 pm »
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« Última modificação: Fevereiro 25, 2007, 05:31:02 am por NotePad »
 

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Luso

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« Responder #2 em: Janeiro 01, 2005, 05:34:00 pm »
Quanto a metralhadoras ligeiras apenas tenho a dizer que não devem ser versões reforçadas de espingardas de assalto. Será sempre uma solução de compromisso que colocará em causa a a durabilidade do sistema e ainda estou para conhecer uma força que tenha um desses sistemas que seja tão bom como uma metralhadora ligeira concebida de raiz (LSW, RPK) para esse fim. Portanto nada de Diemacos e AUGs.
As outras são válidas e apenas tendo para a MG 4 porque pode partilhar alguns componetes menores da G36 (algumas molas e pinos e coisas que tal) mas sobretudo porque um contrato assinado com a mesma firma pode ser mais vantajoso. Quem compra uma coisa pode comprar três mais barato.
Pistolas: cada vez mais dúvidas tenho: já foi defensor do .45 por causa da performance do silenciador agora já tendo a regressar ao 9mm por causa da penetração. Ou então ao  - lá vou eu - 6.5mm Bofors que é uma bala 6.5 num cartucho 9mm Para estrangulado. Ainda melhor penetração e pode trabalhar nos ferrolos 9mm Para. Sabiam que os russos querem regressar novamente ao 7.62x25 para pistolas e PDW devido à sua superior penetração?
Agora coisas como o 4.6 ou 5.7 é que já estranho porque os pojécteis subsónicos são muito ligeiros (o que faz que a potência silenciada seja semelhante ao do .22 Lr subsonico).
Decididamente gosto do 6.5: muito flexível. Imaginem o que é ter uma linha de produção de canos para espingardas, pistolas e PDWs só com canos do mesmo passo de estria...
Nestas coias não faço pirraça. Parece que o ambiente ao nível do calibre de pistolas e PDW anda volátil.
Modelo de Pistola?
USP.
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fgomes

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« Responder #3 em: Janeiro 01, 2005, 08:58:49 pm »
Luso, essa munição Bofors pode ser disparada de uma vulgar pistola de 9mm ?
 

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Luso

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« Responder #4 em: Janeiro 01, 2005, 09:18:46 pm »
Citar
Luso, essa munição Bofors pode ser disparada de uma vulgar pistola de 9mm ?


Sim, mudando o cano (e aposto que também a mola recuperadora).
Creio que não é necessário mudar o carregador, mas também não posso confirmar.

6.5x25 CBJ: V0=815m/s com bala de 2 gramas.
Nada mau...
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Miguel

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« Responder #5 em: Janeiro 01, 2005, 09:50:59 pm »
as melhores metrelhadoras ligeiras sao as de 7.62mm
porque até parem um jipe,deve-se de manter 1 MG3 por cada seçção em apoio
 

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Luso

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« Responder #6 em: Janeiro 01, 2005, 10:01:00 pm »
Miguel, uma vez que não sevai adoptar um cartucho do tipo 6.5x39 com bala pesada (tão ou mais eficaz que o 7.62 ordinário a mais de 600m?), a 7.62 NATO está para ficar...
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Miguel

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« Responder #7 em: Janeiro 01, 2005, 10:18:20 pm »
Luso

o ideal e ter a G36 em individual e 2 MG3 por seccão de 9/10homens, e LAWS ,e HK79
 

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NotePad

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« Responder #8 em: Janeiro 02, 2005, 09:11:38 pm »
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Janus

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« Responder #9 em: Janeiro 02, 2005, 11:14:04 pm »
Concordo com o Luso que a metralhadora ligeira deverá ser preferivelmente um modelo de raiz.  Penso que o calibre terá que ser um dos calibres padrões NATO--isto é, 5.56x45 ou 7.62x51.  A FN MAG (7.62), por exemplo, é um modelo provado.  Concordo com o Miguel que 7.62 (ao invés do 5.56) seria o calibre preferível para uma metralhadora ligeira, mas também não vejo problemas em usar uma em 5.56 (como por exemplo a M243 SAW) em certas situações.

Quanto a pistolas, mais uma vez penso que o calibre terá que ser no padrão NATO (9x19), com mais tolerância na escolha para tropas de operações especiais.  Pessoalmente, prefiro outros calibres, com especial atenção para o 10mm.  O 10mm é, como sabem, o "paizinho" do .40 S&W, já foi regulamentar do FBI, e ainda está em serviço com o FBI em MP5.  (Que saiba, nunca foi usado regularmente por forças militares.) É um calibre possante, com excelentes qualidades balísticas, mas por causa do récuo um tanto acentuado (mas ainda assim menos que outros calibres, como o .44 magnum), requer-se muito treino para que as armas em 10mm serem manejadas com eficácia.  O .45 ACP tem um problema similar, em que é mais díficil atirar bem com ele do que com o 9mm, mas é um calibre muito certeiro e possante (se bem que com relativamente pouca penetração), adapta-se bem (por causa da sua baixa velocidade) a uso com silenciadores, e como sabem nos EUA continua sendo (por enquanto) o calibre de escolha para tropas de operações especiais, inclusive as da USMC (com uma variante da 1911) e a U.S. Army (com a HK Mod 23).  Há "wildcats" desenvolvidas a partir do 10mm que poderiam ser adaptados para penetração de "body armor."  O 5.7 da FN e outros calibres assim diminutivos penetram, mas não têm, a meu ver, energia suficiente para imediatamente imobilizarem um alvo humano.

