"Jovens" atacam de novo

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Pantera

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"Jovens" atacam de novo
« em: Outubro 26, 2006, 03:47:16 pm »
Os distúrbios voltaram aos subúrbios de Paris na noite de ontem, quando um grupo de jovens mascarados incendiou dois autocarros. Os incidentes não causaram quaisquer vítimas.
 
http://sic.sapo.pt/online/noticias/mund ... eparis.htm


Aí está a tolerância imigrante no seu melhor, que um dia seja em Portugal, para os votantes de PSD,PS e PCP sentirem um pouco do seu perfume

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Pantera

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« Responder #1 em: Outubro 27, 2006, 08:36:30 am »
Grupos de jovens mascarados incendiaram ontem três autocarros nos arredores de Paris e de Lyon, na véspera do aniversário dos violentos motins que há um ano deixaram os subúrbios de várias cidades francesas a ferro e fogo. O primeiro-ministro Dominique de Villepin já prometeu ‘mão dura’ contra os criminosos.


http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... l=91&p=200

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Doctor Z

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« Responder #2 em: Outubro 27, 2006, 09:21:31 am »
Já faz um ano ? Como o tempo passa !
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Pantera

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« Responder #3 em: Outubro 29, 2006, 05:09:31 pm »
O ministro do Interior francês, Nicol as Sarkozy, anunciou este domingo o envio de duas companhias de polícia anti-motim para Marselha (sul), onde sábado uma mulher ficou gravemente queimada quando adolescentes incendiaram um autocarro.
Trata-se do primeiro ferido grave na violência que marcou o primeiro aniversário dos motins nos subúrbios desfavorecidos, com vários incidentes, embora sem paralelo com as três semanas de distúrbios que afectaram o país entre 27 de Outubro e 20 de Novembro de 2005.

Marselha, que integra bairros muito pobres, foi poupada na violência de 2005, mas sábado à noite um incêndio num autocarro provocou queimaduras em 60% do corpo de uma mulher de 26 anos. Três outros passageiros tiveram de ser assistidos devido a intoxicações causadas pelo fumo.

As autoridades locais anunciaram «tolerância zero» face a eventuais excessos nos oito sectores sensíveis da cidade e hoje não circulavam autocarros em Marselha, com os motoristas a denunciarem várias agressões e a reclamarem o regresso de uma polícia de proximidade.

No total, nove autocarros foram incendiados na última semana nos subúrbios das grandes cidades, sete dos quais na região parisiense, por grupos de pessoas encapuzadas e nalguns casos armadas.

O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, convocou para segunda-feira uma reunião sobre segurança e os transportes públicos e o presidente Jacques Chirac, que hoje esteve com Villepin e Sarkozy, exprimiu o seu «horror» perante o que classificou de «acto ignóbil» em Marselha, prometendo «a mais extrema severidade» em relação aos autores.

Segundo um balanço da direcção da polícia, que considerou a madrugada de hoje «relativamente calma», dois polícias ficaram ligeiramente feridos e 46 pessoas foram identificadas pelas autoridades, 36 das quais na região parisiense.

Nos arredores de Lille 59 veículos foram incendiados e nos subúrbios de Lyon foram 23 as viaturas queimadas.

Os 4.000 polícias destacados como reforço sexta-feira, antecipando a noite do aniversário do início há um ano dos distúrbios, foram mantidos na noite de sábado para hoje.

As autoridades, os eleitos locais e as associações de bairro lançaram apelos à calma.

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C. E. Borges

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« Responder #4 em: Outubro 29, 2006, 08:10:33 pm »
A França é um País literal e perigosíssimamente sitiado «por dentro». Nem percebo como foi possível chegar-se onde está, e quais sejam as soluções possíveis.
 

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Pantera

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« Responder #5 em: Outubro 29, 2006, 08:14:53 pm »
Citação de: "C. E. Borges"
A França é um País literal e perigosíssimamente sitiado «por dentro». Nem percebo como foi possível chegar-se onde está, e quais sejam as soluções possíveis.


Foi possivel porque se votou nos PSD´s e nos PS´s lá do sitio,e sempre a dar votos a escumalha comunista.....
A solução é,e será votar no Le Pen,só assim se consegue,mais tarde ou mais cedo,a França entra numa guerra civil.

