A seca em Portugal Continental

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Lightning

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #15 em: Novembro 23, 2017, 09:58:30 am »
Cruz Vermelha Portuguesa cria unidade especial para catástrofes

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A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) vai criar uma unidade para abastecimento de água potável e redução dos problemas de saneamento em catástrofes

https://www.dn.pt/lusa/interior/cruz-vermelha-portuguesa-cria-unidade-especial-para-catastrofes-8935584.html

Exército transporta água para Fagilde

http://www.cmjornal.pt/sociedade/detalhe/exercito-transporta-agua-para-fagilde?ref=sociedade_destaque
« Última modificação: Novembro 23, 2017, 10:00:18 am por Lightning »
 

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mafets

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #16 em: Novembro 24, 2017, 10:41:43 am »
Comentários para que?  ::) http://expresso.sapo.pt/sociedade/2017-11-21-Barragem-de-Fragilde-com-mais-de-30-anos-nunca-foi-desassoreada
Citar
Barragem de Fragilde com mais de 30 anos nunca foi desassoreada

As baixas reservas de água da barragem de Fagilde trouxeram várias dúvidas. Construída há mais de 30 anos e com capacidade de 2,5 milhões de metros cúbicos, nunca dali foi retirado um metro cúbico de inertes acumulados ao longo de décadas.






Cumprimentos
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 

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Lusitano89

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #17 em: Novembro 26, 2017, 05:47:01 pm »
Seca pode fazer aumentar preço da luz


 

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HSMW

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #18 em: Novembro 27, 2017, 06:13:37 pm »

Simulação da movimentação dos furacões e aerossóis na atmosfera terrestre. Destacam-se claramente as emissões de fumo a 15 de Outubro.

Citar
Where do hurricanes go? To better understand dangerous storms, NASA compiled data from several satellites into a supercomputer simulation of this past year's hurricane season. Specifically, the featured video shows how smoke (white), sea salt (blue), and dust (brown) tracked from 2017 August through October across the northern half of Earth's Western Hemisphere. These aerosols usefully trace sometimes invisible winds. In the midst of the many mesmerizing flows, hurricanes can be seen swirling across the Atlantic Ocean on the right. Some of these hurricanes lashed islands and coastal regions in North America before dissipating in the northern Atlantic. Studying this year's weather patterns may bolster more accurate storm forecasts as soon as next year.

https://apod.nasa.gov/apod/ap171127.html
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Cabeça de Martelo

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #19 em: Novembro 28, 2017, 12:59:14 pm »
39 charcas e 3 barragens em Bragança para combater a seca

28 nov, 2017 - 07:43

O abastecimento para consumo está assegurado depois da construção da barragem de Veiguinhas, mas o autarca diz ser necessário também haver reservas para outros fins, nomeadamente agrícolas.

O presidente da Câmara de Bragança anunciou que tem um plano para construir 39 charcas em todas as freguesias do concelho e três novas barragens para armazenar água e evitar problemas em períodos de seca.

O abastecimento de água para consumo da população da cidade está assegurado depois da construção da barragem de Veiguinhas, mas o autarca Hernâni Dias entende que é necessário também haver reservas para outros fins, nomeadamente agrícolas.

Para o efeito disse à agência Lusa que se propõe construir, em parceria com as freguesias, 39 charcas até ao final do mandado, um plano que considerou ser "ambicioso".

"É um objectivo muito ambicioso, estamos a falar de 39 charcas, só temos quatro anos, significa que teríamos de fazer dez charcas por ano, no mínimo, o que pode ser demasiadamente ambicioso, mas esse é o nosso objetivo", vincou.

O plano incluiu ainda a construção de três barragens na Serra da Nogueira, em Parada e em Macedo do Mato, mas estas não dependem apenas da vontade municipal, mas da autorização do Governo, como indicou.

Hernâni Dias afirmou que a autarquia já começou a "estudar de forma mais intensa" o local para a construção de uma barragem na Serra da Nogueira.

Disse ainda que vai "junto do Governo a reivindicar ao nível da construção de novas barragens, nomeadamente m Parada e também em Macedo do Mato".

Barragens ambicionadas
"São as três que estão identificadas como necessárias, sendo que também na barragem de Castanheira há uma questão que devia ser tratada por quem de direito, nomeadamente quem tutela a barragem, para substituir o sistema de rega de alagamento por rega por aspersão, o que seria um fator de poupança de água e também levaria a melhores níveis de eficiência ao nível dos consumos", acrescentou.

