Como é viver como Militar

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JD92

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Como é viver como Militar
« em: Julho 04, 2009, 02:33:08 pm »
Uma grande (se não a maior) questão que me coloco quando penso num futuro a servir Portugal através das Forças Armadas é o facto de como será a minha vida a partir desse momento.
Por isso, venho pedir a vós, caros amigos que são Militares das Forças Armadas Portuguesas, para me dizerem como vivem só a ver a vossa família aos fins-de-semana, as vossas mulheres, os vossos filhos, pais, avós e amigos. Como é possível educar um filho, como é possível viverem um feliz casamento com as vossas esposas?
Espero respostas e um abraço muito forte para todos vocês.
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #1 em: Julho 04, 2009, 02:41:47 pm »
Olha eu quando estive na tropa tive um tempo fantástico de vivência pessoal com os meus camaradas. No entanto tenho que confessar que nem tudo foi um mar de rosas, muito pelo contrário. Já namorava com uma rapariga a algum tempo e com o facto de só nos vermos aos fins-de-semana, ela acabou comigo (melhor do que ser cornudo :evil: ). Os meus pais já sabia como ia ser, afinal o meu pai esteve quase 5 anos na tropa e os meus pais começaram a nomorar nessa altura...

Pessoalmente adorei a experiência, acho que o meu relacionamento com a minha ex estaria condeando de qualquer forma, já que se ela não aguentou 6 meses desta vida, também não ia aguentar o resto da vida de uma vida conjugal a dois (que é sem dúvida muito mais dificil).
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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JD92

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« Responder #2 em: Julho 04, 2009, 02:59:42 pm »
E agora, como é (casado, solteiro)? Que idade tens?
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #3 em: Julho 04, 2009, 03:26:15 pm »
Quando eu entrei para o Exército era solteiro, entretanto já sai.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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JD92

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« Responder #4 em: Julho 04, 2009, 03:27:39 pm »
E foi fácil encontrar trabalho cá fora?
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #5 em: Julho 04, 2009, 03:35:42 pm »
Já foi à anos, nessa altura foi fácil, agora está dificil para todos. Se um tipo for inteligente (e eu não fui), escolher especialidades com saida cá fora, safa-se melhor do que escolher Tropas Especiais/Infantaria/etc. Quanto mais "operacional" é a unidade, menor é a hipótese de estares a aprender algo que te vá valer no futuro.

Tropas Especiais e afins é bom para quem tem cabeça, está lá pouco tempo (máximo uns 3 anos), faz umas missões e poupa dinheiro. O problema é que a maior parte do pessoal diz que quer ir para as Forças de Segurança (é uma minoria que entra), pensam que vão entrar para o QP (é uma minoria que entra), que vão ganhar muito dinheiro e com isso vão estabilizar a vida (é uma minoria que tem cabeça e poupa), etc.

Eu tentei que o descerebrado de um meu conhecido fosse para a Marinha ou FAP, é que ele já tem uma formação especilizada, na Marinha/FAP teria mais umas coisitas para o seu CV para poder arranjar trabalho cá fora.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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lazaro

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« Responder #6 em: Julho 04, 2009, 03:38:29 pm »
Os problemas com as mulheres não começam nem acabam no cumprimento da nossa vida militar. A vida militar quanto muito degrada mais rápido uma relação que não teve bases sólidas logo no inicio.

Aconselho um futuro marido/namorado a traçar à sua cara-metade o que efectivamente (exagerar  um pouco não é mau) a espera em termos de ausencia e entrega ao serviço. Assim não há cobranços psicológicos à posterior da companheira/namorada/esposa.

No entanto lembro que os camaradas devem sempre tentar conciliar o serviço com a vida pessoal. Por exemplo: tentar criar as suas raizes familiares (casa, familia da cara-metade, escola das crianças) o mais perto possivel da area geográfica onde previsivelmente o militar estará mais tempo colocado em serviço.

Mais importante que tudo é realmente saber escolher "aquela" e a relação ser forte, estável e edificada em bases sólidas.

