Segundo, o Galego, Catalão, Basco não morreram em 500 anos de Espanha, nem com o Franco a tentar activamente destrui-las. Como é que o Português ia morrer num modelo federativo? Só se acharmos que os Portugueses estão todos mortinhos por deixarem de falar português, e só estão à espera de uma desculpa.
Em primeiro lugar, aconselho-o a viajar um pouco mais para perceber a enormidade que proferiu.
A língua galega foi completamente destruida, depois de Isabel a Católica, com o processo de genocídio cultural que a própria rainha castelhana chamou de «Doma y Castracion de Galicia».
Processos idênticos ocorreram nos outros pontos do império castelhano.
Outros países poderão até conviver (ainda que muito mal) com mais que uma língua, mas esse não é o problema.
Desde o inicio, percebendo que Castela representava apenas 50% da população peninsular, que os castelhanos tentaram impor a sua língua, não como língu única, mas como língua dominante.
Eles não querem acabar com o português, o que querem é garantir que a língua castelhana é a língua dominante, pois ao estabelecer esse principio, estabelece-se o principio da superioridade cultural por parte daqueles que utilizam a língua castelhana sobre os outros.
Temos visto recentemente nos canais controlados pelos espanhóis , Canal História e canal Odisseia são exemplos, a inclusão de legendas em castelhano.
O progama é dobrado em português, mas quando se trata de legendar, a lingua utilizada é o castelhano.
O objectivo, é claro: Estabelecer o castelhano como «Lingua Franca».
Por isso, não me venha com Estórias. O Galego, ou o catalão são linguas à beira da extinção. Na Galiza praticamnte desapareceu e mesmo na Catalunha, é apenas utilizado pelos «resistentes».
Aliás se a situação não fosse tão dramática, não havia pessoas a assumir posições que algumas vezes são interpretadas como de imposição do catalão.
É uma tentativa de resposta, perante uma situação de «consumação» do dominio linguistico castelhano, que inevitavelmente se traduz num dominio cultural.
Você, e as pessoas que pensam como você, só se vão aperceber disso, quando tentarem encontrar um emprego melhor pago em Portugal, e para isso tiverem que escrever em castelhano, percebendo na altura, que serão os que nasceram falando essa lingua, que vão conseguir o emprego, e os outros, como você vão limpar sanitas ou servir à mesa.
Nessa altura, você ou outros com o mesm tipo de raciocinio , vão continuar a ter o direito de falar português, e dizer o que quiser em português, como hoje os catalães ou os galegos. Os castelhanos vão continuar a dizer que os portugueses podem dizer o que quiserem na língua deles.
Mas quando a língua perder o estatuto de «Lingua Culta» falada pelas elites de uma sociedade, nessa altura, quando vocês estiverem a limpar as mesas dos cafés, será demasiado tarde para inverter o estado de coisas.
Pelo menos, por via pacífica.
A sociedade castelhana e a cultura castelhana são assassinas por natureza. São assassinas não pelo que eu digo, mas pelo que diz a história as estatísticas e a realidade social dos países onde essa cultura se impôs pela força.
Nós podemos fazer como o Vicente de Lisboa. Citar Saramago, agitar bandeirinhas azuis, ou amarelo-vermelhas e meter a cabeça debaixo da areia fingindo que não se passa nada, com ar de intelectual afectado.
Ou podemos dizer o que realmente pensamos, da pouca vergonha a que isto está a chegar.
Cumprimentos