Quanto a escolha da arma, penso que tanto a USP ("full size," a não ser em situações em que a economia de peso e espaço sejam imprescindíveis) ou a Glock são boas (por um lado prefiro a simplicidade da Glock, por outro prefiro a escolha de opções que a USP oferece).  Mas a Sig Sauer (tanto a P220 ou P226 se a escolha for para uma arma "full size," ou P228 ou P229 se compacta) é uma excelente arma, e talvez preferiria a Sig sobre a HK ou Glock.
 

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Luso

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« Responder #10 em: Janeiro 03, 2005, 05:22:15 pm »
Janus, provavelmente o .45 acp teria boa penetração com munição mais ligeira "sabotada" (subcalibrada). O +P+ já dá uma velocidade de respeito...
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Luso

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« Responder #11 em: Janeiro 03, 2005, 10:31:34 pm »
Um artigo interessante...

http://www.65grendel.com/
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Janus

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« Responder #12 em: Janeiro 03, 2005, 10:44:39 pm »
Tem razão, Luso.  E há sempre o .400 corbon ou o .460 Rowland (calibres adaptáveis às armas .45 ACP).  Outro calibre excelente que não mencionei no meu post anterior é o .357 SIG, desenvolvido, como sabe, a partir do .40 S&W.  É o que carrego na minha SIG P229.  E há outros calibres muito interessantes, como o Luso bem sabe.  Aliás, o Luso deve estar mais ciente dos novos calibres europeus do que eu.  

Mas estamos a entrar em território um tanto esotérico.  Por razões de logística e uniformidade com a aliança atlântica penso que a nova pistola das forças armadas terá que ser em 9mm…  E penso que na escolha da pistola o custo é quase tão importante quanto o modelo; em minha opinião, a maioria das pistolas usados pelos exércitos do primeiro mundo (e talvez não só) é perfeitamente adequada.  Talvez esteja a dizer quase uma "blasfêmia," mas penso que há alguns modelos “civis” que serviriam perfeitamente.  

Tão importante quanto a escolha da arma é o treino que se faz com ela.  Um Porsche que passa a vida toda na garagem não é muito mais do que uma peça de mobília--e cara.  Talvez se economizarem no custo da arma o exército possa gastar mais com munições e treinamento!  Pelo que sei, uma das razões que os USA optaram pela Beretta e não a SIG foi o preço elevado desta última.  Mesmo assim, foi adoptada pelos SEALS e outras unidades especiais.  Além da SIG P229, tenho uma P220 em .45 ACP que, apesar de carregar só 7 cartuchos, é uma arma que funciona belíssimamente.  Não tenho tanto experiência com a HK USP em 9mm mas já fiz fogo com ela.  Também é uma arma de qualidade, mas por alguma razão não me agradou tanto quanto a SIG ou mesmo, surpreendentemente, a Glock.

Mesmo assim--e ao dizer isto talvez mostre ser um “dinosauro”--nada dá-me mais prazer, quando se trata de pistolas, do que manusear e atirar com uma arma feita completamente em aço, como a Colt 1911.  Mas isto é outro assunto…
 

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NotePad

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« Responder #13 em: Janeiro 04, 2005, 02:47:55 am »
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JNSA

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« Responder #14 em: Janeiro 04, 2005, 12:18:05 pm »
Concordo com o Luso e com o Janus quando referem que a metralhadora ligeira deve ser uma arma construída de raíz, e não uma conversão de uma espingarda de assalto (que poderia trazer problemas de fiabilidade e durabilidade quando usada com rajadas prolongadas dando fogo de apoio).

Mas acho que o Miguel e o NotePad estão a fazer alguma confusão entre as metralhadoras ligeiras e as GPMG, e a pensar numa substituição do   7,62mm pelo 5,56mm- eles devem os dois permanecer, visto que a primeira é uma metralhadora de escalão pelotão, e a outra de escalão secção.

Se virmos a orgânica americana ou britânica, vemos que cada pelotão é composto por secções, sendo estas divididas em 2 ou 3 "fire team" de 4 homens. Cada uma destas possui uma LSW ou uma SAW. Creio que é apenas esta a arma que actualmente está em fase de aquisição em Portugal. As metralhadoras de 7,62mm são normalmente integradas numa secção de apoio, sendo usadas duas por pelotão.

Assim, Portugal vai provavelmente manter as HK-21 e as MG-3 ao nível de pelotão (e bem, visto que são armas fiáveis e com provas dadas, não se justificando, creio eu, a sua substituição actual), adquirindo as metralhadoras ligeiras de 5,56mm para complementar a espingarda de assalto.

Mas sinceramente, tenho pena que não se aposte em algo verdadeiramente inovador, com um calibre novo e com vantagens sobre o 5,56mm e o 7,62mm. O argumento de manter a unidade logística com a NATO não me parece ser totalmente convincente; afinal, durante décadas estivémos fora do calibre padrão. Corremos ainda o risco de haver uma mudança de calibre NATO se os americanos se convencerem que o 5,56mm não é suficiente (pouco provável, mas é uma possibilidade - os primeiros sinais poderão estar no programa SCAR, sendo a versão SCAR-H concebida para uma futura mudança de calibre).

De qualquer modo, se isto pode ter algum peso na escolha da espingarda de assalto e metralhadora ligeira, já na compra da pistola automática parece-me ter menos relevância (pelo menor peso logístico representado pelas munições de pistola). Sobretudo depois das experiências com o 9mm no Iraque...