Quanto à vida militar: há vidas e vidas... mais do tipo funcionário público, mais operacional ... mais alcatifa, ... mais campestre ... tudo tem o seu tempo.
 

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JD92

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« Responder #7 em: Julho 04, 2009, 03:59:20 pm »
Antes de mais, só uma questão: com que idade, mais ou menos, ou com quanto tempo de serviço é que se vai para a reserva?
Pois, mas para o caso de Tropas Especiais é difícil encontrar trabalho cá fora, não é? Para mim, se ingressar nas FAP é neste caso. Aliás, estava a pensar ingressar nos Fuzileiros. Pegando no que o lazaro disse de ser perto, cá em Aveiro tenho a base RI10 de Para-Quedistas, mas não é bem o que eu procuro...
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #8 em: Julho 04, 2009, 04:13:39 pm »
Citação de: "lazaro"
Os problemas com as mulheres não começam nem acabam no cumprimento da nossa vida militar. A vida militar quanto muito degrada mais rápido uma relação que não teve bases sólidas logo no inicio.

Aconselho um futuro marido/namorado a traçar à sua cara-metade o que efectivamente (exagerar  um pouco não é mau) a espera em termos de ausencia e entrega ao serviço. Assim não há cobranços psicológicos à posterior da companheira/namorada/esposa.

No entanto lembro que os camaradas devem sempre tentar conciliar o serviço com a vida pessoal. Por exemplo: tentar criar as suas raizes familiares (casa, familia da cara-metade, escola das crianças) o mais perto possivel da area geográfica onde previsivelmente o militar estará mais tempo colocado em serviço.

Mais importante que tudo é realmente saber escolher "aquela" e a relação ser forte, estável e edificada em bases sólidas.

Quanto à vida militar: há vidas e vidas... mais do tipo funcionário público, mais operacional ... mais alcatifa, ... mais campestre ... tudo tem o seu tempo.


Concordo em pleno com o texto do lazaro.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #9 em: Julho 04, 2009, 04:24:32 pm »
Citação de: "JD92"
Antes de mais, só uma questão: com que idade, mais ou menos, ou com quanto tempo de serviço é que se vai para a reserva?
Pois, mas para o caso de Tropas Especiais é difícil encontrar trabalho cá fora, não é? Para mim, se ingressar nas FAP é neste caso. Aliás, estava a pensar ingressar nos Fuzileiros. Pegando no que o lazaro disse de ser perto, cá em Aveiro tenho a base RI10 de Para-Quedistas, mas não é bem o que eu procuro...


JD92 se pesquisares um pouco verás que só podes fazer 6 anos de contractos e depois rua. Se tiveres o 12º ano e entrares na ESE, maravilha, senão ficas em terra.

Ao pé da tua terra só mesmo o RI10, tens por lá o 2º BIPara, unidade altamente operacional e que vai frequentemente para as missões internacionais. Se é para ir para as Tropas Especiais, então vai para os Pára-quedistas, ficas ao pé de casa e tens a hipotese de ires para fora ganhar uns cobres.

Agora se é para ir para a FAP ou para a Armada, então vai para especialidades de jeito, não te metas nos Fuzos ou na PA. Pensa nas tuas habilitações literárias, vê o que gostas fazer e escolhe a melhor especialidade.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Lightning

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Re: Como é viver como Militar
« Responder #10 em: Julho 04, 2009, 05:26:55 pm »
Citação de: "JD92"
para me dizerem como vivem só a ver a vossa família aos fins-de-semana


Só durante o periodo de instrução (recruta e especialidade) é que o militar é obrigado a permanecer a semana toda na unidade, depois de passar a ser "pronto" (isto é, pronto a ser enviado para qualquer local, a qualquer hora, pronto para o que der e vier :twisted: ) fica colocado numa unidade e nessa unidade você vai ter um horario a cumprir, vai ter serviços 24h, etc.

Quando está de serviço tem que permanecer na unidade a cumprir a sua função mas quando está no periodo semanal normal, depois de cumprir  o horario estipulado você pode ir para casa (se morar perto) e só voltar à unidade no dia seguinte.
 