As barragens ambicionadas são "para rega, mas não significa que no futuro não possam vir a ser utilizadas para abastecimento de população", segundo o autarca.

O financiamento será uma questão para discutir posteriormente, já em relação às reservas com charcas, a autarquia assume os custos com a utilização essencialmente de meios municipais.

O trabalho já começou no terreno e a Câmara tem "estado a fazer com as juntas de freguesia essa identificação, já se fez a reabilitação de uma charca em Baçal e estão a agora avançar para a limpeza de represas em rios e ribeiras".

http://rr.sapo.pt/noticia/99451/39-charcas-e-3-barragens-em-braganca-para-combater-a-seca
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Lusitan

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #20 em: Novembro 28, 2017, 04:40:06 pm »
39 charcas e 3 barragens em Bragança para combater a seca

28 nov, 2017 - 07:43

O abastecimento para consumo está assegurado depois da construção da barragem de Veiguinhas, mas o autarca diz ser necessário também haver reservas para outros fins, nomeadamente agrícolas.

O presidente da Câmara de Bragança anunciou que tem um plano para construir 39 charcas em todas as freguesias do concelho e três novas barragens para armazenar água e evitar problemas em períodos de seca.

O abastecimento de água para consumo da população da cidade está assegurado depois da construção da barragem de Veiguinhas, mas o autarca Hernâni Dias entende que é necessário também haver reservas para outros fins, nomeadamente agrícolas.

Para o efeito disse à agência Lusa que se propõe construir, em parceria com as freguesias, 39 charcas até ao final do mandado, um plano que considerou ser "ambicioso".

"É um objectivo muito ambicioso, estamos a falar de 39 charcas, só temos quatro anos, significa que teríamos de fazer dez charcas por ano, no mínimo, o que pode ser demasiadamente ambicioso, mas esse é o nosso objetivo", vincou.

O plano incluiu ainda a construção de três barragens na Serra da Nogueira, em Parada e em Macedo do Mato, mas estas não dependem apenas da vontade municipal, mas da autorização do Governo, como indicou.

Hernâni Dias afirmou que a autarquia já começou a "estudar de forma mais intensa" o local para a construção de uma barragem na Serra da Nogueira.

Disse ainda que vai "junto do Governo a reivindicar ao nível da construção de novas barragens, nomeadamente m Parada e também em Macedo do Mato".

Barragens ambicionadas
"São as três que estão identificadas como necessárias, sendo que também na barragem de Castanheira há uma questão que devia ser tratada por quem de direito, nomeadamente quem tutela a barragem, para substituir o sistema de rega de alagamento por rega por aspersão, o que seria um fator de poupança de água e também levaria a melhores níveis de eficiência ao nível dos consumos", acrescentou.

As barragens ambicionadas são "para rega, mas não significa que no futuro não possam vir a ser utilizadas para abastecimento de população", segundo o autarca.

O financiamento será uma questão para discutir posteriormente, já em relação às reservas com charcas, a autarquia assume os custos com a utilização essencialmente de meios municipais.

O trabalho já começou no terreno e a Câmara tem "estado a fazer com as juntas de freguesia essa identificação, já se fez a reabilitação de uma charca em Baçal e estão a agora avançar para a limpeza de represas em rios e ribeiras".

http://rr.sapo.pt/noticia/99451/39-charcas-e-3-barragens-em-braganca-para-combater-a-seca

Eu não gosto de criticar por criticar, mas tenho sempre algumas reservas a estes Presidentes de Câmaras com projectos "ambiciosos", especialmente quando envolve construções que envolvem enormes recursos financeiros. Cheira-me sempre que vai haver desvios...
Espero que não seja esse o caso e que de facto se faça uma obra bem pensada para o município de Bragança.
 

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Cabeça de Martelo

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #21 em: Novembro 29, 2017, 02:57:46 pm »
“Não nos podemos colocar na posição estúpida de dizer a Espanha que tem de cumprir os caudais acordados”

Afinal, Espanha cumpriu ou não a convenção sobre a gestão dos rios ibéricos num ano de seca que afeta os dois países? “Os espanhóis só não cumpriram no Douro”, garante Pedro Serra. O coordenador da delegação portuguesa que trata dos caudais na comissão que acompanha a aplicação da Convenção de Albufeira (que gere os rios ibéricos) argumenta, em entrevista ao Expresso, que dada “a situação dramática de seca” que se vive do lado de lá da fronteira, é preciso ter cuidado na análise ao cumprimento do que foi acordado. O também consultor do ministro do Ambiente sustenta que a situação em Portugal não é tão dramática.

