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Geopolítica-Geoestratégia-Política de Defesa => Mundo => Tópico iniciado por: André em Setembro 26, 2007, 09:55:59 pm

Título: Myanmar
Enviado por: André em Setembro 26, 2007, 09:55:59 pm
Conselho de Segurança reúne-se de emergência

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O Conselho de Segurança da ONU foi hoje convocado de urgência para consultas sobre a antiga Birmânia, que decorrem a partir das 20:00 em Lisboa, anunciou hoje o chefe da diplomacia francesa.
Bernand Kouchner - cujo país é membro permanente, com direito a veto, e detém a presidência mensal dos 15 - anunciou, em declarações à imprensa, a decisão de convocar o Conselho de Segurança, coincidindo com o início da repressão dos manifestantes em Yangum.

O homem forte do Quai d´Orsay explicou que o pedido da reunião partiu de embaixadores de membros europeus do Conselho de Segurança, nomeadamente o Reino Unido, por ordem do primeiro-ministro Gordon Brown.

«Poderá ser aprovada uma resolução de condenação» da junta militar no poder em Rangum desde há quase duas décadas, precisou Kouchner, frisando a necessidade de reforçar os mecanismos de vigilância naquele país asiático através do apoio à missão local da ONU.

Uma equipa da organização coordena em território birmanês o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

O secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, nomeou seu enviado especial para a Birmânia o nigeriano Ibrahim Gambari, que conduzirá o processo.

Por outro lado, de acordo com o porta-voz da Casa Branca, Gordon Johndroe, a administração de George W.Bush considerou «muito perturbadoras» as informações recebidas acerca da repressão dos manifestantes em curso na Birmânia e lançou um apelo à contenção da junta militar.

«A serem exactas as informações até agora recebidas - que dão conta de pelo menos cinco mortos, dois dos quais monges, e duas dezenas de feridos, além de 80 pessoas espancadas, detidas e levadas por militares para penitenciárias - a situação é muito perturbadora», afirmou.

À espera de desenvolvimentos, o porta-voz adiantou que a Casa Branca instou a junta militar birmanesa a respeitar os direitos humanos e a aceitar um período de transição política pacífico para a democracia.

Johndroe interveio um dia depois de Bush reforçar o «pacote» de sanções contra o regime birmanês, por si classificado de «reino do terror».

As cargas contra os manifestantes em Rangum passaram por espancamentos na via pública, lançamento de gás lacrimogéneo para dispersar os mais radicais e, in extremis, por disparos com armas de fogo.

O pagode de Sule, centro dos protestos, está desde as primeiras horas da manhã cercado pelas forças de segurança, com todos os acessos bloqueados por camiões.

O grande pagode de Shedagon foi palco de agressões dos militares a manifestantes que tentavam derrubar barreiras de segurança.

No bairro comercial de Alhone, testemunhas disseram ter visto bonzos feridos a tiro serem levados pelos militares e no Sanchaung houve confrontos entre civis e as forças de segurança para impedir mais detenções.

Uma denúncia veemente do estado a que as coisas chegaram foi lançada pela Liga Nacional para a Democracia (LND), da Nobel da Paz (1991) Aung San Suu Kyi, em prisão domiciliária desde há quatro anos e transferida na última madrugada para a cadeia de alta segurança de Insein.

A LND destacou num comunicado que a brutalidade exercida sobre os monges budistas há uma semana envolvidos nos protestos diários é vista como «o mais grave dos crimes» pela população birmanesa.

O texto convidou a junta militar a enveredar pelo diálogo, para dar «imediatamente» uma saída à crise.

Diário Digital / Lusa


P.S - O encarceramento de Aung San Suu Kyi parece-se com o do caso do Nelson Mandela na África do Sul.
Título:
Enviado por: André em Setembro 26, 2007, 09:59:57 pm
UE e EUA pedem fim da violência e diálogo com Suu Kyi

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A União Europeia e os Estados Unidos aprovaram hoje uma declaração conjunta sobre a Birmânia em que apelam para o fim da violência e para um diálogo com as forças pró-democracia, incluindo Aung San Suu Kyi.
«Apelamos às autoridades para que ponham fim à violência e para que abram um processo de diálogo com os dirigentes pró-democracia, incluindo Aung San Suu Kyi e representantes das minorias étnicas», lê-se na declaração, divulgada na página internet da presidência portuguesa da UE.

Aung San Suu Kyi, líder da Liga Nacional para a Democracia (LND, oposição), venceu as últimas eleições legislativas na Birmânia, realizadas em 1990, resultado que nunca foi aceite pela Junta Militar que governa o país desde 1962. Suu Kyi, Nobel da Paz em 1991, está sob prisão domiciliária desde Junho de 2003.

A UE e os Estados Unidos instam também «a China, a Índia, a ASEAN (Associação de Países do Sudeste Asiático) e outros na região a usarem a sua influência em apoio do povo birmanês».

A declaração expressa a solidariedade da UE e dos EUA com o povo birmanês e manifesta «profunda preocupação com informações segundo as quais as forças de segurança dispararam e atacaram manifestantes pacíficos».

«Condenamos toda a violência contra manifestantes pacíficos e recordamos aos líderes nacionais a sua responsabilidade pessoal pelas suas acções», declaram.

Washington e os 27 referem ainda a visita à Birmânia prevista para breve do enviado especial do secretário-geral da ONU, o nigeriano Ibrahim Gambari, pedindo a cooperação da Junta Militar, e subscrevem os apelos para que o Conselho de Segurança discuta o assunto com urgência e considere a possibilidade de um reforço de sanções ao regime.

A visita de Gambari foi entretanto anunciada pela porta-voz do secretário-geral, que decidiu enviá-lo de urgência na sequência da deterioração da situação.

O Conselho de Segurança da ONU tem previsto reunir-se hoje às 19:00 TMG (20:00 em Lisboa) para consultas sobre a situação na Birmânia, onde o exército e a polícia reprimiram hoje com tiros para o ar e granadas de gás lacrimogéneo uma manifestação de dezenas de milhares de civis e de monges budistas.

Também os representantes permanentes (embaixadores) dos Estados-membros da União Europeia vão analisar quinta-feira, em Bruxelas, um possível reforço das sanções contra o regime militar na Birmânia.

A decisão de inscrever o tema na reunião no chamado COREPER (Comité dos Representantes Permanentes), a instância que prepara as decisões do Conselho de Ministros dos 27, decorre do agravamento da situação na Birmânia, disse à Lusa fonte da presidência portuguesa da UE.

Diário Digital / Lusa
Título:
Enviado por: André em Setembro 26, 2007, 10:06:17 pm
Rússia considera crise como um «assunto interno»

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A crise na Birmânia, onde a Junta Militar reprimiu hoje uma manifestação de milhares de pessoas, «é um assunto interno» que não ameaça «a segurança regional e internacional», declarou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
«Consideramos estes acontecimentos como um assunto interno da Birmânia e partimos do princípio que a situação vai estar completamente normalizada muito em breve», lê-se num comunicado do Ministério.

«Defendemos, como anteriormente, que os processos em curso na Birmânia não apresentam riscos para a paz e a segurança internacional e regional», acrescenta.

A Rússia é, com a China, um dos apoios mais importantes do regime militar que governa a Birmânia desde 1962 e que hoje reprimiu manifestações pacíficas de dezenas de milhares de pessoas tanto na capital, Yangum, como nas cidades de Sittwe (oeste) e de Mandalay (norte).

Fontes dos budistas birmaneses no estrangeiro asseguram que pelo menos cinco monges e três civis foram mortos na sequência da carga policial contra os manifestantes. Diversas fontes indicam que o número de feridos deverá ascender à centena.

A poucas horas do início, em Nova Iorque, de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação, o chefe da diplomacia francesa, Bernard Kouchner, cujo país preside actualmente àquele órgão, apelou à China e à Índia para que «não tolerem mais» o regime birmanês e para que «façam pressão» para o fim da repressão.

«Podemos reforçar as sanções, porque não, mas o que é mais importante é que os países da região não tolerem mais, como têm feito, um regime ditatorial deste tipo», disse Kouchner à imprensa, à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas.

«Os generais birmaneses são pouco sensíveis à atenção do mundo e à solidariedade. Agora, é verdadeiramente precisa uma pressão dos países da região. Sobretudo se houver, e eu espero que não, uma repressão forçosamente sangrenta», acrescentou.

Segundo Kouchner, houve «uma evolução (na posição) da China» que «assume a sua preocupação» com a situação.

Também a Índia manifestou hoje a sua preocupação com os desenvolvimentos registados nas últimas horas.

Diário Digital / Lusa


Lá estão os rissois a desconversar. Claro que os Monges não vão desestablizar a região. Mas já era de esperar devido a sua postura como por exemplo em relação à Bielorússia ou ao Irão.  :roll:
Título:
Enviado por: André em Setembro 26, 2007, 10:13:34 pm
Nobel da Paz colocada em prisão de segurança máxima

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Mantida em prisão domiciliária desde 2003, devido à sua oposição à Junta Militar que governa o país, a Nobel da Paz e líder do partido Liga Nacional para a Democracia (LND), Aung San Suu Kyi, foi transferida para a prisão de segurança máxima de Insein, nos arredores da cidade de Yangun. Segundo as últimas informações, a transferência de Suu Kyi aconteceu durante as últimas manifestações populares contra a ditadura birmanesa.

Apesar de ter já sido instaurado o recolher obrigatório no país e da Junta Militar ter feito sair os militares para a rua, com a missão de desmobilizar a população, monges e civis continuam a protestar de modo pacífico nas ruas das principais cidades, recebendo como resposta tiros, bombas de gás lacrimogéneo, espancamentos e detenções.

Diário Digital
Título:
Enviado por: André em Setembro 26, 2007, 11:45:24 pm
Lisboa consulta 27 sobre aumento sanções contra o Myanmar

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Os representantes permanentes (embaixadores) dos Estados-membros da União Europeia vão analisar quinta-feira, em Bruxelas, um possível reforço das sanções contra o regime militar em Myanmar, disse à Lusa fonte da presidência portuguesa.
A decisão de inscrever o tema na reunião no chamado COREPER (Comité dos Representantes Permanentes), a instância que prepara as decisões do Conselho de Ministros dos 27, decorre do agravamento da situação na Birmânia, segundo a mesma fonte.

Lisboa já tinha decidido quarta-feira inscrever na agenda da próxima reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 que tem lugar a 15 de Outubro, no Luxemburgo, a questão do eventual reforço das sanções europeias contra o regime militar de Myanmar.

O presidente em exercício do Conselho de Ministros da União Europeia, Luís Amado, sublinhou hoje a importância de manter «a enorme pressão internacional» que está a ser feita sobre o Myanmar para que a actual crise não degenere em violência.

«Estamos a acompanhar os desenvolvimentos e a participar na enorme pressão que está a ser feita sobre as autoridades birmanesas» para que a situação não degenere, disse Luís Amado num contacto telefónico com a Agência Lusa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, em Nova Iorque para a Assembleia-Geral da ONU, frisou que tem estado «a acompanhar de perto a situação» e que, em nome da presidência da UE, levantou a questão na troika UE-China que se reuniu segunda-feira à margem da Assembleia.

«Enquanto presidência levantámos o problema junto do governo chinês (...) para transmitirmos a preocupação da UE em relação a uma escalada que possa degenerar em violência», disse.

A comunidade internacional tem multiplicado os apelos à Junta Militar  para que dê mostras de contenção e não reprima as manifestações pacíficas dos últimos dias, mas a Junta desafiou hoje esses apelos decretando o recolher obrigatório nocturno e reprimindo os manifestantes com tiros para o ar e granadas de gás lacrimogéneo.

Questionado sobre a resposta a dar a estes desenvolvimentos, Amado insistiu na pressão internacional, quer «directamente junto das autoridades birmanesas» quer «junto dos países com mais influência sobre a Junta Militar», no sentido de «suspender quaisquer mecanismos repressivos» e «agir no respeito pelo direito à manifestação e ao exercício das liberdades individuais e civis».

Em comunicado divulgado terça-feira, a Presidência portuguesa da UE exprimiu a sua solidariedade com o povo birmanês, elogiando a coragem dos manifestantes, e pediu às autoridades que «respeitem esses direitos» e «não recorram à violência».

O pacote de sanções europeias actualmente em vigor contra a junta militar birmanesa inclui a proibição de emissão de vistos para várias pessoas ligadas ao actual regime político, um embargo de venda de armas e proibição de as empresas europeias de financiarem as empresas públicas da Birmânia.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 27, 2007, 02:04:57 pm
Exército dispara para dispersar manifestantes

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O exército disparou hoje tiros de advertência para dispersar cerca de 70.000 manifestantes das ruas de Rangum, depois de ter dado 10 minutos aos manifestantes para se retirarem, sob pena de sofrerem medidas extremas.
Segundo testemunhas, pelo menos um homem foi morto a tiro, apesar de aparentemente os disparos terem sido para o ar, nas imediações do pagode de Sule, em Rangum.

