No interregno do Fórum, para resolver problemas de configuração e cumprimento do RGPD, tive oportunidade de falar com um instrutor de voo do aeródromo de Viseu e com um responsável pelo comando de uma corporação de bombeiros do distrito de Viseu, e explicaram-me as alterações ao combate aos incêndios:
- Os voos da Força Aérea no interior do país, principalmente junto às albufeiras que servem para abastecer os hidroaviões, com os C-295, serviram para a FA tirar as devidas notas de coordenadas, acessos, locais de abastecimento de água, etc, porque agora o combate aéreo deixa de ser comandado do terreno e passa a ser feito pela FA com os C-295;
- Em relação ao combate aéreo, as opiniões são as seguintes, o instrutor de voo:
- Destaca de longe o Air Tractor no combate aos incêndios, destacando muitas vantagens em relação ao Canadair: Pode operar sozinho com 1 só piloto, o avião tem muita potência para a dimensão (3.000 cavalos para um avião de 7 toneladas), leva 3 toneladas de água e outro tanto de combustível. Custa 1/10 do preço do Canadair, pode abastecer combustível em qualquer aeródromo nacional, tem autonomia para 3 horas e meia e pode fazer o que mais nenhum faz numa emergência, largar água com o tractor inclinado (impossível de fazer com o Canadair. Já houve situações de emergência em que a descarga de água para salvar casas teve de ser feito desta forma, devido à orografia do terreno).
- O instrutor destaca aspectos negativos do Canadair, como abastecer combustível apenas na Lousã (para toda a zona norte e centro), operar sempre aos pares (2 canadair de cada vez) e cada um com pelo menos 2 pilotos. Cada Canadair custa o mesmo que 10 tractor e só leva o dobro da água. Têem um consumo de óleo muito elevado.
O responsável pela corporação dos bombeiros, apesar de reconhecer a polivalência do Tractor, refere que numa emergência, um Canadair dá mais segurança e ficou impressionado quando teve a ajuda do Beriev 200. Diz que tiveram uma aldeia completamente cercada pelo fogo e o Beriev alinhou com a linha de fogo e descarregou um autêntico dilúvio sobre o fogo, como se tivesse chovido nesse dia! Referiu ainda um aspecto negativo por exemplo do Kamov (estão encostados), levam 5.000 litros de água o que é excelente, mas ou apagam o fogo ou caso contrário, o poder das hélices é tal que leva a espalhar o fogo ao longo do seu percurso como se estivesse a despejar gasolina no incêndio (referiu-me que tiveram de mandar o kamov embora porque prejudicava mais do que ajudava, ao contrário dos restantes helicópteros ligeiros que são sempre muito úteis)!!!!!!