Associação Zero argumenta que Espanha não assegurou todos os caudais acordados na Convenção de Albufeira para os rios Douro, Tejo e Guadiana, mas o ministro do Ambiente garante que Espanha cumpriu, com “pequeníssimas exceções”. Afinal, cumpriu ou não cumpriu?
De facto houve uma falha no caudal na barragem de Miranda, no Douro, e é reconhecida pelas autoridades espanholas. Eles têm as reservas de água das albufeiras reduzidas a 15%, o que é absolutamente dramático. Se a situação se mantiver assim, vão ter de recorrer a soluções de transporte de água em autotanques como acontece em Viseu. Os espanhóis fizeram um esforço enorme para cumprir a Convenção, não cumpriram em Miranda, mas cumpriram em Pocinho. E cumpriram no Tejo e no Guadiana. Nós não nos podíamos colocar na posição estúpida de dizer a Espanha que tinham de cumprir o caudal acordado, olhando para a situação concreta do território. Dizer o contrário é uma canalhice.

Portugal também vive uma situação complicada de seca…
Mas não tão dramática. Se os espanhóis não tivessem feito descargas, teríamos caudal zero. Antes de haver Convenção e de os rios estarem regularizados com barragens como agora, houve situações muito piores. Em 1995, o Guadiana foi uma gota de água durante seis meses. E entre 1 de agosto de 1945 e 16 de outubro de 1945, ou seja, durante dois meses e meio, não correu água no Tejo. Chegámos a ter registos anuais de 200 hectómetros cúbicos de água no Guadiana, quando hoje são de 400 a 500 hm3.

Já há rumores que Madrid terá de racionar água se a seca se prolongar. É assim?
Se a seca se prolongar, os espanhóis estão desgraçados e podem ter de colocar restrições até na cidade de Madrid.

A Zero reitera a afirmação de que Espanha “não cumpriu o acordado”, lembrando que o faz com base nos dados oficiais disponibilizados pelo Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) da Agência Portuguesa do Ambiente e critica o facto de os dados em que vocês se baseiam não serem conhecidos publicamente.
Admito que os dados do SNIRH possam ter muitas falhas. O relatório hidrometeorológico que serve de base à Comissão para a Aplicação e Desenvolvimento da Convenção de Albufeira (CADC) vai ser colocado agora na página deste organismo na Internet. Não podia ter sido lá colocado antes de ser aprovado e só o foi agora.

Existiam expectativas de que da reunião luso-espanhola que se realizou no Porto esta segunda-feira saísse um acordo sobre caudais mínimos ecológicos diários para o Tejo e o Douro, já que existem apenas para o Guadiana…
Para o Douro não faz sentido impor caudais mínimos diários, já que tanto faz que a água chegue hoje como amanhã. Para o Tejo, já faz. E o ministro João Pedro Matos Fernandes introduziu esse tema na agenda. No Guadiana estão acordados caudais de dois metros cúbicos por segundo, mas não são relevantes quando se tem uma bacia como a de Alqueva.

Que balanço faz desta reunião?
Um balanço muito positivo, já que se não existisse esta convenção estaríamos em pior situação. A Convenção de Albufeira é apontada por especialistas externos como uma das mais avançadas no mundo em termos de regularização de caudais entre dois países.

Perante os cenários traçados pelas alterações climáticas que preveem secas que se podem prolongar entre sete a 10 anos, apostar só em barragens não serve de muito, certo?
Mas temos de construir mais barragens para armazenarmos quando chove para termos quando não chove. Mas claro que devemos ser mais económicos nos usos e consumos de água e apostar em reutilização de águas residuais ou em captação de águas pluviais nas cidades. E claro que, se não chover durante 10 anos, morre tudo. E temos de pensar noutras alternativas, da dessalinização de água do mar (que tem custos exorbitantes) até termos de migrar mais para norte.

http://expresso.sapo.pt/sociedade/2017-11-29-Nao-nos-podemos-colocar-na-posicao-estupida-de-dizer-a-Espanha-que-tem-de-cumprir-os-caudais-acordados
« Última modificação: Novembro 29, 2017, 03:03:06 pm por Cabeça de Martelo »
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #22 em: Janeiro 01, 2018, 02:06:03 pm »
Uma seca sem prazo de validade. Em 2018 ainda estaremos em situação "muito grave"


A situação de seca registada o ano passado em Portugal vai continuar a afetar o país em 2018, anteciparam à Lusa especialistas em recursos hídricos, defendendo um reforço da capacidade de armazenamento em albufeiras e restrições ao uso da água.