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JD92

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« Responder #11 em: Julho 04, 2009, 07:44:27 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Citação de: "JD92"
Antes de mais, só uma questão: com que idade, mais ou menos, ou com quanto tempo de serviço é que se vai para a reserva?
Pois, mas para o caso de Tropas Especiais é difícil encontrar trabalho cá fora, não é? Para mim, se ingressar nas FAP é neste caso. Aliás, estava a pensar ingressar nos Fuzileiros. Pegando no que o lazaro disse de ser perto, cá em Aveiro tenho a base RI10 de Para-Quedistas, mas não é bem o que eu procuro...

JD92 se pesquisares um pouco verás que só podes fazer 6 anos de contractos e depois rua. Se tiveres o 12º ano e entrares na ESE, maravilha, senão ficas em terra.

Ao pé da tua terra só mesmo o RI10, tens por lá o 2º BIPara, unidade altamente operacional e que vai frequentemente para as missões internacionais. Se é para ir para as Tropas Especiais, então vai para os Pára-quedistas, ficas ao pé de casa e tens a hipotese de ires para fora ganhar uns cobres.

Agora se é para ir para a FAP ou para a Armada, então vai para especialidades de jeito, não te metas nos Fuzos ou na PA. Pensa nas tuas habilitações literárias, vê o que gostas fazer e escolhe a melhor especialidade.
Pois, eu sei. Por isso é que eu planeio entrar no Curso de Formação de Sargentos.
O que são os 2º BIPara?

Citar
Só durante o periodo de instrução (recruta e especialidade) é que o militar é obrigado a permanecer a semana toda na unidade, depois de passar a ser "pronto" (isto é, pronto a ser enviado para qualquer local, a qualquer hora, pronto para o que der e vier  ) fica colocado numa unidade e nessa unidade você vai ter um horario a cumprir, vai ter serviços 24h, etc.

Quando está de serviço tem que permanecer na unidade a cumprir a sua função mas quando está no periodo semanal normal, depois de cumprir o horario estipulado você pode ir para casa (se morar perto) e só voltar à unidade no dia seguinte.

Bem, eu não tinha noção disso. Tipo 24h de serviço e outras 24h em casa, mais ou menos assim?
Mas eu não sei... Eu estava a pensar ir para os Fuzos. Mas sou de Aveiro. É a tropa especial de que eu mais gosto, sinceramente.
Cumprimentos.
 

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Lightning

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« Responder #12 em: Julho 04, 2009, 09:03:37 pm »
Citação de: "JD92"
O que são os 2º BIPara?


2º Batalhão de Infantaria Pára-quedista, é o Batalhão que está aquartelado no Regimento de Infantaria nº10 em São Jacinto.
 

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Portucale

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« Responder #13 em: Julho 05, 2009, 11:21:41 am »
Além do RI10 em S. Jacinto tem o RE3 em Espinho.

É uma unidade de engenharia e não fica muito longe de Aveiro.

Além disso todas as unidades têm pessoal dos serviços (transporte, manutenção e saúde) para funcionarem.

Agora se tem a ideia de ir para os Fuzileiros………. Força.
Eis aqui
quase cume da cabeça da Europa toda
O Reino Lusitano
onde a Terra se acaba
e o Mar começa.

Versos de Camões
 

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Xô Valente

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« Responder #14 em: Julho 05, 2009, 12:41:58 pm »
Boas.
Em relação à vida militar também tenho umas dúvidas.
No caso de ir para Infantaria Mec/Moto, podem-me dizer qual é o "horário de trabalho" mais ou menos? Eu sei que o horário de um militar pode varia, com horas extra, mas por norma são as 8h?

E outra dúvida, estando numa area, por exemplo, Infantaria ou Cavalaria, é possível depois tirar outros cursos ou especializações como manutenção, eletricidade, etc.? Cursos que também se pudessem tirar dentro das FAs e que, caso quisesse voltar a vida civil davam jeito.

Cumprimentos. :wink:
http://valente-city.myminicity.com/  -  Cria a tua minicidade também.