De acordo com a página digital da estação de televisão britânica Sky News, os soldados usaram gás lacrimogéneo contra os manifestantes.

Nas imagens difundidas pela Sky News, centenas de manifestantes - já não maioritariamente monges - fogem dos soldados, sob nuvens de gás.

Cerca de 200 soldados encontram-se no centro da cidade, segundo testemunhas, citadas pela Sky.

Os militares percorrem o centro da cidade, com megafones, e aconselham as pessoas a regressarem a casa, enquanto disparam tiros de advertência.

Segundo testemunhas, citadas pela Sky, a polícia, munida de bastões, agrediu cerca de 1.000 pessoas que protegiam quatro monges, em Rangum.

As manifestações em Rangum, principal cidade da Birmânia, têm-se sucedido nos últimos dias, na maior demonstração de contestação ao regime, em duas décadas, depois de milhares de estudantes pro-democracia terem sido mortos em 1988 pela junta militar.

Recorrendo ao uso da força pela primeira vez, este mês, a segurança birmanesa atacou dois mosteiros budistas, em Rangum, durante a madrugada e, segundo testemunhas, deteve entre 200 e 500 monges, relata a Sky News.

Myint Thein, porta-voz do partido da líder da oposição e Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, em prisão domiciliária nos últimos 18 anos, foi também detido.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 27, 2007, 02:14:03 pm
PE condena regime de Yangum e apela a sanções económicas

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O Parlamento Europeu aprovou hoje com 563 votos a favor, três contra e quatro abstenções, uma resolução que condena o governo da Birmânia pela repressão violenta dos manifestantes que se opõe ao regime totalitário.
Os eurodeputados apelam ainda à comunidade internacional, «incluindo a China» para que prepare sanções económicas contra o regime de Rangum.

O reforço das sanções contra a Birmânia (actualmente denominada Myanmar) está já na agenda próximo Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros, presidido por Luís Amado, marcado para 16 de Outubro, no Luxemburgo.

As manifestações em Rangum, principal cidade da Birmânia, têm-se sucedido nos últimos dias, na maior demonstração de contestação ao regime, em duas décadas, depois de milhares de estudantes pro-democracia terem sido mortos em 1988 pela junta militar.

Em 1990 o Parlamento Europeu tinha concedido o prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento à líder da oposição e Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, em prisão domiciliária nos últimos 18 anos.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 27, 2007, 04:48:18 pm
Nove mortos nas manifestações de hoje

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Nove pessoas morreram hoje durante a repressão dos protestos populares contra a junta militar no poder em Myanmar, anunciou a imprensa oficial. Entre os mortos, todos civis, encontra-se um fotojornalista japonês Kenji Nagai, de 50 anos, da agência de notícias japonesa APF.

Trata-se do primeiro cidadão estrangeiro morto desde o início das violências em Yangum, onde, pelo segundo dia consecutivo, as forças de segurança dispararam com fogo real para tentar dispersar as manifestações.

Milhares de pessoas hostis à junta militar manifestaram-se de novo hoje, a maioria delas estudantes, em pelo menos cinco bairros da antiga capital birmanesa.

Dezenas de pessoas foram presas e outras tantas sofreram agressões físicas.

Diário Digital


O que seria de esperar de um regime maquiavélico (Todos os meios justificam os fins). Enfim lamentável.  :(
Título:
Enviado por: André em Setembro 27, 2007, 05:46:31 pm
Cidadão português reside em Yangum, desconhece-se se está no país

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Pelo menos um cidadão português reside no Myanmar, mas desconhece-se se se encontra actualmente no país, disse hoje à agência Lusa o embaixador de Portugal em Banguecoque.
Num contacto telefónico que estabeleceu com a Agência Lusa em Lisboa para rectificar uma informação que dera anteriormente, o embaixador António Faria e Maya disse que um cidadão português está registado nos serviços consulares em Banguecoque como residente no Myanmar.

Trata-se de um arquitecto, casado com uma cidadã birmanesa, com três filhos, que tem um escritório em Yangum e outro na cidade chinesa de Xangai.

«É o único cidadão português inscrito na secção consular», disse Faria e Maya.

O diplomata disse que a embaixada desconhece neste momento se o português, que em Agosto se deslocou em férias a Portugal, se encontra actualmente em Yangum, por não ter sido possível ainda um contacto com o arquitecto, que está a ser tentado.

Esta manhã, Faria e Maya tinha dito à Lusa que não havia a indicação de haver portugueses a residir no Myanmar, mas posteriormente foi informado sobre o português pelo encarregado da secção consular de Banguecoque, que se encontra no Cambodja a participar num seminário sobre Direitos Humanos promovido pela União Europeia.

Faria e Maya é também o representante diplomático de Portugal no Myanmar.

No contacto estabelecido esta manhã, Faria e Maya referira que alguns empresários portugueses, alguns dos quais residentes na Tailândia, se deslocam ocasionalmente ao Myanmar.

«Neste momento, nenhum dos empresários que residem na Tailândia se encontra no Myanmar», disse.

A embaixada em Banguecoque continua sem informação de que turistas portugueses se encontrem actualmente no Myanmar, tendo Faria e Maya reafirmado que, se for o caso e se alguém precisar de assistência diplomática, «deve dirigir-se a qualquer posto consular ou diplomático de um Estado membro da União Europeia».

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 27, 2007, 07:49:43 pm
Myanmar autoriza visita de enviado da ONU, ASEAN exige fim da violência

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As autoridades do Myanmar decidiram autorizar a entrada no país do enviado especial da ONU, o nigeriano Ibrahim Gambari, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros de Singapura, que assegura a presidência da ASEAN. O anúncio foi feito por George Yeo no final de uma reunião de três horas dos chefes da diplomacia da Associação das Nações do Sueste Asiático (ASEAN), de que faz parte o Myanmar, realizada em Nova Iorque à margem da 62ª Assembleia Geral da ONU.

Os ministros da ASEAN «saudaram a garantia» dada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Myanmar de que será dado um visto de entrada na Birmânia a Ibrahim Gambari, quando o enviado especial da ONU chegar a Singapura, disse Yeo aos jornalistas.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, decidiu enviar de urgência Ibrahim Gambari ao Myanmar, na sequência da deterioração da situação no país, onde quarta-feira os militares começaram a reprimir as manifestações lideradas por monges budistas.

A televisão estatal birmanesa anunciou hoje a morte de nove pessoas, oito manifestantes e um jornalista japonês, na sequência da intervenção das forças da ordem.

George Yeo disse ainda que os ministros dos Negócios Estrangeiros da ASEAN exigiram que a Junta Militar birmanesa «cesse imediatamente» com a violência contra os manifestantes.

«Eles ficaram chocados ao saberem que estão a ser utilizadas armas automáticas e exigiram que o governo birmanês cesse imediatamente de utilizar a violência contra os manifestantes», declarou Yeo.

A ASEAN fez saber ao governo birmanês que a actual crise afecta a «credibilidade da associação», acrescentou.

Além da Birmânia e Singapura, integram a ASEAN o Brunei, Cambodja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Tailândia e Vietname.

A ASEAN tem mantido uma atitude prudente em relação ao Myanmar, conforme o princípio da organização de não ingerência nos assuntos internos de cada Estado membro.

A reunião de hoje em Nova Iorque ocorreu depois de a ASEAN ter sido acusada de passividade face à repressão violenta das manifestações no Myanmar.

À última hora, o chefe da diplomacia birmanesa, U Nyan Win, decidiu não participar na reunião em Nova Iorque, fazendo-se representar por um elemento do seu ministério, disse à AFP um diplomata da ASEAN.

Os ministros da ASEAN deverão ainda manter encontros separados com a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, que lhes deverá pedir que pressionem a Junta Militar birmanesa para que cesse a repressão e inicie um diálogo com a oposição política, segundo responsáveis norte-americanos.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 27, 2007, 08:01:57 pm
Sinais «claros» de divergência entre militares

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Na antiga Birmânia, há agora sinais «claros» de divergências entre os militares que estão no poder. A revelação foi feita pelo embaixador de Portugal em Banguecoque, que revelou que o chefe da junta militar já mandou para fora do país a família.

Em declarações à TSF, o embaixador de Portugal em Banguecoque disse que, na antiga Birmânia, há agora sinais mais «claros» de profundas divergências entre os miilitares que estão no poder.

Segundo adiantou António Faria e Maya, o chefe da junta militar já mandou, por exemplo, para fora do país toda a família.

«Há alguns indícios de haver, neste momento, divergências, no seio da junta militar», disse o responsável, acrescentando que «na segunda-feira, embarcaram para a Tailândia a mãe e todos os filhos do general-chefe da junta militar».

«Isto significa que não é propriamanente pelo medo das manifestações pacíficas que estão em curso, mas muito além daquilo que seria uma remodelação de fachada de que se tem falado, nos últimos tempos, de colocar na junta militar gente mais jovem para que os outros mais antigos não percam a face num diálogo que, mais tarde ou mais cedo, tem que haver com representantes de todos os movimentos de protesto», considerou.

O embaixador disse ainda que, neste momento, não há um balanço final dos confrontos de hoje entre a polícia e os monges, dando conta dos números que são conhecidos na imprensa da Tailâdia, bem como as informações que são a ser transmitadas por organizações não-governamentais.

«Desta vez, a polícia de choque entrou com violência, à bastonada, falando-se, esta manhã, na existência de pelo menos de 30 mortos em Yangum», adiantou, acrescentando que «os monges foram detidos».

TSF
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Enviado por: André em Setembro 27, 2007, 08:11:31 pm
Tensão em Myanmar chegou à Internet

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A tensão em Myanmar chegou à internet, com os acontecimentos a passarem das ruas para a web, através de blogues ou imagens captadas pelas câmaras de telemóvel. Em resposta, a Junta Militar tentou desligar a rede, impedindo a divulgação do que se passa.

Segundo o «The Guardian», nas últimas 24 horas verificaram-se encerramentos de cyber-cafés e cortes nas ligações de telemóveis.

«Estava a receber e-mails há três dias mas agora parece que perdi a ligação», referiu ao jornal o director da divisão asiática dos «Repórteres Sem Fronteiras», Vincent Brussels, adiantando que «aqueles que ainda conseguem aceder estão a ter problemas com a rapidez do serviço».

Em causa está o facto de a internet estar a ser veículo privilegiado para a divulgação da tensão que se vive nas ruas de Myanmar, fazendo uso da tecnologia, nomeadamente as câmaras dos telemóveis.

Um jornalista britânico radicado em Banguecoq, que fez a cobertura dos acontecimentos de 1988, afirmou à Reuters que a diferença para os dias de hoje «é da noite para o dia».

«Agora há uma população inteira de jornalistas equipados com toda a espécie de equipamentos de captura de informação, desde telemóveis a equipamento vídeo, que não existia em 1988», referiu.

SOL
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Enviado por: André em Setembro 27, 2007, 11:53:39 pm
Perfil deste país do Sudeste Asiático

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Geografia

País do Sudeste Asiático que, até 1989, foi denominado Birmânia. Banhado pelo golfo de Bengala e pelo mar das Andaman, faz fronteira com o Bangladesh, a noroeste, a Índia, a norte, a China, a nordeste, e o Laos e a Tailândia, a leste. Abrange uma área de 678 500 km2. As cidades mais importantes são Yangum, a capital, com 4 454 500 habitantes (2004), Mandalay (1 176 900 hab.), Moulmein (405 800 hab.), Pegu (200 900 hab.) e Bassein (215 600 hab.). O país é bastante montanhoso no Norte e mais plano no Sul, destacando-se a planície aluvial drenada pelo rio Irrawadi que termina num extenso delta.

História

A população de Myanmar é descendente de tribos mongóis que se instalaram na região no século VII. Estas tribos constituíram um Estado unificado em 1054, com a fundação da dinastia Pagan por Anawrahta, introdutor do budismo no país.

Em 1287, a Birmânia é invadida pelos mongóis de Kublai Khan. A região  fragmenta-se em pequenos estados até sua reunificação em 1752, sob a liderança de Alangpaya.

Foi anexado pelo Reino Unido em 1885, após três guerras de fronteira, e transformou-se numa província indiana. Durante a Segunda Guerra Mundial, o país foi ocupado pelos japoneses entre 1942 e 1944. A 4 de Janeiro de 1947 tornou-se independente e abandonou a Commonwealth.

Em 1962 foi instaurado um regime socialista, depois de um golpe militar. Os maiores sectores económicos foram imediatamente nacionalizados, a rápida industrialização fracassou e o isolamento do resto do mundo foi aumentando. No final da década de 1980, a corrupção e a má administração do Governo tornaram o Myanmar num dos países mais pobres do mundo. Em 1990 realizaram-se as primeiras eleições multipartidárias em trinta anos. A Liga Nacional para a Democracia (LND) obteve a vitória, mas as forças militares continuaram a controlar o poder, depois de impedirem os líderes do partido, Tin U e Suu Kyi (filha do líder nacionalista Aung San, assassinado em 1947), de governar. Tin U exilou-se no Oeste, enquanto Suu Kyi foi mantida, desde 1989, sob prisão domiciliária.