Mas não te preocupes que um dia será em Portugal,basta continuarmos a apoiar PSD, PS BE e PCP e o resto acontece naturalmente.

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C. E. Borges

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« Responder #6 em: Outubro 29, 2006, 10:26:01 pm »
Eu costumo ouvir todos. O Le Pen, coitado, deve sentir-se tão atrapalhado como toda a "classe política" francesa. Mas ainda em relação a este tópico, há quem tenha uma outra e interessante perspectiva :

- http://combustoes.blogspot.com/
 

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Luso

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« Responder #7 em: Outubro 30, 2006, 09:46:03 am »
O Miguel Castelo Branco escreve maravilhosamente bem e não tem papas na língua. O João Pereira Coutinho idem, mas agrada-me mais a firmeza do primeiro.

Em relação aos "jovens": já repararam como a SIC Noticias (por exemplo) refere-se sempre aos insurrectos como "jovens" e não por aquilo que são na realidade?
O políticamente correcto (cobardia intelectual) está a minar isto tudo.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Doctor Z

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« Responder #8 em: Outubro 30, 2006, 11:01:14 am »
Acho exagerado dizer que mais cedo ou mais tarde haverá uma guerra
civil em França ! Vivi lá muitos anos e sei como aquilo funciona (apesar de não
ter vivido nos ditos bairros).

O Le Pen é da frente nacional e um racista : se fosse com ele, a França teria
saído na UE e teria restabelecido o franco (Este modelo da UE também não
me convém, mas daí a saír dela ...).

Para mim, a solução seria uma maior dureza com a escumalha e privação a
família destes, de regalías sociais, de apoios financeiros, etc ...

É apenas uma faixa muito reduzida da juventude que faz distúrbios, não se
pode generalizar ...
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komet

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« Responder #9 em: Outubro 30, 2006, 11:07:51 am »
Doctor Z, tirar as regalias sociais é meio caminho andado para as coisas piorarem para eles, e se tornarem mais violentos ainda....

Podia sugerir a deportação... mas para onde?  :? Foi França q os viu nascer e crescer...
"History is always written by who wins the war..."
 

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Pantera

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« Responder #10 em: Outubro 30, 2006, 12:57:12 pm »
Citação de: "Doctor Z"
Acho exagerado dizer que mais cedo ou mais tarde haverá uma guerra
civil em França ! Vivi lá muitos anos e sei com aquilo funciona (apesar de não
ter vivido nos ditos bairros).

O Le Pen é da frente nacional e um racista : se fosse com ele, a França teria
saído na UE e teria restabelecido o franco (Este modelo da UE também não
me convém, mas daí a saír dela ...).

Para mim, a solução seria uma maior dureza com a escumalha e privação a
família destes, de regalías sociais, de apoios financeiros, etc ...

É apenas uma faixa muito reduzida da juventude que faz distúrbios, não se
pode generalizar ...


gostava que me explicasses qual a lógica de querer olivença para Portugal, se não queres que Portugal não seja um país livre com moeda própria,tal como a França,queres a união europeia,com uma moeda, um hino, uma bandeira e por aí fora,mas depois queres olivença...tem muita lógica!!!

O Le Pen,tem muitos pretos no partido dele,se visses videos dele,percebias isso,logo não o podes apelidar de racista coisa nenhuma,caso contrário os negros não estavam no seu partido,além de judeus.

Cortar subsidios e outras regalias,é justo,mas apenas é mais uma justificação para eles serem ainda mais violentos,o ideal é mesmo retirar-lhe as nacionalidades e deportá-los para os países dos pais deles,basta ver como o Blair fez para os terroristas,é exactamente isso que temos que fazer!!

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Doctor Z

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« Responder #11 em: Outubro 30, 2006, 02:26:24 pm »
Citação de: "Pantera"
Citação de: "Doctor Z"
Acho exagerado dizer que mais cedo ou mais tarde haverá uma guerra
civil em França ! Vivi lá muitos anos e sei com aquilo funciona (apesar de não
ter vivido nos ditos bairros).