“Vamos entrar em 2018, seguramente, desfalcados, ainda em situação de seca muito grave. No ano hidrológico 2018/2019, se não chove, a situação pode ser realmente de uma gravidade extraordinária”, perspetivou Francisco Nunes Correia, professor de Recursos Hídricos do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa e antigo ministro do Ambiente, no final do ano passado.

O início do ano hidrológico acontece a 1 de outubro, por um período de 12 meses compreendido entre o início de duas estações de chuva consecutivas – outono e inverno.

Relativamente ao prolongamento da situação de seca em Portugal, Francisco Nunes Correia apontou como consequência direta a aplicação de restrições ao uso dos recursos hídricos, referindo que a medida “vai variar muito de local para local”.

“Deixa de haver água nas torneiras ou passamos a ter água uma hora por dia. […] Muitas colheitas ou muita agricultura têm de se deixar de fazer - culturas regadas, se não houver água”, indicou.

Em termos de consequências ambientais e ecológicas, “se os rios não têm água, a capacidade de autodepuração é muito menor”, o que pode provocar a morte de peixes.

Neste sentido, o antigo ministro do Ambiente disse que a seca tem consequências “muito graves”, o que obriga a “um racionamento draconiano relativamente à pouca água existente”.

“Teria que chover muito este ano [hidrológico 2017/2018] para que a situação recuperasse, até agora isso não aconteceu”, declarou o docente em Recursos Hídricos.

Com uma posição semelhante, o especialista em Recursos Hídricos pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) António Gonçalves Henriques disse que é fundamental uma previsão antecipada de uma situação de seca hidrológica para que sejam preparadas medidas de restrição dos consumos, visando uma melhor gestão e uma utilização mais eficiente da água.

De acordo com o especialista do LNEC, a seca meteorológica registada em 2017 em Portugal “não resultou numa situação de seca generalizada para todo o país, do ponto de vista de seca hidrológica”.

A situação mais crítica de seca hidrológica em Portugal verificou-se na barragem de Fagilde, “que já se sabia que era insuficiente para o abastecimento de concelhos de Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo”, relatou António Gonçalves Henriques, considerando que as medidas de mitigação do problema chegaram “muito tarde”.

Na perspetiva de Nunes Correia, o país hoje sofre menos com o problema da seca do que há 20 ou 30 anos, porque foram construídos sistemas de armazenamento de água que, “apesar de tudo, ajudaram a mitigar os problemas até agora”.

Apesar de Portugal estar “bastante adiantado” em termos de infraestruturas para armazenamento de água, a atual situação de seca prova que “ainda é preciso reforçar a capacidade de armazenamento”, defendeu o antigo governante.

À problemática da seca associa-se a erosão dos solos, particularmente relevante após os incêndios florestais de 2017. Diversos municípios de áreas atingidas estão a fazer intervenções para protegerem solos e linhas de água, enquanto lançam concursos públicos para operações de maior dimensão, com fundos nacionais e europeus.

Em novembro do ano passado, o Governo prometeu celeridade na aprovação de candidaturas, informando que o Ministério da Agricultura disponibilizou 49,5 milhões de euros para este tipo de ações.


>>>>>> http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/uma-seca-sem-prazo-de-validade-em-2018-ainda-estaremos-em-situacao-muito-grave
 

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #23 em: Janeiro 19, 2018, 11:38:22 pm »
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #24 em: Fevereiro 08, 2018, 09:12:41 pm »
Situação da seca "regrediu bastante", mas mantém-se preocupante no sul do país


O sul do país e as regiões junto à fronteira estão ainda em seca severa, disse hoje o ministro do Ambiente, indicando que, no geral, a situação da seca “regrediu bastante” em comparação ao final do ano hidrológico.

“Não há, neste momento, nenhuma bacia hidrográfica com territórios em seca extrema, reduziu-se a zero, mas há ainda bacias hidrográficas com uma situação de seca severa”, afirmou João Matos Fernandes, no final da reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, que decorreu em Lisboa.

Em declarações à agência Lusa, o governante adiantou que “a situação da seca regrediu bastante quando comparada com o final do ano hidrológico e até mesmo com o mês de novembro”.

O início do ano hidrológico acontece a 1 de outubro, por um período de 12 meses compreendido entre o início de duas estações de chuva consecutivas – outono e inverno.

