Protótipo MBT Engesa EE-T1 Osório

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Re: CARRO DE COMBATE OSÓRIO
« Responder #15 em: Julho 28, 2010, 12:03:08 am »
Caro Cabeça de Martelo relativamente aos blindados 4x4 não seriam certamente 100 para Portugal, mas também umas varias centenas para o Brasil, e se realmente a plataforma for boa e com varias versões como Veículo de reconheimento, Acar, AA e Porta-Morteiros estes poderiam servir para exportação, neste campo o mercado ainda não está saturado, era em tudo bom para Portugal, mantinhamos a continuidade do funcionamento da Fabrequipa e dos trabalhadores, estes ja ganharam alguma estaleca com os PandurII. Desta forma poderiamos criar a médio prazo uma industria militar com razoavel capacidade, Navios, Avioes, CC e Blindados.... isto claro com parcerias. Mas torno a frizar é somente uma ideia.
"Aqui na Lusitanea existe um povo que não se governa nem se deixa governar" voz corrente entre os Romanos do Séc. I a.C
 

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Cabeça de Martelo

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Re: CARRO DE COMBATE OSÓRIO
« Responder #16 em: Julho 28, 2010, 10:55:15 am »
Citação de: "Instrutor"
Caro Cabeça de Martelo relativamente aos blindados 4x4 não seriam certamente 100 para Portugal, mas também umas varias centenas para o Brasil, e se realmente a plataforma for boa e com varias versões como Veículo de reconheimento, Acar, AA e Porta-Morteiros estes poderiam servir para exportação, neste campo o mercado ainda não está saturado, era em tudo bom para Portugal, mantinhamos a continuidade do funcionamento da Fabrequipa e dos trabalhadores, estes ja ganharam alguma estaleca com os PandurII. Desta forma poderiamos criar a médio prazo uma industria militar com razoavel capacidade, Navios, Avioes, CC e Blindados.... isto claro com parcerias. Mas torno a frizar é somente uma ideia.

Instrutor eles já fizeram um projecto semelhante em conjunto com a Argentina, por isso nada feito. Depois há a seguinte questão, quando um país entra num programa militar multinacional, quer dizer que cada país vai entrar com qualquer coisa (dinheiro, Know-how, etc). Portugal dinheiro não tem, know-how tem pouco, muitissimo pouco comparando com o Brasil. Então iamos entrar com o quê?

Exportação? Para onde? Hoje em dia quem exporta armento ou viaturas militares tem que dar contrapartidas em valor igual ou superior à compra, como é que nós iamos cumprir isso?

O que é que a empresa privada aprendeu com a montagem dos Pandur? A soldar? É porque é isso que se faz em Portugal, solda-se e monta-se, não há nada feito em Portugal.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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PereiraMarques

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Re: CARRO DE COMBATE OSÓRIO
« Responder #17 em: Julho 28, 2010, 11:41:41 am »
Citação de: "Cabeça de Martelo"

O que é que a empresa privada aprendeu com a montagem dos Pandur? A soldar? É porque é isso que se faz em Portugal, solda-se e monta-se, não há nada feito em Portugal.

Os rádios e os bancos são feitos em Portugal :mrgreen: ...ouviu-se (leu-se) que a versão base (VBTP) poderia ter uma incorporação nacional de 80%, agora em que moldes isso se processa/poderia processar...
 

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Cabeça de Martelo

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Re: CARRO DE COMBATE OSÓRIO
« Responder #18 em: Julho 28, 2010, 11:56:03 am »
Citação de: "PereiraMarques"
Citação de: "Cabeça de Martelo"

O que é que a empresa privada aprendeu com a montagem dos Pandur? A soldar? É porque é isso que se faz em Portugal, solda-se e monta-se, não há nada feito em Portugal.

Os rádios e os bancos são feitos em Portugal :mrgreen: ...ouviu-se (leu-se) que a versão base (VBTP) poderia ter uma incorporação nacional de 80%, agora em que moldes isso se processa/poderia processar...