O Le Pen é da frente nacional e um racista : se fosse com ele, a França teria
saído na UE e teria restabelecido o franco (Este modelo da UE também não
me convém, mas daí a saír dela ...).

Para mim, a solução seria uma maior dureza com a escumalha e privação a
família destes, de regalías sociais, de apoios financeiros, etc ...

É apenas uma faixa muito reduzida da juventude que faz distúrbios, não se
pode generalizar ...

gostava que me explicasses qual a lógica de querer olivença para Portugal, se não queres que Portugal não seja um país livre com moeda própria,tal como a França,queres a união europeia,com uma moeda, um hino, uma bandeira e por aí fora,mas depois queres olivença...tem muita lógica!!!

O Le Pen,tem muitos pretos no partido dele,se visses videos dele,percebias isso,logo não o podes apelidar de racista coisa nenhuma,caso contrário os negros não estavam no seu partido,além de judeus.

Cortar subsidios e outras regalias,é justo,mas apenas é mais uma justificação para eles serem ainda mais violentos,o ideal é mesmo retirar-lhe as nacionalidades e deportá-los para os países dos pais deles,basta ver como o Blair fez para os terroristas,é exactamente isso que temos que fazer!!


Vamos ver se a gente se entende.

Quero Olivença para Portugal como é óbvio, mas penso que Portugal deve
continuar na UE ; nunca disse que essa UE é perfeita longe daí.
Infelizmente, da maneira que o mundo está a construir-se (em torno da
globalização), penso que uma saída da UE feria como que ainda nos
tornaríamos ainda mais isolados : moeda fraca (escudo) sem pertencer a
nenhum bloco ; ou então, tinha-se que fazer um bloco luso-económico
(Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde,
Guiné Bissau, Timor Leste). O problema deste bloco é que apenas
Portugal e o Brasil teriam o desenvolvimento económico adequado (pelo o
menos agora) para enfrentar a concorrência económica.

Quanto a UE, para mim, não deve evoluír mais do que está agora : a
bandeira pode ser, o hino já considero demais (haverá mesmo muitos
cidadãos da UE a conhecê-lo ?), o moeda pode dar jeito. Agora, um única
administração eu digo não. Se evoluír, para mim seria apenas para
corrigir tudo o que não bate certo.

Quanto ao facto de o Le Pen ser racista, ele é e é um facto, também há
vídeos a comprovar tais factos. Aliás, só fiz minhas as palavras da maioria
dos franceses, nada mais. Quanto ao facto de não ter só "brancos" no
partido dele, também sei disso, vivi em França 32 anos ... Isso é apenas
para querer dizer que o Le Pen, afinal de contas, não é assim tão mau
quanto isso ...

Para mim, cortar subsídios seria um primeiro passo : a segunda infracção,
seria rua ! Claro que em função das gravidades dos actos, podia ser uma
expulsão directa. O Blair expulsou alguns, não é por isso que resolveu o
problema de alguns estrangeiros serem muçulmanos radicais ...

Para mim a UE deve ser uma associação de países e não uma
confederação destes mesmos, associação na qual cada um têm a sua
identidade, a sua cultura, a sua língua, uma associação para enfrentar o
mercado económico. A UE não deve ser França, Alemanha, Reino Unido e
Itália e alguns cachorros por trás deles, o que duma certa forma é o que
está a acontecer (um dos pontos que seria a melhorar). Uma
confederação poderia funcionar nos primeiros anos, mas não seria ao
gosto de muita gente (incluíndo eu) e acabaria sempre por bater a bota,
tal como aconteceu com os grandes impérios ...
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Pantera

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« Responder #12 em: Outubro 31, 2006, 10:16:01 am »
Mas é isso que eu defendo,uma europa de nações onde a soberania não seja posta em causa.O problema é que hoje defender a união europeia é quase defender o federalismo,pois é esse o grande objectivo dela,a união europeia com cada país com a sua soberania,é quase uma utopia!!!

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ricardonunes

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« Responder #13 em: Outubro 31, 2006, 11:14:19 pm »
Como reagem os Franceses a uma intifada

   
Potius mori quam foedari
 

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JoseMFernandes

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« Responder #14 em: Novembro 02, 2006, 05:46:46 pm »
A propósito dos recentes (e actuais) distúrbios em França, destaco um artigo de F.Obbema no Volkskrant ( este 'jornal do povo' de Amesterdão é um dos mais importantes diários do norte da Europa).
Citar
As Mentiras que se sobrepôem á Verdade...