A comunidade internacional condenou sistematicamente as acções sangrentas levadas a cabo pelo regime militar. Em 1991, Suu Kyi foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz e, em 1995, surpreendentemente, foi libertada. Nos anos seguintes, Suu Kyi apelou à comunidade internacional para isolar o regime militar no poder, na sequência da política de repressão e de contínuas perseguições aos activistas da oposição. Contudo, apesar de alguns embargos, o regime foi tendo o beneplácito das organizações em que se pretendia integrar. Conversações mantidas entre Aung San Suu Kyi e os líderes militares desde 2000 (o que não acontecia desde 1994) são consideradas como um sinal positivo para o futuro político do país.

Clima

O clima é tropical de monção com uma estação seca que ocorre de Novembro a Abril e na qual as temperaturas são mais baixas sempre que se fazem sentir os ventos frios que sopram do interior. A estação húmida é dominada pela monção de sudeste que origina forte precipitação e se faz sentir de Maio a Outubro.

Economia

A economia do Myanmar assenta, sobretudo, na agricultura e no comércio. As culturas dominantes são o arroz, a cana-de-açúcar, os legumes, o amendoim, a banana, o sésamo, o milho, a batata, o algodão, o tabaco e a juta. O país tem várias jazidas de prata, de cobre, de chumbo, de zinco, de tungsténio, de estanho, de petróleo, de gás natural, de rubis, de safiras e de esmeraldas. A indústria abrange o cimento, os produtos petrolíferos, o açúcar refinado, o óleo de amendoim, os produtos alimentares, as bebidas, os fertilizantes, o vestuário e os cigarros. Os produtos mais exportados são o arroz, a teca (madeira), os metais e as pedras preciosas. O gás natural poderá, a curto prazo, ser um forte produto no quadro das exportações. O turismo começa a ser uma actividade com reflexo na economia. Os principais parceiros comerciais são a China, Singapura, o Japão, a Índia e a Tailândia.

População

A população está estimada em 47 382 633 (est. 2006) habitantes, o que corresponde a uma densidade de aproximadamente 63,24 hab./km2. As taxas de natalidade e de mortalidade são, respectivamente, de 17,91%o e 9,83%o. A esperança média de vida é de 60,97 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,549 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) não foi atribuído (2001). As maiores etnias do país são a birmanesa (69%), a chan (9%) e a karen (6%). A religião maioritária é a budista (89%). A língua oficial é o birmanês.
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Enviado por: André em Setembro 28, 2007, 02:09:22 pm
Unidade militar recusa a disparar contra monges

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Uma unidade militar estacionada em Mandalay, a segunda maior cidade do Myanmar, recusou hoje ordens governamentais para disparar sobre monges desarmados, disseram à Agência Lusa fontes no interior do país.

«A unidade número 33 estacionada em Mandalay recusou atirar para matar contra os monges que se manifestavam. Pelo menos um pelotão recusou terminantemente», disse à Agência Lusa em Pequim uma fonte no interior do país, que solicitou o anonimato por razões de segurança, contactada através de um fórum na Internet.

Segundo a mesma fonte, a unidade militar recusou acatar a ordem governamental para abandonar Mandalay, dada no seguimento do boicote anterior.

As informações da fonte birmanesa foram confirmadas à Agência Lusa em Pequim por um empresário chinês com familiares na cidade - grande centro de emigração da China - e pelo chefe de redacção da publicação independente The Irrawady, Kiaw Zwa Moe, cuja redacção de jornalistas birmaneses cobre os acontecimentos hora a hora a partir do Norte da Tailândia.

«Temos também informações de que a unidade 33 terá recusado sair de Mandalay, mas estas não estão ainda confirmadas«, disse Kiaw Zwa Moe.

As manifestações dos monges em Mandalay surgem como resposta à entrada de elementos do Exército em mosteiros da cidade, que espancaram os religiosos, a pontapé e a murro, que rezavam sentados em frente à estátua de Buda.

Kiaw Zwa Moe previu que o governo vai hoje tentar esmagar ainda com mais força as manifestações pró-democracia, até porque estão já em marcha novos protestos em Yangum, a maior cidade do país.

Segundo o jornalista, uma nova manifestação começou já a formar-se em frente ao Traders Hotel, o mais luxuoso de Yangum, na principal artéria comercial da cidade que termina no Pagode Sule, onde têm decorrido as manifestações dos últimos dias.

À frente da manifestação pacífica estão líderes da Liga Nacional para a Democracia, o partido de Aung San Suu Kyi, que venceu as eleições democráticas de 1990, cujos resultados que a Junta Militar anulou.

«O plano dos manifestantes é negociar com os militares e pedir-lhes que não disparem contra os manifestantes pacíficos», disse Kiaw Zwa Moe.

«Não se sabe o que vão dizer estes tropas. E mesmo se estes concordarem, sobram os outros no resto da área. A tensão está a tornar-se cada vez maior«, disse o jornalista.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 28, 2007, 04:42:49 pm
Manifestações não levarão à queda do regime diz ONU

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A comunidade internacional deve apostar no diálogo com as autoridades birmanesas, aproveitando esta «janela de oportunidade», dado ser improvável que os protestos mudem o regime, disse hoje à Lusa o relator espacial da ONU para a antiga Birmânia.
Entrevistado telefonicamente pela Agência Lusa em Nova Iorque, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro pediu «cuidado» na análise que se faz do exterior sobre a situação na antiga Birmânia, afirmando que «este não é o momento de ameaças».

«Esta situação começou de um incidente específico, que se foi alargando, envolvendo primeiro monges, e depois logo estudantes, activistas, membros de partidos políticos», recordou.

«Não chamaria a isto um levantamento da população e não vejo nenhuma possibilidade destas manifestações levarem a uma mudança de regime», disse o relator especial das Nações Unidas para os Direitos Humanos em Myanmar.

Isso não invalida, no entanto, que os protestos criem «uma janela de oportunidade» que se for bem aproveitada «pode permitir alguma evolução positiva no sentido da abertura do regime», mas se for mal aproveitada «pode resultar numa repressão pesada».

O facto, disse, do representante especial do secretário-geral da ONU chegar a Yangum já no sábado, explicou, é «um bom sinal» de «alguma pequena abertura ao diálogo do governo».

Cabe no entanto à comunidade internacional aproveitar a situação actual para corrigir os erros do passado na sua política relativamente ao Myanmar, onde o regime sobrevive, tanto pelo isolamento e posição geopolítica, como pela «dificuldade da comunidade ocidental em lidar» com o tema, insistiu.

«As políticas foram pouco coordenadas em relação ao Myanmar (como é hoje denominada a Birmânia pelo regime militar). Ainda que a comunidade internacional consiga dialogar e ter acções comuns em relação a outros regimes totalitários, em relação a este não consegue», sublinhou.

«Está na hora de se rever as abordagens e se caminhar para uma situação de maior diálogo em que, por exemplo, a China pode ser um interlocutor», frisou o diplomata brasileiro.

Paulo Sérgio Pinheiro defendeu os esforços internacionais devem passar por acções conjuntas e «parcerias efectivas» entre o grupo ocidental e países da ASEAN e por um diálogo «continuado, construtivo e discreto com a China».

«Acho que a crise oferece uma janela de oportunidade, mas é também um momento que exige grande sobriedade», explicou, notando o «diálogo muito positivo no Conselho de Direitos Humanos da ONU».

«O momento não é de fazer ameaças. Cada país pode decidir a abordagem que quiser mas na minha perspectiva não vejo outra alternativa ao diálogo para desmontar o perigo da crise», afirmou.

Perante a forte mediatização dos recentes protestos, insiste que a comunidade internacional deve optar por uma «posição firme, mas de diálogo».

Avenidas «em que se possa efectivamente ouvir o governo, contribuir para o diálogo com os manifestantes e assim evitar uma repressão brutal com consequências muito negativas para o país e a região».

O exército birmanês dispararou quinta-feira sobre milhares de manifestantes que se têm concentrado em protestos em várias cidades do país nos últimos dias, tendo morrido pelo menos 15 pessoas, entre elas um fotógrafo japonês que, de acordo com testemunhas foi baleado acidentalmente e morto, com outro tiro, à queima-roupa.

Os protestos começaram inicialmente com monges, descontentes com um ataque a um grupo de monges e, posteriormente, condenando o aumento do preço dos combustíveis.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 28, 2007, 05:35:23 pm
Durão Barroso escusa-se a comentar situação

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O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, escusou-se hoje a comentar a situação no Myanmar, sublinhando que a Comissão Europeia já tomou uma posição formal sobre o assunto.
«Já há uma posição que foi expressa oficial e formalmente pela Comissão Europeia, não vou acrescentar nada ao que já foi dito por Bruxelas», disse Durão Barroso aos jornalistas, à margem da segundo encontro do Conselho de Globalização, que decorre hoje na Penha Longa.

As manifestações pró-democracia no Myanmar continuaram hoje, apesar da repressão do exército que desde quarta-feira tenta pôr fim aos protestos, iniciados na passada semana pelos monges budistas, de acordo com fontes oficiais.

A polícia birmanesa disparou quinta-feira sobre milhares de manifestantes que se têm concentrado em protestos em várias cidades do país nos últimos dias, tendo morrido pelo menos 15 pessoas, entre elas um fotógrafo japonês.

Os protestos começaram inicialmente com monges budistas, descontentes com um ataque a um grupo de monges e, posteriormente, condenando o aumento do preço dos combustíveis.

As manifestações assumiram dimensões maiores nos dias seguintes, com civis a juntarem-se aos monges, ignorando a forte presença militar que na quinta-feira assaltou vários templos detendo centenas de pessoas.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 28, 2007, 05:43:19 pm
«Escreva uma carta aos responsáveis birmaneses»

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A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional lançou hoje um apelo a todas as pessoas para que escrevam uma carta aos dirigentes do Myanmar pedindo a libertação das centenas de manifestantes pacíficos detidos.
«Actue! Envie urgentemente e-mails, faxes ou cartas, em inglês ou em português», pede a Amnistia Internacional, que manifesta a sua preocupação com «o risco de tortura e maus-tratos» que correm os detidos, entre os quais se contam monges budistas, membros da oposição pró-democracia e outras figuras públicas.

Para facilitar a tarefa, a organização internacional tem uma «carta modelo», em inglês, dirigida ao ministro dos Negócios Estrangeiros do Myanmar, Nyan Win, no endereço http://web.amnesty.org/pages/mmr-270907-action-eng (http://web.amnesty.org/pages/mmr-270907-action-eng).

Na carta, é pedida a «libertação imediata e incondicional» de todos os prisioneiros que tenham cometido crimes de que possam ser formalmente acusados e o tratamento condigno dos prisioneiros, que devem ser mantidos em «centros oficiais de detenção», ter «acesso a advogados, visitas da família e tratamento médico» e «não ser sujeitos a tortura».

A missiva pede ainda às autoridades birmanesas que garantam ao povo birmanês o plano exercício dos direitos de expressão, associação e reunião.

A AI, que sublinha a importância de estes apelos serem enviados imediatamente, disponibiliza também os contactos oficiais do presidente da Junta Militar birmanesa, general Than Shwe, do Procurador-Geral, U Aye Maung, e do director nacional da polícia birmanesa, brigadeiro Khin Yi.

O regime militar que governa o Myanmar desde 1962 reprimiu hoje, pelo terceiro dia consecutivo, manifestações de protesto que reuniram milhares de civis e de monges budistas nas principais cidades do país.

Apesar dos apelos internacionais, a Junta Militar birmanesa procedeu na madrugada de quinta-feira à detenção de centenas de monges, retirados à força dos seus mosteiros, e de membros da Liga Nacional para a Democracia (LND), da Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 28, 2007, 06:12:58 pm
Japão exige explicações sobre morte de jornalista japonês

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O primeiro-ministro do Japão, Yasuo Fukuda, afirmou que Tóquio vai pressionar o Myanmar para que seja explicada a morte do jornalista japonês durante uma investida militar sobre os manifestantes birmaneses, mas não anunciou sanções imediatas.

O fotojornalista Kenji Nagai foi morto, juntamente com outras nove pessoas, por soldados que dispararam armas automáticas sobre os manifestantes pró-democracia.

O jornalista, 50 anos, trabalhava para a agência de notícias japonesa APF News.

«As sanções não são o melhor passo a dar agora», disse o primeiro-ministro japonês aos jornalistas. «Temos de pensar cuidadosamente a melhor atitude a tomar», concluiu.

