Com o fim da Guerra Colonial, o Exército Português deveria ter sido alvo de um processo de reestruturação muito mais profundo do que aquele que efectivamente foi levado a cabo. Este consistiu quase exclusivamente, numa primeira fase, na redução dos efectivos mobilizados para a guerra e, numa segunda fase, na integração da estrutura militar na lógica de um estado democrático, com a sua subordinação ao poder político civil.
No entanto, até hoje foi mantida a estrutura regimental que existe desde há vários séculos. Esta tinha vários objectivos:
- garantir a proximidade às populações
- facilitar o acesso dos mancebos às unidades, num país com uma deficiente estrutura rodo e ferroviária
- permitir a defesa do território português em caso de invasão (quer Espanhola, quer Alemã na 2ª Guerra, quer Soviética, na Guerra Fria); diga-se em abono da verdade que este sistema seria praticamente inútil em caso de invasão :twisted: ) do espectro da invasão terrestre e com a mudança total do leque de missões e terrenos em que o Exército opera, este sistema já não faz sentido... E no entanto as perspectivas de que ele venha a ser modificado num futuro próximo são escassas.
Actualmente, em termos de unidades "operacionais" (o que exclui logística, escolas, etc...), o Exército Português é composto por:
*Unidades sob o comando do COFT
- BLI
- BAI
- BMI
- GALE
*Outras Unidades/Unidades Territoriais
- 1 Reg. Artilharia Antiaérea
- 2 Reg. Artilharia
- 4 Reg. Cavalaria (um dos quais de Lanceiros/PE)
- 2 Reg. Engenharia
- 3 Reg. Guarnição
- 8 Reg. Infantaria (um dos quais serve de "casa" aos Comandos)
- 1 Regimento de Transmissões
- CIOE
Muitos destes Regimentos não têm unidades de manobra próprias, visto que estas são atribuídas às 3 GU's. Os outros são perfeitamente inúteis do ponto de vista militar (ou quase), devido sobretudo à falta de equipamento, e a um enquadramento operacional desactualizado. Os Regimentos de Guarnição, por exemplo fazem muito pouco sentido nos seus moldes actuais.
Tendo em conta que se exige, nos dias de hoje, um Exército mais profissional, mais móvel, e com um melhor produto operacional (leia-se mais pequeno e barato, mas que faça o mesmo ou mais), gostava de saber o que têm a dizer sobre os modos de renovar toda esta estrutura obsoleta.
Algumas das questões a levantar podem ser:
- qual deverá ser a unidade base do Exército - a Brigada, ou o Regimento, ou uma outra unidade combinada?
- qual deverá ser a dimensão do Exército
- os Regimentos devem ser (total ou parcialmente) desactivados, renovados, ou integrados nas Brigadas?
- devemos apostar sobretudo em unidades de forças combinadas ou não?
- deveremos criar novas unidades? Deveremos criar novas unidades especializadas (por exemplo, em guerra de montanha, ou na selva)
O que dizem?
P.S.
Atenção! Isto não é um tópico para fazerem a vossa lista de compras de sonho...
O objectivo aqui é debater a
orgânica do Exército.
Cumptos.