De acordo com o ministro do Ambiente, o fenómeno da seca “é muito heterogéneo no país”.

“Existe uma única bacia hidrográfica, neste momento, que, por exemplo, tem mais água do que a média. É a bacia hidrográfica do Mondego, onde exatamente houve os maiores problemas do lado do consumo humano no último verão, porque Fagilde - a barragem que serve Viseu - está nessa mesma bacia hidrográfica”, avançou o governante.

Sobre o plano de contingência contra a seca, João Matos Fernandes assegurou que “todo o calendário das medidas assumidas está a ser cumprido”, desde a limpeza dos fundos das barragens às ligações a partir do Alqueva para outras albufeiras.

Em 31 de janeiro, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) informou que o mês de dezembro de 2017 em Portugal continental classificou-se como seco, sendo o nono mês consecutivo com valores de precipitação abaixo do normal.

“Nos últimos sete anos, o valor médio da quantidade de precipitação em dezembro tem sido sempre inferior ao valor normal, e nos últimos 17 anos apenas nos dezembros de 2002, 2009 e 2010 ocorreram valores de precipitação acima da normal”, referiu o IPMA, em comunicado.

No entanto, segundo o IPMA, em dezembro verificou-se um desagravamento da situação de seca meteorológica em todo o território e em particular na Região Norte.

“No final do mês de dezembro, 6% do território estava em seca extrema, 58% em seca severa, 29% em seca moderada e 6% em seca fraca”, adianta o IPMA.



>>>>>>  http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/situacao-da-seca-regrediu-bastante-mas-mantem-se-preocupante-no-sul-do-pais
 

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #25 em: Fevereiro 19, 2018, 01:26:06 pm »
Seca: Especialista alerta para desafios e pede combate ao desperdício


O especialista em alterações climáticas Filipe Duarte dos Santos alertou hoje para o desafio da seca, que afeta Portugal, e apelou à maior consciencialização, à poupança e à redução das perdas de água nas redes municipais de distribuição.

“Há perdas que não são muito explicáveis. Há municípios que têm tido imensa atenção a esse problema e que têm tido grandes progressos, mas, em outros, as perdas são superiores a 50%. O que é uma situação de certo modo incompreensível no contexto atual”, afirmou aos jornalistas Filipe Duarte Santos.

O especialista, que é também o presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS), participou hoje, em Vila Real, no Congresso Nacional sobre Alterações Climáticas, que se prolonga até quarta-feira e é organizado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

As projeções, segundo o investigador, apontam para “uma diminuição da precipitação anual” o que, na sua opinião, é um dos aspetos “mais graves” das alterações climáticas.

As projeções falam ainda em “eventos extremos mais frequentes como ondas de calor e precipitações intensas em intervalos de tempo curtos e a subida do nível médio que mar”.

O ano 2017 e o início de 2018 ficam marcados pela seca, devido aos baixos índices de precipitação, situação que, sublinhou o especialista, não se sabe quando vai terminar.

“Pode ser que chova abundantemente nos próximos meses, mas não temos essa capacidade de prever e aquilo que podemos esperar é que as pessoas sejam conscientes da situação em que estamos, que usem a água com a maior parcimónia possível, ou seja, que poupem o mais possível, e que haja menos desperdício de água, sobretudo nos sistemas de distribuição de água que as câmaras fazem no país”, salientou.

Para mitigar o problema da seca, o especialista disse que é preciso ainda uma “maior coordenação entre Espanha e Portugal no que respeita aos recursos hídricos”.

“Depois temos que ver em que medida a agricultura que estamos a fazer é compatível com a precipitação, temos de nos adaptar a um clima diferente, a um clima que é não só mais quente mas também mais seco”, salientou.

À seca juntou-se ainda o problema dos fogos florestais em Portugal, que tiveram consequências dramáticas em 2017, com 110 vítimas mortais.

“Os incêndios têm outras causas para além das alterações climáticas, mas as alterações climáticas potenciam. Sobretudo porque, em 2017, os maiores incêndios foram fora da época de verão, correram no fim da primavera e princípio do outono”, salientou.

Filipe Duarte Santos lembrou que há, no mundo, sítios que estão numa situação pior, como seja a Cidade do Cabo, na África do Sul. As autoridades sul-africanas apontam o “Dia Zero” para 04 de junho de 2018, dia em que as torneiras podem ficar secas.