Fukuda afirmou que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mitoji Yabunaka, já tem agendada uma visita ao Myanmar para este fim-de-semana. «Esperamos que o Governo birmanês nos dê uma explicação», disse Fukuda. «E esperamos que a violência termine o mais depressa possível».

SOL
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Enviado por: André em Setembro 28, 2007, 06:51:40 pm
UE pede responsabilização dos países vizinhos

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A comissária europeia para as Relações Externas, Benita Ferrero-Waldner apelou para a responsabilização dos países vizinhos do Myanmar para que contribuam para parar com a violência em Yangum, em declarações hoje proferidas à rádio alemã.
«O que é necessário são os contactos com o governo. São principalmente os países vizinhos, sobretudo a China, a Índia e os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que devem verdadeiramente demonstrar o seu sentido de responsabilidade», afirmou.

A União Europeia está a esforçar-se por influenciar a China nesse sentido, e «Pequim agiu, até ao momento, nos bastidores», salientou.

«Mas é evidente que queremos uma solução eficaz e, sobretudo, que mais ninguém seja ferido ou morto», adiantou.

O emissário da ONU ao Myanmar, Ibrahim Gambari, chegou hoje a Singapura, de onde partirá para o Myanmar, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Singapura.

O diplomata nigeriano da ONU «transita por Singapura no seu trajecto para o Myanmar», segundo um comunicado do Ministério.

Na sua escala na cidade-Estado, o enviado especial reuniu-se com responsáveis de Singapura.

«Eles renovaram o forte apoio que dão à missão de Gambari em Myanmar e expressaram a esperança de que as autoridades de Myanmar beneficiem Gambari e a ONU na total cooperação, para se chegar a uma solução pacífica», lê-se no comunicado.

O visto de Gambari será válido a partir de sábado, afirmou quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros de Singapura, George Yeo.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, decidiu quarta-feira enviar Gambari ao Myanmar, com carácter de urgência, devido à deterioração da situação no país.

Singapura assegura actualmente a presidência rotativa da ASEAN, da qual o Myanmar faz parte desde 1997.

Facto raro, o bloco asiático indignou-se publicamente, quinta-feira à noite, em Nova Iorque, com a situação no Myanmar, quebrando o princípio tradicional de não ingerencia nos assuntos internos dos seus membros.

Reunidos na sede da ONU, à margem da Assembleia geral das Nações Unidas, os ministros da ASEAN afirmaram, em comunicado, estar «chocados» com a utilização de armas automáticas e «exigiram que o governo birmanês cesse imediatamente de utilizar a violência contra os manifestantes».

Além do Myanmar, a ASEAN reúne o Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia e Vietname.

A Junta Militar no poder na Birmânia tenta desde quarta-feira reprimir um vasto movimento de protesto liderado por monges budistas, que já provocou nove mortos, segundo a televisão estatal, embora o embaixador da Austrália no país tenha afirmado hoje que o número de vítimas mortais é superior ao balanço oficial.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 28, 2007, 07:53:26 pm
Reunião de emergência do CDH da ONU

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O Conselho dos Direitos Humanos da ONU reúne-se de emergência na terça-feira em Genebra para fazer o ponto da situação do levantamento popular no Myanmar e da repressão da junta militar no poder há quase duas décadas.
Esta iniciativa da União Europeia foi hoje anunciada à imprensa, em comunicado, pelo embaixador português junto da ONU em Genebra, Francisco Xavier Esteves.

«Devido à situação verdadeiramente preocupante em matéria de direitos humanos decidimos pedir ao presidente do Conselho dos Direitos Humanos (CDH) - o romeno Doru Costea - para promover uma reunião de emergência na terça-feira visando analisar especificamente o dossier do Myanmar», declarou.

«As situações urgentes requerem uma acção correspondente e o CDH tem de trabalhar para encontrar uma solução», acrescentou, frisando que este órgão não tem, contudo, mandato para sugerir ou pedir medidas concretas - como a aplicação de sanções - ao Conselho de Segurança da ONU.

De acordo com o diplomata, na sessão de terça-feira deverá ser apresentada uma petição formal para que o relator especial da ONU para o Myanmar, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, seja autorizado a entrar naquele país asiático, onde até agora esbarrou com o «não» da junta militar.

A missão de Paulo Sérgio Pinheiro reforçaria a incumbida pelo secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, ao seu representante especial para a Birmânia, o nigeriano Ibrahim Gambari, que já recebeu «luz verde» de Yangum para um visto, por pressão da China, principal aliada da ditadura, à qual fornece armamento a troco de gás natural.

Na sequência de intensos contactos no CDH para lograr o «sim» de um terço dos membros efectivos, a petição acabou por obter 53 assinaturas, contando as de observadores que apoiaram a iniciativa, com ressalvas para a China e Índia.

Desde o princípio da semana que organizações não-governamentais como a Federação Internacional da Liga dos Direitos Humanos e a Human Right Watch estavam mobilizadas para exigir a reunião de emergência do Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

Na quarta-feira, a canadiana Louise Harbour, alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, sensibilizou a junta militar birmanesa para permitir «manifestações pacíficas da oposição» pró-democrática, ameaçando com processos judiciais os autores de eventuais atrocidades.

«O abuso da força e detenções arbitrárias estão proibidos pelo direito internacional», frisou.

O embaixador português valorizou ainda um encontro hoje à tarde com o seu colega de Pequim, para «vislumbrar o alcance» da possível missão de Paulo Sérgio Pinheiro.

O comunicado lido pelo diplomata instou as autoridades birmanesas a dialogar com os diferentes actores sociais do país e a libertar os presos políticos, entre os quais a Nobel da Paz (1991) e dirigente da Liga Nacional para a Democracia (NLD), Aung San Suu Kyu, reclusa há quatro anos.

Se Paulo Sérgio Pinheiro conseguir entrar no Myanmar, deverá apresentar um relatório ao CDH a 07 de Dezembro, no reatamento da actual sessão deste órgão da ONU.

O Conselho dos Direitos Humanos da ONU, inaugurado em Junho de 2006, celebrou até à data quatro reuniões de emergência, respectivamente votadas ao Líbano, duas à Faixa de Gaza e a última a Darfur, província oeste do Sudão.

Depois de 11 dias de protestos liderados por monges budistas, com um saldo de pelo menos 15 mortos e um milhar de detidos, a junta militar birmanesa voltou hoje a ser confrontada com as reacções da comunidade internacional, especialmente as da Grã-Bretanha e Estados Unidos, para pôr imediatamente cobro à repressão dos manifestantes.

O Presidente norte-americano, George W. Bush, e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, voltaram a insistir, durante uma videoconferência, no fim dos confrontos no Myanmar.

Os estadistas destacaram a importância da deslocação de Ibrahim Gambari este fim-de-semana à Birmânia e a persistência da pressão internacional sobre a junta militar, para que aceite uma transição para a democracia, revelou Scott Stanzel, um porta-voz da Casa Branca.

O Presidente russo, Vladimir Putin, mais reservado, citado pela agência Ria-Novosti considerou para já «prematura» a possibilidade de o Conselho de Segurança da ONU aprovar sanções contra Yangum.

Por outro lado, o governo alemão - por intermédio do chefe de missão na Direcção para os Direitos Humanos do Ministério dos Negócios Estrangeiros - «condenou com firmeza» o recurso à violência dos militares birmaneses.

«As manifestações põem em evidência, uma vez mais, que a aspiração à liberdade existe em todo o mundo, em todas as culturas, e nenhum regime tem o direito de a reprimir pela força», acentuou Gunter Nooke, segundo o qual a Alemanha esteve entre os países da UE a propor a reunião de emergência do CDH.

A comissária europeia para as Relações Externas, a austríaca Benita Ferrero-Waldener, chamou por seu turno à responsabilidade países vizinhos da Birmânia como a China, Índia e a generalidade dos 10 membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

A ASEAN tomou de imediato posição, exigindo a Rangum o fim da violência contra os manifestantes.

Pequim e Nova Deli foram igualmente instadas pelo primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, a «chamar à razão» a junta militar, em nome da «dignidade» do Myanmar.

No Japão, o líder do executivo, Yasuo Fukuda, lamentou a morte de um jornalista do seu país nas vagas de repressão na Birmânia, mas declinou suspender a ajuda humanitária a Yangum.

Nas Filipinas, a Presidente Gloria Arroyo insistiu na libertação dos presos políticos birmaneses, salientando o caso da Nobel da Paz.

O Vietname apelou à «contenção das partes» e a «negociações pacíficas» para «estabilizar rapidamente a situação», segundo um comunicado do chefe da diplomacia, Le Dung.

Hanoi insistiu na cooperação entre a junta militar e a ONU para, com «espírito construtivo», ser possível a «reconciliação».

No terreno, cerca de dois milhares de manifestantes marcharam hoje em Mandalay, segunda cidade do Myanmar, acabando por ser dispersados com tiros de intimidação disparados pelos militares

O exército e a polícia bloquearam os acessos a dois mosteiros locais, na tentativa de travar os monges budistas, quatro dos quais seriam detidos.

Mandalay é o centro do budismo no Myanmar, onde reside pelo menos metade dos bonzos do país.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 28, 2007, 08:42:16 pm
Imagens de satélite confirmam violência em Myanmar

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Imagens de satélite confirmaram as informações sobre aldeias incendiadas, deslocamentos forçados e outras violações dos direitos humanos em Myanmar, disseram cientistas.

A Associação Americana pelo Avanço da Ciência informou que fotos em alta resolução feitas por satélites comerciais documentam o aumento da presença militar em 25 pontos no leste de Myanmar, o que é compatível com os relatos de testemunhas.

«Encontrámos provas de 18 aldeias que praticamente desapareceram», disse Lars Bromley, da associação, numa entrevista.

«Recebemos informações no fim de Abril de que um grupo de aldeias no Estado de Karen tinha sido incendiado. Conseguimos identificar marcas dos incêndios no chão, quadradas, do tamanho de casas».

Myanmar, ex-Birmânia, passa pela pior onda de protestos desde uma revolta em 1988, que matou três mil pessoas. As manifestações são contra o governo militar, que domina o país há mais de quatro décadas.

A Associação das Nações do Sudeste Asiático manifestou «repulsa» pelas mortes de nove manifestantes em Yangon, e países como China e Estados Unidos já pediram à junta militar que pare de usar a força para reprimir os protestos.

O grupo de Bromley obteve financiamento do Instituto Sociedade Aberta e da Fundação Catherine T. MacArthur para alugar o satélite e comprar as imagens arquivadas.

Além das aldeias dizimadas, a equipa também encontrou provas de «deslocação forçada - em que um grupo de pessoas é levado para áreas mais remotas e obrigada a construir casas em locais sob o controle do governo militar», disse Bromley.

«Numa área perto de um acampamento militar que observámos, havia cerca de 31 aldeias que surgiram do nada no espaço de cerca de cinco anos e meio. Ou é um incrível baby boom ou algum tipo de programa específico, ou, como não temos informações sobre esses factos, a deslocação forçada é uma candidata lógica», disse.

Reuters/SOL
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Enviado por: André em Setembro 28, 2007, 10:50:32 pm
Embaixador francês porta-voz de «apelo à calma» da Presidência da UE

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O embaixador francês em Rangum está em contacto com as autoridades birmanesas para lhes transmitir pessoalmente a mensagem de «apelo à calma» da presidência portuguesa do Conselho Europeu, disse hoje à Agência Lusa fonte diplomática, em Bruxelas.
A escolha do embaixador francês deve-se ao facto de Portugal, que até 31 de Dezembro assume a presidência rotativa do Conselho Europeu, não ter representação diplomática na Birmânia (Myanmar), sendo este papel assumido pelo país que assume uma presidência seguinte.

«Como nem Portugal nem a Eslovénia têm embaixada em Rangum, a escolha caiu sobre a França», que presidirá à União Europeia (UE) no segundo semestre de 2008.

O embaixador Jean-Pierre Lafosse foi, assim, encarregue de reforçar pessoalmente junto das autoridades da Birmânia «uma mensagem de apelo à calma e à não violência», referiu a mesma fonte.

A Junta Militar tenta, desde quarta-feira, reprimir as manifestações contra o regime totalitário, iniciadas a semana passada por bonzos (monges budistas), tendo já causado um número indeterminado de mortos e feito detenções.

Entretanto, os 27 Estados-membros da UE concordaram, na quinta-feira, em preparar com urgência a adopção de novas sanções contra o regime militar da Birmânia, articuladas com medidas de apoio à sociedade civil, decisão já apoiada pelo Parlamento Europeu.

Por seu lado, Bruxelas, pela voz da comissária europeia para as Relações Externas, Benita Ferrero-Waldner apelou aos países vizinhos da Birmânia, «sobretudo a China e a Índia», para que contribuam para parar com a violência em Rangum.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 29, 2007, 02:08:01 pm
Rupert Murdoch condena «horrores» da repressão

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O magnata dos média Rupert Murdoch condenou vivamente na sexta-feira os «horrores» da repressão desencadeada pela junta militar birmanesa contra monges budistas e manifestantes pró-democracia.