Sempre que se trata de incidentes nos subúrbios, os jornalistas franceses praticam a autocensura ou seguem servilmente as indicações do Ministério da Administração Interna (ministére de l'intérieur), em qualquer dos casos acabam por não cumprir a sua verdadeira missão.

Num conflito a primeira vítima  normalmente é a verdade é um velho adágio do jornalismo de guerra.E isto salta aos olhos quando lemos em França as reportagens recentemente consagradas  sobre a situação nos subúrbios."Bastante calmo" assim  qualificava o Ministério do Interior o fim-de-semana de 28/29 de outubro, precisamente um ano depois dos famosos motins.À falta de outras fontes autorizadas, esta expressão tranquilizadora foi retomada pela generalidade dos médias.Mas o que se pode qualificar de 'calma' ?
Claro que o Ministério fez uma excepção para  o 'incidente' de Marselha (uma estudante senegalesa foi gravemente queimada num autocarro incendiado por energúmenos), mas todos os outros 'acontecimentos' foram eclipsados pela palavra 'calma' sejam as centenas de carros incendiados na noite de sexta para sábado, os dois autocarros que arderam  na noite de sexta, o ataque contra a polícia no sábado de tarde por dezenas de jovens encapuçados  atirando 'cocktails molotov'  e pedras, as trinta e seis detenções (entre as quais 'jovens' transportando bidões de gasolina), os quatro polícias feridos no decorrer de uma intervenção...Falar de 'calma' nestas condições, pressupõe uma concepção bem elástica da norma.
Assim, faz-nos lembrar o jornalismo de guerra.Num conflito é sempre a visão de um dos beligerantes que predomina, quando faltam informações do campo contrário.Ora, em França nao é exagero dizer que o Ministério do Interior é uma das partes em conflito.Mas há realmente uma grande diferença entre o jornalismo de guerra e os acontecimentos do passado fim-de-semana.
Num conflito a tónica é especialmente dirigida para os maleficios do adversário mas, neste caso o Ministério tem interesse em minimizar os factos, e daí a pretensa 'calma' evocada.
Nao defendemos a ideia que o Ministério manipula os números (mesmo que estes nao sejam 'controlados' e os médias se mantenham totalmente dependentes de informações policiais).O que é importante é a interpretação desses números.Se o Ministério tivesse utilizado o termo 'alarmante' em lugar de 'bastante calmo' as informações difundidas na segunda-feira pelos média teriam um outro impacto.
Ora eles contribuiram  para esta situação ao praticarem auto-censura .No dia 22(domingo) o canal France2 suprimiu do seu telejornal das 20H um assunto consagrado aos 'acontecimentos' de 2005 porque 'julgou não ser oportuno passar esse tema depois de mais um 'incidente' em Grigny.Aliás os jornalistas  'no terreno' estão sob tensão, pois partilham com a policia a 'honra' de serem agredidos verbal e físicamente, não tendo óbviamente o menor desejo de passar o mês de Novembro nesses mesmos subúrbios.Neste ponto, os interesses do Ministério do Interior e dos 'média' parecem coincidir.E esta é uma situaçao realmente perigosa para a verdade.
Fora isto os canais de televisão multiplicam as reportagens 'positivas' sobre os 'subúrbios'.Quase diáriamente  a televisão francesa descobre  moradores dinâmicos dessas zonas, com vontade de progredir.Não há nada de mal nessas imagens, mas isso não impediu que as críticas se espalhem contra eles, como aconteceu no passado domingo 29.Sem as imagens dos autocarros incendiados na região parisiense, os jovens de Marselha nao teriam cometido tais desacatos, afirmaram em coro condutores de autocarros, membros das associações contra o racismo e outros 'actores sociais'.
Imagina-se que, como reacção, os médias poderiam acentuar ainda mais a auto-censura.Uma prática na qual a primeira vítima poderá ser a verdade, tal como numa verdadeira guerra.