As notícias para o futuro não são positivas e, para o investigador, o problema poderá ser mitigado com a “emissão de menos gases com efeito de estufa para a atmosfera”, ou seja, “com a redução da dependência dos combustíveis fósseis”.

Filipe Duarte Santos ressalvou que este é um objetivo que “a Europa tem tentado fazer, com “bastante sucesso” e “metas ambiciosas”.

“Mas, como se trata de um efeito global, não basta a União Europeia fazer isso, é necessário que o mundo inteiro faça isso e aí é que está o problema. Temos uma enorme dependência nos combustíveis fósseis, cerca de 80% das fontes primárias de energia são combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás natural e, portanto, é uma transição que é difícil”, salientou.

E continuou: “mas, se não se fizer essa transição o que temos a esperar é que estes eventos extremos, estas secas extremas vão continuar e possivelmente até agravar-se”.

Na sua opinião, a posição dos Estados Unidos da América, que anunciou querer sair do acordo do Paris, “é deplorável”.

“É de facto uma política que apenas considera a adaptação às alterações climáticas e não a mitigação, ou seja, a redução das emissões e é de um enorme egoísmo em relação a todo o mundo”, frisou.

O Congresso Nacional sobre Alterações Climáticas prolonga-se por três dias, na UTAD, e quer acabar com “mitos e tabus”.

A organização envolve uma equipa multidisciplinar da academia transmontana, que integra estudantes e professores de Biologia, Biologia e Geologia, Genética e Biotecnologia, Arquitetura Paisagista e Engenharia do Ambiente, em colaboração com a Ordem dos Biólogos.


>>>>>>>  http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/seca-especialista-alerta-para-desafios-e-pede-combate-ao-desperdicio
 

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Daniel

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #26 em: Fevereiro 24, 2018, 11:15:52 am »
Agricultores e empresários propõem ‘novo Alqueva’ no Ribatejo
http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/agricultores-e-empresarios-propoem-novo-alqueva-no-ribatejo-273711

Citar
O investimento ronda os 4,5 mil milhões de euros, mas deverá gerar uma aposta dos privados da ordem dos 5 mil milhões de euros. A obra pode avançar arrancar a curto prazo com a construção do açude de Valada e de dois blocos de rega. Capoulas Santos já tem conhecimento da iniciativa.“Jorge, é possível fazermos Alqueva no Ribatejo?”, perguntou o empresário Manuel Campilho ao especialista em planeamento hidráulico Jorge Froes, quando se deparou com escassez de água na sua Quinta da Lagoalva, em Alpiarça. A resposta foi: “Não só é possível, como é absolutamente indispensável, se quisermos continuar a ter disponibilidade de água em quantidade suficiente para manter viva a atividade agrícola de toda esta região”.

A história é relatada na edição deste sábado, 24 de fevereiro, do “Expresso”, que conta que o projeto por enquanto se designa Projeto Tejo — Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Tejo e Oeste e foi lançado oficialmente esta semana perante o secretário de Estado da Agricultura, Luís Vieira, o ex-ministro da Economia Augusto Mateus, entre outras figuras ligadas ao setor.

O investimento ronda os 4,5 mil milhões de euros – 1,99 mil milhões de euros para barragens, açudes, estações elevatórias e adutoras; 2,09 mil milhões de euros para estações elevatórias e redes de rega e 420 milhões de euros para drenagem, viário, elétrico, etc.-, mas pode gerar uma aposta dos privados da ordem dos 5 mil milhões de euros, de acordo com a mesma publicação.

Apesar de faltarem encontros com Marcelo Rebelo de Sousa e o ministério da Agricultura, a obra pode avançar arrancar a curto prazo com a construção do açude de Valada e de dois blocos de rega.
 

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #27 em: Fevereiro 26, 2018, 01:52:05 pm »
Ministro do Ambiente garante que "não vai faltar água nas torneiras dos portugueses"



O ministro do Ambiente de Portugal, João Matos Fernandes, disse esta segunda-feira que não vai faltar água nas torneiras dos portugueses, graças às medidas em curso para combater os efeitos da seca, mas apelou para a poupança.

"Estou absolutamente em condições de poder voltar a garantir que, tal como no ano 2017, em 2018 a água não vai faltar na torneira de nenhum dos portugueses", referiu o governante, em declarações aos jornalistas, à margem da assinatura de um acordo de cooperação com o Governo de Moçambique, em Maputo.

João Matos Fernandes disse ter "os recursos técnicos e financeiros necessários para mobilizar" de maneira a fazer aquela afirmação "sem qualquer dúvida".