«Os direitos humanos estão a ser completamente esmagados», disse Murdoch, durante uma intervenção na Iniciativa Global Clinton sob o tema «O que deve ser feito?»

Murdoch, que tem vastos interesses comerciais na Ásia e não se tem destacado, muito pelo contrário, por tomadas de posições públicas denunciando abusos e repressões na região, produziu estes comentários num painel de debate sobre a construção do entendimento entre comunidades étnicas globais.

Na conferência, Murdoch esteve na mesa com o Presidente timorense, José Ramos-Horta, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan e o Presidente da Croácia, Stipe Mesic.

A Iniciativa Global Clinton reúne chefes de Estado ou de Governo, celebridades, executivos empresariais e outras personalidades para enfrentarem questões como a pobreza e o desenvolvimento sustentável.

Mary Robinson, antiga Presidente da República da Irlanda e líder da Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas, moderou o debate, interrogando Rupert Murdoch, na sua qualidade de presidente do grupo News Corporation, acerca do papel dos média.

A moderadora questionou a «linguagem dura» utilizada para descrever aspectos da guerra contra o terrorismo, em especial a expressão «extremistas muçulmanos».

«Aceita que o uso de terminologia como "extremistas muçulmanos" é muito ofensivo e ainda assim é muito comum?» perguntou a Murdoch.

Murdoch, que é proprietário do agressivo tablóide New York Post e do canal de televisão Fox News, militantemente anti-progressista, respondeu: «A guerra ao terror é uma coisa muito real e algumas vezes exprime-se de maneiras diferentes. Há pessoas diferentes com diferentes pontos de vista sobre o assunto.»

E acrescentou: «Há extremistas católicos na Irlanda do Norte. Há extremistas protestantes na Irlanda do Norte. É assim que eles se definem uns aos outros.»

Mais adiante no debate, Mary Robinson perguntou a Murdoch como é que ele tencionava promover os direitos humanos através dos média que possui, entre os quais a editora Dow Jones, que publica o Wall Street Journal, que acabou de comprar por 5.000 milhões de dólares (3.530 milhões de euros)

«Nós estamos constantemente a promover e a aplaudir os que se levantam pelos direitos humanos», disse.

Murdoch, australiano naturalizado norte-americano, cujo grupo de média está sedeado em Nova Iorque, elogiou os esforços dos Estados Unidos para defender os direitos humanos.

«Não se deve esquecer o que os Estados Unidos fizeram no último século para salvar a Europa - primeiro do fascismo e depois do comunismo», afirmou Murdoch, voltando-se em seguida para a questão birmanesa.

«Aqui sentados hoje, não mencionámos os horrores que se verificam em Myanmar», disse. «O que deve ser feito?»

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 29, 2007, 08:43:36 pm
Manifestantes mostram-se ao enviado da ONU

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No dia em que o enviado especial das Nações Unidas visitou o país, as ruas de Myanmar voltaram a encher-de de manifestantes, apesar da violenta repressão militar dos últimos dias.

Muitos dos manifestantes que desfilaram em Yangum foram alvo dos bastões da polícia, tendo duas pessoas ficado gravemente espancadas.

Longe da principal cidade do país, em Pakokku, na região centro, centenas de monges lideraram uma marcha pacífica. Ambas as manifestações surpreenderam as autoridades.

As tropas birmanesas intensificaram os seus ataques nos útimos dias de forma a reprimir a população e passar a ideia de que a estabilidade tinha sido resposta.

As marchas inesperadas confirmaram ao enviado especial das Nações Unidas, Ibrahim Gambari, o clima de violência vivido na antiga Birmânia.

Gambari chegou hoje ao país para convencer o Governo a terminar os confrontos com os manifestantes, que totalizam pelo menos nove mortos, entre eles um jornalista japonês.

SOL
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Enviado por: André em Setembro 30, 2007, 06:10:30 pm
China promete trabalhar com comunidade internacional

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O primeiro-ministro chinês prometeu que Pequim «trabalhará com a comunidade internacional para conseguir uma solução adequada» em Myanmar (antiga Birmânia), anunciou este domingo o Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.

As palavras do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, as primeiras proferidas por um alto dirigente comunista sobre a crise birmanesa, constituem uma resposta a insistentes apelos da comunidade internacional para que Pequim utilize a sua influência sobre a junta militar birmanesa.

Wen assegurou que a China está preocupada com a situação e deseja que se consiga «promover a reconciliação, a democracia e o desenvolvimento», para o que é necessário que a comunidade internacional «ofereça assistência construtiva».

O primeiro-ministro chinês defendeu o recurso a «métodos pacíficos» na crise que foi desencadeada pela violenta repressão da ditadura militar birmanesa sobre monges budistas e civis pró-democracia que se têm manifestado nos últimos dias no país.

Os comentários de Wen poderão indiciar uma mudança de atitude da China nesta matéria, já que até agora Pequim tem manifestado bastante discrição, evitando criticar a junta militar birmanesa.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 01, 2007, 07:24:46 pm
Junta paga para participarem manifestação a seu favor

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Soldados birmaneses estão a percorrer as ruas dos bairros mais pobres de Mandalay, a segunda maior cidade do país, em busca de cidadãos a quem oferecer dinheiro para participar num acto público a favor do regime, noticiou hoje a rádio Mizzima.
Membros de grupos paramilitares pró-governo como a Associação para o Desenvolvimento e a Solidariedade da União oferecem aos moradores 3.000 kyat (1.50 euros) se participarem na manifestação, que deve realizar-se hoje ou amanhã.

Os mesmos grupos ameaçam a quem se nega a ir à manifestação e advertem que terão que pagar 10.000 kyat (cerca de 5 euros) se não quiserem ter «problemas».

Estas organizações contam com o apoio total das forças de segurança.

«As autoridades utilizarão tudo para abafar qualquer tipo de protesto», sem que a Junta Militar assuma directamente a responsabilidade pela repressão, disse à emissora um morador de Mandalay.

Oficialmente, a concentração foi convocada em apoio à denominada Convenção Nacional, órgão encarregado de redigir a futura Constituição do país sem participação da oposição democrata.

Mandalay amanheceu hoje entre fortes medidas de segurança para impedir novas manifestações, com mosteiros cercados e vigiados por dezenas de soldados, e centenas de tropas adicionais nas ruas.

Domingo, a cidade viveu um pequeno acto de protesto de estudantes, que foi rapidamente dissolvido pela polícia e pelo exército. Para hoje está prevista pelo menos uma passeata, mas não se sabe se os religiosos, perseguidos pelas autoridades, vão participar.

A Junta Militar proibiu na semana passada as reuniões públicas de mais de cinco pessoas e impôs o recolher obrigatório em Yangum e Mandalay. O regime lançou uma dura repressão contra as mobilizações, que já causou pelo menos 16 mortos, 200 feridos e mais de 1.200 pessoas detidas, inclusivamente mil monges.

A antiga Birmânia (que a ditadura apelidou de Myanmar) é governada pelos militares desde 1962 e não realiza eleições parlamentares desde 1990. Na ocasião, o partido oficial foi estrondosamente derrotado pela coligação liderada pela Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, mas os generais impugnaram os resultados.

Diário Digital
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Enviado por: André em Outubro 02, 2007, 05:43:08 pm
Yangum tem que prestar contas por «resposta chocante»

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A alta comissária dos Direitos Humanos da ONU afirmou hoje, em sessão extraordinária daquele organismo, solicitada pela União Europeia, que o governo birmanês tem que prestar contas pela «resposta chocante» às pacíficas manifestações de rua.
Por sua vez, o embaixador português junto da ONU, Francisco Xavier Esteves, que falava em nome da Presidência portuguesa da União Europeia, considerou que «situações urgentes requerem reacções urgentes».

O presidente do Conselho de ministros da UE, Luís Amado, afirmou hoje em Lisboa, que a União Europeia poderá em breve aumentar a pressão sobre o regime birmanês - questão que será debatida na próxima reunião informal de chefes de Estado e de governo, a 18 e 19 de Outubro na capital portuguesa - mas advertiu que o papel da Europa na questão «vale o que vale».

Louise Arbour, alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, advertiu que o «mundo está de olhos postos na Birmânia (Myanmar)» e que as autoridades já não podem contar com o auto-imposto isolamento para se desresponsabilizarem pelos actos de repressão.

As comunicações modernas deram ao mundo uma visão sem precedentes sobre o que está a acontecer nas ruas de Yangum, disse Arbour ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU, organismo de 47 países.

«As manifestações pacíficas a que assistimos nos últimos dias e a resposta chocante das autoridades são a manifestação mais recente da repressão dos direitos e liberdades fundamentais, que se regista há 20 anos», denunciou.

A responsável interveio na abertura da sessão extraordinária convocada a pedido da União Europeia, que conseguiu obter o apoio de mais de um terço dos 47 membros.

A alta comissária afirmou que o desaparecimento das manifestações das ruas birmanesas «não foi voluntário» e expressou a sua grande preocupação com a situação dos feridos «transportados para lugares desconhecidos», por monges que iniciaram as manifestações de protesto há duas semanas, «confinados nos seus mosteiros ou algo pior».

Por sua vez, o relator especial da ONU para o Myanmar, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, garantiu que está «revoltado com o crescente número de mortos e feridos» e instou o regime de Yangum a «renunciar às medidas brutais e a cooperar com a comunidade internacional».

O responsável pediu à junta militar birmanesa que «dê informação detalhada sobre o número de mortos, feridos, presos, quantos civis, quantos monges, etc».

«São questões muito claras e objectivas», disse, na sua intervenção perante o Conselho.

Durante a sessão, a UE apresentará um projecto de resolução que condenará a repressão exercida pela junta militar e que pede libertação dos presos políticos.

O projecto de resolução também insta o governo militar a comprometer-se urgentemente a encetar um diálogo nacional com todas as partes, para se alcançar uma reconciliação nacional e a democratização, e pede que Paulo Sérgio Pinheiro tente visitar urgentemente o país asiático para depois apresentar um relatório perante o Conselho dos Direitos Humanos.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 03, 2007, 12:33:34 pm
Enviado da ONU com postura reservada em Singapura

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O enviado especial da ONU Ibrahim Gambari mantém uma postura reservada em Singapura, numa altura em que está a escrever o relatório sobre a sua deslocação a Myanmar, que apresentará quinta-feira ao secretário-geral das Nações Unidas.

Ibrahim Gambari chegou a Singapura na noite de terça-feira, depois de quatro dias de missão na Birmânia (Myanmar) devido à repressão militar das manifestações populares contra o regime que governa o país.

Na Birmânia, Gambari manteve encontros com o líder da Junta Militar, Than Shwe, e, pelo menos duas vezes, com a líder da oposição e Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi.

O enviado das Nações Unidas, que deverá viajar para Nova Iorque ainda hoje para se reunir quinta-feira com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, está incontactável e, segundo a agência France Press, os próprios funcionários do hotel onde está hospedado recusam passar chamadas telefónicas para Gambari.

Michele Montas, porta-voz do secretário-geral da ONU disse aos jornalistas que Gambari deverá falar ao Conselho de Segurança na sexta-feira.

Ibrahim Gambari foi enviado pelas Nações Unidas após a repressão militar das manifestações lideradas por monges budistas, consideradas o maior desafio ao regime birmanês dos últimos 20 anos.

A acção militar contra populares e religiosos terá provocado pelo menos 13 mortos, mas grupos de dissidentes birmaneses afirmam que pelo menos 200 pessoas terão sido mortas e seis mil terão sido detidas.

A Birmânia é governada pelos militares desde há 45 anos e não celebra eleições parlamentares desde 1990, quando o partido oficial foi derrotado por larga vantagem pela Liga Nacional para a Democracia (LND), liderado Suu Kyi, resultado que não foi aceite pela Junta Militar.

Os protestos contra as medidas de austeridade da Junta Militar - iniciados a 19 de Agosto depois do governo birmanês ter anunciado um aumento de mais de 500 por cento do preço da gasolina - transformaram-se em protestos em massa contra a ditadura militar quando os monges budistas começaram a liderar as manifestações a 18 de Setembro.

Na semana passada, em resposta aos protestos contra a Junta Militar, os militares dispararam indiscriminadamente contra os manifestantes desarmados, matando pelo menos dez pessoas, entre as quais um jornalista japonês, segundo dados do governo birmanês.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 03, 2007, 10:23:57 pm
UE-27 chega a acordo sobre reforço das sanções ao Myanmar

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Os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) chegaram hoje a acordo, em Bruxelas, sobre o reforço das sanções, sem especificar de que tipo, contra a Junta Militar da Birmânia (Myanmar), anunciou a presidência portuguesa da UE.
Em reunião do Comité dos Representantes Permanentes (Coperer, composto por embaixadores dos 27), os Estados-membros decidiram avançar com todos os requisitos para que seja tomada uma decisão final no próximo Conselho de Ministros dos Assuntos Gerais e Relações Externas, marcado para 15 de Outubro, no Luxemburgo.

