É ridiculo que com a crise que este pais atravessa, e onde já existem duas forças policiais de elite (PSP e GNR) vocacionadas e excelentemente preparadas e equipadas para OE, seja dado o aval para que exista uma terceira força de OE.
A isto chama-se "defender quintinhas" e é minha convicção que, só serve para encher os bolsos a alguns intervenientes no processo, sejam eles de intervenção directa ou indirecta.
Diga-mos que a PJ quer a comparação directa e exacta ao FBI, esquecendo no entanto que os elementos que vão integrar essa força, sõa "prata da casa" e por isso inspectores com cursos superiores, pagos na grande maioria pelos contribuintes e na sua grande maioria sem grande vocação para OE.
Não sejamos radicais.
Lá porque uma força policial tem armas de assalto isso não significa que passe a ter funções de OE, veja-se o caso das unidades territoriais da GNR dotadas de G-3.
Cada força tem as suas atribuições específicas e a PJ ao receber competências nas áreas da cooperação internacional no combate ao terrorismo deve-se dotar de equipamento adequado, de notar que uma crítica desde sempre feita à organização é a da falta de armamento moderno e adequado, já que muitos agentes estão equipados com armas praticamente obsoletas (PPK).
Convém ainda referir que a PJ tem uma unidade de segurança e armamento com funções de protecção a pessoal, instalações e equipamentos e que actua no terreno com os agentes de investigação, sempre que tal se julgue necessário.
Essa unidade deve estar devidamente equipada e armada, mas
não estamos certamente perante uma força de operações especiais.
Dito isto aproveito para contrapor ao argumento de "quintinhas" o argumento de que também é errado "meter tudo no mesmo saco" e atribuir a 2 ou 3 forças existentes todo o peso da responsabilidade numa multitude de missões distintas e muitas vezes irreconciliaveis.
Não temos por exemplo unidades especiais ao nível dos comandos distritais que possam actuar à imagem das equipas SWAT americanas. Ora as SWAT actuam ao nível de Condado um conceito de certa forma equivalente ao nosso Districto.
Perante o crescimento progressivo da criminalidade violenta a não existencia presente nem planeada deste tipo de unidades policiais é uma falha primária!
Outra falha é a falta de uma força especial de intervenção vocacionada para o meio marítimo onde continuamos a assistir ao desenrrolar de um combate desigual entre as mal preparadas e estruturadas autoridades e um cada vez mais sofisticado narcotráfico.
Em Portugal o que temos é um nº reduzido de unidades especiais com um demasiado grande número de atribuições em contraste com o que se vai fazendo lá fora, onde temos um maior nº de unidades com um âmbito de missão mais restrito.
Convém lembrar que, por definição, uma força especial e uma missão genérica são contradições absolutas.