Peço desculpa, esqueci-me desse pormenor.
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papatango

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Re: CARRO DE COMBATE OSÓRIO
« Responder #19 em: Julho 28, 2010, 03:14:40 pm »
Correndo o risco de repetir outra vez o que já escrevi anteriormente, o carro de combate Osorio foi muito sobrevalorizado nos anos 80 e o seu desenvolvimento foi demasiado rápido, o que resultou em inumeros problemas sem solução.

Basicamente a principal razão para o rápido desenvolvimento do Osorio foi a necessidade que a Arábia Saudita tinha de um carro de combate moderno. Afinal, o Iraque e o Irão estavam em guerra a poucas centenas de quilómetros do território saudita.
O Brasil tinha no médio oriente um mercado preferencial para viaturas blindadas, como era o caso do URUTU e do CASCAVEL, e considerou-se que os potenciais clientes justificavam o desenvolvimento apressado.

Mas o Osorio nunca passou de uma espécie de Frankenstein, com sistemas de diversas origens montados num chassis desenvolvido por uma empresa que não tinha experiência no fabrico de carros de combate pesados.
Além disso, criou-se no Brasil à volta do Osorio um mito sobre a sua grande qualidade, que é resultado por um lado do interessa dos administradores da ENGESA e por outro lado da falta de conhecimento da população em geral e dos jornalistas em particular.

O mito de que o Osorio tinha derrotado o Abrams num concurso na Arábia Saudita.
Na realidade, isso de facto aconteceu. Ou seja:
As autoridades militares sauditas consideraram que o Osorio, equipado com um canhão de 120mm francês era superior ao Abrams M1, equipado com o canhão M68 de 105mm (uma cópia do L7 britânico) e que era standard na maioria dos exércitos na NATO.
A pressão de Israel sobre o chamado complexo militar industrial norte-americano levou a que os Estados Unidos não apresentassem à Arábia Saudita o modelo mais moderno do Abrams, armado com um canhão de 120mm derivado do L44 (que equipa o Leopard-II até à versão A5).

É evidente que o Osorio com o canhão de 120mm era superior ao Abrams com o canhão de 105mm, especialmente nos testes de tiro.
Em muitos sites brasileiros vemos acusações de que os Estados Unidos conseguiram vender o Abrams e «boicotaram» a venda dos brasileiros, mas o que normalmente se esquece, é que os sauditas afastaram o tanque americano, porque não queriam o canhão de 105mm, e voltaram a aceita-lo mais tarde, quando finalmente os americanos aceitaram fornecer o Abrams com canhão de 120mm, passando por cima das reticências de Israel.

Outra coisa que normalmente se esquece, é que quem realmente boicotou a Engesa não foram os americanos mas sim os alemães. A Arábia Saudita queria o canhão L44/120mm da Rheinmetal e não queria o canhão francês. Os brasileiros pediram aos alemães para instalar o L44/120mm no Osorio mas os alemães, que estavam mais interessados em vender os seus tanques, recusaram.
Ao recusar o pedido do Brasil, foi a Alemanha que acabou por reduzir a opção de armamento ao canhão francês, no qual os sauditas não estavam realmente interessados.

Para lá de tudo isso o Osorio esteve condicionado pela eventual exigência do exército brasileiro para um carro de combate, que passava por um veículo relativamente leve que pudesse ser utilizado na maioria das pontes brasileiras.
Por isso, o Osorio nunca foi um carro de combate pesado, sendo sempre considerado um carro de combate médio ao nível dos T-72 russos.
Com o fim da URSS, a facilidade com que se podiam comprar tanques T-72/125mm russos relativamente novos a ao preço da chuva, comeu os últimos mercados que poderia haver para o Osorio.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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AC

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Re: CARRO DE COMBATE OSÓRIO
« Responder #20 em: Agosto 14, 2010, 02:14:24 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
O que é que a empresa privada aprendeu com a montagem dos Pandur? A soldar? É porque é isso que se faz em Portugal, solda-se e monta-se, não há nada feito em Portugal.