O Coreper sublinhou ainda a importância de serem desenvolvidas acções políticas e diplomáticas que envolvam os países da região.

Os 27 querem ainda pedir à Comissão Europeia que procure aumentar a ajuda humanitária no Myanmar.

Desde 25 de Setembro, segundo a oposição birmanesa, a repressão das manifestações provocou cerca de 200 mortos, embora a Junta Militar apenas reconheça a morte de dez pessoas.

A Birmânia é governada há 45 anos por militares, em regime de ditadura.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 04, 2007, 02:19:48 pm
Detenções continuam em Yangum, dizem residentes

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Militares birmaneses detiveram na noite de hoje dezenas de pessoas em Yangum, levando-as para local desconhecido, segundo residentes e a imprensa dissidente no exílio.

«Muitas pessoas foram presas durante a noite, mas é difícil saber exactamente quantas pessoas foram detidas», disse um residente de Yangum citado pela AFP.

Residentes e grupos dissidentes disseram que durante a noite, famílias inteiras foram levadas das suas casas por militares e transportadas em camiões para local desconhecido.

A presença militar era hoje especialmente ostensiva na zona histórica da antiga capital da Birmânia (Myanmar) e num dos seus centros espirituais, o grande pagode de Shwedagon.

Há uma semana, Yangum viveu o dia mais sangrento desde que os monges budistas lideraram manifestações para exigir a democratização do país, de que resultaram pelo menos 10 mortos, segundo o governo, embora os grupos dissidentes afirmem que os militares mataram cerca de 200 pessoas.

A BBC noticiou que monges budistas estão a tentar fugir de Yangum na sequência da repressão dos militares.

Ao amanhecer, militares que circularam em alguma zonas de Yangum em veículos com altifalantes avisaram que a população de que vão continuar as detenções.

«Nós temos fotografias. Vamos prendê-los«, avisaram os militares, segundo a BBC.

O enviado da ONU Ibrahim Gambari deverá informar hoje o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, sobre a sua deslocação de quatro dias ao Myanmar, onde se reuniu com a Junta Militar que governa o país e a líder da oposição, Aung San Suu Kyi, que se encontra sob prisão domiciliária desde 2003.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 04, 2007, 07:35:16 pm
Mais de 2.000 detidos após manifestações - TV estatal
     
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Mais de 2.000 pessoas foram detidas na sequência das manifestações da semana passada contra a junta militar, informou hoje a televisão estatal birmanesa.

No total, 2.093 pessoas foram detidas, entre 25 de Setembro e hoje, declarou a televisão controlada pelo regime, adiantando que 692 já foram libertadas.

«Por precaução, o governo tinha ordenado às pessoas para não se concentrarem, mas mesmos assim as pessoas juntaram-se», disse o órgão oficial de informação, adiantando que «elas foram detidas de acordo com a lei».

«Entre os detidos estavam manifestantes, seus apoiantes e alguns espectadores. Mesmo sendo espectadores eles infringiram a lei» contra os ajuntamentos, afirmou a televisão.

Adiantou que as 692 pessoas libertadas assinaram antes uma advertência onde prometem não participar em novas manifestações.

Por outro lado, o principal responsável da ONU em Myanmar disse que o regime militar libertou hoje uma empregada local das Nações Unidas, dois membros da sua família e um motorista interpelados na véspera em Yangum, a antiga capital e maior cidade do país.

«A nossa funcionária e membros da sua família foram libertados esta tarde», declarou à agência noticiosa francesa AFP o coordenador da ONU no Myanmar, Charles Petrie.

Myint Ngwe Mon, de 38 anos, que trabalha para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o seu marido, o seu cunhado e um motorista foram libertados cerca das 17:00 locais (11:30 em Lisboa).

Enquanto as libertações ocorrem a «conta-gotas», as forças de segurança birmanesas continuam a fazer detenções nocturnas e tendo como alvo «suspeitos» fotografados ou filmados durante as manifestações contra a junta, indicaram habitantes de Yangum.

Residentes e grupos dissidentes disseram que durante a noite, famílias inteiras foram levadas das suas casas por militares e transportadas em camiões para local desconhecido.

Há uma semana, Yangum viveu o dia mais sangrento desde que os monges budistas lideraram manifestações para exigir a democratização do país, de que resultaram pelo menos 10 mortos, segundo o governo, embora os grupos dissidentes afirmem que os militares mataram cerca de 200 pessoas.

A BBC noticiou que monges budistas estavam a tentar fugir de Yangum na sequência da repressão dos militares.

O enviado da ONU Ibrahim Gambari deverá informar hoje o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, sobre a sua deslocação de quatro dias ao Myanmar, onde se reuniu com a Junta Militar que governa o país e a líder da oposição, Aung San Suu Kyi, que se encontra sob prisão domiciliária desde 2003.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 05, 2007, 05:30:03 pm
Gambari deve voltar ao Myanmar «o mais rápido possível»

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O enviado especial da ONU para resolver a crise em Myanmar, a antiga Birmânia, deverá regressar «o mais rápido possível» àquele país, de acordo com a Casa Branca.

«As informações que nos chegam da Myanmar, segundo as quais o acesso à Internet foi cortado e que estão detidos monges e outras pessoas inocentes, continuam a causar grandes preocupações», disse Gordon Johndroe, porta-voz da Casa Branca.

«Apelamos aos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas para que levem a sério estas questões e actuem».

O Departamento de Estado norte-americano afirmou que hoje um encontro entre a Junta birmanesa e a responsável pelos assuntos americanos naquele país, Shari Villarosa, não foi produtivo.

Hoje, o Conselho de Segurança da ONU reuniu-se em Nova Iorque para ouvir o enviado especial da ONU, Ibrahim Gambari, falar da sua recente missão na Birmânia, onde a Junta militar no poder reprimiu um movimento de contestação pacífica inédito desde 1988.

Diário Digital
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Enviado por: André em Outubro 05, 2007, 06:51:41 pm
No Myanmar ser monge não é sacerdócio

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Ser monge, no Myanmar, não é um sacerdócio, pois qualquer pessoa pode passar a sê-lo em apenas 24 ou 48 horas, o que permite mobilidade a pessoas que pertencem a partidos políticos.
 
A explicação foi dada à Agência Lusa pelo representante em Portugal e na Europa do povo Karen, um grupo étnico que vive na região montanhosa entre o leste do Myanmar e o noroeste da Tailândia e que combate por um Estado próprio.

Sarkis Istambulyan (Saw Hsar Gay, em língua Karen), representante da União Nacional Karen (KNU) na Europa, disse, em declarações à Lusa, que "uma pessoa pode ser monge durante um mês, ou dois, e depois deixar de o ser".

"Isso permite uma certa mobilidade de pessoas que pertencem aos partidos políticos, pois podem tornar-se monges num espaço de 24, 48 horas", adiantou.

Relativamente às recentes manifestações, em Yangum e Mandalay, no centro do Myanmar, "que começaram há cerca de um mês, o responsável salienta que os monges só apareceram há duas semanas.

"Portanto, se calhar, houve tempo por parte de pessoas de se fazerem monges", considerou.

"Não quer dizer que tenham sido todos, mas alguns poderão ter feito isso", afirmou.

Entretanto, devido à repressão da Junta Militar, alguns terão saído dos mosteiros e abandonado as vestes, voltando à vida secular.

O responsável afirma saber, "de fonte fidedigna, que Aung San Suu Kyi, dirigente da Liga Nacional para a Democracia (LND), já está em casa. Esteve na prisão e está novamente em casa, sob prisão domiciliária, aliás como esteve nos últimos 15 anos".

Para o responsável KNU, quem na realidade terá liderado as manifestações terá sido a LND, os grupos estudantis e os grupos da Frente Democrática Birmanesa Estudantil (All Burma Student Democratic Front, ABSDF).

"Há portanto uma consciência política bastante grande nos jovens. Dado que 95 por cento dos birmaneses são budistas, os jovens monges também são muito politizados. Já no passado tiveram um papel muito importante nas rebeliões contra o status quo", frisou.

"No período colonial inglês, nos anos 1945-46, foram os monges que iniciaram os protestos contra os ingleses e eram as forças de vanguarda das forças nacionalistas birmanesas", recordou.

Os monges de 1988 também foram os líderes dos movimentos de protestos.

No Myanmar, é seguido o Budismo Theravada ("doutrina dos anciãos"), uma escola considerada a mais antiga de entre as escolas do Budismo actualmente existentes, que tenta conservar os ensinamentos originais, tais como foram ensinados pelo Buda, ou, pelo menos, tais como foram registrados no Cânone Páli.

Os monges de hierarquia mais elevada são normalmente políticos e apoiam o regime, afirma o responsável da KNU, referindo que estes monges têm alguns privilégios de que os mais novos não usufruem.

"Isso poderá também indicar que houve uma certa rebelião por parte dos monges mais novos contra os mais velhos, normalmente coniventes com o poder", observou.

"Há sempre o monge que já foi estudante, o monge que pertenceu à Liga Nacional para a Democracia e estes acabam por influenciar, ou por ser o líder no seu mosteiro", referiu.

Mas a grande figura de liderança para os birmaneses é sem dúvida alguma Aung San Suu Kyi, que é a referência política máxima. Prova disso é o facto de as manifestações terem passado junto de casa dela, explicou.

Na área em que esteve no último mês, Sarkis Istambulyan não assistiu a manifestações porque é a área do povo Karené mais rural.

Mas tiveram contactos com pessoas que vinham das cidades, fugidas da repressão militar, e que relataram o que se passava.

"Houve pessoas que se refugiaram nas nossas áreas. Nós recolhemos sempre os birmaneses, como fizemos em 1988", contou.

As pessoas contaram que os primeiros protestos começaram há um mês e meio, por descontentamento económico, fundamentalmente, e por descontentamento contra o regime.

"As pessoas têm muito medo e por isso só são levadas a esse tipo de manifestações quando lhes toca ao seu bem-estar, à sua sobrevivência", afirmou.

"Foi exactamente há um mês atrás, quando a junta decidiu aumentar o preço da gasolina, em 100 por cento, e outros bens essenciais, que começou a haver aquelas manifestações", adiantou.

Mais tarde, esse movimento começou a crescer gradualmente e então quando os monges saíram dos mosteiros para se manifestarem, seguidos de laicos, e começaram a ter mais coragem para mostrar o seu descontentamento.

Mas depois dos primeiros tiros, as pessoas lembraram-se de 1988. "Queria lembrar que em 1988 morreram 3.000 pessoas nas cidades - é uma coisa que na altura foi muito pouco divulgada", justificou.

"Desta vez, a repressão foi menor - não porque o regime esteja melhor, mas porque sabia que estava sob escrutínio internacional", considerou o responsável.

Segundo a nossa estimativa - disse - "haverá no mínimo entre 100 e 200 mortos".

Questionado sobre relatos de tiros disparados directamente contra os manifestantes, Sarkis Istambulyan afirmou: "Sim, sem duvida".

"Primeiro par o ar e depois contra os manifestantes. Portanto, não foi preciso muito mais repressão - havia os tiros, os monges já bloqueados nos mosteiros e o medo das pessoas que se lembravam do que aconteceu em 1988.

Lusa / RTP
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Enviado por: André em Outubro 07, 2007, 01:19:23 pm
Junta Militar diz ter descoberto armas em templos

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Os líderes militares do Myanmar aumentaram hoje a pressão sobre os monges budistas que lideraram as manifestações pró-democracia afirmando terem confiscado armas nos templos budistas e ameaçando punir todos os que violem a lei.

O governo anunciou igualmente dezenas de novas detenções ameaçando os transgressores com novas sanções.

A segurança abrandou na cidade de Yangun mais de uma semana depois de soldados e polícias terem aberto fogo sobre demonstrações pacíficas que reclamam o fim de 45 anos de ditadura militar.

O governo anunciou que pelo menos 10 pessoas foram mortas em Setembro nas repressões enquanto fontes independentes referem que cerca de 1.000 pessoas continuam detidas.

Estes números incluem pelo menos 135 monges budistas, de acordo com a Nova Luz de Myanmar, disse um porta-voz da junta, acrescentando que vários assaltos a templos budistas detectaram armas, facas e munições, embora ainda não seja claro a quem pertencem.

«Os monges devem manter-se dentro da lei de deus e do governo», acrescentaram, sublinhando que se violarem a lei as suas acções podem voltar-se contra eles.

Acrescentaram que 78 outras pessoas suspeitas de terem participado em manifestações estão a ser interrogadas.

Dezenas de milhar de pessoas participaram nos últimos protestos, os maiores das últimas duas décadas contra a junta militar.

