Vamos por partes:
Esta é, quanto a mim, uma oportunidade de ouro para rever o actual
Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os EUA.
O acordo vigente que foi assinado em 1995, expirou em 2000, mas que continua em prorrogação anual automática, prevê mais ou menos isto:
- Promover e facilitar o fornecimento de bens e serviços açorianos ao contingente americano estacionado nas Lajes.
- Promover e facilitar a exportação de produtos açorianos para os Estados Unidos.
- Preparação, por especialistas norte-americanos, de programas de cooperação em domínios como agricultura, ensino superior, ambiente, turismo protecção civil, segurança social e saúde.
- Colaboração na dragagem de portos e no reboque de barcos, comprometendo-se os EUA à transferência dos equipamentos necessários logo que estejam disponíveis.
- Oferecer a Portugal 173 milhões de dólares em equipamento militar.
Tudo isto, é preciso dizer, foi negociado numa altura em que se dizia que a base tinha perdido grande parte da sua importância para os EUA e quando se falou até em rumores de abandono da mesma por parte dos norte-americanos. Daí talvez possamos explicar a aparente falta de ambição por parte de Portugal que as clausulas acima descritas parecem deixar transparecer.
Recentes acontecimentos que não vale a pena referir, (já todos os conhecemos) vieram deitar esta ideia da perda de importância da base completamente por terra. Se a isto tudo juntarmos este reunir de condições ideais (e subsequente interesse por elas) para o treino de caças de última geração e de até algum armamento experimental, temos então reunidas as condições para, sentados numa mesa, chegarmos a um novo acordo entre ambas as partes, mas pondo desta vez a fasquia portuguesa num patamar mais elevado. Se analisarmos um pouco outros casos semelhantes onde os americanos “alugam” instalações de até bem menor importância por várias centenas de milhões de dólares anuais, poderemos chegar a ter uma ideia de quanto eles poderiam pagar por ano pelas Lajes e facilidades circundantes.
E pelos vistos há mais gente a pensar como eu:
ESPECIALISTA DEFENDE APROVEITAMENTO DA IDEIA DOS TREINOS AMERICANOS
Acordo das Lajes pode ser revisto
Se os EUA quiserem usar as Lajes para missões de treino de combate aéreo, Portugal ganha uma possibilidade para rever o Acordo das Lajes, garante José Telo.
A utilização da Base das Lajes para missões de treino de aviões de combate norte-americanos pode ser a oportunidade ideal para Portugal rever o actual Acordo de Cooperação e Defesa que mantém com os Estados Unidos. O argumento é de um dos maiores especialistas europeus em assuntos de Defesa, António José Telo.
Em declarações ao DI, o professor da Academia Militar reconhece que esse tipo de utilização poderá implicar a revisão de alguns pontos do acordo entre os dois Estados.
O académico explica, por outro lado, continuam por esclarecer diversas incógnitas relativamente à ideia lançada pelo comandante do destacamento norte-americano estacionado nas Lajes no início desta semana, mas admite que a possibilidade de os EUA usarem as Lajes e o espaço aéreo em volta dos Açores para treinos de combate aéreo pode “ser vantajoso para Portugal”.
“O inconveniente seria se os EUA desejassem efectuar no arquipélago treinos em terra, ou seja, usando alvos para bombardeamento colocados nas ilhas. Mas, à primeira vista, a ideia parece ser treinar sobre o mar, tendo como base de apoio as Lajes. Nesse caso, parece-me que é reduzido o impacto dessa presença”, explica o especialista.
MAIS BARULHO...
António José Telo diz que o efeito prático será o aumento das movimentações aéreas na Base das Lajes, com o consequente aumento da poluição sonora.
Esse aumento, segundo o especialista, não será no entanto tão intenso como nos períodos em que os Estados Unidos estão a movimentar tropas para cenários de conflito através da Base das Lajes.
“O uso de espaço aéreo sobre o Atlântico para missões de treino abre também as portas para aeronaves da NATO e mesmo de países aliados dos EUA, reforçando o peso estratégico das Lajes”, reconhece o académico.
No início desta semana, o coronel Robert Winston, comandante da FEUSAÇORES (destacamento militar americano nas Lajes), em declarações ao DI, lançou a ideia de os EUA usarem espaço aéreo sobre o Atlântico para treino de voos supersónicos e simulações de combates aéreos, tendo como ponto de apoio a Base das Lajes (ver caixa).
Em declarações ao DI, José Telo explica que a Força Aérea Portuguesa possui zonas sobre o mar onde treina com as suas aeronaves. “Essas zonas são mais reduzidas do que as necessárias aos EUA, uma vez que as aeronaves nacionais não têm as mesmas características do que as americanas. Além disso, os EUA necessitam de espaço para treinar voos supersónicos, o que aumenta as delimitações necessárias”, explica o académico.
O professor da Academia Militar adianta que os EUA possuem um espaço idêntico no Nevada, onde treinam aeronaves na NATO e de outros países, incluindo Portugal.
Além disso, argumenta que não é a primeira vez que o espaço aéreo nacional é usado para missões de treino de aeronaves de combate. Até há poucos anos, o Alentejo possuía um campo de tiro idêntico, próximo da Base de Beja, onde aviões de combate alemães e da NATO treinaram regularmente.
F-22 A TREINAR NO MAR APOIADOS PELA BASE DAS LAJES
A Força Aérea norte-americana estacionada na Europa procura novas zonas para proceder a treinos de combate aéreo, tendo em conta a densidade populacional e o congestionamento do espaço aéreo europeus.
Perante esse facto, o comandante da FEUSAÇORES, no início da semana, lançou a ideia de se usar o espaço aéreo sobre o Atlântico para o treino de caças de combate, tendo como ponto de partida a Base das Lajes.
Segundo o coronel Robert Winston, as esquadrilhas americanas estacionadas nas bases na Alemanha, na Inglaterra e em Itália teriam nos Açores um sítio ideal para treinar voos supersónicos e simulações de combates aéreos.
Além disso, segundo o responsável, em declarações ao DI, os Estados Unidos poderiam usar o mesmo espaço aéreo para o treino dos novos aviões de combate F-22, “ a jóia da coroa da aviação militar norte-americana”.
O coronel Robert Winston garante que a Base das Lajes possui uma equipa preparada para apoiar estas missões, que podem também envolver aviões da NATO ou de países aliados.
O Governo Regional manifestou interesse nesta ideia, recusando contudo falar em contrapartidas para os Açores a troco de mais uma missão para a Base das Lajes.
Fonte
quanto aos patriot acho que o nosso forista, vai ter que continuar a sonhar
Não me parece. As baterias de Patriots não têm assim um preço tão proibitivo. Várias centenas de milhões de dólares por ano dão para isto e para MUITO mais. Haja vontade!
quanto ao sistema shorad que indicou, é possivel que venha, pois se o nosso mdn quiser, penso que consegue visto que os americanos ja retiraram o llinebacker, que seria uma evolução para substituir o nosso sistema chaparral.
O (SL)AMRAAM seria para mim um complemento ideal e necessário do Avenger (curto alcance), que segundo sei, está a ser negociado há já algum tempo.
No que diz respeito ao F-35, esses eventuais milhões em contrapartidas seriam uma oportunidade que nos permitiria começar a pensar na sua aquisição lá para 2016/?