Exacto. E note-se: do ponto de vista da Fabrequipa isto é o que lhes interessa.
Além do volume de negócio que representa, o projecto do Pandur II financia o investimento deles em espaço, equipamento e pessoal nas àreas que lhes interessam para o negócio civil da empresa: fabrico/montagem de reboques para camiões.
Neste momento, eles devem ser, de longe, a empresa em Portugal com maior capacidade de soldar alumínio.
 

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Cabeça de Martelo

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Re: CARRO DE COMBATE OSÓRIO
« Responder #21 em: Agosto 14, 2010, 02:19:20 pm »
Aluminio, então os Pandur não são feitos em aço? Pensei que isso era tecnologia ultrupassada e que só os veiculos da geração do M-113 é que fossem feitos nesse metal.
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AC

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Re: CARRO DE COMBATE OSÓRIO
« Responder #22 em: Agosto 14, 2010, 02:37:04 pm »
O alumínio está de novo na moda, para blindagens modulares.

O Pandur II tem um casco de aluminio que confere protecção apenas contra projécteis de 7.62mm, sobre o qual são instaladas placas de blindagem. Essas placas podem ser o que quer que seja que as necessidades justifiquem e o orçamento permita: aço ou compósitos ou o que quer que o futuro traga.

A escolha de alúminio para o casco é simples: peso poupado na estrutura é peso que pode ser usado pelos módulos.
 

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papatango

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Re: CARRO DE COMBATE OSÓRIO
« Responder #23 em: Agosto 18, 2010, 09:06:29 pm »
Isto não tem nada que ver com carros de combate pesados, mas onde é que você ouviu dizer que o Pandur II era de aluminio ?

E já agora, se é moda, importa-se de dar um exemplo de viatura moderna em aluminio ?
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Vitor Santos

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Re: CARRO DE COMBATE OSÓRIO
« Responder #24 em: Abril 29, 2020, 05:49:05 pm »
MBT Engesa EE-T1 Osório – Modelo em 3D


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Histórico

O EE-T1 Osório é um carro de combate pesado desenvolvido nos anos 80 pela empresa brasileira Engesa. Foi projetado para ser o primeiro MBT (Main Battle Tank) legítimo brasileiro. Ele participou de uma concorrência para equipar as Forças Armadas da Arábia Saudita, mas a opção pelo M1 Abrams inviabilizou sua produção. Apenas protótiposdo Osório foram construídos.

Em 1987, o protótipo final para ser testado pela Arábia Saudita ficou pronto para enfrentar os seus concorrentes. Os testes foram feitos por tripulações da Arábia, e constavam de rodagem em rodovia e deserto, consumo, resistência do motor, superação de obstáculos, substituição de lagartas, testes de tiro com alvo móvel e estático e, entre outros, andar de ré e rebocar outro tanque de até 35 toneladas por 15 km.

O Osório fez tudo isto e ainda rebocou o Abrams, bem mais pesado. No final dos testes, restaram apenas o Osório e o M1 Abrams americano.

Os Árabes davam como vencedor o Osório, o que gerou um entusiasmo no Brasil. Por fim, a Arábia Saudita acabou comprando o M1 Abrams, inviabilizando a produção do Osório.

Características

Peso sem carga: 41.000 kg
Peso de combate: 43.000 kg
Total de combustível: 1.354 l
Velocidade máxima: 70 km/h
Degrau máximo: 1,15 m
Fosso máximo: 3,0 m
Rampa máxima: 60%
Inclinação lateral máxima: 40%
Passagem de Vau: 1,2 m
Armamento principal: canhão de 120 mm GIAT G1 de alma lisa (EE-T2),
105 mm L/52 L7 raiado (EE-T1)

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