A Malásia exigiu hoje que a junta militar no poder na Birmânia inicie urgentemente negociações sem quaisquer condições com a líder da oposição Aung San Suu Kyi, que permanece em prisão domiciliária.

Os comentários do ministro dos Negócios Estrangeiros Syed Hamid Albar seguiram-se a um aviso dos Estado Unidos da América de que iriam pressionar as Nações Unidas para impor sanções contra o Myanmar enquanto fosse mantida a ditadura militar.

Contudo, a China e a Rússia, expressaram-se contra qualquer acção contra o Myanmar e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Myanmar, Nyan Win, disse à Assembleia-Geral das Nações Unidas que a «democracia não podia ser imposta de fora».

Entretanto, a máquina de propaganda da junta militar continua a reclamar a existência de manifestações por toda o Myanmar de solidariedade para com o governo, ao mesmo tempo que referem que as manifestações pacíficas dos monges budistas foram «instigadas» por alguns membros do partido de Aung San Suu Kyi.

A junta militar dirige os destinos do Myanmar desde 1962.

A actual junta chegou ao poder em 1988 durante uma rebelião pró-democracia, durante a qual foram mortas pelo menos 3.000 pessoas.

O partido de Aung San Suu Kyi venceu as eleições de 1990, mas os generais no poder recusaram-se a aceitar os resultados eleitorais.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 08, 2007, 10:49:50 pm
Tailândia protesta formalmente por brutal repressão no Myanmar

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A Tailândia, habitualmente discreta no que diz respeito ao Myanmar, com quem mantém estreitas relações comerciais, enviou uma carta de protesto após a brutal repressão das manifestações pacíficas pela junta militar que governa o país.

A carta foi enviada na semana passada, anunciou o primeiro-ministro tailandês Surayud Chulanont.

«Como a Tailândia também é um país budista, somos contrários à violência que Myanmar utilizou contra as manifestações», afirmou.

«Desejamos um diálogo entre (a principal opositora e prémio Nobel da Paz) Aung San Suu Kyi e a junta do Myanmar. É a melhor solução», acrescentou.

As imagens dos monges birmaneses a ser agredidos por soldados no final de Setembro comoveram a vizinha Tailândia.

Diário Digital
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Enviado por: André em Outubro 09, 2007, 01:45:33 pm
China veta acções da ONU para resolver a crise no Myanmar

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A China reafirmou hoje que se opõe ao uso de sanções ou pressão para resolver a crise no Myanmar. Esta posição que bloqueia assim qualquer acção do Conselho de Segurança da ONU contra o regime militar birmanês.

Os Estados Unidos já tinham manifestado a intenção de conduzir a ONU a intervir com sanções contra o governo militar do Myanmar.

Mas a China, país com direito de veto no Conselho de Segurança e grande parceiro económico do Myanmar, deixou claro que se opõe às sanções.

«Sanções ou pressão não vão ajudar a resolver os problemas no Myanmar», disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Liu Jianchao, em conferência de imprensa.

O ministro não disse, porém, se Pequim vai usar ou não o seu direito de veto. E sublinhou que a tensão no Myanmar acalmou nos últimos dias.

«Esperamos que este momento se mantenha. Qualquer movimento do Conselho de Segurança deve ser prudente e responsável. E deverá conduzir à estabilidade, reconciliação, democracia e desenvolvimento do Myanmar», disse Jianchao.

SOL
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Enviado por: André em Outubro 10, 2007, 12:36:11 pm
Generais e soldados detidos por recusa em disparar

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A Junta Militar de Myanmar deteve cinco generais e mais de 400 soldados por se terem recusado a disparar e bater nos monges budistas e noutros participantes dos protestos das últimas semanas em Rangum, noticia hoje o The Jakarta Post, citando um alto responsável birmanês que pediu anonimato.
«Cinco generais recusaram-se a destacar as suas tropas abertamente contra os monges e foram rapidamente detidos pela Junta», disse o oficial birmanês, recusando dar os nomes dos militares detidos.

Acrescentou que «cerca de 400 soldados da Divisão Sikai foram castigados perto da cidade de Mandalay, por também terem baixado as armas frente aos monges e lhes terem pedido perdão ao perceber que tinham cometido o pior dos pecados».

A fonte considerou que se trata de um claro sinal da existência de fissuras no interior do regime, já que – disse - a maioria dos funcionários e cargos públicos não estão contentes com a brutal repressão promovida pela Junta Militar, embora se calem por medo.

«Os monges são um símbolo da nossa religião e da nossa vida. O povo está muito zangado com o facto de os militares se terem atrevido a disparar contra eles. Matar monges é considerado o maior dos pecados», disse.

A fonte acrescentou que muitos funcionários públicos estão a manifestar discretamente a sua inconformidade com a violenta resposta da Junta Militar, não aparecendo nos respectivos locais de trabalho.

As autoridades militares sustentam que libertaram 1.600 pessoas das cerca de 2.700 detidas, entre as quais 573 monges, presos durante os protestos de 26 e 27 de Setembro e dos dias posteriores.

Segundo a versão oficial, 10 pessoas morreram por disparos ou por agressões físicas, mas fontes dos grupos anti-governamentais calculam que o número de vítimas fatais ultrapassa as duas centenas.

Diário Digital
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Enviado por: André em Outubro 10, 2007, 09:00:49 pm
Líder da oposição do Myanmar morreu sob tortura

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Um líder da oposição do Myanmar, detido durante os protestos do mês passado contra a junta militar que governa o país, morreu devido a torturas sofridas no cárcere, afirmou na quarta-feira um grupo activista.

Em Washington, depois da notícia sobre a morte de Win Shwe, o governo dos Estados Unidos ameaçou impor novas sanções contra Mianmar.

«Os militares precisam de parar com a brutalidade ao lidar com o seu povo e realizar uma transição pacífica para um regime democrático sob pena de sofrer novas sanções dos EUA» , disse em comunicado Gordon Johndroe, porta-voz da Casa Branca.

O governo norte-americano não especificou quais eram as sanções adicionais que planeava impor sobre o Mianmar (ex-Birmânia), mas pediu uma investigação completa acerca da morte de Win Shwe.

A Associação de Ajuda a Prisioneiros Políticos (AAPP) disse que Win Shwe, de 42 anos, membro da Liga Nacional para a Democracia, e outras quatro pessoas tinham sido detidas no dia 26 de Setembro devido às suas actividades de apoio e de participação nas maiores manifestações pró-democracia realizadas no país em quase 20 anos.

«Ele morreu como resultado da tortura sofrida durante interrogatório» , afirmou o grupo, com sede na Tailândia, num comunicado divulgado no seu site (http://www.aapp.org (http://www.aapp.org)). A entidade citou como fonte das informações as autoridades da cidade de Kyaukpandawn.

«O corpo dele, no entanto, não foi enviado à família e os responsáveis pelos interrogatórios deram a entender que, em vez disso, tinham cremado o corpo» .

Segundo os meios de comunicação oficiais do Mianmar, 10 pessoas foram mortas quando a junta militar enviou soldados para acabar com as manifestações realizadas em Setembro, durante vários dias. Os governos do Ocidente afirmam, porém, que existem mais mortos.

No seu comunicado, a AAPP disse que «muitos corpos de mortos e de pessoas feridas foram cremados ou deitados ao rio».

«Alguns corpos de monges mortos apareceram no rio Pazundaung, em Rangoon (Yangun), nos últimos dias. Além disso, muitos dos que foram detidos foram torturados durante os interrogatórios» .


A primeira-dama dos EUA, Laura Bush, disse ao jornal USA Today em entrevista publicada na quarta-feira que o seu país anunciará a imposição de novas sanções contra o governo militar de Mianmar «dentro dos próximos dias» caso a junta não adopte medidas para implementar um regime democrático.

SOL
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Enviado por: André em Outubro 13, 2007, 04:44:19 pm
Morreu primeiro-ministro Soe Win

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O primeiro-ministro birmanês, Soe Win, um dos representantes da linha mais dura do regime militar no poder, morreu hoje de doença prolongada, anunciaram os órgãos de informação oficiais birmaneses.

«O primeiro-ministro, o general Soe Win, morreu esta noite» (hora local, mais cinco que em Lisboa) no hospital militar de Mingaladon, nos arredores de Yangum, noticiou a rádio oficial.

Primeiro-ministro desde Outubro de 2004, Soe Win, 59 anos, regressou a 01 de Outubro ao Myanmar depois de um longo internamento hospitalar em Singapura devido, segundo a família, a uma leucemia.

Segunda figura na hierarquia da Junta Militar, Soe Win foi apontado como responsável máximo pelo ataque perpetrado em 2003, em Depayin, contra a líder da oposição democrática e Nobel da Paz Aung San Suu Kyi e pela sua prisão.

As circunstâncias exactas desse ataque continuam por esclarecer, mas segundo diplomatas, críticos do governo e organizações internacionais, várias dezenas de apoiantes da Liga Nacional para a Democracia (LND) foram mortos quando uma multidão de apoiantes do governo emboscou a caravana militar que transportava Suu Kyi.

O tenente-general Thein Sein, um fiel apoiante do líder da Junta Militar (general Than Shwe) que exercia interinamente as funções de primeiro-ministro desde Maio, deverá suceder no cargo a Soe Win.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 23, 2007, 06:24:38 pm
Missão de Direitos Humanos conclui que repressão na Birmânia foi "brutal e sistemática"

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A repressão das manifestações de Setembro na Birmânia foi "brutal e sistemática" e a junta birmanesa continua a fazer detenções nas famílias de opositores em fuga, indicou uma missão dos Direitos Humanos, pedindo sanções reforçadas.
 
Treze refugiados birmaneses, assim como representantes de movimentos birmaneses no exílio, deram os seus testemunhos em Banguecoque e na fronteira birmano-tailandesa aos membros de uma missão conjunta da Confederação Sindical Internacional (CSI) e da Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH).

Para o belga Gaetan Vanloqueren, membro da FIDH regressado daquela missão entre 13 e 21 de Outubro, "a maioria das testemunhas encontradas viu pessoas a serem mortas, assim como pessoas espancadas até à morte".

Embora a FIDH não possa calcular o número de mortos, pode "afirmar que a repressão foi brutal e sistemática", explicou durante uma conferência de imprensa.

"As detenções continuam. O regime toma como reféns os membros das famílias quando as pessoas procuradas não estão em casa", afirmou.

Os testemunhos anónimos recolhidos reflectem a violência utilizada.

"No dia 27 de Setembro, vi pessoas no chão. Um dirigente estudantil com uma bandeira foi abatido e toda a gente fugiu. Não sabemos o que foi feito do seu corpo. Depois eles dispararam uma rajada. Pessoas cairam", contou um poeta.

"Foi o pior das manifestações. Balas de plástico, balas verdadeiras, numerosas pessoas espancadas, incluindo mulheres. Alguns foram espancados com a coronha de espingardas. Vi um rapaz ser espancado até à morte, um outro que subiu a uma árvore e foi abatido", narrou um comerciante de rua.

A junta militar indicou que 10 pessoas morreram durante a repressão das manifestações pacíficas, mas a oposição estima que o número de mortos seja de cerca de 200 e que mais de 6.000 pesssoas tenham sido detidas.

Outros testemunhos confirmam que os birmaneses foram obrigados a participar em concentrações pró-governamentais.

"As pessoas têm de ir aquelas reuniões ou dar dinheiro às autoridades. É trabalho forçado. Os professores tinham de ir ou perdiam o emprego", disse um homem.

A União Europeia aprovou em meados deste mês o princípio de novas sanções contra a Birmânia, embora elas possam ser modificadas em função dos resultados da missão do enviado especial da ONU Ibrahim Gambari.

Para Guy Ryder, secretário-geral da CSI, estas sanções "vão no bom sentido, mas são insuficientes". "É difícil compreender por que é que certos sectores, como o gás ou o petróleo, são excluídos", assinalou.

A CSI contou 400 empresas estrangeiras presentes na Birmânia e enviou-lhes uma carta de protesto.

"O passo seguinte será mobilizar os sindicatos para se manifestarem diante das suas sedes nacionais", advertiu.

Ibrahim Gambari, que se encontra numa visita a vários países asiáticos visando arranjar apoio para se encontrar uma solução para a crise birmanesa, chega quarta-feira à China, um dos poucos aliados políticos e económicos do regime militar birmanês.

Na China, onde estará até quinta-feira, Gambari encontrar-se-á com o conselheiro de Estado Tang Jiaxuan, com o ministro adjunto dos Negócios Estrangeiros, He Yafei, e com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, informou hoje o porta-voz deste ministério, Liu Jianchao.

O enviado especial da ONU esteve hoje reunido com o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, e com o chefe da diplomacia, Pranab Mukherjee, tendo-se mostrado "animado" com a posição da Índia de fazer todo o possível para influenciar o regime birmanês no sentido da democracia, informou a agência indiana IANS.