O acordo, um dos dois a assinar hoje, prevê o apoio de Portugal em medidas que ajudem Moçambique a enfrentar as alterações climáticas e o ministro do Ambiente português apontou que se trata de uma luta global.

"Portugal tem feito um combate muito grande à seca", destacando, entre outras ações, investimentos em curso, em particular, no sul do país.

"Estamos a fazer um conjunto de investimentos vasto, que ultrapassa 60 milhões de euros, para fazer interligações entre albufeiras a partir do Alqueva", referiu.

Estão também a ser desenvolvidos projetos para "aproveitar os efluentes tratados" para um "conjunto de usos secundários" nas 50 maiores estações de tratamento de águas residuais do país.

João Matos Fernandes apontou ainda como exemplo o trabalho de limpeza do fundo das albufeiras para as libertar de um "volume morto" que não pode ser consumido, de maneira a que "toda a água possa ser virtualmente utilizada".

"No próximo ano não vai faltar água na torneira a nenhum dos portugueses, o que não quer dizer que não tenhamos todos de adaptar usos", acrescentou, antecipando constrangimentos no setor agrícola.

"É inevitável que haja constrangimentos: temos uma prioridade de usos e a primeira prioridade é levar água à torneira de cada um dos portugueses", referiu.

"Tudo aquilo que estamos a fazer dará frutos muitos seguros já para o ano de 2019, em que, de igual forma não faltará certamente água a ninguém: teremos de fazer um esforço em todos os setores para poupar água".

O ministro do Ambiente aponta as alterações climáticas como uma evidência, dado que "as estações do ano já não são o que nos ensinaram na escola primária" e água é um recurso com tendência para ser "menos abundante" - e mesmo quando o seja, já não será de forma tão contínua.


>>>>>>> https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/ministro-do-ambiente-garante-que-nao-vai-faltar-agua-nas-torneiras-dos-portugueses
 

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Lusitano89

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #28 em: Março 01, 2018, 03:45:19 pm »
Madrid assegura que declaração de seca no Tejo não terá implicações para Portugal


O Governo espanhol assegurou hoje que a eventual declaração de seca na parte espanhola da bacia hidrográfica do rio Tejo não terá implicações em Portugal, nomeadamente não irá afetar o volume mínimo obrigatório de caudais a transferir.

“Os compromissos estabelecidos na Convenção de Albufeira [convénio bilateral] não vão ser afetados pela possível adoção da declaração de seca”, disse fonte oficial do Ministério da Agricultura e Pesca, Alimentação e Meio Ambiente espanhol à agência Lusa, acrescentando que “os caudais a transferir para Portugal serão sempre os estabelecidos no dito convénio”.

A Junta de governo da Confederação Hidrográfica do Tejo propôs na segunda-feira ao Governo de Madrid que fosse aprovada a declaração de seca na parte espanhola da demarcação.

“As medidas que se adotem serão de aplicação apenas na parte espanhola da demarcação hidrográfica do Tejo”, sublinhou a mesma fonte da secretaria de Estado do Meio Ambiente espanhol.

A eventual declaração de seca irá permitir “uma melhor gestão” de um “episódio de escassez” e o “ordenamento e proteção” dos recursos hídricos de forma mais conveniente para os interesses gerais.

De acordo com Madrid, a declaração possibilitará a apresentação de propostas de ajustes no abastecimento de água necessários para uma “justa e racional” distribuição dos recursos disponíveis e adaptar os caudais ecológicos sem colocar em risco a garantia de fornecimento às populações.

De forma complementar, irá habilitar a possibilidade de por em marcha com caráter de urgência ações que sejam necessárias para uma melhor gestão dos recursos hídricos e para atender usos prioritários.

A proposta de declaração de seca deve-se à acentuada diminuição do nível de água acumulada em comparação com o ano anterior e a média dos últimos dez anos.

A água armazenada nas represas da bacia do Tejo é de 4.143 hectómetros cúbicos, face aos 6.393 hectómetros cúbicos existentes no anterior ano hidrológico, enquanto a média dos últimos dez anos é de 6.500 hectómetros cúbicos, indicou na semana passada, em comunicado, a Confederação Hidrográfica do Tejo.

Na Junta de governo desse organismo estão representados a administração geral do Estado, os consumidores e as cinco comunidades autónomas espanholas com território na bacia do Tejo: Aragão, Castela-La-Mancha, Castela e Leão, Estremadura e Madrid.

