Crónica do Reino (virtual)
de Portugal----------------------------1191-----------------------------------Tânger, 12 de Fevereiro de 1191Portugueses!
Escrevo-vos hoje aqui, desta magnífica praça de Tânger, que caiu ontem sob domínio português.
A luta foi fera e brava, o inimigo ardiloso, mas a bandeira do grande Henriques foi hasteada!
E agora, este humilde servidor deste Reino, cavaleiro do Rei, e cronista de ocasião irá falar-vos cousas da batalha ontem acontecida...
A 11 de Fevereiro deste ano, desembarcou na costa de Tânger, forte exército que liderado pelo Infante D.Fernando, agora Rei, marchou ao encontro à cidade de Tânger.
Magnífica, como podereís ver, abençoada por um largo monte atrás de si.
Chegámos a ela por volta do meio-dia, ou pouco depois, e de imediato, os Mouros que nela se encontravam, mais os que estavam fora dela, para dentro se recolheram, fechando os portões e armando as defesas.
De dentro da fortaleza ouvia-se gritos e ordens, o som de espadas e aço, passadas e pó se levantando. Grande era a azáfama no arraial mouro.
Também aqui, os nossos se preparavam. As balistas foram colocadas em posição, enquanto que os Cavaleiros da Ordem de Avis( que foram trazidos aqui pelo chamamento da fé) discutiam com Dom Fernando a melhor forma de ataque à cidade.
E assim por volta da 13:30 da tarde se formou a disposição portuguesa no campo da maneira que aqui se verá.
Os Mercadores-Cavaleiros vieram atraídos pelas riquezas desta cidade, e sendo uma unidade algo indisciplinada e "mercenária", só a rigidez de palavras de Gonçalo Paio Rodrigues, Mestre da Ordem de Avis os conveceu a permanecerem como guarda de flanco direito.
Quanto às outras tropas apeadas, incluíam também um grupo de camponeses oriundos de Córdoba.
13:45Inicío das hostilidades.
El Rey Dom Fernando dá ordem a que se carreguem as balistas, e assim que prontas se dispare aos portões da cidade.
DISPARAR!
Dardos incendiários com mais de dois metros são lançados a alta velocidade sobre os portões.
"Levam com eles a ira de Deus", disse António de Almeida, um dos mais velhos cavaleiros que ali se encontravam.
Era formidável ver como os dardos embatiam com uma raiva imensa sobre aquela porta de inferno...
14:00O portão apresentava os primeiros sinais de querer ceder, o que muito animou as nossas gentes.
14:10Um último dardo, com a força de todo um exército embate no portão, já de si enfraquecido, derrubando com estrondo enorme aquela obra.
Estava assim aberta a porta para a conquista da cidade.
14:20Aparecem os primeiros Mouros, mandados ali para defenderem a entrada aberta pelos portugueses.
Ao mesmo tempo, é dada ordem às tropas apeadas que penetrem na cidade.
Aqui os Mouros empenharam grande resistência, mas por fim a entrada estava segura.
Entraram de seguida os cavaleiros, reorganizando-se as tropas de maneira a que não caíssemos numa bolsa criada pelo inimigo. Mas esse inimigo não aparecia.
Mouros fracos, esses refugiaram-se no centro da cidade, aguardando ali a vinda dos Portugueses.
14:35Seguindo as orientaçoes do Mestre da Ordem de Avis, El-Rey deu as seguintes ordens:
-A maior parte da infantaria iria atacar pela rua principal da cidade;
- Escaramuçadores, camponeses e El-Rey acompanhado da sua Guarda Pessoal explorariam as ruas secundárias pela esquerda;
- Restante corpo de infantaria atacaria o inimigo pela direita, com a ajuda dos Mercadores-Cavaleiros;
- Os Cavaleiros da Ordem de Avis iriam dar a volta à cidade, por dentro das muralhas, esperando o momento certo para surgir na rectaguarda do inimigo.
Dadas as ordens começou o envolvimento.
Escaramuçadores avançam
Cavalaria apoia a infantaria
15:00Após longas e cansativas pelejas, os Mouros são empurrados de volta ao centro da cidade.
Aí, mais alto que todas os outros o estandarte português, dançava ao sabor do vento, não caíndo uma única vez.
Vendo o símbolo da sua pátria desfraldado sob o inimigo, este foi o sinal para a Ordem de Avis desembainhar as suas santas espadas.
Mais insigne que qualquer outro, Gonçalo Paio Rodrigues, Grão-Mestre avançou com os seus companheiros de encontro ao inimigo.
PORTUGAL!
PORTUGAL!
Estes foram os seus últimos gritos antes de investir contra o fero inimigo, vibrando a sua espada para cá e para lá, perante o horror dos mouros, que se encontravam assim completamente cercados.
Chegavam pouco depois os seus companheiros, respondendo ao grito "Portugal". E tão feroz foi ali a peleja, que os Mouros em pouco tempo fugiam de encontro a outros portugueses, só para não morrerem perante a Cruz de Avis.
Mais meia hora durou a batalha. até que Luís Meneses, da Ordem de Avis deu o golpe final sobre o último mouro que não ousou render-se.
A "Tangere populosa" como depois veio Luís de Camões a chamar-lhe, estava conquistada!
Real, Real Por São Jorge e Portugal!