"Estou animado com o compromisso indiano de apoiar o secretário-geral da ONU no seu esforço para aconselhar o regime de Myanmar (Birmânia) no sentido de reformas políticas e para libertar os manifestantes pró-democráticos detidos, incluindo a Nobel (da Paz) Aung San Suu Kyi", disse Gambari à imprensa.

Gambari, que já esteve também na Tailândia, Malásia e Indonésia, encerrará esta visita asiática no Japão, para onde parte depois da China.

O enviado das Nações Unidas para a Birmânia visitará de novo este país durante a primeira semana de Novembro, anunciou hoje a porta-voz da ONU, Michèle Montas.

Precisou que Gambari "conta deslocar-se à Birmânia na primeira semana de Novembro, dado o governo ter aceite antecipar o seu convite para visitar o país".

Gambari tinha anunciado antes que não iria à Birmânia antes da terceira semana de Novembro.

O diplomata esteve na Birmânia de 29 de Setembro a 02 de Outubro, tendo-se reunido com a junta militar e com a líder da oposição democrática Aung San Suu Kyi.

RTP / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 28, 2007, 02:20:40 pm
Birmaneses e russos estudam cooperação militar

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Representantes das forças armadas de Myanmar chegam este domingo à capital russa, Moscovo, para discutir com as chefias militares da Rússia questões de cooperação militar e da preparação de soldados.

Em declarações à agência Ria-Novosti, o porta-voz do Exército russo, Igor Konachenkov, informa que “no quadro da visita da delegação militar de Myamar à Rússia, planeia-se realizar um encontro de trabalho com representantes do Comando de Exército, onde serão discutidas questões de cooperação e possibilidade de preparação de quadros militares de Myanmar nas academias militares do Exército russo”.

Konachenkov acrescentou ainda que a delegação birmanesa estudará “o sistema e método de preparação de oficiais com formação superior na Academia Militar das Forças Armadas da Rússia” e visitará a Escola Superior Militar de Moscovo.  

Correio da Manhã
Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Junho 04, 2010, 11:44:48 pm
Myanmar quer arma atómica e mísseis de longo alcance


O Myanmar (ex-Birmânia ou Burma) procura dotar-se da arma atómica e de mísseis de longo alcance, indicam documentos secretos e centenas de fotos disponibilizados por um alegado desertor do Exército, disse hoje um antigo inspector nuclear da ONU.


Robert Kelley disse que as provas que viu e ouviu do desertor são as mais convincentes que conhece para apoiar as suspeitas de que Myanmar procura armas nucleares.

Em declarações à Associated Press, disse que "esta é provavelmente a melhor fonte ... desde Mordechai Vanunu", referindo-se ao técnico nuclear israelita, cuja fuga de informação para um jornal britânico, em 1954, revelou detalhes do programa nuclear do Estado judeu e conduziu à opinião generalizada de que este tem armas nucleares.

"Penso que ele [o desertor birmanês] tem o mesmo tipo de informação privilegiada", comparou Kelley.

Este antigo inspector nuclear fez estas revelações durante a apresentação de um relatório, do qual foi coautor, realizada hoje pela Voz Democrática de Burma, uma organização de comunicação social promovida por expatriados e sediada na Noruega.

Kelley reformou-se em 2008 da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), onde atingiu posições de topo, depois de ter trabalhado em Los Álamos, num dos dois laboratórios dos Estados Unidos da América dedicados à concepção de armas nucleares.

O relatório adianta que o desertor esteve envolvido no programa nuclear e que colocou no exterior de Myanmar um conjunto extenso de material escrito e fotográfico, onde se descrevem experiências com urânio e equipamento especializado necessário para construir um reator nuclear e desenvolver capacidades de enriquecimento de urânio.

O relatório acentua porém que Myanmar está muito longe da produção de uma arma nuclear.

"Do que vi, a qualidade do trabalho é extremamente pobre, o nível de profissionalismo no que estão a construir é muito pobre", adiantou Kelley.

Uma fonte da AIEA não se quis pronunciar sobre o caso, mas adiantou que Kelley era extremamente respeitado na Agência e na comunidade nuclear em geral.

Kelley identificou o desertor como Sai Thein Win, um major formado em Myanmar em engenharia de defesa e na Federação Russa como perito em mísseis.

Win disse ter tido acesso às instalações nucleares secretas de Myanmar, incluindo um batalhão nuclear, a norte de Mandalay, "com a missão de desenvolver capacidade em armas nucleares".

Saído do país em Fevereiro, Win trouxe provas -- documentos electrónicos e fotos -- e fez um depoimento que revelam especificidades preocupantes do projecto nuclear de Myanmar, disse Kelley.

No relatório hoje divulgado sustenta-se que "o quadro geral é o de Burma a procurar construir peças de um programa nuclear".

Na quinta feira, o senador norte-americano Jim Webb, presidente do subcomité dos Negócios Estrangeiros para a Leste Asiático, anunciou o adiamento de uma viagem a Myanmar, devido a mais alegações de que esta estava a colaborar com a Coreia do Norte no desenvolvimento de um programa nuclear.

Em maio, os técnicos da Organização das Nações Unidas que monitorizam as sanções impostas à Coreia do Norte, pelos seus testes nucleares e com mísseis, disseram que as suas investigações apontavam para o seu envolvimento em actividades proibidas no nuclear e com mísseis no Irão, na Síria e em Myanmar.

A este propósito, Kelley adiantou que há um claro envolvimento da Coreia do Norte no programa de mísseis de Myanmar, mas que não conhecia outro envolvimento.

"Há um memorando de entendimento com a Coreia do Norte para construção de Scuds", disse, referindo-se aos mísseis adaptados pelos norte-coreanos a partir dos mísseis soviéticos de curto e médio alcance.

Documentos obtidos antes dos divulgados hoje mostraram que a Coreia do Norte ajudou Myanmar a construir uma série de instalações subterrâneas e a desenvolver mísseis com um alcance de três mil quilómetros.

DN
Título: Re: Myanmar
Enviado por: legionario em Junho 05, 2010, 11:41:23 am
Mais uma fonte de chatices ! Para que diabo querem eles a arma nuclear ? Se isso é verdade os chineses é que devem estar bem informados . Obrigatoriamente !

Tou a vêr  que os espanhois é que têm razao em fazer abrigos anti-catastrofe  :D
Título: Re: Myanmar
Enviado por: Marauder em Setembro 16, 2010, 04:29:20 pm
Se ao menos tivessem petróleo ou campos de terroristas da Al-Quaeda, era mais 1 ditadura que os polícias do mundo poderiam eliminar..

..triste é o Conselho de Segurança ser a palhaçada que é..deviam acabar com os vetos, a 2ª guerra mundial já acabou à muito tempo..
Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Setembro 17, 2011, 05:18:11 pm
ONG pede a Portugal para fazer mais na defesa dos direitos humanos na Birmânia

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fprofile.ak.fbcdn.net%2Fhprofile-ak-snc4%2F41569_21357153743_2066287_n.jpg&hash=e1fb8dffc7978fee14d3007f723cb3a2)

Uma delegação de uma organização britânica de defesa dos direitos humanos na Birmânia esteve hoje no Ministério dos Negócios Estrangeiros para pedir a Portugal para fazer mais pelo povo birmanês. «Esperamos que Portugal faça mais para promover os direitos humanos e a democracia na Birmânia», disse Mark Farmaner, da Burma Campaign UK, à agência Lusa, no final de uma reunião da delegação da organização não-governamental com responsáveis pelas áreas dos direitos humanos e da Ásia do Ministério.

Governada pelos militares desde um golpe de Estado em 1962, a Birmânia teve eleições a 07 de Novembro de 2010 e quatro meses depois a Junta Militar cedeu o poder a um governo presidido por um ex-general.

Farmaner disse que ocorrem na Birmânia «sérios abusos dos direitos humanos», referindo a existência de trabalho escravo, violações, inclusive colectivas de mulheres das minorias étnicas, execuções arbitrárias ou os mais de 2000 presos políticos.

Por isso, uma das questões abordadas na reunião de mais de uma hora foi o apoio à criação de uma comissão de inquérito das Nações Unidas sobre eventuais crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Birmânia.

Farmaner explicou que a União Europeia (UE), que tem uma política comum para a Birmânia, «faz o projecto da resolução anual da ONU sobre a Birmânia para a assembleia-geral», podendo «incluir a criação da comissão de inquérito».

«Gostávamos que Portugal apoiasse a inclusão da criação da comissão na resolução», adiantou.

Portugal, enquanto membro da UE, também poderia ser «mais activo» para que os 27 pressionassem mais a Birmânia, por exemplo prometendo abrandar as sanções económicas do bloco europeu «se a ditadura desse passos positivos como libertar todos os presos políticos», defendeu.

O birmanês Thaung Htun, outro dos membros da delegação, considerou que a Birmânia «está a reagir à pressão internacional porque quer o seu reconhecimento após a formação do novo governo, quer que as sanções (económicas) sejam levantadas (e) gostaria de ter a presidência da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) em 2014».

«O que nos preocupa é também a prática da tortura nas prisões», disse, lamentando que não se veja «qualquer melhoria dos direitos humanos» na Birmânia.

Segundo Zoya Phan, outra dos membros da Burma Campaign UK, «as violações dos direitos humanos estão a aumentar não estão a diminuir», sobretudo nas áreas habitadas maioritariamente pelas minorias étnicas.

Zoya Pahn é birmanesa da minoria étnica Karen, tendo fugido da Birmânia com a família aos 14 anos.

«Estou muito descontente por a União Europeia estar tão silenciosa acerca do que se passa na Birmânia especialmente nas zonas das minorias étnicas», disse.

«É tempo de a UE e da ONU falarem e prestarem atenção ao que se está a passar e pressionarem mais o regime», defendeu.

A delegação da Burma Campaign UK, que tem sido acompanhada em Portugal pela UGT, já esteve com o Conselho Português para os Refugiados e na sexta-feira tem uma reunião conjunta com as comissões parlamentares dos Assuntos Constitucionais, Negócios Estrangeiros e Assuntos Europeus.

Lusa
Título: Re: Myanmar
Enviado por: HSMW em Dezembro 26, 2013, 12:57:55 am
Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Setembro 11, 2017, 01:12:06 pm
ONU acusa exército birmanês de limpeza étnica


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Setembro 12, 2017, 12:42:25 pm
A crise dos Rohingya num Conselho de Segurança dividido


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Setembro 12, 2017, 07:15:36 pm
Myanmar recusa acusações de genocídio dos Rohingya


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Dezembro 21, 2017, 03:52:21 pm
(https://image.ibb.co/dkCeem/17795923_1323095541116040_796368597870349837_n.jpg)
Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Agosto 25, 2018, 04:23:36 pm
Um ano de refugiados Rohingya a fugir de Myanmar


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Agosto 27, 2018, 12:42:17 pm
ONU quer chefe do Exército birmanês julgado por "genocídio"


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Agosto 29, 2018, 10:03:12 am
Cate Blanchett ao Conselho de Segurança: "Não esqueçam os Rohingya"


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Agosto 30, 2018, 04:50:05 pm
Aung San Suu Kyi sob pressão internacional


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Novembro 12, 2018, 10:32:37 pm
Amnistia Internacional retira prémio a Aung San Suu Kyi


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Novembro 14, 2018, 12:15:53 pm
Mike Pence: Perseguição contra os Rohingya não tem desculpa


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Janeiro 30, 2021, 05:33:14 pm
Exército de Myanmar dissipa rumores de golpe de Estado


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 01, 2021, 10:55:06 am
Aung San Suu Kyi detida pelo exército de Myanmar


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 02, 2021, 10:30:08 am
EUA ameaçam impor novas sanções a Myanmar


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 02, 2021, 07:08:30 pm
Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 04, 2021, 02:43:06 pm
Facebook bloqueado no Myanmar


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 05, 2021, 11:17:59 am
ONU apoia o regresso à democracia em Myanmar


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 09, 2021, 01:10:44 pm
Manifestações intensificam-se em Myanmar


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 15, 2021, 10:30:26 am
Repressão contra protestos pode intensificar-se


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 25, 2021, 02:55:16 pm
Exército do Myanmar banido do Facebook e do Instagram


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 28, 2021, 05:42:12 pm
ONU denuncia repressão sangrenta no Myanmar


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Março 05, 2021, 05:26:07 pm
Emissário da ONU recomenda embargo às armas ao Myanmar


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Março 16, 2021, 01:32:04 pm
Guterres condena Junta militar do Myanmar


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Dezembro 06, 2021, 07:33:02 am
Líder deposta de Myanmar condenada a 4 anos de prisão


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Março 27, 2022, 02:00:07 pm
Demonstração de força em Myanmar


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Setembro 20, 2022, 02:12:27 pm
Ataque do exército mata várias crianças em Myanmar


Título: Re: Myanmar
Enviado por: Lusitano89 em Dezembro 30, 2022, 10:00:19 am
Aung San Suu Kyi condenada a um total de 33 anos de prisão