A Convenção de Cooperação para a Proteção e o Aproveitamento Sustentável das Águas das Bacias Hidrográficas luso-espanhola de 1998, mais conhecida como a Convenção de Albufeira, enquadra um conjunto de acordos de natureza específica no domínio dos recursos hídricos entre os dois países.


>>>>>>>>>   http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/madrid-assegura-que-declaracao-de-seca-no-tejo-nao-tera-implicacoes-para-portugal
 

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Lusitano89

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Re: A seca em Portugal Continental
« Responder #29 em: Março 18, 2018, 01:05:24 pm »
Chuva “não chega para colmatar necessidades hídricas” do país


O investigador Pedro Teiga, especialista em reabilitação de rios, considera que a chuva tem melhorado a situação de seca no país, no entanto, só por si "não é o suficiente para colmatar as necessidades hídricas", principalmente na região sul.

"Se olharmos para os campos, vemos como já estão verdejantes e a responder positivamente a estas chuvas, [com alguns rios] que podem entrar em situação de cheia e causar inundações", indicou à Lusa o investigador do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), da Universidade do Porto.

Contudo, o engenheiro ambiental acredita que os "cenários problemáticos" vão continuar caso a utilização da água a nível doméstico, industrial e agrícola se mantenha igual à do último ano, o que não permitirá criar os armazenamentos necessários para os diferentes usos, que são crescentes.

"O grande problema não é a seca em si, mas sim os padrões atuais de utilização e as pressões" exercidas sobre os cursos de água, frisou, acrescentando que "um agricultor vai continuar a regar o seu campo de milho, quer se esteja em situação de seca ou em cenário de escoamento normal de água".

O volume de água que "vai utilizar para ter produtividade é que terá impacto no rio", esclareceu.

Segundo o investigador, os rios têm capacidade de responder naturalmente aos períodos de seca, assim como as espécies autóctones estão, de uma forma geral, prontas para se adaptarem às variações de caudal, encontrando abrigo em pequenos núcleos de água.

O problema, no entanto, surge quando esses núcleos são utilizados para a agricultura ou para sistemas industriais, ficando a balança do equilíbrio hídrico "altamente descompensada", com "consequências graves nas espécies ribeirinhas".

"Existem várias espécies de peixes e de macroinvertebrados a morrer ao longo das margens dos rios, devido ao stress hídrico e à falta de água, que este ano se fez notar não só a meio da encosta, mas também nas galerias ribeirinhas", contou.

Pedro Teiga disse que, apesar de contribuir para contornar a situação de seca no país - enchendo açudes e albufeiras -, a água das chuvas não deve ficar retida somente nesses locais, sendo também necessária para aumentar o caudal dos rios, responsável pela limpeza desses recursos.

"As descargas de poluição - que ocorreram muitas vezes em período de verão e em períodos de seca - e as pequenas lamas que ficam no fundo dos leitos precisam levantar e entrar na corrente, para que o rio faça o seu transporte, distribuição e autodepuração ao longo de todo o seu trajeto", desde a nascente até à foz, referiu o engenheiro ambiental.

O especialista está atualmente envolvido na reabilitação de rios em diferentes zonas do país, nomeadamente em Pedrógão Grande (distrito de Leiria), um dos locais atingidos pelos incêndios do ano passado.

Das diferentes ações, destacou o controlo das espécies invasoras e a recuperação das galerias ribeirinhas, retirando o material queimado e estabilizando as margens dos rios e o domínio hídrico, através de técnicas de engenharia natural.

Para o investigador, é importante identificar os focos de atuação imediata, trabalhando em conjunto com os proprietários dos terrenos, que, na sua opinião, devem ser envolvidos no processo.

O engenheiro ambiental salientou ainda a necessidade de uma manutenção constante e da continuidade deste trabalho por parte dos proprietários, a par dos municípios.

"A boa notícia", avançou, é que, de uma forma geral, "as cinzas acumuladas nas margens dos rios nos locais dos incêndios não estão a chegar às linhas de água, o que acaba por ser ótimo porque não se acumulam nos açudes".

Com as intervenções de reabilitação, Pedro Teiga espera evitar que essas cinzas cheguem às linhas de água e alterem a sua qualidade, em termos químicos e físicos.


>>>>>>>>  https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/chuva-nao-chega-para-colmatar-necessidades-hidricas-do-pais
« Última modificação: Março 19, 2018, 10:45:50 am por Lusitano89 »